Peter Snow
Uma batida em minha porta me faz levantar a cabeça e olhar para ver quem é quando Lauren adentra com Bruce e Walter em seu encalço.
— Sr. Snow, estamos com o relatório pronto.
— E então?
— O incêndio como suspeitávamos foi sim criminoso.
— E quem foi que entrou aqui na minha empresa?
— Aí que está. Não conseguimos descobrir nada. Já que todas as câmeras não funcionaram por todo o tempo de sua estadia. Os dados de acesso à sala do servidor também não ajudam.
— Inferno. — Esmurro minha mesa ficando de pé. — Como pode isso Bruce, eu pago o sistema de segurança que me disseram ser top de linha, o melhor e quando preciso do mesmo nada funciona.
— Walter fez uma busca nas câmeras da redondeza para ver se pegava algo suspeito.
— E?
— Nada.
— Sr. Snow, existe algum inimigo seu que possa estar aqui por Nova York?
— Que pergunta mais idiota Walter. Sabe muito bem que inimigo meu tem em todo lugar. Ninguém em minha posição vive sem um inimigo em cada esquina.
— Eu me refiro a inimigo pessoal e não profissional.
— Se é pessoal então, porque atacaram minha empresa?
— Sr. Snow, não me leve a mal, mas siga meu raciocínio.
— Estou ouvindo.
— O senhor não parece amar sua família e não tem nenhuma pessoa em sua vida. Quer dizer… não tinha. Até ontem o que todo mundo sabia era que o senhor vivia para sua empresa.
— O que você quer dizer com não tinha e até ontem?
— Bom, creio que as coisas podem mudar já que o senhor foi visto em San Diego acompanhado de uma jovem muito bonita, coisa que não costumamos ver. Mas voltando aqui ao que importa, existe alguém com alguma raiva pessoal do senhor que queira lhe tirar tudo que construiu?
— Eu não sei. A infeliz da Ruth creio que esteja feliz com o marido dela, além disso, foi ela que… Bem, você sabe. Já o traidor do Ivo o diabo deve ter levado já que nunca mais ouvi falar dele.
— Quem é o Ivo?
— Primo de Ruth. Ele era meu gerente e amigo antes de ir para a cama com minha ex noiva.
— O que aconteceu com ele?
— Mandei para o quinto dos infernos.
— Então posso dizer que esse Ivo perdeu muito vendo onde o Sr. chegou.
— A culpa foi dele e daquela sem vergonha. Se for analisar por esse lado… existem muitos que me viraram as costas, que acreditaram que eu não valia nada. — Penso no traste que um dia chamei de pai.
— Farei uma busca mais detalhada e ver se alguém do seu passado esteve em Nova York. Será como procurar agulha no palheiro, mas pelo menos teremos um ponto de partida.
— Essas pessoas estarem em Nova York não significa que estiveram aqui.
— Não, mas posso fazer uma busca mais ampla e ver se algum deles estiveram pelas redondezas.
— Faça o que for preciso, mas o que me interessa mesmo é saber como essa pessoa entrou na sala do servidor. Para entrar aqui já não é fácil, para entrar lá se precisa de um código alfanumérico e só três pessoas têm acesso a esses códigos. Eu, que não estava aqui e não ia dar meu código a ninguém, Philip que também não estava aqui e Abigail que estava em casa, mas não quero acreditar que nenhum desses dois tenham facilitado para sei lá quem adentrar e atear fogo aqui.
— Você suspeita deles?
— Estou suspeitando até da minha sombra, mas não quero ser injusto com ninguém.
— Algum deles sabia sobre a mudança do sistema?
— Não. Philip como falei não estava aqui, ia colocá-lo a par de tudo quando retornasse. Abigail também não estava, pois, fora até Los Angeles fechar aquele negócio com os Irmãos Lima.
— Descobriremos algo senhor Snow, posso tentar voltar o que foi apagado. Essas coisas sempre deixam rastros, são migalhas, mas podemos sim encontrar algo.
— Então encontre.
Quando eles estão prestes a sair, Lauren aparece com o meu almoço e meu comprimido. Os dois se despedem e se vão, e eu tentarei comer algo, pois se não acabarei tendo um colapso de tanta fome.
Lauren me trouxe um bom almoço e em poucos minutos estou degustando minha última garfada. Termino meu suco de laranja e aproveito para tomar o advil. Só espero que faça efeito.
Lembro-me do que Walter falou e faço uma busca em meu notebook para ver se encontro algo quando vejo a foto minha e de Vicktória entrando na tal boate. Ela estava tão linda!
Como uma noite tão perfeita pode acabar com um dia de merda como esse. Se não fosse essas fotos mostrando que foi real eu poderia dizer que foi um sonho. Um sonho lindo que não sei se voltará a acontecer. Eu deveria esquecê-la. Preciso voltar a me concentrar no que está acontecendo aqui.
***
Já passa das 16 horas quando encerro minha reunião com Abigail, Philip e Lauren. Os três passaram o domingo junto comigo e amanhã a empresa volta seus trabalhos normalmente. Exige de Philip mais segurança não só para o prédio, mas principalmente para a sala do servidor.
— Senhor Snow! — levanto minha cabeça para olhar Dereck que agora está mais colado em mim do que nunca.
— Fala Dereck.
— Senhor, acho que devemos nos preocupar também com segurança para sua família. Além dos seguranças da propriedade.
— Acredita que essa pessoa possa tentar fazer mal a eles?
— Temos que nos precaver senhor. Além disso, eles estão de volta a Nova York.
— Como assim?
— Creio que com a notícia do que aconteceu sua família queira ficar por perto, senhor.
— Sabe me dizer sobre Vicktória?
— A senhorita Quinn também está com eles. O voo deles pousa no La Guardia daqui a 3 horas e meia.
— Era melhor que tivessem ficado todos lá. Estariam mais seguros.
— São sua família. Vão querer estar perto do senhor.
— Eles não podem fazer nada. Só vão estragar as férias deles.
Dereck fica me olhando e juro que vejo uma lâmpada se acendendo em sua cabeça.
— O que foi Dereck?
— A senhorita Quinn…
— O que tem ela?
— Ela é engenheira de computação.
— Sim, eu sei.
— Será que ela não sabe o que fazer para descobrir quem entrou na sala do servidor?
— Ela é engenheira e não um hacker.
— Eles todos são. E ela já ajudou a Polícia de Chicago algumas vezes quando o assunto era informática e descobrir locais secretos onde os bandidos se escondiam. Talvez ela veja algo que Philip e Walter estão deixando passar.
— Não quero ela sendo alvo dessa pessoa.
— Creio que possa ser um pouco tarde para isso, vocês dois já foram vistos juntos em público, está um alvoroço só. Sam e sua equipe estão tendo momentos difíceis com a mídia.
Respiro fundo perdido em toda essa bagunça. Não sei se devo trazer Vicktória mais ainda para meu mundo caótico, ou se a mando de volta para Chicago, onde ela possa estar segura, não só dos meus inimigos, mas também de mim.
— Vamos para casa Dereck. Não há mais nada que eu possa fazer aqui. Preciso de um banho, comer algo e quem sabe dormir um pouco.
— Sim, senhor.
— Você depois de me deixar em casa, vá pegar minha família. Leve alguém com você.
— Pode deixar senhor.
— Sobre a segurança deles, quero que me traga alguns nomes para que eu possa ver. Vou falar com meu pai, será um inferno principalmente com Lena e minha mãe.
— Tenho certeza que sim. Ela ficou irritada quando acompanhei ela até o aeroporto para buscar a senhorita Quinn, ficar com alguém lhe seguindo todos os momentos, será dureza.
— Que seja! A segurança deles é o que importa, gostando ou não, terá que aceitar.
Peter SnowChego em casa e vou direto para meu quarto, seguindo para o banheiro onde tiro toda a minha roupa, mas antes, busco o cheiro de Vicktória em minha blusa. Após passar o dia com ela, seu cheiro praticamente sumiu, mas fechando meus olhos ainda posso senti-lo.Sigo para o chuveiro onde ligo os jatos de água ajustando a temperatura, fico ali parado apenas deixando que a água lave todo esse dia. Meu corpo está dolorido e cada músculo em mim, está em protesto, louco por um descanso.Lavo meus cabelos, me ensaboando todo e fico pensando, revisando tudo em minha mente, vendo se não deixei passar algo que possa me levar a esse infeliz.Desligo os jatos de água quando me dou por satisfeito e buscando uma toalha aquecida seco meu corpo antes de sair para o closet, onde visto apenas uma calça de moletom e sigo para cozinha onde Dadi está fazen
Peter Snow— Qual é gente, vocês sabem muito bem que essas coisas não se apagam, só precisa saber onde e como procurar. — Ela falou como se todos soubessem dessa informação, sendo que a nerd da computação é ela— Aposto que minha super-mega-hiper-nerd e genial amiga sabe um jeitinho de encontrar esse vilão.— Não disse que seria fácil e não sou tudo isso Lena, mas essas coisas sempre deixam rastros. A pessoa pensa que apaga tudo, muitos vão e ainda apagam o backup pensando que resolveu tudo, mas sempre tem o backup do backup, claro que dá mais um tantinho de trabalho, mas impossível não é não.— O técnico do meu chefe de segurança disse mais ou menos isso, meu técnico também está procurando.— Seu técnico n&atil
Peter Snow— Peter filho, você acha mesmo que possamos está em perigo?— Sim mãe. Creio que até Vicktória possa estar.— Você viu a foto que saiu na mídia de vocês dois?— Mal tive tempo para comer hoje Lena. — Não contarei para ela que, na verdade, eu já vi e passei um bom tempo apreciando.— Então, irmão você precisa ver. Vocês ficam tão bem juntos maninho.— Não começa Lena.— Cara, se não quer garanto que tem quem queira.Fecho meus punhos e encaro Rainer. Se ele estiver mesmo cogitando essa possibilidade, acabo com sua raça.— Que pena mano, ela não está interessada. Você não faz o tipo dela. — Fala Lena e ainda estou encarando Rainer pronto para fazê-lo voar se for preciso.
Vicktória QuinnAcordo com a claridade entrando pelas frestas da cortina, tento me espreguiçar e sinto que estou sem calça. Olho em baixo das cobertas e percebo que estou apenas vestida em minha calcinha e camiseta, e então a noite ou melhor, as últimas 24 horas vem em minha memória.A viagem para San Diego, a festa, o beijo, Peter, incêndio, Nova York, eu na sala de Peter…— Ai meu Deus!Puxo as cobertas e fico congelada embaixo das mesmas sem querer sair de lá. Quantas bobagens eu fiz?Começo a me lembrar do que estava fazendo, de Peter tirando o computador da minha frente… sua bunda…— Merda! Eu não acredito!— Em que você não acredita? — Puxo as cobertas e vejo Lena parada na porta do quarto me olhando com um sorrisinho que me diz que fiz merda.— O que aconteceu? Pelo amor de
Vicktória QuinnO almoço foi maravilhoso! Fettuccine com molho Marzano acompanhado com um delicioso vinho e de sobremesa, tiramisu.Tudo estava delicioso, comida bebida e a companhia. Pude falar com o Sr. Bruce sobre minhas pequenas descobertas e mesmo o Peter não querendo acusar ninguém sem antes ter a prova, Bruce concordou que seria melhor deixar parte das investigações em sigilo.— Não sei porque estou tão abismado de qualquer um me trair, eu já deveria estar acostumado na verdade, até esperando por isso.— Não Peter. Ninguém espera ser traído, além disso, ainda não sabemos se isso de fato foi o que aconteceu, existem muitas possibilidades e tenho certeza que o Sr. Bruce terá o maior cuidado de ver todas elas, e se, veja bem “se” de fato alguém em sua empresa tiver feito uma sujeira
Vicktória QuinnAdentramos a empresa e logo que passamos pelas grandes portas já posso observar o quanto o lugar é pomposo.Todo em mármore com detalhes em aço cromado, todo o ambiente mostra luxo, elegância e poder.Na recepção somos recebidos por duas loiras, que muito profissionalmente atende Peter que após dá meus dados para as mesmas, me entregam um crachá de visitante, assim, seguimos para as catracas em seguida os elevadores onde alguns seguranças fazem presença.— Me pergunto como a pessoa entrou aqui. Pelo que estou vendo precisamos desse crachá para passar nas catracas, temos esses armários de plantão aqui próximo aos elevadores…Entramos no mesmo e Peter aperta o número do andar de seu escritório logo em seguida enfia uma chave em algum lugar que não percebera. Olho
Peter SnowO almoço com Vicktória, Bruce e Walter foi muito produtivo. Vick é muito inteligente e cada minuto que permaneço ao seu lado fico ainda mais encantado, essa menina tem o poder de me virar do avesso e pouco a pouco em um curto espaço de tempo está tomando conta do meu sistema como se fosse uma droga. Mas no caso dela, é uma droga muito boa, posso até dizer que seja a minha cura. Minha droga milagrosa. Porém, o medo ainda existe em mim. Não consigo me livrar do mesmo.Observo ela em minha sala admirando os quadros das madonas que estão muito bem posicionados em minha parede e após acionar para que as paredes de minha sala fiquem escuras, me aproximo da mesma, pois como um ímã ela me puxa para se e não consigo frear meu corpo.Sentir seu corpo inclinando-se para o meu, me puxando para mais perto faz os pedaços do meu cora
Peter SnowVick vai sentar-se no sofá enquanto lhe sirvo uma água e então vou para minha mesa liberando assim a entrada do Philip que para na porta ao perceber que não estou sozinho.**Minha conversa com Philip foi rápida e apesar dos seus esforços — segundo ele — não conseguiu nada novo. Já a Abigail tem a mesma história. Nenhuma novidade, mas pelo menos ela conseguiu fechar um contrato que estava pendente a dias com os italianos e pelo menos isso é uma notícia boa. O bom é que ela mesma viajará para Itália para conhecer a empresa de lá, já que nesse momento eu não estou muito afim de me ausentar para lugar nenhum.— Acho que agora podemos fazer um tour pela empresa, como eu prometi. Desculpe ter deixado você esperando esse tempo todo.— Não foi ruim, gosto de esta