Capítulo 11

Peter Snow

Chego em casa e vou direto para meu quarto, seguindo para o banheiro onde tiro toda a minha roupa, mas antes, busco o cheiro de Vicktória em minha blusa. Após passar o dia com ela, seu cheiro praticamente sumiu, mas fechando meus olhos ainda posso senti-lo.

Sigo para o chuveiro onde ligo os jatos de água ajustando a temperatura, fico ali parado apenas deixando que a água lave todo esse dia. Meu corpo está dolorido e cada músculo em mim, está em protesto, louco por um descanso.

Lavo meus cabelos, me ensaboando todo e fico pensando, revisando tudo em minha mente, vendo se não deixei passar algo que possa me levar a esse infeliz.

Desligo os jatos de água quando me dou por satisfeito e buscando uma toalha aquecida seco meu corpo antes de sair para o closet, onde visto apenas uma calça de moletom e sigo para cozinha onde Dadi está fazendo meu jantar.

— Dadi, prepare um lanche para mim.

— Sim senhor. Farei um, sanduíche para o senhor e um suco de laranja. Quer que leve em seu escritório?

— Não. Comerei aqui mesmo. Me chame quando estiver pronto. — Digo e saio em direção ao meu piano, meu fiel amigo de todas as horas.

Começo a dedilhar meus dedos sob suas teclas fechando meus olhos, deixando a melodia me consumir, pois, só assim consigo me desligar do real e posso relaxar em um lugar só meu, onde os problemas não existem e o medo não me domina.

Fico ali concentrado em minha melodia até ouvir Dadi me chamar para que possa comer meu lanche.

— Está pronto senhor.

— Obrigado Dadi.

— As coisas vão se resolver, senhor Snow. Tenho certeza que logo o senhor saberá quem fez isso.

— Assim espero Dadi. Assim espero.

Dadi é minha governanta e está comigo desde quando comprei o meu apartamento no Pérola. Um dos mais seguros prédios de Nova York. Situado em frente ao Central Park com 65 andares, o Pérola é uma fortaleza. Minha cobertura triplex tem tudo que eu preciso. De academia, sala de jogos, cinema, uma ala para funcionários, biblioteca, sala segura onde fica o escritório do Dereck e até um quarto do pânico.

O prédio tem um heliporto onde facilita muito minha vida, aqui estou longe de tudo e de todos, e fora de alcance.

Como meu sanduíche e bebo meu suco para então volto para meu piano, preciso dormir, mas sei que não conseguirei enquanto não souber que minha família está segura.

Não quero que nada aconteça com eles por minha causa, se tem alguém com raiva de mim, seja por qual motivo for, que venha até mim. Se sou eu quem quer, que venham me pegar.

Estou há horas em meu piano terminando uma canção e começando a outra quando sinto está sendo observado então abro meus olhos. Vendo minha mãe parada me olhando, sem dizer nenhuma palavra ela vem ao meu encontro e mal tenho tempo de me levantar, pois, seus braços já estão sobre mim, abraçando-me forte.

— Filho, deveria ter nos ligado.

— Está tudo sob controle, mãe e vocês não deveriam estar aqui. Não deveriam ter voltando de San Diego.

— E onde mais deveríamos estar a não ser junto do nosso filho?! — Fala meu pai apertando meu ombro.

— Você pode acreditar que está sozinho, pode nos manter a um braço de distância, mas saiba que não está e que sempre invadiremos seu espaço você gostando ou não, porque é isso que família faz.

Estou sem palavras. minha mãe eu já estou acostumado, pois, ela costuma sempre aparecer sem avisar, mas meu pai não, ele sempre respeita meu espaço e aceita que prefiro ficar só.

Olho para a sala e vejo meus irmãos e Vicktória sentados, Rainer claro já furtou uma das minhas cervejas e Raiff, Lena e Vicktória apenas me observam.

— Colocarei uma roupa, não estava esperando ninguém.

— Vá lá irmão, pois não estou afim de te ver tão despido.

— Você quem invadiu. A casa é minha fico como quiser. — Dito isso me afasto, pois, sei que Vick está com vergonha, assim que peguei seu olhar em meu corpo e antes que cause constrangimento a mim e a todos com meu pau ficando duro e armando barraca em minha calça, colocarei uma roupa decente e de preferência com uma cueca.

Coloco minha roupa e volto para a sala onde cumprimento o restante de meus irmãos e a linda garota das bochechas rosadas que está sentada em meu sofá. Sua presença em minha casa parece tão certo!

— Vocês deveriam ter ficado em San Diego. Vim para Nova York agora só coloca vocês no olho do furacão.

— Mas, você acabou de dizer para nossos pais que estava tudo sob controle. — Diz Raiff e Rainer revira os olhos para ele.

Apenas suspiro e assim como Rainer pego minha cerveja tomando um gole, enquanto Dadi serve os demais com suco. Meu pai prefere uma dose de uísque e olhando para Vicktória e todos ali presentes, falo o que acho.

— Não conseguimos descobrir nada, a não ser que foi incêndio criminoso.

— Como se não desse para ver a carga de tensão em cima de você Peter. O que está pegando irmão?

— Aí é que está. Não sei e isso está me matando, odeio não saber o que está acontecendo ao meu redor, odeio não ser capaz de resolver o que está me incomodando.

— Novidade, irmão. — Resmunga Lena e não lhe dou atenção.

— E as câmaras? — Pergunta Vicktória e todos a olham e olham para mim.

— Nada. Mexeram nas câmeras e deixaram a imagem se repetindo enquanto faziam o serviço.

— Como entraram lá? Aquele lugar é uma fortaleza! Da até raiva quando preciso ir até você e olha que sou seu irmão. — Diz Rainer e sei o que ele está falando.

— Não sei como, mas entraram. O pior é que a sala dos servidores precisa de um código alfanumérico para ter acesso. Esse código só, três pessoas contando comigo, tem acesso.

— Claro que não foi você, então foi um dos outros dois. — Diz Lena como se tudo fosse uma simples equação.

— Não posso acusar ninguém sem provas. Para acusar eu preciso descobrir qual o código usado naquele horário, mas isso não está sendo possível, a pessoa foi muito esperta e apagou os rastros.

— Não tem como apagar completamente — Vick diz, e olhamos todos para ela.

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