Orquídeas

CAPÍTULO 03

       Lucas Rodrigues 

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     Depois que saí daquele quarto, logo dei um jeito de ficá longe daquela muié assanhada. Num é por nada não... mas ela pode até ser aprumadinha, mas assanhada, não! Onde já se viu? Agarrá um cabra macho e querê forçá as coisas assim? E, o pior ainda foi querê me zombá!

    

     .

     Um ano depois, no Brasil... Santa Maria do oeste - Paraná...

     .

    Voltei para a minha terra, a minha vida que tanto sô acustumado. Agora administro a fazenda do meu cunhado Pedro, com a minha família, e estou construindo a minha casa na fazenda ao lado. Mais, eu já passei muito perreio, e até fome, a nossa família sempre foi muito pobre, e para a Gabi, minha irmã mais véia podê realizá o sonho dela em se torna veterinária, eu deixei os estudos e trabalhei para ajudar ela, e a nossa casa que era de madeira, e bem simples, dentro da fazenda Sampaio, aonde a gente trabalhava.

     .

    Venho cavalgando no trovão, o meu cavalo, que é mais que um amigo... esse eu guardo no peito, e não me separo nunca!

    Já estou acustumado com ele, temos muitas trilhas no meio da mata que só nós dois conhecemo, e ele fais cada uma delas com destreza, é coisa mais linda! Tá a cada dia com os pelos mais brilhoso, e chega dá gosto de passá as mãos.

     Trovão é marrom escuro, de um brilho que só! Tem a crina, rabo, e patas, pretas, dando um contraste perfeito, acho que num tem quem eu ame mais que ele, apenas a minha família tem o mesmo espaço, e ainda assim dá uma briga feia.

    — Vamos meu amigo! Hoje num dá tempo de ficá no riacho, a família tá chegando de Nova York! — dei leves encostadas nele que já entende que a gente precisa ir, ele adora vim aqui, muda até o jeito de se mexer, e galopar quando se aproxima desse lugar, parece feliz...     

      Então, quando voltamos para o caminho, me inclino pra frente, e ele já começa a ir mais rápido, montado nele me sinto livre, tenho adrenalina no sangue, não sei o que faria sem o meu amigo por perto, por isso não gosto de ficar tão longe, os cuidadores até dizem que ele fica de birra se eu num tô aqui, acho que sente falta. 

     — Corre, meu filho! Tá um barro danado, e as tuas irmãs já chegaram com toda a família! Pega  uma caminhonete, que a Isa vai pegar a outra! — falou a minha mãe, toda preocupada, logo que cheguei, ela já correu para a varanda.

    — Arre égua! A Isa na direção vai fazê estrago, mãe! — Brinquei.

    — É nada, Lucas! Ela já aprendeu direitinho! — ela falou, e penso que tanto a Isa, como a Bia na direção é um perigo, vi a minha irmã de cara feia, entrando na outra caminhonete.

    .

     Pego a caminhonete, e já saio acelerado no barro. Com as intensas chuvas, fica tudo um lamaçal que só, mas eu adoro, levanta aquele cheiro de terra molhada que tanto aprecio, é assim que gosto, e por mim iria até andando, mas a família tá tudo mal acostumado em ficá nessa fulia de rico, nessa nova vida que disfrutam no outro país.

     A Isa adora apavorá no barro, então pra pirraceá, fui na frente espalhando barro pra tudo quanto é lado, liguei o meu som, e fui fazendo curvas numa reta, só pra vê a cara de braba da minha irmã mais nova, enquanto eu fazia os pneu se diverti igual eu. Ainda tem o Braian, meu irmão, na verdade... mas ainda é um mulequinho chato de dezesseis anos, que eu gosto de ensiná as coisa.

    Parei em frente da famíliarada, e ergui o chapéu, coçando a cabeça... “mas que diacho era aquele? De onde surgiu mais um jatinho? Num tava sabendo de nada!“ — penso.

    Fui cumprimentando tudo mundo, e então entendi qual era o motivo... Aquela muié assanhada tava lá... esbanjando riqueza e superioridade, mais tava mais pra uma boba, com calça branca, e salto no barro, mas tava tão apertadinha, que precisei desviá-lo o zóio, aposto que se oiasse de perto via arguma coisa a mais lá, e daquela assanhada num quero é nada! Aliás... quero distância!

   Me aproximei da muié, quando vi que não teria alternativa, e perguntei:

   — A senhorita pra esses lado? — mas a muié além de doida, é cheia de graça, e fez uma brincadeira pirracenta, dizendo que deveria mandar um holograma, e eu ri.

   Mandei subi na carroceria, mas nem isso a disgramada sabia, e ainda precisei ajudar,  cuidando pra num acabá encostando em nada, embora a minha mão estava em cima da bunda dela, e por um momento não consegui deixá de notá os peito dela, encostando em mim, oh muié que gosta de esfregá os peito na minha cara, mas eu num tive culpa de nada, foquei em me livrar do corpo dela, que querendo ou não, parece uma tentação, e preciso ficar longe. 

      Ainda mais com aquele cheiro que ela tem de orquídeas! Poderia facilmente dizer que se parece com as roxas, mas elas simbolizam dignidade, e bons sentimentos, então no caso dessa muié, seria a rosa, que simboliza a sensualidade e a sedução, duas coisa que tá estampada nela, embora o cheiro seja tentador demais.

     Deixei ela lá, e voltei brincando no barro de novo, adoro deslizá os pneus e ver tudo voar, mas no percurso encontrei com umas vaca fujona, e vi que precisaria resolver. 

   Então eu parei a caminhonete na frente de casa, deixei o meu cunhado resolvendo o pobrema da moça, e fui correndo buscar o trovão para uma nova aventura. 

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