Capítulo 7: Luca Greco

A noite estava quente, e o aroma de jasmim e vinho pairava no ar conforme eu caminhava entre as mesas dispostas pelo jardim. Os cumprimentos eram previsíveis, palavras formais, apertos de mãos firmes, olhares que diziam mais do que qualquer saudação poderia expressar. Ao meu lado, minha mãe mantinha a postura impecável de sempre, cumprimentando os convidados com a graça e a autoridade que sempre exerceu dentro da Cosa Nostra.

— Esta noite marca o início de uma nova era, Luca — ela disse suavemente, sem desviar os olhos de um dos capos que se aproximava. — Alguém tomará o meu lugar ao seu lado. Uma mulher escolhida para governar com você. Deve respeitá-la.

Eu sabia disso. Sabia de tudo. E, ainda assim, a ideia de um casamento arranjado, de dividir minha vida com alguém que nunca escolhi, era um peso que eu carregava em silêncio. Mas eu era um homem fiel à minha casa, à minha instituição. Os sentimentos pessoais não tinham lugar aqui. O que importava era a família, a honra e o poder.

De repente, minha mãe parou. Senti a tensão ao meu redor, e quando ergui o olhar, compreendi o motivo. Todos os olhos estavam voltados para a escadaria que levava ao jardim. E então, eu a vi.

Elena descia os degraus ao lado dos pais, com a elegância de uma rainha. O vestido de seda branco moldava seu corpo pequeno e curvilíneo com precisão, parando logo abaixo dos joelhos. As mangas caíam suavemente sobre os ombros, delineando os seios fartos, enquanto alguns fios soltos de seu cabelo loiro repousavam ali, como um toque acidental de perfeição. Sua aparência era angelical. Inocente. E, ao mesmo tempo, arrebatedora.

Minha mandíbula ficou tensa quando percebi o efeito que ela causava. Nos olhares ao redor, havia respeito, desejo, até inveja. Mas era o olhar dela que me intrigava mais. Havia algo ali, algo que eu ainda não conseguia decifrar.

Os três se aproximaram, e cumprimentamos uns aos outros com formalidade. Minha mãe, sempre cordial, recebeu os pais de Elena como aliados preciosos, enquanto eu mantinha minha atenção na mulher diante de mim.

Então, segurei sua mão, trazendo-a até meus lábios. Seu perfume era discreto, mas envolvente. O toque de sua pele era quente, firme, sem hesitação aparente. Eu poderia estar enganado, mas tive a impressão de que sua respiração vacilou por um instante.

Puxei a cadeira para que se sentasse ao meu lado, e quando ela obedeceu sem questionar, senti algo se instalar em meu peito. Uma certeza. Uma promessa silenciosa.

Ela era minha.

O jantar prosseguia com elegância, o tilintar de taças se misturando às conversas em tons baixos e respeitosos. Meu olhar recaía sobre Elena a cada instante, observando sua postura impecável, a maneira como respondia com graça aos elogios e cumprimentos. Cada gesto dela parecia calculado, como se já tivesse nascido para ocupar esse lugar ao meu lado.

Entre um prato e outro, quando o silêncio se acomodou por um breve momento, estendi a mão sobre a dela. Meus dedos repousaram ali, firmes, sem pressionar, apenas sentindo o calor de sua pele. Um leve estremecer passou por seus dedos, quase imperceptível, mas o suficiente para me fazer perceber que, sob toda aquela graça e autocontrole, havia algo mais.

— Está aproveitando a noite? — perguntei, minha voz baixa, carregada de curiosidade.

Os olhos dela encontraram os meus, e um pequeno sorriso se formou em seus lábios antes que respondesse.

— O jantar está impecável. A comida da Itália tem me deixado mal acostumada.

Arqueei um dos cantos da boca, satisfeito.

— Então ficará ainda melhor nos próximos dias. Ainda não conheceu nossas confeitarias. Tenho certeza de que vai gostar.

O ambiente entre nós se tornou mais leve, uma pausa bem-vinda na formalidade da noite. Mas antes que pudesse prolongar esse momento, a voz da minha mãe se ergueu, chamando a atenção de todos.

— Chegou o momento de assinarmos o contrato.

Soltei sua mão e me levantei, estendendo a outra para ajudá-la. Ela colocou a ponta dos dedos sobre os meus com compostura, como se cada gesto fosse parte de uma coreografia ensaiada. Ao nosso redor, o murmúrio entre os convidados foi cessando conforme Matia se aproximava com o documento.

Ergui minha taça e minha voz preencheu o espaço, firme e sem hesitação.

— Esta noite marca um novo capítulo para nossa família. Hoje, damos as boas-vindas a uma matriarca honrada e digna de governar ao meu lado. Que esta união fortaleça nossos laços e nos leve a um futuro próspero. A Elena!

O brinde foi entoado por todos, mas minha atenção se manteve nela. Seus olhos se prenderam aos meus, como se um ímã nos conectasse, e por um instante, parecia que éramos apenas nós ali.

Peguei a caneta e assinei o contrato sem hesitação. Em seguida, entreguei-a para Elena. Ela segurou o objeto com firmeza e deslizou a tinta sobre o papel, selando seu destino. Nossos pais assinaram em seguida, formalizando o compromisso diante de todas as testemunhas.

O tilintar das taças ecoou pelo jardim, brindes eram trocados ao nosso redor, mas minha atenção permaneceu nela. Inclinei-me, aproximando meus lábios de seu ouvido, a voz baixa, carregada de algo provocador.

— Agora você é oficialmente minha.

Senti a satisfação me percorrer quando vi o rubor tomar suas bochechas sob a luz dourada da noite.

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