Uma Princesa Para o Mafioso: Vendida ao Mafioso Italiano
Uma Princesa Para o Mafioso: Vendida ao Mafioso Italiano
Por: Laura Ricci
Prólogo: Luca Grecco

Seis anos antes...

A catedral estava mergulhada na penumbra, iluminada apenas pelas velas que tremulavam em um ritmo irregular. O som dos meus passos ecoava pelo chão de mármore, cada batida lembrando que, a partir desta noite, minha vida não era mais minha. Era da Cosa Nostra.

Olhei ao redor, permitindo que meus olhos percorressem cada banco. Todos os rostos estavam voltados para mim — aliados, cúmplices, homens e mulheres que deviam suas vidas e fortunas à minha família. Cada um deles estava aqui para testemunhar minha ascensão, para ver o filho de Salvatore De Luca tomar o lugar de seu pai.

Meu olhar parou nos últimos bancos, onde estavam os Santoros. Sempre tão distintos, sempre escondidos sob a fachada impecável de uma família nobre, mas nós dois sabíamos o que eles realmente eram. O patriarca deles me lançou um breve aceno de cabeça, mas meu interesse não estava nele. Estava na garota ao seu lado.

Ela estava parcialmente escondida pela escuridão, o rosto iluminado apenas pela luz fraca das velas, ainda era apenas uma adolescente. Elena Santoro. A prometida. Minha noiva. A moeda de troca que garantiu a paz entre nossas famílias.

Paz. Uma palavra que me soava tão irônica quanto inalcançável.

Ela manteve os olhos baixos, as mãos cruzadas sobre o colo. Não sei se era medo, resignação ou apenas treinamento. As princesas da máfia eram criadas para isso, afinal: submissas, intocáveis, obedientes. Mas havia algo nela que me intrigava. Talvez fosse o contraste entre sua postura delicada e o peso que ela carregava nos ombros. Ou talvez fosse o fato de que, mesmo sem olhar diretamente para mim, eu sabia que ela me sentia ali.

Respirei fundo e continuei até o altar, parando diante do padre. A cruz pendurada atrás dele parecia me observar, um lembrete incômodo de que, neste mundo, não existia redenção.

A catedral parecia viva, mas não com fé — com poder. As paredes de pedra carregavam o peso de décadas de segredos, conspirações e sangue derramado em nome da Cosa Nostra. Cada vela tremulava como se lutasse contra a escuridão que dominava o ambiente, lançando sombras que se moviam como espectros.

Meus passos ecoavam no chão de mármore frio enquanto eu atravessava o corredor central. Todos os olhares estavam sobre mim, mas o silêncio era tão profundo que quase podia ouvir a respiração contida de cada pessoa presente. As famílias mais poderosas estavam ali, os reis e rainhas do submundo, esperando o momento em que eu me tornaria oficialmente Don.

O altar estava à minha frente, um monumento de pedra cinzenta adornado com símbolos de fé que pareciam incongruentes neste cenário. O padre me esperava ali, de pé, com uma expressão séria. Ele não era apenas um homem de Deus. Ele era um servo da nossa causa, tão leal à Cosa Nostra quanto qualquer outro.

Sobre o altar, repousava o punhal de omertà. A lâmina era longa, antiga, marcada com gravuras que remontavam às origens de nossas tradições. Não era apenas uma arma — era um símbolo. Com aquele punhal, eu faria meu juramento de sangue.

O padre começou, sua voz ressoando pela catedral.

— Você jura lealdade eterna à Cosa Nostra, à sua família e às tradições que sustentam este império?

— Juro. — Minha voz soou firme, mas carregada com o peso da responsabilidade que eu estava assumindo.

O padre assentiu e me indicou que me aproximasse. Estendi a mão, sem hesitar, enquanto ele segurava o punhal e a virava para mim. A lâmina brilhou fracamente sob a luz das velas.

— Com este juramento, você se torna mais do que um homem. Você se torna o guardião das nossas leis, o protetor do sangue que une esta família.

Acertei o punhal contra a palma da minha mão, a lâmina cortando minha pele sem piedade. O sangue escorreu, quente, pingando sobre o altar enquanto o padre pronunciava palavras que eu conhecia desde a infância. Ele estendeu uma pequena vela e aproximou a chama do meu ferimento, cauterizando o corte. Um sinal de força. Um sinal de compromisso.

— A partir deste momento, você é o Don. A Cosa Nostra vive em você.

Levantei a mão marcada, deixando que todos vissem o sangue em minha pele. Aquele gesto era um juramento visível, um aviso silencioso de que, a partir de agora, eu era a lei.

Os aliados nos bancos inclinaram a cabeça em respeito. Mas o ar parecia mais denso, quase sufocante. Sabia que, em algum lugar no fundo daqueles olhos, havia medo. Eu me tornei o monstro que eles precisavam temer e obedecer.

Meu olhar se desviou por um instante para o banco dos Santoros. Lá estava ela. Elena. A prometida. Suas mãos estavam cruzadas no colo, mas seu rosto parecia uma máscara de serenidade que quase escondia o pavor. Nossos olhos se encontraram, e por um momento tudo ao redor desapareceu. Ela era minha. Por obrigação, sim, mas ainda assim minha.

Ao fundo, o sino da catedral soou uma única vez. O som ecoou como um lembrete. Uma era havia terminado.

Outra, muito mais perigosa, estava começando.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
capítulo anteriorcapítulo siguiente

Capítulos relacionados

Último capítulo

Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP