Vicktória Quinn
— Posso falar com você Vicktória?
Antes que eu fale algo Lena segura a mão de Raiff e se despede.
— Vejo vocês amanhã. Vem Raiff. — E assim os dois se vão ficando apenas Peter e eu.
— Vamos dar uma volta na praia?
Só segurei sua mão e seguimos para uma área da casa que ainda não conheço, seguindo um caminho que nos leva a um pequeno portão onde tem uns batentes que seguem até a areia.
Paro assim que chegamos ao último degrau e olho para meus pés. Peter acompanha o meu olhar e sorrir de lado abaixando-se logo em seguida, com seus dedos hábeis ele desamarra as tiras de minhas sandálias tirando-as, antes de fazer o mesmo com seus sapatos, deixando-os no degrau assim como minha bolsa.
— Vem! vamos dar uma volta prometo que não vamos muito longe, sei que está cansada.
— Pensei que você estava com raiva de mim. — Consigo falar.
— Porque eu estaria com raiva de você?
— Porque fiz barraco na boate causando briga!
— Ah! Isso? Sim, eu fiquei com raiva, mas não de você.
— Como assim?
— Fiquei com raiva de mim por não ter te protegido, fiquei com mais raiva daquele infeliz que se atreveu a pôr as mãos em Você. Desculpe se pareceu que minha raiva era dirigida a você.
— Você não teve culpa, acho que o rapaz viu nós dois dançando e pensou em fazer o mesmo. Eu nunca dancei daquele jeito, obrigada pela dança e por tudo. Tirando a briga no final, essa foi uma noite e tanto.
— Eu é que agradeço, foi uma noite maravilhosa e foi uma honra ter sido seu par, você é perfeita.
— Você que sabe guiar.
— Não seria tão perfeito se não fosse com a garota perfeita. É tudo tão simples com você, tão fácil, tão perfeito que me assusta. Eu não sou perfeito Vicktória.
— Ninguém é Peter.
— Sou muito danificado. Já me enveredei nesse caminho do amor e não terminou bem. Acho que não fui feito para isso, mas ele insiste em bater na minha porta mesmo quando eu não esperava mais. Você é tão linda e essa atração me deixa louco, você me deixa louco, Vicktória e não sei o que fazer.
Ai meu Deus! Será que ele quer me beijar?
Estamos tão próximos um do outro que posso sentir sua respiração e o calor do seu corpo, seu hálito quente…
— O que você quer Peter?
— Beijar você. Mas sei que não devemos.
— Então beije.
— Vicktória! Baby…
— Estou bem aqui. — Seja o que Deus quiser.
— Não fale assim, você não me conhece.
— Podemos nos conhecer.
— Vou te machucar Vicktória. Mesmo não querendo fazer isso.
— Do que você tem medo? Me conte.
— De ser deixado. Todos me deixam!
— Isso não é verdade. Seus pais são a prova disso, se alguém te deixou é porque não te amava.
— Meus pais foram os primeiros. — Ele diz e se afasta.
— Mas Deus colocou em seu caminho pais melhores, irmãos que te ama e que sempre vão estar ao seu lado.
— Será que vão mesmo?
— Você também tem a mim.
— Você?
— Se quiser é claro. Podemos ser amigos. — Ele sorrir mais não é meu sorriso preferido. É um riso triste.
— Onde aprendeu aqueles golpes? — Ele muda de assunto e começa a andar incentivando-me a caminhar com ele.
— Meu pai é detetive de Polícia e sempre acreditou que sua filhinha deveria saber se proteger, mas foi quando me mudei para Chicago que levei mesmo a sério. Antes eu sabia só algumas coisas.
— Parece ser bem treinada.
— E sou mesmo. Além de artes marciais também sei atirar. Sou muito boa de mira, praticava como meu pai.
— E eu pensando que você era uma menininha indefesa!
— Não sou mesmo senhor Snow, Melhor não esquecer disso.
— Adoro ouvir você chamar meu nome, mas quando você fala assim…
— Assim como?
— Que se foda!
Não tenho nem tempo de reagir quando suas mãos já estão em mim e ele me puxa para seu corpo. Seguro-me em seus braços quando ele aperta minha cintura e com a outra mão segura meus cabelos fazendo-me levantar a cabeça e olhar em seus olhos que estão escuros como uma tempestade de inverno. Sua boca desce sobre a minha e não resisto um gemido ao sentir seus lábios nos meus, sua língua pedindo passagem tomando tudo de mim.
Fico nas pontas dos dedos tentando escalar aquele paredão que me toma forte, minha perna sobe e engancha em sua cintura onde fica aninhada com a ajuda de sua mão que segura minha coxa apertando-a subindo e descendo pela minha bunda.
Não sei quanto tempo ficamos assim até nos afastamos quando estamos ambos sem conseguir respirar.
— Doce. A boca mais doce que já beijei.
— Peter!
— Minha. Ah, Vick! Como eu te quero!
— Quer?
— Você não está sentindo?
Ai caramba! Eu estou. E como estou.
— Amo quando você cora assim.
Abaixo minha cabeça enfiando meu rosto em seu peito, morrendo de vergonha, pois agora estou ciente da sua protuberância em minha barriga. O safado sorri beijando meus cabelos e me abraça apertado.
Faço ele enfiando meus braços por baixo de seu blazer passando minhas mãos em sua camisa, e dá uma vontade de apertar sua bunda.
Não resisto e desço minha mão apertando-a fazendo-o gemer e retribuir o meu aperto.
— Vick, Vick! Acho que devemos subir baby. Você precisa descansar.
Quem disse que estou cansada? Mentira de quem falou isso. Estou ótima. Mas como sei que fui eu mesma que falei essa merda, acabo por concordar mesmo a contra gosto.
— E amanhã precisamos acordar cedo para o almoço com seus pais.
— Não se preocupe baby! Pode descansar o almoço só será servido depois do meio-dia.
— Mesmo assim não quero abusar.
— Vick, você está aqui para descansar não precisa acordar cedo se essa não for sua vontade.
Mas quero acordar para te ver. — Digo para mim mesmo.
— Vamos subir antes que eu arranque esse vestido de você.
— Não gostou do meu vestido? — Pisco para ele fazendo cara de coitadinha.
— Eu amei! Esse é o problema, ele é tão acessível!
Subimos para nossos quartos e ainda trocamos um beijo quente no corredor em frente à minha porta antes de nos despedirmos.
Entro para meu quarto ainda flutuando, sentindo meus lábios sensíveis por seus beijos e o resultado dos nossos amassos marcado em minha calcinha.
Beijei Peter Snow! Eu beijei!
Acordo com um sacudir no meu ombro e abrindo apenas um olho vejo Lena pairando sobre mim.
— Vamos… acorda que não aguento mais esperar.
— Meu Deus! Já está tão tarde assim? O almoço!
— Que mané almoço. Quero é saber os babados.
Olho a hora em meu celular e gemo.
— Lena! Ainda são 9h40.
— Sim e eu já estou acordada. Vamos Vick eu preciso saber, o que o Peter queria falar com você? Vocês estão namorando? Ele te falou algo? Faz tanto tempo que Peter não namora ninguém!
— Lena, eu nem acordei ainda — Digo me desvencilhando do lençol para ir ao banheiro.
— Nem pense em fugir Vick.
— Preciso fazer xixi, Lena e escovar meus dentes.
— Você pode fazer isso e ir me contando e aí rolou? Não precisa me contar os detalhes, pois não quero saber o tamanho do pau do meu irmão.
Estava pegando minha escova e acabo deixando tudo cair no chão em um baque.
— Lena!
— Está bem! Deixarei você se escovar, mas seja rápida.
Vicktória QuinnApós contar para Lena mais ou menos o que aconteceu e de ver minha amiga batendo palminhas como uma criança quando recebe presente de Natal, descemos para nos juntar aos demais que já estão na área da piscina.— Olha só… elas chegaram! — Rainer como sempre com suas gracinhas.Procuro com meu olhar varrendo todo ambiente e não vejo Peter em lugar nenhum. Será que ele ainda está dormindo?— Onde está o Peter? — Pergunta Lena e agradeço mentalmente por minha amiga ser tão perceptiva.— Seu irmão recebeu uma ligação urgente de Nova York e teve que voar às pressas para lá, querida.Voar! Ele já foi? Fico triste com a possibilidade de não mais vê-lo.— O que aconteceu de tão grave, para que e
Peter Snow— Philip, eu preciso saber como esse incêndio se deu início.— Estamos trabalhando nisso Sr. Snow.— Trabalhando nisso e até agora não tem nenhuma resposta?! Só sei que minha empresa por pouco não foi totalmente incinerada.— O Bruce e a equipe dele estão trazendo os últimos relatórios, mas parece que tudo aconteceu na sala dos servidores.— Como essa pessoa entrou na sala dos servidores? Essa sala é restrita, apenas três pessoas têm acesso à mesma. Além do código para acessar a empresa, também precisa de um código específico para entrar na sala dos servidores.— Sr. Snow, o senhor sabe que eu estava fora essa semana, então não sei dizer quem teve acesso. Os registros foram apagados, estou tentando restaurar, mas está difícil; as
Peter SnowQuando meu pai me deserdou e me largou ele cortou todos os laços comigo e assim eu mantive. Não quero vê-lo nem mesmo para saber seus motivos. Recebi o sobrenome Snow e tento diariamente honrá-lo, pois se hoje sou alguém, pelo menos por fora é graças a quem me deu esse nome.Poucas vezes vou até meus pais, mas sempre vou quando é aniversário ou alguma data comemorativa como foi o caso desse final de semana. É o aniversário de casamento dos meus pais e eu deveria estar lá com eles, mas por ironia do destino, no único final de semana que eu estava me sentindo bem estando lá, fui obrigado a voltar às pressas.O motivo de querer ter ficado lá? Um anjo. Uma menina doce e em simultâneo, desafiadora. Uma menina mulher que fez meu mundo parar em apenas fitar o seu olhar. Uma jovem dos olhos azuis cristalinos, da fa
Peter SnowUma batida em minha porta me faz levantar a cabeça e olhar para ver quem é quando Lauren adentra com Bruce e Walter em seu encalço.— Sr. Snow, estamos com o relatório pronto.— E então?— O incêndio como suspeitávamos foi sim criminoso.— E quem foi que entrou aqui na minha empresa?— Aí que está. Não conseguimos descobrir nada. Já que todas as câmeras não funcionaram por todo o tempo de sua estadia. Os dados de acesso à sala do servidor também não ajudam.— Inferno. — Esmurro minha mesa ficando de pé. — Como pode isso Bruce, eu pago o sistema de segurança que me disseram ser top de linha, o melhor e quando preciso do mesmo nada funciona.— Walter fez uma busca nas câmeras da redondeza para ver se pegava algo suspeito.
Peter SnowChego em casa e vou direto para meu quarto, seguindo para o banheiro onde tiro toda a minha roupa, mas antes, busco o cheiro de Vicktória em minha blusa. Após passar o dia com ela, seu cheiro praticamente sumiu, mas fechando meus olhos ainda posso senti-lo.Sigo para o chuveiro onde ligo os jatos de água ajustando a temperatura, fico ali parado apenas deixando que a água lave todo esse dia. Meu corpo está dolorido e cada músculo em mim, está em protesto, louco por um descanso.Lavo meus cabelos, me ensaboando todo e fico pensando, revisando tudo em minha mente, vendo se não deixei passar algo que possa me levar a esse infeliz.Desligo os jatos de água quando me dou por satisfeito e buscando uma toalha aquecida seco meu corpo antes de sair para o closet, onde visto apenas uma calça de moletom e sigo para cozinha onde Dadi está fazen
Peter Snow— Qual é gente, vocês sabem muito bem que essas coisas não se apagam, só precisa saber onde e como procurar. — Ela falou como se todos soubessem dessa informação, sendo que a nerd da computação é ela— Aposto que minha super-mega-hiper-nerd e genial amiga sabe um jeitinho de encontrar esse vilão.— Não disse que seria fácil e não sou tudo isso Lena, mas essas coisas sempre deixam rastros. A pessoa pensa que apaga tudo, muitos vão e ainda apagam o backup pensando que resolveu tudo, mas sempre tem o backup do backup, claro que dá mais um tantinho de trabalho, mas impossível não é não.— O técnico do meu chefe de segurança disse mais ou menos isso, meu técnico também está procurando.— Seu técnico n&atil
Peter Snow— Peter filho, você acha mesmo que possamos está em perigo?— Sim mãe. Creio que até Vicktória possa estar.— Você viu a foto que saiu na mídia de vocês dois?— Mal tive tempo para comer hoje Lena. — Não contarei para ela que, na verdade, eu já vi e passei um bom tempo apreciando.— Então, irmão você precisa ver. Vocês ficam tão bem juntos maninho.— Não começa Lena.— Cara, se não quer garanto que tem quem queira.Fecho meus punhos e encaro Rainer. Se ele estiver mesmo cogitando essa possibilidade, acabo com sua raça.— Que pena mano, ela não está interessada. Você não faz o tipo dela. — Fala Lena e ainda estou encarando Rainer pronto para fazê-lo voar se for preciso.
Vicktória QuinnAcordo com a claridade entrando pelas frestas da cortina, tento me espreguiçar e sinto que estou sem calça. Olho em baixo das cobertas e percebo que estou apenas vestida em minha calcinha e camiseta, e então a noite ou melhor, as últimas 24 horas vem em minha memória.A viagem para San Diego, a festa, o beijo, Peter, incêndio, Nova York, eu na sala de Peter…— Ai meu Deus!Puxo as cobertas e fico congelada embaixo das mesmas sem querer sair de lá. Quantas bobagens eu fiz?Começo a me lembrar do que estava fazendo, de Peter tirando o computador da minha frente… sua bunda…— Merda! Eu não acredito!— Em que você não acredita? — Puxo as cobertas e vejo Lena parada na porta do quarto me olhando com um sorrisinho que me diz que fiz merda.— O que aconteceu? Pelo amor de