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Camila não conseguia acreditar no que ouvia. Sentada em sua luxuosa sala de estar, decorada com móveis impecavelmente caros e um lustres reluzente, ela apertava a taça de vinho com tanta força que parecia prestes a quebrá-lo.Camila (pensando): Eduardo... casado? E com um filho? Como assim? Quem é essa mulher? De onde saiu esse menino?Ela bufou, jogando a taça na mesa e se levantando. O orgulho ferido a consumia. Sempre fora admirada, desejada por todos os homens, e, ainda assim, Eduardo resistia a todas as suas investidas.Camila se lembrava de todas as tentativas frustradas. Quando tentou impressioná-lo com sua beleza, ele a ignorou. Quando tentou usar sua riqueza, oferecendo ajuda com seus investimentos, ele recusou. E, pior, quando teve a ousadia de tentar beijá-lo durante um evento beneficente, ele se retirou educadamente, mas com firmeza, como se ela não significasse nada.E agora, ele estava comprometido. Não com qualquer mulher, mas com aquela... Karina. Uma mulher simples, s
No dia seguinte, Eduardo chegou ao hospital tomado por raiva. Ele não conseguia esquecer o que havia acontecido com seu celular e o impacto que isso causou em sua relação com Karina. Determinado a resolver a situação, ele foi diretamente até Camila, que estava no corredor conversando com outros colegas.Eduardo: (furioso) Camila, chega de joguinhos! O que você fez não vai ficar assim!Camila virou lentamente, cruzando os braços com um sorriso debochado no rosto.Camila: (com desdém) Eu? Do que você está falando, Eduardo? Está me acusando de algo sem provas? Que feio para um médico...Os outros médicos e enfermeiros no corredor pararam o que estavam fazendo e começaram a observar a cena.Eduardo: (elevando a voz) Não se faça de desentendida! Você roubou meu celular, atendeu minhas ligações e disse para minha esposa que nós estávamos tendo um caso! Você tentou destruir minha família, sua maluca!Camila riu, jogando os cabelos para trás, claramente aproveitando o momento.Camila: (provoca
Quando Olavo estava dando um curso em uma faculdade quando recebeu a ligação contando sobre o acidente, ele sentiu o chão desaparecer sob seus pés. A notícia de que Vitória e Karina foram perseguidas e envolvidas em um acidente fez seu coração disparar. Ele saiu apressado da faculdade, dirigindo rápido até o hospital, incapaz de pensar em outra coisa além da segurança de Vitória. Ao chegar ao hospital, encontrou Vitória sentada na sala de exames com Karina ao lado. Ambas calmas, mas fisicamente bem, com algumas escoriações e um semblante cansado. Olavo : (ajoelhando-se na frente de Vitória, segurando suas mãos) Meu amor, você está bem? Machucou muito? Meu Deus, eu fiquei desesperado... Vitória : (com a voz trêmula, mas tentando tranquilizá-lo) Eu estou bem, amor. Só umas dores por causa do cinto, mas nada grave. O importante é que estamos vivas. Olavo um abraço com força, como se quisesse protegê-la de todo o mal do mundo. Logo depois, Eduardo chegou, também visivelmente preocupado
Eduardo estava em casa, ao lado de Karina, que descansava no sofá. Ele fez de tudo para garantir que a noiva se sentisse confortável e segura, mesmo depois do acidente que abalou suas vidas. A ideia de que alguém pudesse querer machucar Karina ou Vitória fazia seu sangue ferver, mas ele tentava manter a calma por ela.Eduardo : (ajustando o travesseiro de Karina) Você precisa descansar, meu amor. O médico disse que o descanso é essencial para sua recuperação.Karina : (com um sorriso determinado) Eu estou bem, Eduardo. E quero que saiba que, em três dias, vamos nos casar. Não importa o que aconteça, eu não vou cancelar o nosso casamento.Eduardo a observou, admirando sua força. Ele sabia que Karina era teimosa, mas também sabia que ela estava determinada a seguir em frente, apesar de tudo.Durante os depoimentos à polícia, Karina e Eduardo contaram os recentes problemas com Camila, ex-colega de trabalho de Eduardo. Eles explicaram como Camila já havia demonstrado comportamento obsessiv
O tão esperado dia finalmente chegou. O casamento de Eduardo e Karina seria simples, mas cheio de significado, exatamente como eles desejavam. A manhã começou com uma leve brisa e um céu azul perfeito, como se o universo abençoasse o dia especial do casal. Eduardo estava radiante, usava um terno azul-marinho, discreto e elegante. Karina, com um sorriso que iluminava tudo ao seu redor, usava um vestido branco delicado, com detalhes em renda que a deixavam ainda mais deslumbrante. Eles estavam ansiosos, mas tranquilos, sabiam que estavam cercados por pessoas que realmente os amavam. No cartório, a cerimônia foi íntima e emocionante. Além de Olavo e Vitória, que não esconderam a emoção de ver Eduardo e Karina oficializando o amor, estavam presentes os avós maternos de Eduardo, que não escondiam o orgulho de ver o neto construindo sua vida. José e Carlinhos também estavam lá, arrumadinhos e cheios de energia, felizes por fazer parte daquele momento especial. Amigos próximos do casal, pou
Vitória olhou pela janela do quarto, fixando o olhar nas colinas do pequeno município onde vivia. O sol se punha devagar, tingindo o céu com uma laranja forte que ela raramente tinha tempo de apreciar. As sombras da noite chegaram, e junto delas, as lembranças dos dias de sua infância e juventude, pesadas e vívidas como se nunca tivessem partido.Crescer no supermercado da família não foi exatamente um sonho, mas um destino decidido. Filha única de Everaldo e Marisa, Vitória sempre sabia que seus pais queriam mais que uma menina. Eles queriam um sucessor, um herdeiro para a “Família Damasceno” e o pequeno império do supermercado que sustentava a casa e a imagem deles na cidade. Mas ela era o que eles tinham, e cabia a ela preencher o vazio da expectativa frustrada.Desde cedo, sua rotina era meticulosamente traçada: escola, casa, igreja. Aos domingos, Vitória usava seu vestido mais bonito e acompanhava a mãe à missa, ouvindo, no caminho, como ela deveria ser recatada, comportada, "dig
Olavo Castellani, médico de 40 anos, terminou mais um dia de trabalho exaustivo, em que mal teve tempo para começar. Depois de um banho rápido, foi à cozinha e pegou uma de suas muitas marmitas congeladas, que enchiam o congelador. Era assim quase todas as noites: uma refeição solitária, rápida, antes de encontrar algum momento de paz. Com um copo de uísque na mão, caminhou até a varanda do apartamento, sentou-se e permitiu-se, mais uma vez, relembrar sua vida.Ele nasceu em uma família rica e tradicional, onde todos eram médicos. Desde pequeno, sempre soubemos que o mesmo destino o aguardava. Como único filho, carregava a expectativa dos pais de seguir os passos deles e dar continuidade ao legado familiar. Seus pais, rígidos e muito religiosos, vinham de um casamento arranjado. Não havia amor entre eles; sua união era um negócio de família, algo que Olavo cresceu observando em silêncio.Na faculdade de medicina, o peso dessas expectativas tornou-se ainda maior quando seu pai foi info
Vitória estava no segundo ano de faculdade e, ansiosa para terminar logo, mantinha-se focada. Ela não tinha amigos e Vivia de casa para a faculdade, até que um dia conheceu Lucian, seu professor. Foi uma paixão imediata. Desde então, ela foi para casa pensando nele, e para a faculdade, seu coração parecia sair pela boca a cada vez que o via.Uma tarde, Vitória estava na biblioteca depois da aula quando Lucian se mudou e perguntou se poderia sentar-se à mesa dela. Ela concordou, e eles começaram a conversar. A partir daquele dia, passamos a conversar com frequência. Meses depois, saiu pela primeira vez, e o encontro se tornou algo regular sempre que Vitória tinha tempo. Com o tempo, comecei a namorar.Lucian, porém, fez questão de dizer que eles não poderiam contar a ninguém sobre o relacionamento. Explicou que, se alguém soubesse, ele seria demitido. Mas ele a tranquilizou: disse que, assim que ela se formasse, assumiriam o namoro e se casariam. Vitória estava encantada e mais apaixon