Foram semanas de planejamento, cada detalhe pensado com frieza. Lucian e Milene finalmente elaboraram o plano perfeito. Nada poderia dar errado dessa vez.A estratégia foi simples, mas eficiente: novas pessoas começaram a trabalhar na escola de Carlinhos. Professores e funcionários temporários, rostos desconhecidos, infiltrados para facilitar a entrega sem levantar suspeitas. Era por meio deles que Lucian e Milene conseguiam o que tanto desejavam.E o plano funcionou.Naquele dia, o sol brilhava forte no céu. Carlinhos estava animado para voltar para casa e contar para Olavo e Vitória sobre um desenho que fez na aula. Ele nem imaginava o perigo que o esperava.Quando o sinal tocou e as crianças começaram a sair, um dos “novos funcionários” da escola se mudou com um sorriso amigável.Homem desconhecido: Oi, Carlinhos, tudo bem? Sua mãe pediu para você levar até ela. Aconteceu um probleminha, mas não precisa se preocupar, está tudo bem.Carlinhos franziu a testa, desconfiado.Carlinhos:
A noite foi fria e silenciosa quando Vitória, com o coração pesado, terminou de escrever a carta para Olavo. Suas mãos tremiam enquanto dobrava o papel cuidadosamente, deixando-o sobre a escrivaninha do quarto. Ela sabia que ele jamais permitiria que ela ficasse sozinha, mas não poderia arriscar a vida de Carlinhos.Respirou fundo e pegou sua bolsa. Seu corpo foi tomado pelo medo, mas sua mente foi decidida. Saiu da casa com passos silenciosos, certificando-se de que ninguém a visse. A rua estava vazia, apenas o som distante do vento balançando as árvores preenchia o silêncio aterrorizante.Seu celular vibra. Uma nova mensagem.Lucian: Boa garota. Entre no carro preto estacionado na esquina. E lembre-se: se tentar alguma gracinha, eu não garanto que o menino continue respirando.Vitória sentiu um arrepio e percorreu sua espinha. Ela engoliu seco e caminhou até o carro indicado. Quando abriu a porta e entrou, encontrou Milene no banco do passageiro, com um sorriso vitorioso no rosto.M
O telefone tocou novamente, e Olavo atendeu no primeiro toque, seu coração acelerado pela tensão era Lucian.Olavo: Já tenho o dinheiro. — Ele disse firme, tentando manter a calma, apesar do ódio fervendo em suas veias. — Mas antes, quero uma prova de vida.Do outro lado da linha, Lucian riu.Lucian: Sempre tão previsível, doutor. — Ele zumbiu, antes de virar a câmera do celular.Olavo sentiu o peito pressionado ao ver Vitória e Carlinhos. O menino chorava baixinho, agarrado à mãe, e Vitória o abraçava com força, tentando acalmá-lo. Seus olhos estavam vermelhos, mas sua voz era doce e firme ao sussurrar palavras de conforto para o filho.Vitória: Está tudo bem, meu amor. Mamãe está aqui… Vai ficar tudo bem.A imagem voltou para Lucian, que brilhou de maneira cruel.Lucian: Agora você já viu que eles estão vivos. Em duas horas, no lugar marcado. E com o meu dinheiro. Se tentar algo, se vier com a polícia, eu juro que esse reencontro vai ser o último.Antes de desligar, Lucian olhou par
As horas seguintes foram intensas. A polícia pegou os depoimentos de Vitória, Olavo e Carlinhos, querendo saber cada detalhe do que aconteceu. Apesar do trauma, Vitória fez questão de contar tudo, na esperança de que aquilo nunca mais se repetisse.Depois dos depoimentos, mãe e filho foram levados ao hospital para exames. Os médicos garantiram que estavam bem, apenas exaustos e abalados pelo que passaram. Olavo também foi atendido e fizeram um curativo, o tiro foi de raspão. Quando finalmente foram liberados, eles voltaram para casa, ansiosos para deixar tudo isso para trás e dar início a uma nova fase.Quando chegaram, a sensação de segurança os envolvia, mas o medo ainda estava ali, principalmente para Carlinhos. Ele se recusava a ficar sozinho e insistia em dormir na cama dos pais naquela noite.Vitória e Olavo trocaram olhares compreensivos. Sabiam que seria um longo caminho até que ele se sentisse seguro novamente.Deitado entre os pais, Carlinhos segurava a mão da mãe com força,
Depois de tudo o que passou, Olavo, Vitória e Carlinhos finalmente partiram para uma viagem tão esperada. O destino escolhido foi Fortaleza, um paraíso de praias encantadoras, culinária irresistível e calor humano.O voo foi tranquilo, e quando aterrissaram, sentiram o calor gostoso do Nordeste envolvendo seus corpos. O hotel era um verdadeiro refúgio, de frente para o mar, com uma vista deslumbrante.Os quartos foram preparados com carinho. O de Carlinhos ficou conectado ao de Olavo e Vitória por uma porta interna, garantindo que o menino tivesse seu espaço, mas também segurança para chamar os pais se precisasse.Assim que desfizeram das malas, Carlinhos correu até a varanda.Carlinhos: (Encantado, apontando para o mar azul infinito) Mãe! Pai! Olha isso! Parece coisa de filme!Vitória: (Sorrindo, abraçando Olavo de lado) É lindo mesmo, meu amor. Esse mês vai ser inesquecível.Olavo: (Beijando a testa de Vitória) E merecemos cada segundo dele.Nos primeiros dias, o trio aproveitou cad
Era madrugada quando o celular de Olavo tocou. Meio sonolento, ele pegou o telefone e atendeu.Olavo: (Com a voz rouca de sono) Alô?Eduardo: (Ansioso, do outro lado da linha) Pai, Karina começou a sentir as contrações fortes. Já estamos indo para o hospital. Você pode vir pegar o José?Na mesma hora, Olavo se sentou na cama, despertando Vitória ao seu lado.Olavo: (Já mais desesperado) Claro, filho, estou indo para lá agora!Vitória, mesmo sonolenta, olhou para ele e disse:Vitória: (Com a voz baixa) O que houve?Olavo: (Colocando uma blusa rápida) Karina vai ter o bebê! Vou buscar José no hospital.Ela sorri sonoramente.Vitória: (Com carinho) Manda notícias… E dá um beijo na Karina por mim.Quando Eduardo chegou ao hospital, Olavo já estava lá, esperando.Eduardo: (Entregando José ainda dormindo nos braços do pai) Obrigado, pai. Vai ser agora, os enfermeiros já levaram a Karina para o centro cirúrgico.Olavo: (Apertando o ombro do filho) Vai dar tudo certo. Boa sorte, e qualquer c
A madrugada estava tranquila, e Olavo dormia profundamente , exausto depois de um longo dia na clínica. Ao seu lado, Vitória se revirava na cama , sentindo um incômodo estranho na barriga. Ela tentou ignorar, mas, de repente, uma forte dor a fez soltar um gemido alto.Vitória: (Sussurrando, tentando controlar a dor) Ah… Meu Deus!Ela tocou a barriga e percebeu que as contrações vieram mais fortes.Vitória: (Cutucando Olavo, aflita) Amor… Olavo… Acorda!Olavo abriu os olhos lentamente, ainda sonolento , mas ao ver Vitória segurando a barriga com uma expressão de dor, ele despertou na hora e sentou-se na cama, alarmado.Olavo: (Assustado) O que foi?! O bebê?!Vitória: (Respirando fundo, tentando não entrar em pânico) Acho que chegou a hora!Num pulo, Olavo saiu da cama e começou a pegar as malas do hospital. Vitória sentiu outra contração intensa e segurou o braço do marido com força.Vitória: (Ofegante) Precisamos deixar Carlinhos na casa do Eduardo!No caminho para o hospital, eles pa
O tempo passou rápido. Olavo agora era um homem idoso, de cabelos grisalhos e olhar sereno, mas ainda carregava a imponência e o respeito de sempre. Ele sentou-se na varanda de sua casa, observando o movimento ao seu redor com um sorriso satisfeito. Seus filhos e netos cresceram, e a família que ele e Vitória construíram se tornará seu maior orgulho.Carlinhos, agora com 26 anos, estava se formando em medicina. Ele seguiria os passos do pai e assumiria, em breve, seu lugar no hospital da família. Olavo sentiu o peito se encher de orgulho sempre que via o filho com aquele jaleco branco, pronto para ajudar as pessoas. E para completar sua felicidade, Carlinhos estava prestes a se casar com Sara, filha de um grande amigo de Olavo. Desde que soube do namoro, ele ficou imensamente feliz, pois sempre admirou a família da moça e sabia que seu filho estava em boas mãos.Olavo: (Sorrindo, emocionado enquanto observava Carlinhos organizando alguns papeis no hospital) Quem diria… Meu menino cres