Pra quem será que o Archer ligou?
Gabriel olhava para Archer do outro lado da mesa. — Então, você precisa de um espaço para fazer um pronunciamento. Archer inspirou fundo, tentando acalmar-se. Gabriel Ryan o tirava do sério. Claro, tinha o fato de que ele já estava com ranço do homem por ter colocado os olhos em Eve, e isso contava muito. — Vai me ajudar ou não? — Eu não disse que não ajudaria. É do meu interesse, sei que vai trazer audiência. Uma notícia dessas… — Gabriel se inclinou para a frente na cadeira. — A sua esposa sabe? — Da verdade? Sim. Jamais vou esconder algo de Eve. E sobre o pronunciamento, eu falarei com ela assim que resolver aqui com você. Ela vai entender, sabe que precisamos falar antes que aquela víbora abra a boca. Porque ela vai abrir. Gabriel assentiu. Ele concordava com os pensamentos de Archer, afinal, ele nunca gostou muito de Deborah e, por mais que Yvonne tenha amado muito a moça, ele, como amigo próximo, sempre viu que aquela não era uma boa peça. Yvonne. Ele gostava muito da ido
Deborah, quando soube pelo advogado dela que Archer Galloway tinha feito um comunicado e exposto toda a verdade sobre a filha dele e quem era a mãe biológica, ficou furiosa. — Desgraçado! — ela o amaldiçoou. — Como ele pôde ser tão insensível?! Ela tinha planos de fazer o mesmo, expor que era a mãe de Rosalyn Galloway, porém, jogaria toda a culpa em Archer e, principalmente, em Everleigh, a mulher que convenceu o homem a deixá-la usurpar aquela posição. Deborah esperava que as pessoas se comparecessem dela e a vissem como a vítima, separada da própria filha. Porém, agora, ela era a vilã, a mulher sem coração que abandonou um bebê de seis meses na porta de um homem e foi “curtir a vida”. Claro, ninguém sabia desse pedaço, porque Archer não sabia onde Deborah esteve. A esperança de usar isso, tentar reverter as coisas, sumiu rapidamente assim que fotos de Deborah, feliz, na Europa, foram postadas. Ela não parecia nem de perto uma mulher sofrendo por ser separada de sua filha, muito
Com todas as provas, o julgamento não demorou muito mais a acontecer. Primeiro, foi o de Cameron. Ele foi definitivamente culpado e Everleigh não sofreu qualquer sanção. A legítima defesa era óbvia. Havia uma pessoa, uma testemunha, que era quem acompanhava a criança com quem Eve falou, ao tentar fugir. Essa pessoa se manteve quieta, com medo, porém, decidiu aparecer quando a hora chegou e recebeu todo o suporte da polícia quanto à segurança dela. Eve não sabia, mas a mãe dela tinha morrido. Quando a filha fugiu, ela ficou desesperada e Charlie a largou sozinha, presa em casa, para ir atrás da enteada. Ele não retornou e, a mulher, bebeu até desmaiar. Sem ajuda, ela sucumbiu ali mesmo, sendo encontrada por um vizinho, por conta do mau cheiro. Cameron tinha ficado um tempo afastado, e, ao saber que a mãe de Eve tinha partido, ele se alegrou. Nunca tinha gostado dela e, então, ele pôde ficar com a casa só pra ele e esperava que Eve voltasse. Eve sentiu um peso sendo tirado dela, qua
— O senhor Dirk Davidson estava de fato de plantão naquela noite. Ele não só foi quem apareceu no seu apartamento, quando a polícia foi chamada, como a senhorita bem sabe, mas ele estava responsável pelos exames. No entanto — a promotora parecia satisfeita — ele informou à delegada que lhe conhecia. E não era ético da parte dele se envolver daquela maneira nesse caso. O rosto de Deborah parecia prestes a derreter de raiva. A promotora continuou.— Ele foi falar com a senhorita, sim. E gravou toda a conversa. A senhorita tentou suborná-lo. A iniciativa partiu da senhorita, e não dele. — A gravação foi entregue ao juiz. — Ele apenas repassou tudo para a delegada e se afastou. Ele não fez o exame no corpo da senhora Yvonne LaRue. — Isso, isso… — Deborah desmaiou. O julgamento continuou, assim que ela acordou e o médico afirmou que ela poderia continuar. Todas as provas foram expostas e a sentença foi clara: Deborah Harmon era culpada. No fim, ela acabou dizendo que empurrou a tia, ma
— O senhor não pode tá falando sério, né? — Lennon olhou para o pai, que já estava se recuperando do tiro que levou. — Eu estou falando muito sério, Lennon. Ou você casa e tem um bebê, em um ano e meio, ou não vai ter a presidência da empresa. — Stanley olhou para o filho e, apesar de estar em uma cama de hospital, com olheiras, seu olhar era imponente. — Eu passo para outro acionista, mas você não vai herdar se continuar perambulando por aí, com mulheres desconhecidas e sem firmar um compromisso! Se não consegue nem lidar com a própria vida pessoal, como vai lidar com uma empresa? Lennon inspirou fundo. — Pai, eu estou apenas abaixo do senhor, e tenho demonstrado minha capacidade. Como é que um casamento vai provar mais do que isso? — Você faz sim um ótimo trabalho, não tiro o seu mérito, mas quantas vezes eu liguei para que você fizesse um “extra” e você me apareceu de ressaca, Lennon? E por quê? Porque passou a noite na farra! Com uma esposa, com uma família, você não vai fazer
— Não — Hollie respondeu, incrédula. — Não? Mas… por quê? — Lennon pensou que Hollie gostasse dele, então, ela aceitaria se casar. Eles vinham falando e Lennon não namorava. Para ele, era quase isso o que eles vinham fazendo. Lennon não ficava sério com as mulheres e não se apegava a elas. E nem prometia exclusividade, porém, desde que conheceu Hollie, ele vinha se mantendo longe das mulheres, já que não conseguia mesmo se desvencilhar dos pensamentos sobre aquela morena bonita. — Lennon, a gente não… nós nem mesmo namoramos, como pode querer casar? — Hollie respondeu como se aquilo fosse óbvio. E era. — Eu sei… — Lennon coçou a nuca e sorriu. — Hollie, eu gosto de você e vou ser sincero, aqui. Meu pai está me pressionando e ou eu caso, ou perco a minha posição na empresa. Não tenho irmãos, portanto, caiu em mim a obrigação de continuar a linhagem. Hollie gostou da primeira parte, mas logo o sorriso dela murchou ao ouvir o restante. — Então, você quer casar comigo por conta de um
— Lennon, amanhã não dá! Eu… eu nem estou pronta pra isso! — ela balançou a cabeça. — Preciso comprar algo para vestir. — Eu te levo — Lennon respondeu, sorrindo. — Amanhã eu te pego de manhã, vamos às compras… — Nós vamos às compras? — ela cruzou os braços na frente do peito e o olhou desconfiada. — Não consigo te imaginar fazendo compras numa loja feminina do meu bairro. Lennon fez cara de quem não tinha entendido. — Seu bairro? Hollie, eu vou te levar nas lojas que tem… — ele suspirou. — Você vai precisar de um vestido mais… como posso descrever?— Burguês. — Isso, burguês! — Lennon sorriu e apertou os lábios, como se pedindo desculpas. — Não posso pagar por esse tipo de coisa. Se você quer que eu conheça os seus pais, eles vão me conhecer do jeito que eu sou. — É que… eu sugiro que, dessa vez, pelo menos, você vá com algo mais no estilo… — Eu entendi. Mais chique. Mais caro. Só que eu não posso. — Eu vou pagar. — Nem pensar! — Hollie falou mais alto e se remexeu desconfo
— E se eu disser que sim? — Lennon olhou nos olhos de Archer. — Eu gosto da Hollie, e não vou largá-la na primeira dificuldade. Archer se aproximou dele e colocou a mão no ombro do amigo. — Eu espero que não, Lennon. Eu considero você pra caralho, mas assim como você me socou por ter sido imbecil com a Eve, eu não vou pensar duas vezes antes de cair em cima, se você magoar a Hollie. Ela não é apenas a babá da nossa filha, ela é uma amiga. Depois disso, Archer foi embora e Lennon se deixou cair no sofá. Ele realmente largaria tudo para ficar com Hollie? Ele não sabia responder. No dia seguinte, Maryah estava tomando café quando Hollie saiu do quarto. — Querida, sente-se aqui, sim? — Hollie mordeu o lábio e fez o que Maryah pediu. — Eu sei que você e o senhor Dodson estão saindo. — Maryah… Maryah levantou a mão e Hollie se calou. — Eu não estou dizendo que é errado. Mas eu quero que pense bem. Eu já conheci os pais dele. O pai nem é o problema maior. Mas a mãe… — Maryah segurou a