Vicktória Quinn
Após contar para Lena mais ou menos o que aconteceu e de ver minha amiga batendo palminhas como uma criança quando recebe presente de Natal, descemos para nos juntar aos demais que já estão na área da piscina.
— Olha só… elas chegaram! — Rainer como sempre com suas gracinhas.
Procuro com meu olhar varrendo todo ambiente e não vejo Peter em lugar nenhum. Será que ele ainda está dormindo?
— Onde está o Peter? — Pergunta Lena e agradeço mentalmente por minha amiga ser tão perceptiva.
— Seu irmão recebeu uma ligação urgente de Nova York e teve que voar às pressas para lá, querida.
Voar! Ele já foi?
Fico triste com a possibilidade de não mais vê-lo.
— O que aconteceu de tão grave, para que ele nem mesmo possa esperar o almoço? Ele nos prometeu que ficaria conosco esse final de semana.
— E desde quando Peter liga em ficar conosco. Ele só vive para aquela empresa. — Fala Rainer se servindo de um copo de suco.
— Não fale assim do seu irmão. Concordo que ele trabalha muito, mas dessa vez parece ter sido algo grave mesmo, pois ele não me pareceu feliz em partir.
— Não consigo nem imaginar o motivo! — murmura Raiff tomando seu suco e me olhando, fazendo movimentos nas sobrancelhas.
— Bom, ele foi trabalhar e perdeu o lugar. — Diz Rainer sentando—se ao meu lado colocando o braço em minha cadeira por trás do meu pescoço.
— Onde está sua acompanhante, Rainer? — Pergunto, pois, ele nem venha com gracinhas para mim. — Ontem ele estava pendurado em uma loira, ou a loira estava pendurada nele já nem sei.
— Que loira? Gosto mesmo é das morenas.
— Pois prefiro as ruivas. — Resmunga Raiff.
— E a sua morena Raiff? — Pergunto, pois, desde a hora que Peter e eu fomos para a pista de dança não a vi mais.
— Ela estava mais interessada no meu irmão. Eu é que não ia sair com uma mulher que estaria comigo, mas pensando em outro.
— Credo, Raiff. Nos poupe dos detalhes.
— Irmão, por isso não apresento nenhuma das minhas ficantes para Peter, por mais que ele não as olhe, elas caem aos seus pés. Mas você Vikizinha, eu vi primeiro.
— Deixa de perturbar a Vick, Rainer.
— Não se mete Lena. Depois vou te mostrar a praia Vick.
— Ela já conhece, não é Vick? Apesar que não estava muito claro. — Raiff mais uma vez faz aquele balançado nas sobrancelhas e já vi que ele tem essa mania.
— Mais que droga! Como assim Vikizinha você faz isso comigo? Estou magoado com você, feriu meu coração assim, poxa eu vi você primeiro.
— Meninos!
Aretha chama a atenção deles, quando meu celular toca e olho no visor para ver quem é. Não é ninguém que conheço, mas resolvo atender, só assim me livro do Rainer um pouco, enquanto deixo ele lá tomando sermão da Aretha.
— Com licença, preciso atender.
Afasto-me de todos indo me sentar um pouco mais afastada em uma espreguiçadeira.
— Alô!
— Vicktória.
Peter!
— Oi! É… Peter?
— Oi baby. Tudo bem? Eu te acordei ou faz tempo que você acordou?
— Já estou acordada. Estamos todos aqui embaixo na área da piscina. Você viajou?
— Desculpa Vick, eu queria estar aí, eu… Eu queria mesmo está aí. Geralmente fico contando o tempo para voltar para a casa, mas dessa vez eu queria ficar.
— E o que aconteceu? Porque não ficou?
— Aconteceu uma coisa aqui na minha empresa e eu precisei voltar. É muito sério e precisa da minha atenção.
— Mas está tudo bem?
— Está sim ou ficará.
Tenho vontade de perguntar como ele conseguiu meu número, mas decido ficar na minha, afinal gostei de ele ter me ligado.
— Está tudo bem mesmo? Você está mesmo bem? Estou te achando tão cansado.
— Eu mal dormi, ainda era muito cedo quando recebi a ligação da Lauren, minha secretária. Ela… eu ainda estou no carro indo para a Snow. Tec. (Snow Enterprise Technology inc.), não sei todos os detalhes, mas o que me adiantaram foi que houve um incêndio.
— Incêndio! Peter…
— Tudo bem Vick. Meu chefe de segurança já está lá, a Polícia também, os bombeiros e já foi tudo controlado. Agora só saber se perdeu algo, se foi acidental ou criminal.
— Você pensa que alguém colocou fogo na sua empresa?
— Vick, uma pessoa como eu não chega onde cheguei sem colecionar uma meia dúzia de inimigos.
— Só tome cuidado Peter.
— Eu tomarei, não se preocupe.
— É impossível não me preocupar. — Ele fica calado. — Acredite Peter. Eu me preocupo, assim faz também seus pais e seus irmãos. Eles te amam.
— Eu também os amo, por isso mantenho—os longe.
— Todo mundo tem medo, Peter, eu também tenho. Mas não pense que seus pais e seus irmãos vão te abandonar. As pessoas que nos amam, nunca nos abandonam. Não se realmente amar.
— Quero acreditar.
— Acredite.
— Vick, eu estou chegando aqui na sede da empresa, precisarei desligar para resolver essa bagunça, eu só queria que você soubesse que amei passar a noite com você e queria muito ter ficado para passar o dia.
— Não faltará oportunidade para nos vermos novamente. Estarei esses 30 dias aqui em San Diego e você sabe o caminho até aqui. Gostaria muito de rever você antes de voltar para Chicago.
— Posso te ligar depois?
— Claro que pode. Estarei aguardando.
— Tenho que ir Vick.
— Se cuida!
Desligo e fico com a mão em meu coração. Um incêndio! Quem será que está tentando acabar com Peter e como essa pessoa entrou em sua empresa?
Recomponho-me e volto para mesa ainda ouvindo Rainer reclamar:
— Isso não é justo!
— Tudo bem filha? — Pergunta Aretha assim que me sento.
— Sim.
— Parece preocupada!
Olho para Lena que mantém seu olhar em mim e respirando fundo, resolvo compartilhar a notícia, pois não sei se Aretha e Christopher estão sabendo.
— Era o Peter.
— Porque meu irmão está te ligando?
— Rainer!
— O quê? É que você sabe, ele nunca liga para ninguém.
— Teve um incêndio na empresa. — Falo ainda sem acreditar. Isso não parece nada bom já que suspeito que o sistema de segurança de Peter não é nada relapso.
— Incêndio! Como assim filha?
— Eu não sei direito Aretha. Ele ainda estava a caminho.
— Meu Deus! E ele não nos disse nada.
— Calma querida, acho que nem ele sabia direito quando o chamaram. Eu só o vi saindo porque já estava acordado, se não, nem o veria, ele estava bem abalado.
— Querido, eu quero voltar para Nova York. Quero estar por perto.
— Nós vamos. Apesar de ele não pedir nossa ajuda, mesmo assim saberá que estamos por perto. Ligarei para o Dereck e ver se descubro algo.
— Vou me organizar para voltar para Chicago. — Digo, pois, vejo que assim como eu, todos estão preocupados.
— Ah! Não querida. Você não precisa ir embora. — Você poderia ir para Nova York conosco Vick, eu ia adorar te ter lá. Vamos, será bom?
— Não acho que seja uma boa ideia, Lena.
— Tenho certeza que meu irmão vai adorar.
— Lena!
— O quê? Ele te ligou não foi?!
— Apenas por se desculpar por partir tão de repente.
— Nosso irmão nunca liga, Vick. — Fala Raiff.
— E muito menos pede desculpas. — Conclui Rainer.
— Filha está decidido, você irá junto.
— Quem sabe você não ajuda a descobrir o que aconteceu. — Diz Lena ainda segurando o meu braço.
— Eu não sou perita em incêndio, Lena. Mas tudo bem, eu aceito o convite de vocês, mas quando eu ver que estou abusando, eu vou embora.
— Ótimo. Assim você não vai embora nunca.
Mesmo todos preocupados, ficamos na praia até depois do almoço para então voarmos para Nova York.
Meu Deus! Espero que Peter esteja bem.
Peter Snow— Philip, eu preciso saber como esse incêndio se deu início.— Estamos trabalhando nisso Sr. Snow.— Trabalhando nisso e até agora não tem nenhuma resposta?! Só sei que minha empresa por pouco não foi totalmente incinerada.— O Bruce e a equipe dele estão trazendo os últimos relatórios, mas parece que tudo aconteceu na sala dos servidores.— Como essa pessoa entrou na sala dos servidores? Essa sala é restrita, apenas três pessoas têm acesso à mesma. Além do código para acessar a empresa, também precisa de um código específico para entrar na sala dos servidores.— Sr. Snow, o senhor sabe que eu estava fora essa semana, então não sei dizer quem teve acesso. Os registros foram apagados, estou tentando restaurar, mas está difícil; as
Peter SnowQuando meu pai me deserdou e me largou ele cortou todos os laços comigo e assim eu mantive. Não quero vê-lo nem mesmo para saber seus motivos. Recebi o sobrenome Snow e tento diariamente honrá-lo, pois se hoje sou alguém, pelo menos por fora é graças a quem me deu esse nome.Poucas vezes vou até meus pais, mas sempre vou quando é aniversário ou alguma data comemorativa como foi o caso desse final de semana. É o aniversário de casamento dos meus pais e eu deveria estar lá com eles, mas por ironia do destino, no único final de semana que eu estava me sentindo bem estando lá, fui obrigado a voltar às pressas.O motivo de querer ter ficado lá? Um anjo. Uma menina doce e em simultâneo, desafiadora. Uma menina mulher que fez meu mundo parar em apenas fitar o seu olhar. Uma jovem dos olhos azuis cristalinos, da fa
Peter SnowUma batida em minha porta me faz levantar a cabeça e olhar para ver quem é quando Lauren adentra com Bruce e Walter em seu encalço.— Sr. Snow, estamos com o relatório pronto.— E então?— O incêndio como suspeitávamos foi sim criminoso.— E quem foi que entrou aqui na minha empresa?— Aí que está. Não conseguimos descobrir nada. Já que todas as câmeras não funcionaram por todo o tempo de sua estadia. Os dados de acesso à sala do servidor também não ajudam.— Inferno. — Esmurro minha mesa ficando de pé. — Como pode isso Bruce, eu pago o sistema de segurança que me disseram ser top de linha, o melhor e quando preciso do mesmo nada funciona.— Walter fez uma busca nas câmeras da redondeza para ver se pegava algo suspeito.
Peter SnowChego em casa e vou direto para meu quarto, seguindo para o banheiro onde tiro toda a minha roupa, mas antes, busco o cheiro de Vicktória em minha blusa. Após passar o dia com ela, seu cheiro praticamente sumiu, mas fechando meus olhos ainda posso senti-lo.Sigo para o chuveiro onde ligo os jatos de água ajustando a temperatura, fico ali parado apenas deixando que a água lave todo esse dia. Meu corpo está dolorido e cada músculo em mim, está em protesto, louco por um descanso.Lavo meus cabelos, me ensaboando todo e fico pensando, revisando tudo em minha mente, vendo se não deixei passar algo que possa me levar a esse infeliz.Desligo os jatos de água quando me dou por satisfeito e buscando uma toalha aquecida seco meu corpo antes de sair para o closet, onde visto apenas uma calça de moletom e sigo para cozinha onde Dadi está fazen
Peter Snow— Qual é gente, vocês sabem muito bem que essas coisas não se apagam, só precisa saber onde e como procurar. — Ela falou como se todos soubessem dessa informação, sendo que a nerd da computação é ela— Aposto que minha super-mega-hiper-nerd e genial amiga sabe um jeitinho de encontrar esse vilão.— Não disse que seria fácil e não sou tudo isso Lena, mas essas coisas sempre deixam rastros. A pessoa pensa que apaga tudo, muitos vão e ainda apagam o backup pensando que resolveu tudo, mas sempre tem o backup do backup, claro que dá mais um tantinho de trabalho, mas impossível não é não.— O técnico do meu chefe de segurança disse mais ou menos isso, meu técnico também está procurando.— Seu técnico n&atil
Peter Snow— Peter filho, você acha mesmo que possamos está em perigo?— Sim mãe. Creio que até Vicktória possa estar.— Você viu a foto que saiu na mídia de vocês dois?— Mal tive tempo para comer hoje Lena. — Não contarei para ela que, na verdade, eu já vi e passei um bom tempo apreciando.— Então, irmão você precisa ver. Vocês ficam tão bem juntos maninho.— Não começa Lena.— Cara, se não quer garanto que tem quem queira.Fecho meus punhos e encaro Rainer. Se ele estiver mesmo cogitando essa possibilidade, acabo com sua raça.— Que pena mano, ela não está interessada. Você não faz o tipo dela. — Fala Lena e ainda estou encarando Rainer pronto para fazê-lo voar se for preciso.
Vicktória QuinnAcordo com a claridade entrando pelas frestas da cortina, tento me espreguiçar e sinto que estou sem calça. Olho em baixo das cobertas e percebo que estou apenas vestida em minha calcinha e camiseta, e então a noite ou melhor, as últimas 24 horas vem em minha memória.A viagem para San Diego, a festa, o beijo, Peter, incêndio, Nova York, eu na sala de Peter…— Ai meu Deus!Puxo as cobertas e fico congelada embaixo das mesmas sem querer sair de lá. Quantas bobagens eu fiz?Começo a me lembrar do que estava fazendo, de Peter tirando o computador da minha frente… sua bunda…— Merda! Eu não acredito!— Em que você não acredita? — Puxo as cobertas e vejo Lena parada na porta do quarto me olhando com um sorrisinho que me diz que fiz merda.— O que aconteceu? Pelo amor de
Vicktória QuinnO almoço foi maravilhoso! Fettuccine com molho Marzano acompanhado com um delicioso vinho e de sobremesa, tiramisu.Tudo estava delicioso, comida bebida e a companhia. Pude falar com o Sr. Bruce sobre minhas pequenas descobertas e mesmo o Peter não querendo acusar ninguém sem antes ter a prova, Bruce concordou que seria melhor deixar parte das investigações em sigilo.— Não sei porque estou tão abismado de qualquer um me trair, eu já deveria estar acostumado na verdade, até esperando por isso.— Não Peter. Ninguém espera ser traído, além disso, ainda não sabemos se isso de fato foi o que aconteceu, existem muitas possibilidades e tenho certeza que o Sr. Bruce terá o maior cuidado de ver todas elas, e se, veja bem “se” de fato alguém em sua empresa tiver feito uma sujeira