— Que merda tá rolando aqui? — Lennon perguntou. — Você engravidou essa mulher? — Eu… — Archer nem conseguia mais pensar. Deborah se virou para Lennon e segurou na mão dele, que deu um passo para trás. — Lennon, você é quase um tio da minha filha. Me ajuda! — Ei, me solta! — Por favor! — Ela praticamente se grudou em Lennon, que olhou para Archer sem saber o que fazer. — Eu preciso de ajuda. Eu não sei o que houve… eu… Lennon notou que a mulher estava fora de si e surtando. Ele tentou falar calmamente. — Senhorita, o que precisa? — Ele perguntou e olhou ao redor. Algumas pessoas estavam paradas olhando a resolução da situação. — Estamos atraindo atenção. Deborah olhou em volta e não gostou daquilo. Ela se afastou de Lennon e passou a mão pelos cabelos. — Podem vir os dois. Por favor. — A voz dela saiu mais baixa. — Lennon, se quiser pode ir com ela. Eu não tenho… não… Deborah estava chorando e Lennon se amaldiçoou por ser fraco. — Tá! Eu vou. Archer, eu vou pedir que o mo
Lennon levou um susto e colocou a mão na boca de Deborah. — Ficou doida?! Ela o empurrou. — Me solta! — Qual é o seu problema? Heim? Se acalma! — Ele olhou um pouco mais para tras da porta e viu o corpo de Yvonne. — Caralho! Deborah continuou a gritar e não demorou até alguém bater na porta. — Ei! Isso são horas! Parem com essa gritaria! Eu vou chamar a polícia! — Pode chamar! — Ela gritou. — Me ajuda! Lennon então se deu conta de que Deborah ia sim jogar a culpa nele! Ele a largou imediatamente. — Você é maluca, porra! — Ele abriu a porta do apartamento e o vizinho, um senhor, viu Lennon e a marca no rosto de Deborah. Então, o sangue no chão. — Calma aí, meu camarada! Eu tô chamando a polícia! — Pois chame! Porque essa mulher é doida! — Senhor Simpson, esse homem me atacou! O idoso não acreditava que Deborah pudesse mentir. — De quem é esse sangue? — Ele perguntou, já com o telefone no ouvido. — Ela matou a tia dela! — Lennon soltou e Deborah balançou a cabeça. — Foi
Na delegacia, Deborah estava com os pensamentos nublados. Ela não deveria ter gritado com Lennon, mas era evidente que ele não ajudaria! E Archer… Archer precisava aparecer. “Eu vou soltar aos quatro ventos que eu sou a mãe da pequena. E que eles me afastaram dela… mas como?”— Consigo ouvir as engrenagens do seu cérebro daqui. — Uma voz masculina falou e Deborah levantou a cabeça. Era o legista. — O que faz aqui? — Deborah olhou ao redor. Como era noite, a delegacia estava bem vazia, mas ainda assim! — Não achei que você mataria alguém…— Cala a boca! Foi um acidente! — E por que não…— Eu não tenho que me explicar pra você! — Deborah engoliu os insultos que apareceram na ponta da língua dela. — Dirk, eu preciso que você diga que aquela velha morreu quando Lennon estava lá no apartamento! — E o que eu ganho com isso? — ele perguntou. — O que quiser. Menos casamento. Dirk a olhou de cima a baixo e sorriu de lado. — Eu vou cobrar, Deborah. — E eu vou dar o que você quiser. Ele
— Eu? Nada, ué. Se ela cometeu assassinato, e se ela tem dedo no que aconteceu com você, amor, eu não vou mover um dedo para ajudá-la. O fato dessa mulher ter trazido Rose ao mundo não a isenta dos crimes dela. Eve sorriu de leve e se aproximou mais de Archer. — Você não vai tentar tirá-la da cadeia, se ela for presa? Quer dizer, quando a Rose crescer… — Quando a Rose crescer, e chegar o momento de falarmos o que a puta da mãe biológica dela fez, nós falaremos. — Ele acariciou o rosto de Eve. — Você é a verdadeira mãe dela, Eve. Laços de sangue podem ser inquebráveis, mas isso não é escolha de ninguém. Você amou e cuidou muito mais da nossa filha do que aquela lá. Ele abraçou Eve, que aceitou o contato. Archer beijou os cabelos castanhos da esposa e a apertou um pouco mais. — Eu te amo pra cacete, Eve! — E eu amo você. — Archer se afastou para poder olhar para Eve, ao ouvir aqui. — Não estou dizendo que superei as coisas que aconteceram, mas eu não quero ficar sem você. Então, va
Gabriel olhava para Archer do outro lado da mesa. — Então, você precisa de um espaço para fazer um pronunciamento. Archer inspirou fundo, tentando acalmar-se. Gabriel Ryan o tirava do sério. Claro, tinha o fato de que ele já estava com ranço do homem por ter colocado os olhos em Eve, e isso contava muito. — Vai me ajudar ou não? — Eu não disse que não ajudaria. É do meu interesse, sei que vai trazer audiência. Uma notícia dessas… — Gabriel se inclinou para a frente na cadeira. — A sua esposa sabe? — Da verdade? Sim. Jamais vou esconder algo de Eve. E sobre o pronunciamento, eu falarei com ela assim que resolver aqui com você. Ela vai entender, sabe que precisamos falar antes que aquela víbora abra a boca. Porque ela vai abrir. Gabriel assentiu. Ele concordava com os pensamentos de Archer, afinal, ele nunca gostou muito de Deborah e, por mais que Yvonne tenha amado muito a moça, ele, como amigo próximo, sempre viu que aquela não era uma boa peça. Yvonne. Ele gostava muito da ido
Deborah, quando soube pelo advogado dela que Archer Galloway tinha feito um comunicado e exposto toda a verdade sobre a filha dele e quem era a mãe biológica, ficou furiosa. — Desgraçado! — ela o amaldiçoou. — Como ele pôde ser tão insensível?! Ela tinha planos de fazer o mesmo, expor que era a mãe de Rosalyn Galloway, porém, jogaria toda a culpa em Archer e, principalmente, em Everleigh, a mulher que convenceu o homem a deixá-la usurpar aquela posição. Deborah esperava que as pessoas se comparecessem dela e a vissem como a vítima, separada da própria filha. Porém, agora, ela era a vilã, a mulher sem coração que abandonou um bebê de seis meses na porta de um homem e foi “curtir a vida”. Claro, ninguém sabia desse pedaço, porque Archer não sabia onde Deborah esteve. A esperança de usar isso, tentar reverter as coisas, sumiu rapidamente assim que fotos de Deborah, feliz, na Europa, foram postadas. Ela não parecia nem de perto uma mulher sofrendo por ser separada de sua filha, muito
Com todas as provas, o julgamento não demorou muito mais a acontecer. Primeiro, foi o de Cameron. Ele foi definitivamente culpado e Everleigh não sofreu qualquer sanção. A legítima defesa era óbvia. Havia uma pessoa, uma testemunha, que era quem acompanhava a criança com quem Eve falou, ao tentar fugir. Essa pessoa se manteve quieta, com medo, porém, decidiu aparecer quando a hora chegou e recebeu todo o suporte da polícia quanto à segurança dela. Eve não sabia, mas a mãe dela tinha morrido. Quando a filha fugiu, ela ficou desesperada e Charlie a largou sozinha, presa em casa, para ir atrás da enteada. Ele não retornou e, a mulher, bebeu até desmaiar. Sem ajuda, ela sucumbiu ali mesmo, sendo encontrada por um vizinho, por conta do mau cheiro. Cameron tinha ficado um tempo afastado, e, ao saber que a mãe de Eve tinha partido, ele se alegrou. Nunca tinha gostado dela e, então, ele pôde ficar com a casa só pra ele e esperava que Eve voltasse. Eve sentiu um peso sendo tirado dela, qua
— O senhor Dirk Davidson estava de fato de plantão naquela noite. Ele não só foi quem apareceu no seu apartamento, quando a polícia foi chamada, como a senhorita bem sabe, mas ele estava responsável pelos exames. No entanto — a promotora parecia satisfeita — ele informou à delegada que lhe conhecia. E não era ético da parte dele se envolver daquela maneira nesse caso. O rosto de Deborah parecia prestes a derreter de raiva. A promotora continuou.— Ele foi falar com a senhorita, sim. E gravou toda a conversa. A senhorita tentou suborná-lo. A iniciativa partiu da senhorita, e não dele. — A gravação foi entregue ao juiz. — Ele apenas repassou tudo para a delegada e se afastou. Ele não fez o exame no corpo da senhora Yvonne LaRue. — Isso, isso… — Deborah desmaiou. O julgamento continuou, assim que ela acordou e o médico afirmou que ela poderia continuar. Todas as provas foram expostas e a sentença foi clara: Deborah Harmon era culpada. No fim, ela acabou dizendo que empurrou a tia, ma