Os homi de preto

CAPÍTULO 06

Lucas Rodrigues (vinte dias depois)

— Oh meu fio... qué dizê que vai participar do concurso que tá tendo lá aonde sua irmã mora? — meu pai me perguntou quando me sentei com a caneca de leite quente que acabei de tirar do fogão a lenha.

— Ainda não sei, não!Num sei pra quê i tão longe pra prová que eu entendo muito bem de gado, só por causa de um papel que vai dizê que eu ganhei! Ainda tô pensando nisso aí... — Coloquei o leite com café na minha caneca de vidro, peguei uma fatia do pão caseiro da minha mãe, e fiquei só ouvindo as ideia.

— Meu filho, a Bia iria ficar feliz de te ver lá, por mais que só desse uma passada, pois eu sei que lá tem o hotel próprio deles, deveria ir... — a minha mãe também ficou insistindo.

— Tá bão, mãe! Vamo vê... se dé na loca, amanhã eu pego o avião e vô, só num fica insistindo que se eu num tivé a fim, num vô, sê sabe que num gosto nada de pressão, isso não rola comigo. — ela me deu um beijo na testa, e sorriu.

— Entendi... tá tudo bem! Mas, eu ainda acho que você vai! — piscou, e não neguei.

Depois do café, fui ver o trovão, gosto de pentear a crina dele, sempre, então escovei, e comecei a conversar com o meu amigo:

— Eu num vô em lugar nenhum, meu amigo! Só num quis deixar os véinhos triste, mas num vô deixá ocê aqui! Sem contar que sou eu que trato as vacas, dô sal, levo pra comê o brisantão... ninguém vai ficá de olho em tudo, né? — passei a mão nele, e abracei fazendo cafuné. — garanto que ocê é único que concorda com eu!

Montei no meu cavalo, e fui galopando pela fazenda, que se chamava Sampaio, agora é nossa, então se chama “Rodrigues”. Tratei as vaca, os porco, as galinha, os peixe do açude, e fiz o mesmo na fazenda do Pedro, meu cunhado, ainda ajudo ele com essas coisas, mesmo com o tio Glauco o ajudando.

O dia foi cansativo demais, jantei ainda era dia, e dormi com as galinha, como diz a minha mãe.

Acordei no meio da noite com uma sensação estranha, e então me assustei quando vi vários homi de preto já em volta da cama, eu iria puxar a faca de baixo dela, mas logo reconheci um deles, ele esteve aqui na fazenda não tem nem um mês.

— Romeo? — perguntei.

— Eu só preciso que me confirme uma coisa... você vai ao concurso, ou não? — falou curto e grosso.

— Uai! Eu num vô nada! — Mas... antes que eu percebesse, um oiou para o outro, e já senti uma agulha no meu braço. Fui enganado por um conhecido, que desgraça!

— É melhor não fazer barulhos, cowboy! A chefe não gosta que desobedeçam ela, se eu fosse você nem tentaria nenhuma gracinha! — um dos de preto falaram, mas na verdade eu já tava zonzo, e logo apaguei, sentindo o meu corpo sendo carregado por dois deles, mas ainda ouvia tudo, e até abria os zóio de vez em quando.

Me tiraram pela janela, e estranhei que tiveram cuidado comigo, e mais ainda quando ouvi...

— Não esqueçam do que a mascarada falou! Cada arranhão, uma tortura para quem o arranhou, esse cowboy vale ouro pra ela!

Eu num tava entendendo é nada... o que aqueles doidos queriam, afinal? Eu nem sei o que me deram, e não consegui nem perguntar, só reparei que me colocaram em um avião e apaguei por um bom tempo.

Quando abri o zóio já estavam me tirando daquele avião, e eu nem sabia aonde tava.

— O que querem de mim? Se for dinheiro, já aviso que num tenho! Saí disprevenido, e num sô rico como meus cunhado! — falei enquanto era carregado, e notei que conseguia mexer a perna, então chutei um deles, e com dificuldades consegui empurrar o outro.

— Não complica, cowboy! Não posso permitir que se machuque, então terei que aplicar outra dose! — tentei fugir do avião, quando senti outra vez uma agulha em mim, agora nas minhas costa.

Fui tentando me apoiar dentro do avião, e vi que era inútil, então senti aqueles home me carregando outra vez.

Notei que entrei num carro grande e preto, mas quando viram, vendaram o meu oio, e eu num consegui mais sabê de nada.

Dessa veis demorei a acordá, e quando consegui, percebi que estava preso, com algemas modernas e flexíveis, me deixava confortável, não era dolorido, e os pé também tava preso nessas coisa, e eu conseguia movê um poco as perna, e o mais inquisito era tá preso numa cama, e ainda deveria custá muito dinheiro, pois era confortável pra caramba, parecia nuvem, que diacho era aquele?

Notei barulho de salto, e fui atraído por belos par de perna, que vinham de trás de onde eu tava, ainda não conseguia ver quem era que estava ali, mas as perna era uma belezura.

— Eu cansei dos teu joguinhos, cowboy! Já estava na hora de eu voltar a tomar o controle da situação! Ninguém se nega para a mascarada, e fica tranquilo depois! — eu conhecia muito bem aquela voz, e principalmente aquele perfume... cheiro de orquídeas, que hoje poderia demoninar que são as rosas, aposto que ela está toda sensual como naquela festa.

— Mostre seu rosto, mascarada! Aposto que num vô gosta de ocê! Costumo ser bem exigente... — pelo visto atirei no pombinho certo, a muié jogô toda aquela classe pro ralo, e saiu de trás de mim, batendo os pé, bufando.

— Já chega, seu cretino! Não vou deixar que me humilhe, sou gostosa demais pra isso, e você vai adorar comer a mascarada! — ela estava irada, toda vermelha, com uma máscara preta. Usava um vestido minúsculo igual o da festa, na cor vermeia, visivelmente sem sutiã, e poderia apostar que a calcinha atolava no rabo.

Subiu em cima de mim, com as perna entreaberta, jogô aqueles cabelo loiro pra trais, tirou os peito pra fora, e começou a rebolar igual uma doida em cima de mim, mas eu ainda estava com efeito da anestesia, ou sei lá o que era aquele treco que me aplicaram, e me ajudou a controlar o bicho no meio das perna, não daria nada do que aquela oferecida queria, ninguém pressiona o cowboy aqui.

Ela se irritou, me deu um tapa leve na cara, e agora nem o cheiro das orquídeas todas me faria desejá aquela assanhada, virei o rosto, e a ignorei.

— Maldito, cowboy dos infernos! Você me paga! — levantou de cima de mim, e saiu do quarto batendo a porta com muita força, a brabeza da muié dá até medo... quem sabe ela num bota fogo em tudo, mas num tô nem aí, num quero ela, e pronto, acabô! Cada um só tem de mim o que merece, e essa abusada, vai chupá é o dedo dela!

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