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Uma Nova Mãe para o Filho do Bilionário
Uma Nova Mãe para o Filho do Bilionário
Por: S.R.Silva
Capítulo 1 – O Abraço que Mudou Minha Vida

Você acredita que o nosso destino já está traçado de alguma forma?

Eu nunca acreditei muito nisso... até meu caminho se cruzar com o de um lindo menino de olhos azuis. Através dele, encontrei mais do que buscava na vida. E tudo começou naquele final de tarde…

Sou Jhulietta Duarte, professora em uma escola pública no coração da cidade. Sabe o que essa profissão me ensinou? Que a rotina simplesmente não existe. Crianças são imprevisíveis. Uma pergunta inesperada, um pequeno acidente ou um olhar carregado de uma tempestade silenciosa podem transformar um dia comum em um verdadeiro enigma.

Depois de uma semana exaustiva, tudo o que eu queria era chegar em casa, tirar os sapatos, preparar um chá quente e me perder em um filme qualquer. Nada de surpresas.

O relógio se aproximava das seis e meu trajeto até o ponto de ônibus era sempre o mesmo: ruas calmas, crianças rindo ao longe, um cachorro latindo, o murmúrio do trânsito ao fundo.

Mas hoje… havia algo diferente.

O silêncio parecia pesado, como se o mundo prendesse a respiração.

E então, eu o vi.

Um menino pequeno para estar sozinho, sentado na sarjeta, os braços finos apertando os joelhos contra o peito. Seu corpo encolhido, tentando se tornar invisível. Suas roupas estavam empoeiradas, os cabelos desgrenhados cobriam parte do rosto...

Mas seus olhos.

Aqueles olhos.

Um azul profundo, perturbador. Olhos de quem buscava algo. Sei disso porque já fui uma criança assim.

Minhas pernas pararam antes que minha mente processasse qualquer coisa. Algo dentro de mim gritou que eu não podia simplesmente seguir em frente.

Engoli em seco e me aproximei devagar, mantendo uma distância segura.

— Oi… tudo bem? — minha voz saiu baixa, como se temesse assustá-lo.

O menino ergueu o rosto lentamente. Seus olhos encontraram os meus, como se tentassem enxergar além da superfície.

Então, sem aviso, ele se levantou e correu em minha direção.

Antes que eu pudesse reagir, seu pequeno corpo se chocou contra o meu, e seus braços se fecharam ao meu redor em um abraço desesperado.

— Mamãe!

Meu coração parou.

O tempo ao redor se distorceu. O barulho da cidade desapareceu.

— O quê? — minha voz saiu em um sussurro rouco.

Senti seus dedos trêmulos apertando meu corpo.

— Mamãe… você voltou. Eu sabia!

Meu corpo inteiro congelou. “Mamãe?”

A palavra ecoava na minha mente como um trovão distante. Aquilo não fazia sentido.

Respirei fundo, tentando encontrar alguma lógica para o que estava acontecendo.

Afastei-o levemente para olhar seu rosto. Ele me encarava com uma devoção desesperada, como se estivesse diante de um milagre.

— Pequeno… acho que você está me confundindo com outra pessoa.

Ele balançou a cabeça freneticamente, os olhos brilhando com um misto de medo e esperança.

— Não! Você é a mamãe. O papai disse que você foi para o céu, mas eu sabia que voltaria.

Um calafrio percorreu minha espinha.

Papai?

Será que ele estava perdido? Ou pior… fugindo de casa?

— Mamãe, por que você não lembra de mim? Sou eu, o Ethan, seu filho.

Ajoelhei-me para ficar à sua altura, segurando seus ombros com delicadeza.

— Ethan… esse é o seu nome, certo? — perguntei, tentando manter a calma.

Ele assentiu vigorosamente.

— Onde está o seu pai? Ele sabe que você está aqui?

Ethan desviou o olhar. O medo em sua expressão era quase palpável.

Antes que eu pudesse insistir, uma voz grave e autoritária cortou o ar.

— ETHAN!

O grito fez minha pele arrepiar.

Me virei num reflexo e vi um homem se aproximando rapidamente. Alto, imponente, vestido com um terno impecável. Seu olhar estava fixo no menino e carregava uma fúria contida.

— O que diabos você pensa que está fazendo? — sua voz era cortante, cheia de autoridade.

Senti Ethan estremecer ao meu lado. Ele se agarrou ainda mais a mim.

— Eu não quero voltar para casa, papai. Quero ficar com a mamãe!

O homem parou abruptamente.

Por um segundo, algo cruzou seu olhar. Algo profundo e indecifrável.

Mas, num piscar de olhos, desapareceu.

Ele fechou a mandíbula, os olhos escurecendo.

— Ethan, chega.

Seu tom me incomodou. Frio e implacável.

Quando seus olhos finalmente se voltaram para mim, um calafrio percorreu minha espinha.

— Quem é você?

Engoli em seco.

— Jhulietta. Eu o encontrei aqui na rua. Ele parecia perdido, então parei para ajudar.

O homem suspirou pesadamente, passando a mão pelo rosto.

— Me desculpe por isso. Ele… está confuso.

Antes que eu pudesse responder, Ethan explodiu:

— Ela é a mamãe, papai! Eu sei que é!

— Chega, Ethan! A sua mãe não está mais viva, e você tem que aceitar isso. — Ele disse em um tom ríspido, o que fez o menino se agarrar ainda mais a mim.

O silêncio que se seguiu foi sufocante. As palavras duras que ele dirigiu ao menino me deixaram irritada. Será que ele não percebe que o filho está sofrendo?

— Senhor, não precisa ser tão rude com o menino.

O homem fechou os olhos, como se minhas palavras tivessem atingido um ponto vulnerável. Quando os abriu novamente, sua expressão estava controlada. Mas algo ali havia mudado.

— Escute, senhorita Jhulietta… — ele disse meu nome com uma frieza calculada. — Agradeço por ter ajudado meu filho, mas posso cuidar dele agora.

Havia algo na forma como ele falou que me fez estremecer.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Ethan agarrou minha mão com força.

— Não me deixa, mamãe! Por favor, não me deixa!

Meu coração apertou. Eu não conhecia aquele menino. Não sabia o que estava acontecendo.

Mas, naquele momento, uma coisa era certa: eu não podia simplesmente ir embora.

Levantei o olhar e encarei o homem diretamente.

— Só quero ter certeza de que ele está bem.

Ele arqueou uma sobrancelha, surpreso com minha resposta.

Depois de um instante tenso, assentiu lentamente.

— Muito bem. Se insiste, venha conosco até o carro.

Minhas mãos suavam. Meu coração estava acelerado.

E, enquanto Ethan ainda segurava minha mão com força, uma certeza crescia dentro de mim.

Eu tinha acabado de entrar em algo muito maior do que imaginava.

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