Capítulo 05

Ana

Rever Léo é difícil para mim,nunca conseguir me envolver com alguém depois dele, sempre que alguém se aproximava eu ficava com medo de querer apenas me usar como ele. E mesmo agora, mesmo depois de tudo que já me fez, não consigo negar que ainda sinto algo por ele.

Assim que eu entrei na sala de jantar percebi o olhar de Léo percorrer todo o meu corpo, ele já havia feito isso antes, ele flertava comigo quando ninguém estava olhando, olhei para Henrique que estava sentando ao lado oposto de de Léo, me sinto mais segura ali perto de Henrique, ele sempre foi meu amigo e meu cumples, imagino que se ele não tivesse ido estudar por um ano nos estados unidos eu não teria aceitado tão facilmente os flertes de Léo, porque Henrique iria tirar sarro até eu perceber como aquilo era ridículo. Mas não foi assim, ele não estava para me mostrar o quão patética eu estava sendo me apaixonando por seu irmão e eu me deixei levar. 

E agora Léo está com o seu jeito arrogante me questionando e me julgando como se fosse melhor que eu, deve achar que sou uma idiota mesmo.

— Estão como sempre. Marta fez outra pobre moça se demitir, Henrique continua dormindo com a secretária, e eu fazendo aquilo funcionar enquanto tento não enlouquecer. Mas vamos falar sobre Ana, por onde andou todo esse tempo? — Ele pergunta me encarando, sinto vontade de socá-lo, me ajeitei na cadeira, e peguei um pouco do escondidinho  na travessa.

— Estava em São Paulo. — Respondi sem encará-lo. 

— Trabalhando? — Onde ele quer chegar?

— Sim, trabalhei lá. — O clima estava pesado e a dona Helena percebeu e interveio. 

— Não seja inconveniente, Léo. — Ela o repreende e Henrique  segura a risada. 

— Achei que Ana era como da família. Que mal tem em saber por onde ela andou esse tempo? — Ele sorrir para mim, puxo o ar, Léo quer me provocar.

— Eu trabalhei, namorei um babaca, tive a Emily, fui abandonada pelo pai dela, e agora estou aqui. — Minha vontade era falar ali, contar a dona Helena o tipo de babaca que o filho dela é. 

— Meu Deus, Josefa merece um aumento por esse escondidinho Henrique fala fechando os olhos. — Sério, mãe, a senhora tem que pagar o que Josefa vale ou eu a roubarei de você.

Dona Helena balança a cabeça e sorri, Henrique sempre foi o mais bem humorado da família, e eu sempre o adorei por isso, ele sempre faz tudo ficar leve.

— Não se preocupe com Josefa, ela é muito bem paga. —  Dona Helena fala segura que Josefa nunca irá abandoná-la, a verdade é que todos que trabalham aqui são bem pagos e bem tratados, minha mãe dizia que era grata por isso, pois nem todo lugar é assim, e eu quando criança me sentava na mesa com os garotos, comia da mesma comida que eles, dona Helena pagava meus estudos sem descontar de minha mãe, e de seu jeito ela sempre ajudava a todos que trabalhavam com ela e por isso tem de todas a lealdade. 

— Eu disse para minha mãe que Josefa vai processá-la por morar aqui e vai acabar ganhando essa mansão. — Henrique me fala, ele gosta de provocar a mãe.

— Pelo salário dela, tenho certeza que logo ela compra a mansão. —  Léo fala da mesma forma arrogante de todos, ele se parece com o pai nesse quesito, como não vi isso antes? Como me deixei enganar tanto por ele? — E você, Ana, o que pretende fazer agora que voltou?

— Sua mãe me ajudará a achar algo. — Falei tentando não demonstrar minha irritação por ele. 

— Sim, vou procurar algo para você. — Dona Helena fala de forma doce, não tem como não amá-la.

— Ana fez administração. Podemos achar algo para ela na empresa. Inclusive, me veio uma ideia: agora ela pode ser a nova assistente de Marta. — Henrique fala e eu dou uma cotovelada nele, sem dona Helena perceber.

— É isso mesmo, teve uma ótima ideia, Henrique. Ana com certeza é apta para o trabalho, e eu sei como você é esforçada. — Já era tarde ele havia usado um argumento que achava razoável eu trabalharia naquela empresa se assim ela quisesse.

— Marta que escolhe suas assistentes. — Léo fala pegando um pouco de escondidinho e percebo que ele não usa aliança de casamento.

— A deixe comigo. — Dona Helena já havia decidido e seja lá quem é Marta não a impediria.

— Eu acho que não estou à altura para um trabalho desses. Eu nunca exerci a profissão e, na verdade, nunca sequer voltei para pegar meu diploma. Posso nem ter passado. — Usei um argumento válido, não quero ficar perto de Léo, não quero dever nada a ele.

— Bem, podemos falar com Marta, e sobre o diploma sei que não teremos problema. E sobre o restante, não importa. Marta gosta das coisas do jeito dela, e ela irá te ensinar de qualquer forma. — E de repente ele mudou de ideia, Léo quer me provocar, não sei exatamente onde ele quer chegar com isso, mas se ele queria jogar eu iria jogar com ele. 

—  Bem, se não for causar nenhum transtorno eu posso fazer uma entrevista e ver se Marta me dá a oportunidade. —  Henrique segura a risada.

—  Eu sei que Léo pode convencê-la. —  Léo não diz nada apenas confirma com a cabeça, Josefa aparece segurando Emily pela mão, minha filha está com os olhos vermelhos e cabelo  bagunçado não era assim que eu queria que ela visse o pai pela primeira vez.

— Mamãe. — Ela me chama e corre em minha direção assim que me vê.

— Eu disse que sua mãe estava aqui. — Josefa fala sorrindo, me levanto e Emily agarra minhas pernas. 

— Tá tudo bem, querida. — Falo me baixando para olhá-la, ela sorrir e depois passa o olhar pela mesa. 

— Mas é uma menina linda. — Dona helena fala sorrindo. — Quantos anos você tem? 

Emily me olha como se não tivesse certeza do que dizer, Léo a olha atentamente e eu puxo o ar. 

— Apenas Quatro anos. — Eu falo desejando mais do que tudo que eles acreditem nisso. 

DANI VENCES

Não deixe de comentar, assim conseguimos manter uma comunicação e me ajuda muito com o livro. Se tiver gostando não deixe de indicar, quanto mais eu vejo que o livro ta indo bem, mas me insetiva a continuar com a escrita. Obrigada por ler.

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