Apolo BeaumontComo tudo o que a gente tenta evitar acontece, preciso ir até a casa dos meus pais para ajudar a instalar um ar condicionado em um dos quartos. Meu pai, sempre fez as vontades da minha mãe, e em vez de contratar alguém para fazer o serviço, ele fazia tudo por conta própria. E eu, um CEO bem ocupado tenho que fazer papel de eletricista. É o cúmulo do absurdo!Passo em casa depois de sair da empresa, troco de roupa e vou em direção a casa dos meus pais, mentalizo que minha mãe não toque no assunto casamento. Pois, ela acredita que está ficando velha e precisa de netos urgente, exige que eu arrume logo uma esposa, só que ela não entende que meu coração está fechado para o amor.Por mais que eu ache esse sentimento bonito e admire muito o amor dos meus pais, eu não acredito que serei capaz de viver algo dessa magnitude um dia.Na última reunião de família, minha mãe foi tão incisiva com suas cobranças que eu tive um pesadelo a noite. Ela chegou a me acusar de destruir as c
Perola Campbell Acordo com o som estridente e irritante do despertador, abro os olhos e encaro o teto branco. Reflito sobre a segunda feira ser o pior dia da semana, sem sombra de dúvidas. Em pensar quer passei dois longos dias em uma folga maravilhosa e vem esse dia para estragar o tão sonhado descanso. Mas o pior de tudo sem dúvida é a parte em que nos tornamos adultos e não podemos fugir das responsabilidades. No meu caso, essas responsabilidades vieram um pouco antes de alcançar a maior idade. Quando eu tinha apenas quatorze meus pais morreram em um acidente de carro. Minha família sempre foi muito pequena, tanto meus avós maternos quanto meus avós paternos não tiveram mais que um filho. Ou seja, nada de tios ou primos, meu único parente vivo na época era o pai da minha mãe. Que Deus me perdoe, mas o velho ainda está vivo. Pelo visto aquele velho ditado de que vaso ruim não quebra é verídico. O homem é um crápula, quem vê a aparência diz que é um vovozinho muito zeloso, mas a
Apolo BeaumontA primeira coisa que vem em minha mente quando vejo a minha secretária parada em minha frente é que jamais, em hipótese alguma deveria ter dado ouvidos ao meu melhor amigo, o Filipo. O que não deveria ser tão difícil, uma vez que esse bastardo é mestre em falar besteira, o que vier em sua mente ele joga para fora sem filtro algum.Mas dessa vez eu tinha que dá o braço a torcer, o infeliz realmente tinha razão, a minha secretária é uma mulher muito bonita, ela trabalha comigo a dois anos, começou como estagiaria, ajudando a Marisa, e como ela saiu em licença maternidade, resolvemos contratar a senhorita Pérola par ficar em seu lugar.Nesses dois anos por motivos óbvios eu nunca reparei em sua beleza, além de ser minha funcionária é jovem demais, porém a voz insistente e irritante do meu amigo não sai da minha cabeça.Flashback on— Não acredito que você nunca reparou! — ele fala chocado.— Em que? — resmungo sem entender muito bem onde ele quer chegar.— Na sua secretári
Perola Campbell A terça-feira não foi diferente da segunda. A manhã tinha começado como um trem desgovernado, saindo dos trilhos e pronto para derrubar tudo, principalmente aqueles que não saíssem de sua frente. Era quase hora do almoço, mas eu ainda precisava de café. Deus amado, como eu precisava de café. Corri para cozinha do meu andar e peguei um copo descartável grande, usar a xícara minúscula do local só iria me irritar. Enchi até em cima com o liquido puro e fervente. Equilibro o copo, segurando-o pelas bordas, já que estava muito quente e acelero meus passos de volta. No meio do caminho ouvi meu celular corporativo e o telefone de mesa tocar. Várias maldiçoes saíram dos meus lábios e depois de colocar o copo na mesa me sentei apressada. Atendi o celular, já que era a secretária do Alfa que eu aguardava o retorno, para agendar uma nova reunião, meu chefe está empenhando em comprar essa empresa. Fiz algumas anotações enquanto a ouvia e assim que desligou, fui atender o tele
Apolo BeaumontEncaro a porta fechada assim que minha secretária sai, e respiro fundo antes de virar para Filipo que já me encara com um ar de deboche.— O que foi Filipo? — pergunto sem paciência.— Você ficou com ciúmes da secretária gostosa — fala me avaliando.— Cara, respeita a senhorita Campbell — peço.— Pérola — ele fala o nome dela bem devagar para me irritar — Eu falei sério, o nome faz jus a beleza dela.— Você é tão depravado — acuso — Ela é só uma garota Filipo, não faz o seu tipo.— O meu tipo é mulher bonita — fala dando de ombros — E a Pérola é uma mulher — enfatiza a palavra mulher — Muito bonita.— Fica longe — ordeno — Não vai brincar com a minha secretária.— Eu sabia! — fala divertido — Você está interessado nela.— Não estou, pelo amor de Deus, olha o que você está insinuando — o encaro com raiva — Ela é minha funcionária e é apenas uma garota — o lembro mais uma vez.— Vamos fazer assim? — questiona e apenas reviro os olhos esperando que ele conclua — Você finge
Perola Campbell O bom humor e a leveza do almoço com a senhora Olivia passou rapidamente, assim que avistei o tanto que trabalho acumulado sobre a minha mesa, é difícil encontrar uma parte que não esteja com papel. A mesa do meu chefe, Senhor Bonitão Beaumont também está cheia de papeis e pastas empilhadas esperando por alguns minutos do seu precioso tempo, mas ele saiu apressado por algum motivo que não quis compartilhar. Eu não julgo, sou apenas uma secretária, não preciso saber do seu paradeiro caso algum cliente importante ligue a sua procura. Respiro fundo e tomo coragem para finalmente mergulhar naquelas pilhas de papeis, não é esse o mergulho que eu queria agora, mas é o que temos para hoje. Ser uma assalariada que quase não vê a cor do próprio dinheiro é uma vida difícil, Eu tento me apegar aquela típica frase “Os humilhados serão exaltados”, porém tem momentos que eu acho que os humilhados já foram exaltados e esqueceram de mim. Paro de enrolar e analiso por qual papel eu
Perola CampbellAcordo com o som estridente do meu despertador, gritando no meu ouvido que o dia já amanheceu e preciso levantar, afinal alguém tem que trabalhar nessa casa, esse alguém é obvio que sou eu.Escuto batidas fortes na minha porta, que sempre está trancada, impedindo que aquele velho entre enquanto estou dormindo, algo nele me dá calafrios.— Está atrasada — berra do outro lado da porta.Gemo frustrada e olho para o relógio, não estou atrasado, esse velho quer apenas me atormentar só pode.— Vamos Perola, se perder esse emprego vai se ver comigo — ameaça.Suspiro e enfio a cabeça embaixo do travesseiro, talvez se eu o ignorar ele se cansa e desiste de me perturbar.— Não se esqueça do que conversamos ontem a noite garota — ele insiste — Nada de garotos para você, só estou cuidando da minha netinha.Será possível que ele não vai me deixar em paz?Sento na cama já cem por cento desperta e impaciente, não aguento mais essa vida de cativa e escrava, preciso fugir!Mas até cons
Apolo BeaumontEnquanto encaro a senhorita Campbell vejo o exato momento em que ela ergue o olhar e me encara, nesse exato momento percebo que passei um pouco dos limites. Nunca conseguir decifrar suas emoções apenas ao olha-la, mas agora, vejo raiva e tristeza.— Senhor Beaumont — diz em um rosnado — Fiz algo que lhe incomodou? Não fiz meu trabalho corretamente e com o empenho necessário?Não acredito que ela rosnou pra mim!Tenho plena consciência de que passei um pouco dos limites, não deveria ter sido grosso com ela, mas nesse momento ela me encara e parece está decidindo qual a melhor forma de me fazer sobre.— Não para todas as perguntas.— Sinto muito senhor, mas alguma coisa eu fiz! — afirma furiosa.— Já disse que não fez nada senhorita — digo calmo.— Então, por favor, me explica porque está me tratando com tanta grosseria? — exige ainda furiosa.Eu só posso está ficando doido, porque a raiva em seu rosto a deixa ainda mais atraente, e a tristeza em seu olhar me faz ter vont