CAPÍTULO 05
Lucas Rodrigues . Fui correndo buscar o trovão, e o bicho véio já estava me esperando, parecia pronto pra mim montar. Num salto rápido eu já tava em cima dele, e tomara que a cela não esteja frouxa, porque o meu amigo já saiu galopando assim que viu a porteira aberta, e que trêm bão, é cavalgar no meu trovão, que mais parecia um raio, já conhece todos os movimentos do meu corpo, e eu do dele, mal preciso segurar as rédeas, ele já sabe o que fazer, parece que foi feito pra mim. Fui cercando cada uma das vacas que haviam fugido, e com facilidade já coloquei cada uma de volta por onde haviam vindo, e quando desci do trovão, e parei para consertar a cerca, reparei que a loira de branco estava encostada na mureta alta da varanda, e olhava pra mim. “Mas, que diacho de muié teimosa!“ — penso. Já falei que num quero nada cum ela, e a doida fica aí se oferecendo... Me abaixei arrumando as madeiras que estavam tortas, mas visivelmente precisaria de martelo, e pregos para consertar, só que antes de levantar, observei que a loira começou a pular no memo lugar, e a gritar. De início, olhei de banda do chapéu, mas logo fiquei cum dó, vai que era uma cobra, e ela precisaria de ajuda? Então empurrei a cerca rápido, e de maneira provisória, subi no trovão, chegando mais perto da muié, e agora ela gritava muito, então logo tirei a faca que ficava presa na cintura, e mataria aquela cobra, e nem daria chance dela se mexer. — Se afasta moça, deixa que eu mato! — puxei ela pelo braço, e ergui o meu em posição de ataque, mas cadê a bendita? — E, você consegue? Ver e matar com essa faca, eles são minúsculos! — ela falô, e eu boiei. — Cadê a cobra, moça? Num tenho o dia inteiro, não! — Reclamei, e ela me oiou estranha. — Cobra? Que cobra? — tirou uma arma, num sei da onde, e até eu arregalei o zóio, eu sabia que era doida, mas erguê uma pistola perto de criança que poderiam aparecer, era crime aqui. — Para moça, guarda esse negócio, aqui é uma família decente, não exagere! Eu só num vi cobra nenhuma, então me explica porquê que, que ocê tá pulando igual pipoca, e gritando feito doida? — perguntei confuso, até abaixei a mão, e ela veio abaixando também. — Eu odeio esses porvinhas do dianho! Acredita que estão me comendo viva... — guardou a arma sei lá aonde, e começou a bater em algumas parte do corpo, até por cima da calça, e logo estava muito engraçada parecia os dançarino cowtry do torneio, pulava erguendo as perna pro lado, e eu não aguentei e comecei a ri. Eu deveria ter ficado puto por ser visivelmente enganado, mas a cena da doida pulando foi a melhor do dia, e eu ri muito, até apoiei a mão na mureta. — Infelizes! Porvinhas desgraçadas! Vou matar todas, ou vou levar comigo... ROMEU! ROMEU! — começou a gritar. — Coitada das porvinha! Num tem um minuto de pais! Deixa elas vivê uai! — Romeu! Dê um jeito dessas infelizes entrarem numa caixa, e que fiquem vivas! Mudei de ideia e vou levar um pouco embora! — falou séria e autoritária, mas se tinha alguma intenção de amedrontar, se ferrô... num tenho medo nenhum... — Bom... se num tem cobra, eu vou me embora, que se não, as vaca se aproveita que eu sei, e foge de novo! — ergui o chapéu e abaixei por respeito, e logo me retirei, subindo no trovão de novo, ainda tinha uma cerca pra consertá.. Lúcia Russo . Assim que o Matthew me desceu, não consegui entrar na casa, os meus olhos ficaram grudados na imagem do cowboy naquele cavalo marrom tão bonito, que parecia brilhar de longe, e se já é um gato por natureza, agora em cima do cavalo, ficou muito gostoso! Caramba... nunca conheci um homem tão diferente, tão charmoso... Tá certo que é chucro, mas eu babo facilmente nesse homem, que merda! Depois do vechame com as porvinhas, nem perguntei se o Romeo conseguiu capturar, ele sabe que “não”, não existe pra mim, então dará um jeito de levar aquelas pragas para Nova York, vou usar numa coisa... Embora, eu odeie aqueles insetos do dianho! — Pegue minha fia! Use esse produto! É o mió pra esses inseto! — falou o seu João, e olhei para uma garrafa de álcool, cheia de mato dentro, levemente amarelada, e cheia de cravos, e pensei: que macumba era aquela? — O que é isto? — perguntei. — É repelente, Lúcia! A gente sempre faz, é o melhor! Pode passar que resolve! — dona Dalva falou, e abri o litro receosa, que eu só sentia o cheiro do álcool e do cravo, mas passei... e realmente melhorou muito... Comecei a reparar que o cowboy falava com todos, menos comigo! Parecia fugir, ou ignorar... não me dirigia a palavra, apenas respondia quando eu perguntava, e ainda as vezes ria de mim. Foi assim em todos os momentos, e olha que eu tentei me aproximar, mas ele não deu nenhuma brecha, até com os animais aquele cowboy metido a santo dos infernos, conversa e trata bem, menos eu... Participei muito pouco dos afazeres da fazenda, e decidi ficar mais alguns dias, assim que descobri que havia água encanada, mas fiquei muito puta, quando percebi que ele iria dormir na casa nova que parecia estar pronta, e eu nem sabia, fiquei feito tonta, achando que durante a noite eu invadiria o quarto dele, mas foi para a fazenda dele, que é vizinha, e eu morrendo de raiva. Resolvi pendências da máfia, mesmo por telefone, mas como percebi que se eu tentasse algo a mais, muitos ali iriam perceber! Então chamei o Romeo no quarto em que eu estava... — Chamou, chefe? — Eu tenho uma nova missão pra você! — falei seriamente. — Ah! Eu pensei que estivéssemos de folga... — Você tem até amanhã a tarde para observar tudo aqui, descobrir toda a rotina da fazenda, e da vizinha... quero que descubra absolutamente tudo, que daqui a uns quinze dias, no máximo um mês, você voltará aqui com a equipe, e fará um sequestro! Preciso que saia tudo perfeito, você me ouviu, Romeo? — perguntei, pois ele parecia boiar. — Mais ou menos... quem mesmo, que iremos sequestrar? — perguntou. — Oras, Romeo! Você já foi melhor, ultimamente está merecendo passar uns dias na minha sala predileta! É, claro que é aquele cowboy dos infernos! Quero que seja um sequestro perfeito, e todos pensem que ele tirou umas férias, foi estudar, trabalhar... se vire! Isso já não é problema meu! Só quero aquele cowboy amarrado na minha cama, se não quer por bem, será por mal! — falei, e ele confirmou com a cabeça. — Ok! Missão dada, missão cumprida, chefe! Ainda de manhã, saberei de tudo! — Certo! Então iremos embora assim que me confirmar! Lucas Rodrigues será meu, custe o que custar!CAPÍTULO 06 Lucas Rodrigues (vinte dias depois) — Oh meu fio... qué dizê que vai participar do concurso que tá tendo lá aonde sua irmã mora? — meu pai me perguntou quando me sentei com a caneca de leite quente que acabei de tirar do fogão a lenha. — Ainda não sei, não!Num sei pra quê i tão longe pra prová que eu entendo muito bem de gado, só por causa de um papel que vai dizê que eu ganhei! Ainda tô pensando nisso aí... — Coloquei o leite com café na minha caneca de vidro, peguei uma fatia do pão caseiro da minha mãe, e fiquei só ouvindo as ideia. — Meu filho, a Bia iria ficar feliz de te ver lá, por mais que só desse uma passada, pois eu sei que lá tem o hotel próprio deles, deveria ir... — a minha mãe também ficou insistindo. — Tá bão, mãe! Vamo vê... se dé na loca, amanhã eu pego o avião e vô, só num fica insistindo que se eu num tivé a fim, num vô, sê sabe que num gosto nada de pressão, isso não rola comigo. — ela me deu um beijo na testa, e sorriu. —
CAPÍTULO 07 Lúcia Russo . — QUE INFERNO, ROMEO! QUAL O PROBLEMA DESSE COWBOY? — comecei a atacar as coisas da mesa em cima do infeliz do Romeo, quem sabe não diminuiria um pouco da minha raiva. — Que isso, chefe! Eu não cometi nenhum erro, me deixe fora disso! Vai acabar furando o meu olho, aí! Caramba, tá irritada com o quê, afinal? — ele perguntou, e fiquei com as mãos em cima da mesa, o tronco levemente abaixado, e o olhei com muita raiva, e ele ergueu as mãos, e as sobrancelhas, se afastando um pouco, com alguns passos para trás. — Aquele cretino me rejeitou, Romeo! Me rejeitou! — bati com as mãos na mesa, e virei de costas, perigoso eu até quebrar um dente de tanta raiva. — Vou torturá-lo! — decidi, de cabeça erguida. — Olha, chefe... eu não sei qual é a sua verdadeira intenção... mais... de uma coisa eu entendo, e homem sob pressão, ou tortura, não fica duro! A não ser que a pressão seja tentadora e sexy! Acho que a falta de sexo tá afetando o
CAPÍTULO 08 Lucas Rodrigues . Aquela doida saiu e não voltou mais. Só que o cheiro da safada ficou no quarto, e num tinha como esquecer que ela estave aqui, e o pior é que aquele chero lembra a minha terra, tem um local aonde passeio com o trovão, que tem vários tipo delas, consigo identificar a cada uma, e esse chero é igual o das orquídeas rosas, e roxas. Eu estava preso, com até a bota em cima da cama, o meu chapéu havia saído da cabeça e caído do lado, e com o passá do tempo eu já conseguia me mexer bem, mas estava ficando muito disconfortável. Olhei para todos os lados, e não vi nada que eu pudesse fazê, nem levantá dava, eu precisaria observar tudo, e montá uma estratégia, talvez convencê a muié a me soltá, quem sabe? Eu ainda num entendi qual é a dela. Dinheiro, eu sei que ela tem, e macho também... que diacho qui ela qué comigo? Deixasse eu em pais, lá na fazenda, cuidando das vaca e do trovão, qual o pobrema dela? Bufei estressado, pois ficar pre
CAPÍTULO 09 Lúcia Russo Abro os olhos devagar, e a minha cabeça está rodando! Eu nem bebi tanto, mas que droga... parece que um caminhão passou por cima de mim. Tive um sonho esquisito aonde eu dormia nos braços do cowboy, que louco, nunca durmo assim com ninguém, o meu estilo é apenas sexual, acho que a minha mente está me trapaceando! Fui esticar os meus braços, e levei um susto... — Caralho quer morrer? — falei ao encostar no cowboy, e... — puta que pariu! Você pelo jeito gosta de brincar com a morte, não é? Como conseguiu me algemar? — perguntei completamente irritada, tentando puxar aquela coisa, mas conheço muito bem, não solta sozinha, aí que ódio! — Ocê marcô, e eu aproveitei! Ninguém mandô bebê, enchê os córno de cachaça, e falá um monte de merda! Aliás... acabei de lembrá, ocê precisa memo dum médico da cabeça, ocê num bate bem! — sentou na cama com o meu roupão, colocando as mãos pra trás, parecia curtir o meu nervosismo. — ME SOLTA, AGORA
CAPÍTULO 10 Lúcia Russo Eu fiquei até sem ar... não me lembrava que os quartos daqui eram tão abafados! Fiquei em silêncio, mas sabia que precisava enrolar o máximo possível aquele cowboy safado, quanto mais ele desfilasse daquele jeito, mais eu aproveitaria um acordo que tenho certeza que vou me ferrar, mas já posso dizer que mesmo assim, vou me ferrar satisfeita, até aqui já valeu a pena, pelo menos agora eu tenho certeza que estou buscando no caminho certo! Agora entendo um pouco da ira dele naquele dia... de achar que ele tinha pinto pequeno! — Tá boa a vista aí? — perguntou descarado, e acho que esse é o primeiro homem além do meu pai que viu Lúcia Russo se calar... como falar algo? Quando estou olhando para um homem perfeito, com o corpo todo quadriculado de tanto exercício pesado, barriga tanquinho, com aquelas duas entradas nos músculos da barriga, coxas levemente inchadas, me lembro de quando usava aquele jeans colado na festa... aquele sorriso safado, pa
CAPÍTULO 11 Lucas Rodrigues Na situação em que tô, preciso jogá com todas as arma que tenho! É claro que já entendi tudo o que aquela muié quer, mas se eu quero um dia voltá pra casa, preciso jogá direito, o trovão já deve tá sentindo muito a minha falta. Se ela sabe jogá, eu também sei... já tive o meu curto período de farra, sei como uma muié do tipo dela gosta, memo achando errado, eu sei, e usei desses acordo pra podê escapá dela naquele concurso, tem que existí um jeito, e quando eu tivé lá, eu vô sabê. Eu nem tinha a chave das mardita algema, mas dizem que no jogo e no amor vale tudo, então eu joguei e consegui! Ela deve tá querendo me torturá agora, mas ela prometeu se controlá, espero que seja de palavra. Bati na porta com força, enquanto ouvia ela gritá, e esperneá, e logo um dos homi de preto abriu. — Chama o Romeo pra nois? — perguntei, e ela gritô: — ISAQUE! ME TIRA DAQUI! ME TIRA DAQUI, AGORA! — Caramba, como isso aconteceu? —
CAPÍTULO 12 Lucas Rodrigues — Irmão, você está a cada dia mais gato, por isso a Lúcia te agarrou! Certeza que ganha esse concurso! — a Beatriz me falô, quando a gente já conseguia respirá. Ela pegava nos meus braço, e me apertava animada, e eu ia respondê, mas a Lúcia se atravessô. — Sim, cunhada! Ele é um gato, preciso ficar de olho, não vou nem soltar da mão dele, olha! — ergueu as nossas mão grudada, e quando oiei pra ela, me deu um sorriso falso, mexendo a sobranceia, até parece que é verdade, aposto que Beatriz num cai nessa. — Beatriz, só pra ficá claro, ninguém tá namorando aqui! A Lúcia tá brincando, a gente somos só amigo! Fala pra eles muié! — oiei pra ela, intimidando, mas o Matt também resolveu tirá o dia pra me atazaná. — Não vai no embalo da Lúcia, não! Se ela mudou o status de relacionamento, aproveite! Nunca vi ela fazendo isso, ela deve estar gostando mesmo de você! “Se gostava tanto dela, porquê num pegô pro cê?“ Pensei, mas dexei q
CAPÍTULO 13 Lúcia Russo Eu adorei que as coisas tenham saído da forma como saiu. Essa pode ser considerada uma das poucas vezes em que eu não preciso fazer quase nada, e parece que o destino conspira a meu favor. Eu sei que já havia convidado o Matthew e a Bia para o evento, e eles haviam confirmado presença, de certa forma eu deixei muito bem organizado, não gosto de nada pela metade, então seria perfeito se a família dele acreditasse na situação, e eu praticamente ria por dentro por ver que tudo estava indo muito melhor do que eu esperava, os repórteres, a situação... estaria tudo perfeito, se ele tivesse cedido. Eu bem que tentei de tudo dentro daquele elevador, eu consegui sentir que ele estava diferente. Uma mulher experiente sabe quando um homem está interessado ou não, e dessa vez o corpo dele dava sinais de que ele estava na minha, estava suando, as mãos firmes, e as veias do braço saltadas, a minha mente foi diretamente para as outras vei