Tá acabando!
Gabriel estufou o peito, enfiou a mão no paletó e se virou, ficando de joelhos. Milana levou a mão à boca. — Milana, esse nosso caminho foi complicado, tivemos obstáculos que, devo dizer, eu fui o culpado. Mas, tudo isso nos trouxe até aqui. Eu preferia que tudo tivesse sido diferente e que eu tivesse sido um companheiro melhor. Porém — ele soltou o ar, claramente nervoso — eu não me vejo mais sem você. Você é a mulher da minha vida, a dona do meu coração e eu prometo, todos os dias que estão por vir, eu os usarei para te fazer feliz. Milana não conseguia tirar os olhos de Gabriel. Ele já a tinha pedido em casamento, mas agora, era como se a sensação fosse outra. O problema de Bree estava resolvido, o problema das inseguranças e desconfianças de Gabriel também. — Seja a minha esposa, permita que eu possa viver todos os dias ao seu lado, até que o inevitável da vida nos separe. O que eu espero que demore muitas e muitas décadas. Eu te amo! — ele estava fungando. Wayne observava com
— Então, você é uma delegada? Tão nova! — Ollie disse e sorriu amigavelmente para Milana. — Não vai me prender, não é? Milana riu. — Claro que não. Desde que o senhor ande na linha. Ollie riu. — Muito bom, muito bom! — ele bebeu um gole da água. — Nem acredito que terei um bisnetinho! E o casamento? Vamos ter uma festa, certo? Ele olhou para Gabriel. Este limpou a boca com o guardanapo e virou-se para Milana. — Ainda estamos conversando sobre isso. Os preparativos são exaustivos e Milana está grávida. Depois tem toda a festa… — Vocês pretendem esperar a criança nascer? — Ollie perguntou. — Talvez. Ou… se puder ser algo pequeno… — Milana disse, incerta. Ela entendia que tinha entrado para uma família importante e que gostava de manter algumas tradições, já que tinha grande influência na sociedade. — Por mim, querida, tudo bem — Ollie suspirou. — E não se preocupe, tenho uma equipe muito boa com organização de eventos. Isso vai lhe facilitar muito o trabalho. — Obrigada! — Way
— Alô? — ela atendeu, incerta. O número era desconhecido. — Eu não gosto de ter que ficar cobrando ninguém — a voz do outro lado disse e Jane engoliu em seco. — É bom você me pagar, senhorita. Uma semana. E a ligação foi finalizada. Jane suspirou e fechou os olhos, então, deu uma risada triste. Ela tinha se metido em uma baita enrascada com um agiota e, agora, não sabia nem se queria realmente viver. Se ela não pagasse, ele acabaria com ela. Isso era certo. No dia seguinte, Jane se olhava no espelho, virando o corpo para cá e para lá, inconformada. Aquele vestido era novinho, lindo. Antes. Quando ela não tinha perdido um monte de peso. Agora, ela diria que parecia quase um saco de batatas imenso: não favorecia em nada as curvas dela, como quando ela o comprou. — Tudo bem, Jane. É só um jantar para que o senhor Ryan fique tranquilo. Ela terminou de prender os cabelos em um coque solto, passou uma maquiagem que parecia leve, mas cobria bem as olheiras — ela não iria aparecer com ca
O perfume suave de Jane era mais do que agradável, ele era… sedutor! Ao ver o rosto dela tão próximo ao seu, Wayne quis se inclinar só um pouquinho e beijá-la, porém, ele foi despertado pela voz do próprio pai. — Minha nossa, Jane, você está bem? — o idoso perguntou, sem se dar conta de que tinha acabado de atrapalhar o momento entre o filho e a moça. Wayne a soltou lentamente quando teve a certeza de que Jane estava equilibrada. Relutantemente, ele se afastou com um passo, dando passagem ao próprio pai. — E-eu estou bem, senhor Ryan — ela disse e olhou para Wayne. — Obrigada, doutor Ryan. Ollie então percebeu que tinha feito besteira! Jane estava nos braços de Wayne, por favor! “Ai, que mancada!”, o idioso quis se dar um tapa, mas ele disfarçou bem e ofereceu o braço para Jane. — Vamos, minha querida — ele falou e Jane aceitou a oferta e os dois se afastaram. Wayne foi atrás e sorriu. Dali, ele tinha uma excelente visão das costas de Jane. “Controle-se, homem! Ou todos vão sab
Agora, Wayne não sabia o que deveria fazer. Jane e ele não eram próximos, e ele tinha olhado para algo privado, dela. “Quando eu for deixá-la em casa…”, ele disse a si mesmo e viu como Jane ficou nervosa ao guardar o telefone. Ela olhou sem graça para Wayne e percebeu, pelo canto do olho, que já tinha água servia em cima da mesa. Jane pegou a bebida. — A senhorita tem planos para o próximo fim de semana? — Wayne perguntou e Jane engoliu a água que quase foi pelo lugar errado. — Ah, não. Não exatamente. — Ela falou e Wayne podia dizer que a mulher estava incomodada. — Talvez eu assista alguns filmes. — De que tipo de filmes você gosta? Jane achava interessante o esforço de Wayne em manter conversa. — O senhor sabe que não precisa “fazer sala” para mim, não é? — ela perguntou e o médico franziu de leve a testa. — Não entendi. — A conversa. Quer dizer, o senhor está sendo agradável, mas… não é preciso. “Que diabos?” Wayne se perguntou e se endireitou na cadeira. — Senhorita Gor
— Se fosse, eu não perguntaria, doutor Ryan. Não tenho o costume de me fazer de sonsa. — Não foi isso o que eu insinuei. Me desculpe. — Wayne disse, sinceramente. Ele limpou a garganta. — Eu quero sair com você. Wayne tinha gostado de Miranda, estava disposto a ficar com ela e, com o tempo, deixar que os sentimentos se desenvolvessem. Porém, lá no fundo, ele sabia que as coisas não seriam assim. Então, ela voltou para Gabriel e “vida que segue”. Quando ele viu Jane, sentiu algo diferente. Então, isso foi um alerta para que ele visse que não estava apaixonado por Miranda. Ele estava então apaixonado por Jane? Definitivamente não. Ele gostava dela, sentia-se atraído, isso era certo, mas não a conhecia bem o suficiente. Mal tinha interagido com a mulher, por favor! Jane puxou o ar e olhou para o lado. Ela sorriu triste. — Sabe, acho que o senhor pode me deixar onde eu possa pegar um táxi e pronto. — Ela falou e Wayne ficou confuso. — Por que eu faria isso? Vou levá-la em casa! — P
— Isso é… sério? — Jane perguntou e mordeu os lábios. — Absolutamente. Eu quero te conhecer melhor. Só me diz… você não tem um outro cara, né? Tipo, um que você seja apaixonada, ou um ex-namorado que não é exatamente ex…? Ele só queria ter certeza de que não se deixaria gostar daquela mulher que, desde o primeiro momento, fez o interesse dele ficar ativado, para depois acabar com um coração partido. Com Milana doeu, mas não foi algo que o deixaria aleijado pra vida, no entanto, ele tinha aprendido uma boa lição: não se envolva com uma mulher que ainda gosta de outro cara. — Ah, não… — Jane franziu a testa de leve. — Definitivamente não. — Maravilhosa. Então, cinema, amanhã…— E o senhor? Tem uma ex maluca que vai aparecer e querer a minha morte? — Duvido. Não namoro há anos. Ele teve uma namorada, e não acabou nada bem. Mas foram anos, muitos anos antes, quase uma década. Não tinha nem chance de a mulher aparecer por agora e reclamar algum direito. — Então tá certo. Não estou
— Jane! — ele disse e se aproximou assim que conseguiu se mover. Ele olhou para o interno. — O que aconteceu?! — Ela fraturou o braço e a clavícula. Tem também uma possível fratura no joelho, mas ainda não fizemos o raio-x desse local. Ela já chegou inconsciente. Wayne queria saber o que tinham feito com ela! Era isso o que ele queria saber. Quem, como? Por quê? Por que alguém machucaria Jane? O interno, vendo como Wayne parecia mal, achou que não era bom o médico ficar ali. Era óbvio que Wayne conhecia Jane, ou não teria dito o nome dela. — Doutor Ryan, é melhor que o senhor se afaste e… Wayne não estava pensando normal. Ele sabia que não era certo um médico atender um paciente que ele conhecia, não naquela situação, pois o emocional poderia falar mais alto. No entanto, ele era o mais capacitado e o inferno que ele iria permitir que Jane tivesse menos do que o melhor! Além disso, ele sabia o que ela precisava, não confiaria aquela mulher a outro par de mãos. Ele começou a dar a