Giovanni Rommano A vida nunca foi fácil para mim, mas aprendi a lidar com os desafios cedo. Sou o mais velho e tenho três irmãos, todos moramos juntos e isso sempre veio com uma responsabilidade extra para mim. Dante, Matteo e Vittorio meus irmãos mais novos, sempre puderam contar comigo. E eu sempre pude contar com eles, especialmente depois que nossa mãe morreu. Ela era o coração da nossa família, o elo que nos mantinha unidos. Quando ela se foi, tudo mudou. Eu tive que assumir a posição de líder da família Romano. Dante administra o cassino da família e se envolve com os negócios mais arriscados. Vittorio é mais metódico, cuida das finanças e de várias empresas que acumulamos ao longo dos anos. Matteo é o mais detalhista e cuida de todas papeladas de estoque, compra e venda de todos nossos negócios.Cada um seguiu seu próprio caminho nos negócios, mas eu sempre fui o que mantinha todos na linha. Entre administrar empresas e lidar com negociações intermináveis, pensei que poderi
Giovanni Rommano Isabella abaixou a faca com um sorriso de canto de boca, entrando no carro e cruzando as pernas. Ela me olhou de cima a baixo, claramente calculando o tipo de homem que eu era.— Seu filho deve ser um verdadeiro pestinha, se você está tão desesperado — ela provocou, sem desviar o olhar.Soltei um suspiro, ainda um pouco tenso, mas aliviado por não ter mais a lâmina no meu pescoço.— Alessandro passou por muito. Ele perdeu a mãe no parto... E desde então, ele tem agido assim. Não é um mau garoto. Ele só precisa de alguém firme. Alguém que consiga lidar com ele sem fugir no terceiro dia — minha voz saiu mais baixa do que eu esperava. Lembrar de Valey e de como tudo desmoronou após sua morte sempre me atingia como um soco no estômago.Ela ficou em silêncio por um momento, e seus olhos suavizaram. Talvez houvesse algo de humano ali, por trás da fachada dura. Mas Isabella logo voltou ao seu jeito impassível e prático.— Isso não é algo fácil de lidar Mas... — Ela sorriu
Isabella MorettiEu entreguei o prato com o pedaço de bolo ao Giovanni, e ele o aceitou com um breve aceno de cabeça. No entanto, ao contrário dos outros, ele não deu uma única mordida. Sua expressão estava neutra, mas algo em seus olhos me dizia que ele estava, no mínimo, desconfiado.— O que foi? — perguntei, arqueando uma sobrancelha. — Acha que envenenei o bolo?Giovanni ergueu os olhos para mim, seus lábios curvando-se em um meio sorriso, mas ele continuou sem tocar no bolo. Matteo, que estava sentado do outro lado da mesa, soltou uma risada baixa, quebrando o silêncio.— Na verdade, Isabella — Matteo disse, ainda com aquele sorriso divertido no rosto —, meu irmão não pode comer chocolate. Para ele, é como veneno, literalmente. Ele tem alergia.Olhei para o bolo em mãos, sentindo o calor subir às minhas bochechas. Então, sem hesitar, levei o garfo à boca e provei um pedaço.— Bom, então eu vou ter que comer — declarei, com um sorriso atrevido. — Esse bolo está tão delicioso quant
Isabella MorettiAlessandro terminou o dever de casa e, com os olhos brilhando de entusiasmo, virou-se para mim:— Você quer conhecer a mansão toda, Isabella?Sorri, incapaz de resistir ao convite. Eu estava curiosa, afinal.— Claro, por que não? — respondi, rindo. Ele parecia tão animado que era impossível recusar.Caminhamos por todos os cômodos, explorando cada detalhe. O Alessandro conhecia o lugar como a palma da mão, e sua alegria ao me mostrar tudo me fazia esquecer por um tempo onde eu estava. Passamos pelos quartos dos tios dele, que, claro, ele fez questão de me mostrar, rindo e contando histórias sobre cada um deles. Mas foi quando chegamos ao quarto do Giovanni que as coisas saíram de controle.— Esse é o quarto do meu pai — Alessandro disse, abrindo a porta devagar, como se estivesse revelando um segredo.Era um espaço impecável, organizado, e, para ser honesta, a cara do Giovanni: sério, imponente, cheio de objetos luxuosos. Eu estava distraída, olhando em volta, quando
Giovanni Rommano Eu olhei para Alessandro, ainda ajoelhado, com o rosto manchado pelas lágrimas. Respirei fundo, tentando controlar a raiva que ainda queimava dentro de mim, mas não era com ele que eu estava irritado.— Levante-se, Alessandro — falei, minha voz mais suave desta vez. — Me desculpe... Eu fui arrogante.Ele me abraçou imediatamente, apertando meu corpo com força, como se estivesse com medo de que eu o afastasse. Eu o segurei também, o cheiro do perfume infantil misturado ao meu fez algo dentro de mim, para me acalmar. Ele implorou de novo, desta vez mais baixo, quase num sussurro:— Por favor, papai, não demita a Isabella.Levantei o olhar para ela, ainda parada ao lado da porta. Os olhos de Isabella me encaravam com uma firmeza inesperada, sem qualquer sinal de arrependimento pelo tapa que tinha me dado.Antes que eu pudesse falar, ela tomou a iniciativa:— Peço desculpas por ter dado o tapa, Giovanni, mas não me arrependo. Não vou permitir que você, nem ninguém, seja
Isabella Moretti Assim que chegamos na mansão, Alessandro subiu para tomar banho, e eu também fui ao meu quarto para me refrescar. Após um banho rápido, desci para a cozinha, onde a senhora Luci ainda estava terminando de preparar o jantar. O aroma delicioso preenchia o ambiente, mas meu pensamento estava longe. Algo me incomodava, a culpa ainda pesava sobre mim pelo tapa que dei em Giovanni. Decidi que precisava fazer algo para me redimir. Os irmãos Romano estavam sentados a mesa e todos jantaram em silêncio, pareciam estar mantendo distância de mim e foi então que minha ficha caiu que eu não deveria ter dado o tapa no Giovanni. Todos após o jantar subiram para seus quartos, o clima da mansão estava tenso, o Alessandro me desejou boa noite e após deixar ele no quarto dele dormindo, decidi fazer algo. "Devo me desculpar", pensei, enquanto chegava na cozinha.Um pedido de desculpas simples não parecia suficiente, então resolvi preparar algo especial. Um gesto que demonstrasse minha s
Isabella Moretti Giovanni me seguiu até a sala e, com a expressão mais calma, veio falar comigo. — Isabella, amanhã preciso que você acompanhe Alessandro a um aniversário de uma colega da escola. O motorista vai levá-los, mas eu não vou poder estar presente. Vou viajar no sábado e não chegarei a tempo para a festa. Espero que não se importe. — Não tem problema, Giovanni — respondi, sem hesitar. — Eu me sinto bem com o Alessandro, e não estava planejando tirar folga mesmo. Giovanni então puxou algo do bolso e me entregou um cartão platinado. — Pode comprar o presente da aniversariante e roupas, sapatos, o que precisar para você também. Quero que gaste o máximo que puder. Quero que se sinta à vontade para comprar o que precisar. Eu o olhei confusa, sem saber se era uma brincadeira ou uma ordem. — O que há de errado com as minhas roupas? — perguntei, um sorriso leve no rosto. — Nada. Eu só quero que você tenha o suficiente para preencher o closet do seu quarto ao ponto de não ha
Isabella Moretti Passei a noite inquieta, revirando-me na cama, tentando esquecer o que havia acontecido, mas o beijo continuava voltando à minha mente. Eu precisava de espaço, precisava pensar. No dia seguinte, o sol invadia meu quarto e me lembrava que eu tinha um compromisso com Alessandro. A festa da amiga dele, Giovana, seria na piscina, e eu precisava focar nisso, não em Giovanni. Tomei um banho longo, vestindo algo leve e apropriado para a ocasião, e desci para encontrar Alessandro. Ele estava animado, mal conseguia conter a alegria de ver a amiga. Quando chegamos à festa, as crianças corriam pela área da piscina, e a música suave tocava ao fundo. Alessandro correu até Giovana com o presente em mãos, e eu sorri ao ver a felicidade no rosto dele. Estava tentando me distrair quando alguém se aproximou de mim. — Isabella? — uma voz familiar me chamou. Virei-me e fiquei boquiaberta. Meu coração acelerou ao ver o homem parado à minha frente. — Alberto? — exclamei, sem ac