Peter Snow
Quando meu pai me deserdou e me largou ele cortou todos os laços comigo e assim eu mantive. Não quero vê-lo nem mesmo para saber seus motivos. Recebi o sobrenome Snow e tento diariamente honrá-lo, pois se hoje sou alguém, pelo menos por fora é graças a quem me deu esse nome.
Poucas vezes vou até meus pais, mas sempre vou quando é aniversário ou alguma data comemorativa como foi o caso desse final de semana. É o aniversário de casamento dos meus pais e eu deveria estar lá com eles, mas por ironia do destino, no único final de semana que eu estava me sentindo bem estando lá, fui obrigado a voltar às pressas.
O motivo de querer ter ficado lá? Um anjo. Uma menina doce e em simultâneo, desafiadora. Uma menina mulher que fez meu mundo parar em apenas fitar o seu olhar. Uma jovem dos olhos azuis cristalinos, da face rosada e do cheiro mais doce que já senti. O anjo que viu meu interior e abraçou minha escuridão.
Seu toque, seu sorriso, seu cheiro, tudo nela é um convite para mim. Ícaro ao encontro do sol. Mais uma vez meu coração voltou a bater e o medo me consumiu, mas ao contrário do que pensava, me vi fazendo coisas que, jurei nunca mais fazer!
Tivemos uma noite maravilhosa onde nos divertimos como a muito não me divertia, até que vi algo que me chamou atenção. Já estávamos de saída, mas algo tinha que acontecer.
Meu sangue ferveu, minha visão ficou vermelha, mas antes que eu agisse, o inesperado aconteceu. Vi aquele ser que ao meu ver parecia tão frágil, derrubar um homem que era mais alto do que eu. Sua técnica, sua agilidade me deixaram paralisado e só voltei a reagir quando vi que outros viriam tirar satisfação.
Saímos daquela boate com meu sangue ainda fervendo. Eu estava excitado. Passei toda a noite com meu pau doendo de desejo e no final ver um bastardo qualquer passar a mão em meu anjo, não ajudou em nada.
A volta para casa foi em silêncio total. Cada um preso em seus pensamentos e muitas vezes vi seu olhar para mim. Vi a confusão em seu rosto e por mais que minha cabeça dissesse ser melhor assim, que era o melhor para todos manter à distância, que aquilo tudo veio em um bom momento, na hora que ela desceu da limusine eu não resisti.
Não consegui colocar ali um ponto final em algo que nem começara, não consegui vê-la seguir para seu quarto com todas aquelas dúvidas em sua mente, não resisti a seus olhos, quando me olhou ao tocar em sua mão e aquela decisão que parecia tão errada, tornou-se a mais certa logo após beijar aqueles delicados lábios e provar de sua doce boca.
Vicktória fez-me sentir naquele beijo, o que nunca senti em todos esses anos, mesmo estando com tantas mulheres e fazendo coisas que poucas pessoas fazem. Eu já vi e já experimentei de tudo, mas nada se compara a ela. Se existir um paraíso para cada um de nós, o meu paraíso se chama Vicktória. Minha Vicktória.
Estava tudo perfeito, mesmo com medo, sentindo o aperto em meu peito e o desconforto em meu estômago eu queria mais, eu busquei por mais. Aquele beijo, o seu toque, seus dedos em meus cabelos, tudo grudou em mim, ela está presa em meu sistema e como se fosse uma droga, eu quero mais dela.
Estava deitado ainda tocando meus lábios sentindo seu gosto em minha língua, quando o telefone tocou e o nome da Lauren apareceu no visor. Eu sabia que não era coisa boa aquela ligação, mas nunca pensei se tratar de um incêndio em minha empresa.
Acionei Dereck e mandei agilizar o jato, vesti a primeira roupa que encontrei que no caso era a roupa que acabara de tirar e ainda vestindo meu blasé, desci saltando alguns degraus, as escadas da casa, encontrando meu pai assustado ao ver minha pressa.
— O que aconteceu?
— Estou voltando para Nova York, pai. Infelizmente não poderei ficar peça desculpas a mamãe, mas o caso é sério, eu juro que se não fosse, se eu pudesse passar para qualquer outra pessoa eu ficaria.
— Vejo que é sério mesmo. Precisa de ajuda?
— Não. Eu mesmo resolvo. — Ele pode pensar que fui grosso, mas além de a tempos eu mesmo resolver minhas coisas, também queria ambos longe da bagunça que sabia que estava me esperando.
Após entrar no jatinho a lembrança dela e seu cheiro ainda impregnado em minha blusa me fez lembrar de algo.
Fiz Dereck descobrir seu telefone, assim que ele conseguiu, liguei para ela contando o motivo de ter partido. Não queria que ela pensasse que não queria mais vê-la e agora estou aqui, no meio dessa bagunça ainda ouvindo suas palavras “acredite Peter. Eu me preocupo, assim faz também seus pais e seus irmãos. Eles te amam”.
Estou com medo, pois sei que ela também vai me deixar, assim como todos vão. É só descobrirem o que me tornei, os lugares que frequento e o que já fiz, desde quando meu coração se quebrou pela última vez decidi não usá-lo, até agora.
Ele sempre me ferra, mas, dessa vez, tenho uma vasta impressão de que não serei eu o único ferido.
Queria ter forças para deixá-la ir, mas não consigo. Estou a apenas algumas horas sem vê-la e já sinto sua falta. Sei que vou machucá-la, sei que nós dois sofreremos, mas Deus sabe que não tenho forças para negar-me em tê-la.
Olho meu relógio e vejo que as horas não passaram nada. Então, ligo para Lauren, para que ela providencie meu almoço e um advil para aliviar essa dor que só aumenta em minha cabeça.
Eu não sou nada. Sou só a casca vazia de um homem, que nunca foi merecedor de amor nenhum, nem mesmo daqueles que me colocaram nesse mundo. Como ela pode me dizer com toda a certeza que me ama? O que a faz ser diferente dos outros?
Peter SnowUma batida em minha porta me faz levantar a cabeça e olhar para ver quem é quando Lauren adentra com Bruce e Walter em seu encalço.— Sr. Snow, estamos com o relatório pronto.— E então?— O incêndio como suspeitávamos foi sim criminoso.— E quem foi que entrou aqui na minha empresa?— Aí que está. Não conseguimos descobrir nada. Já que todas as câmeras não funcionaram por todo o tempo de sua estadia. Os dados de acesso à sala do servidor também não ajudam.— Inferno. — Esmurro minha mesa ficando de pé. — Como pode isso Bruce, eu pago o sistema de segurança que me disseram ser top de linha, o melhor e quando preciso do mesmo nada funciona.— Walter fez uma busca nas câmeras da redondeza para ver se pegava algo suspeito.
Peter SnowChego em casa e vou direto para meu quarto, seguindo para o banheiro onde tiro toda a minha roupa, mas antes, busco o cheiro de Vicktória em minha blusa. Após passar o dia com ela, seu cheiro praticamente sumiu, mas fechando meus olhos ainda posso senti-lo.Sigo para o chuveiro onde ligo os jatos de água ajustando a temperatura, fico ali parado apenas deixando que a água lave todo esse dia. Meu corpo está dolorido e cada músculo em mim, está em protesto, louco por um descanso.Lavo meus cabelos, me ensaboando todo e fico pensando, revisando tudo em minha mente, vendo se não deixei passar algo que possa me levar a esse infeliz.Desligo os jatos de água quando me dou por satisfeito e buscando uma toalha aquecida seco meu corpo antes de sair para o closet, onde visto apenas uma calça de moletom e sigo para cozinha onde Dadi está fazen
Peter Snow— Qual é gente, vocês sabem muito bem que essas coisas não se apagam, só precisa saber onde e como procurar. — Ela falou como se todos soubessem dessa informação, sendo que a nerd da computação é ela— Aposto que minha super-mega-hiper-nerd e genial amiga sabe um jeitinho de encontrar esse vilão.— Não disse que seria fácil e não sou tudo isso Lena, mas essas coisas sempre deixam rastros. A pessoa pensa que apaga tudo, muitos vão e ainda apagam o backup pensando que resolveu tudo, mas sempre tem o backup do backup, claro que dá mais um tantinho de trabalho, mas impossível não é não.— O técnico do meu chefe de segurança disse mais ou menos isso, meu técnico também está procurando.— Seu técnico n&atil
Peter Snow— Peter filho, você acha mesmo que possamos está em perigo?— Sim mãe. Creio que até Vicktória possa estar.— Você viu a foto que saiu na mídia de vocês dois?— Mal tive tempo para comer hoje Lena. — Não contarei para ela que, na verdade, eu já vi e passei um bom tempo apreciando.— Então, irmão você precisa ver. Vocês ficam tão bem juntos maninho.— Não começa Lena.— Cara, se não quer garanto que tem quem queira.Fecho meus punhos e encaro Rainer. Se ele estiver mesmo cogitando essa possibilidade, acabo com sua raça.— Que pena mano, ela não está interessada. Você não faz o tipo dela. — Fala Lena e ainda estou encarando Rainer pronto para fazê-lo voar se for preciso.
Vicktória QuinnAcordo com a claridade entrando pelas frestas da cortina, tento me espreguiçar e sinto que estou sem calça. Olho em baixo das cobertas e percebo que estou apenas vestida em minha calcinha e camiseta, e então a noite ou melhor, as últimas 24 horas vem em minha memória.A viagem para San Diego, a festa, o beijo, Peter, incêndio, Nova York, eu na sala de Peter…— Ai meu Deus!Puxo as cobertas e fico congelada embaixo das mesmas sem querer sair de lá. Quantas bobagens eu fiz?Começo a me lembrar do que estava fazendo, de Peter tirando o computador da minha frente… sua bunda…— Merda! Eu não acredito!— Em que você não acredita? — Puxo as cobertas e vejo Lena parada na porta do quarto me olhando com um sorrisinho que me diz que fiz merda.— O que aconteceu? Pelo amor de
Vicktória QuinnO almoço foi maravilhoso! Fettuccine com molho Marzano acompanhado com um delicioso vinho e de sobremesa, tiramisu.Tudo estava delicioso, comida bebida e a companhia. Pude falar com o Sr. Bruce sobre minhas pequenas descobertas e mesmo o Peter não querendo acusar ninguém sem antes ter a prova, Bruce concordou que seria melhor deixar parte das investigações em sigilo.— Não sei porque estou tão abismado de qualquer um me trair, eu já deveria estar acostumado na verdade, até esperando por isso.— Não Peter. Ninguém espera ser traído, além disso, ainda não sabemos se isso de fato foi o que aconteceu, existem muitas possibilidades e tenho certeza que o Sr. Bruce terá o maior cuidado de ver todas elas, e se, veja bem “se” de fato alguém em sua empresa tiver feito uma sujeira
Vicktória QuinnAdentramos a empresa e logo que passamos pelas grandes portas já posso observar o quanto o lugar é pomposo.Todo em mármore com detalhes em aço cromado, todo o ambiente mostra luxo, elegância e poder.Na recepção somos recebidos por duas loiras, que muito profissionalmente atende Peter que após dá meus dados para as mesmas, me entregam um crachá de visitante, assim, seguimos para as catracas em seguida os elevadores onde alguns seguranças fazem presença.— Me pergunto como a pessoa entrou aqui. Pelo que estou vendo precisamos desse crachá para passar nas catracas, temos esses armários de plantão aqui próximo aos elevadores…Entramos no mesmo e Peter aperta o número do andar de seu escritório logo em seguida enfia uma chave em algum lugar que não percebera. Olho
Peter SnowO almoço com Vicktória, Bruce e Walter foi muito produtivo. Vick é muito inteligente e cada minuto que permaneço ao seu lado fico ainda mais encantado, essa menina tem o poder de me virar do avesso e pouco a pouco em um curto espaço de tempo está tomando conta do meu sistema como se fosse uma droga. Mas no caso dela, é uma droga muito boa, posso até dizer que seja a minha cura. Minha droga milagrosa. Porém, o medo ainda existe em mim. Não consigo me livrar do mesmo.Observo ela em minha sala admirando os quadros das madonas que estão muito bem posicionados em minha parede e após acionar para que as paredes de minha sala fiquem escuras, me aproximo da mesma, pois como um ímã ela me puxa para se e não consigo frear meu corpo.Sentir seu corpo inclinando-se para o meu, me puxando para mais perto faz os pedaços do meu cora