Sem máscara

CAPÍTULO 08

Lucas Rodrigues

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Aquela doida saiu e não voltou mais. Só que o cheiro da safada ficou no quarto, e num tinha como esquecer que ela estave aqui, e o pior é que aquele chero lembra a minha terra, tem um local aonde passeio com o trovão, que tem vários tipo delas, consigo identificar a cada uma, e esse chero é igual o das orquídeas rosas, e roxas.

Eu estava preso, com até a bota em cima da cama, o meu chapéu havia saído da cabeça e caído do lado, e com o passá do tempo eu já conseguia me mexer bem, mas estava ficando muito disconfortável. Olhei para todos os lados, e não vi nada que eu pudesse fazê, nem levantá dava, eu precisaria observar tudo, e montá uma estratégia, talvez convencê a muié a me soltá, quem sabe?

Eu ainda num entendi qual é a dela. Dinheiro, eu sei que ela tem, e macho também... que diacho qui ela qué comigo? Deixasse eu em pais, lá na fazenda, cuidando das vaca e do trovão, qual o pobrema dela?

Bufei estressado, pois ficar preso num quarto num é pra mim, já estou agoniado, sou um homi livre, solto nos pasto... então a porta se abriu, e num era o cheiro da orquídea.

— Vou te soltar, por hoje! Tem sorte que ela vai com a tua cara, te deixou até tomar um banho! — falou o Romeo, abrindo as algema dos pé, e quando soltou as mão, eu fui pra cima dele. Dei um chute com a perna, e ele caiu, então fui pra cima de novo, mas os homi de preto entraram no quarto, e me seguravam.

— Cara, eu só vou te falar uma vez! — apontando o dedo pra mim. — Se você acha que vai fugir desse lugar, está muito enganado, isso é impossível! Então desista! Agora se não quer levar uma surra, nunca mais levante a mão pra mim, que prefiro ser torturado por ela, do que apanhar quieto de outro homem! — falou o Romeo, e só assim pra eu ri...

Me ajeitei na frente dele, que me oiava.

— Não subestime o cowboy, hein? Eu só trabaio com coisa pesada na fazenda, e quem tá irritado sô eu! — falei e ele balonçô a cabeça, na verdade num parece ser má pessoa, isso tudo deve ter sido ideia daquela doida...

— Vamos esquecer, ok? Para o bem de nós dois, vamos esquecer... você toma um banho, e dorme confortável, que amanhã provavelmente a mascarada te pega! Vamos, homens! — falô e saiu. Num sei pra quê usar esse termo: mascarada? Como si eu num soubesse quem é ela...

Quando saíram eu fui tentá abri as janela, mas me assustei, tinha homi de preto espaiado pra tudo quanto é lugar, e por enquanto vô pricisá me conformá cum o banho.

Entrei naquele banhero gigante, e me sinti rico... nem na casa do Pedro é assim, tão chique... parecia ser tudo de oro, pelo meno os detalhe parece, até o chuvero brilha a oro.

Tinha um ropão desses caro de magnata pindurado, e era aquilo memo qui eu ia vestí, não demorei no banho, coloquei aquela roupa de rico, e fiquei me sentindo confortável... feio, mas confortável!

Empurrei aqueles treco de me prendê, para as bera da cama, ajeitei os cabelo com os dedo, e deitei pra dormi, pelo o que já vi, a orquídea não me qué fazê mal, ela qué é outra coisa, e amanhã vou tê uma conversa decente cum ela, uma muié não pode sê assim, tem hora pra tudo, eu também sei sê safado, mas não assim... eu quero sê safado com uma muié que eu possa chamá de minha, não, uma que passa o rodo geral.

Diferente do que vivo na fazenda, aqui num consigo dormi... até a cama parece macia demais, e agora tô eu aqui oiando o teto, de zóio arregalado, e até os grilo chato me faz falta.

Ouvi umas vóis na porta, e assim que abriu, senti o chero dela. Fiquei parecendo mortinho da Silva, só pra vê o que a orquídea faz, num tô mais preso, e consigo me defender se ela endoidá de veis.

Ela veio andando meio esquisita, oiei com uma frestinha do zóio aberto, tava escuro, ela num ia percebê, e poderia jurá que a assanhada tava de porre! Enfiou o pé intero na jaca, e agora vai ficá pior do que já é, quero só vê...

Veio apalpando o meu corpo, queria sabê se eu tava aqui, certeza...

— Cowboy? Tá acordado cowboy? — sussurrou, e me segurei pra não ri, ela até que é divertida. Mas, fiquei mudo, num falei nada.

— Cowboy... preciso de você dentro de mim! Eu não queria o Anderson! Hoje só quero você! — mais que desgramada, essa muié! Foi lá dá pra outro, e agora qué eu? Agora é que num dô o ar da graça pra ela!

— Lucas... tá dormindo? Lucas, acorda! Eu sei que sou atraente... você não acha? Se não gostar de loira, posso mudar... prefere ruivas ou morenas? Aiii, que fiasco! Nunca me humilhei pra ninguém... qual o meu problema, hein? Preciso procurar um psiquiatra urgente! Até um concurso eu criei pra você ter um motivo pra vir, e deu errado! Acho que já foram embora os meus dias de glória... — deitou a cabeça na minha barriga. — caralho cowboy! Você está quase nu na minha cama? — passou a mão no meu peitoral, e agora fiquei esperto, se ela descê a mão, terei que pará ela.

Eu acho que na conversa amanhã terei que lembrá ela de procurá-lo o médico, mesmo... coitadinha não tá batendo bem das ideia... e que história é essa de criar concurso, ela é mais doida do que pensei...

— Se eu não fosse contra o abuso, eu te estupraria facinho, cowboy... no mínimo lembraria como é sentir o teu p@u na minha mão, mas eu nunca serei assim... até te devo desculpas por mais cedo... não tenho o direito de te forçar a nada, sou uma boba... desesperada por você, mas boba... nossa, o que eu estou dizendo? O Romeo tem razão... eu deveria dormir, ainda bem que você não acordou! — ajeitou o meu ropão, empurrou o meu braço e deitou... em poucos minutos ela estava dormindo.

Eu poderia fazer o que quisesse agora... estou gostando de sentir o chero das orquídea assim de tão perto! Tive dó de tirar ela daqui, dormindo até parece um anjo... oiando pela claridade da janela, ela é uma muié linda, sem a máscara nem parece a doida que me sequestrô... mais eu num me engano, e sei que ela vai acordá como antes, então... vou me previni! Assim que ela soltá do meu braço, eu vou usá aquelas algema... assim a nossa conversa vai ficá mais interessante.

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