Vicktória Quinn
Lena, Riff e Rainer já desceram, então Peter sai e estende a mão para mim, seguro-a, e com cuidado coloco meu pé para fora, assim que estou na vertical ao seu lado, um brilho de Flash praticamente me cega.
Oh! merda. Ele é Peter Snow, é claro que a mídia o cerca.
Sem soltar minha mão, ele nos guia até os irmãos que já estão mais à frente, sem nem olhar para os lados seguimos para a entrada, onde um homem forte libera as correntes e adentramos o ambiente sem demora.
Rainer segue na frente conduzido por uma garçonete que nos leva a uma mesa mais reservada, mas que não fica tão longe da pista de dança.
A música está tocando alta e já tem muita gente dançando. Sentamo-nos e após pedirmos e tomarmos nossas bebidas, Lena se levanta me chamando.
— Vem Vick, vamos dançar.
Raiff já está na pista e Rainer nos acompanha, ficando apenas Peter na mesa.
Acompanho Lena e tento me lembrar de como fazíamos quando ficávamos feitos loucas dançando em casa. A batida da música ajuda e quando penso que não, estou me mexendo no mesmo ritmo, sorrio com o feito.
Fecho meus olhos tentando me concentrar apenas na batida eletrizante que domina meu corpo, esquecendo a vergonha deixo me levar adorando a sensação de poder e liberdade que a música me traz.
— Isso aí Vick! — Ouço o grito de Lena, sorrindo continuo minha dança. Vezes ou outra abro meus olhos e noto que muitos homens se aproximaram de nós, mas meu foco é para a mesa onde Peter ficou, e de onde ele nos olhava, até que vejo que ele não está mais lá. Fico me perguntando onde ele possa ter ido. Será que está dançando com alguém?
Dancei com Raiff e Rainer que se mantêm por perto cercando Lena, não vejo Peter, mas posso sentir que ele está por perto. Não me pergunte como, mas eu sinto.
Continuo dançando com Lena já que Rainer está atracado em uma loira dançando e o Raiff disse ir pegar uma bebida quando sinto uma mão quente tocar minha cintura, fecho meus olhos e sigo o ritmo da música gostando da sensação daquele corpo forte e quente que segue o mesmo ritmo do meu, até que sinto sua respiração em meu pescoço e sua voz em meu ouvido:
— Você não deveria dançar assim. Não deveria brincar com fogo, pois pode se machucar.
Peter!
Ele gira meu corpo, e logo estamos de frente um para o outro, não sei como sigo seu ritmo na pista de dança, me sinto uma dançarina profissional. Seu jeito de conduzir me excita e me deixa sexy.
Seguro seus braços fortes enquanto suas duas mãos estão em minha cintura, dançamos com nossos olhos conectados, como se estivéssemos só nós dois ali e mais ninguém.
— Vicktória… O que faço com você menina?!
Não sei o que falar, só engulo em seco.
Ele me gira novamente, deixando-me de costas para ele, colada ao seu corpo, posso sentir o quanto ele está excitado.
— Você está me matando desde quando saiu daquele quarto. — Sua mão desce e sobe em minha coxa mantendo meu vestido no lugar, já nem sei mais o que estou sentindo.
— Peter!
— Estou aqui baby, mas você não deveria me querer ao seu lado! O problema é que não consigo ficar longe de você, essa atração que sinto… você é como um ímã que me puxa e mesmo tentando não consigo resistir a essa atração sem limites.
O meu Deus! Do que ele está falando?!
Minha boca está seca, estou suada, quente e agora também estou excitada. Efeito Peter Snow.
— Vem, tomaremos algo, antes que eu faça algo que não possamos voltar atrás.
Fazer o quê? O que ele quer fazer comigo? Dá uma vontade de dizer que ele pode fazer o que quiser, mas ainda não bebi o suficiente para ter tamanha coragem.
Voltamos para a mesa onde Raiff está com uma morena ao seu lado.
— Onde está Lena, Raiff? — Pergunta Peter e ele aponta para a pista de dança.
Olho e vejo Lena dançando com um rapaz e Peter praticamente rosna ao meu lado, mas senta-se e me puxa para seu lado me entregando uma cerveja.
— Three Philosophers, a melhor cerveja do mundo. — Peter fala para mim e posso dizer que nunca experimentei uma igual. Não que eu seja uma conhecedora em cerveja, mas que essa é boa, há isso é!
— Realmente o sabor é diferente. — Rapidinho termino o copo que ele me deu e o vejo sorrir.
— Vejo que terei que ser o juízo da noite. Vamos devagar, tome uma água, assim a cerveja não irá te pegar tão rápido.
— Meu Deus!
Nós nos assustamos quando a morena de Raiff praticamente grita com seus olhos esbugalhados para Peter.
— Você é o Peter Snow! Nossa você é ainda mais lindo pessoalmente. Acompanho todas as notícias sobre você…
— Não acredite em tudo que ler e ver.
— Você é o solteiro mais cobiçado de Nova York. Eu até mandei um currículo meu para sua empresa.
Peter arqueia uma sobrancelha e Raiff está olhando de cara feia para sua acompanhante.
— Qual sua especialidade? — Pergunta Peter e eu nem preciso perguntar para saber. A especialidade dela é “dar o golpe”. A mulher tem cara e jeito de impostora de golpista. Uma Maria gasolina assumida.
— Estudei 6 meses na Stanford.
— Seis meses!
— Sim. Eu…
Ele vira-se para mim.
— Vamos dançar baby?
— Claro.
Baby! Já é a segunda vez que ele me chama assim. Sorrio para o mesmo e confirmo com a cabeça já me levantando. Voltamos para a pista de dança e nessa hora a música muda para um ritmo mais sexy. Peter sorri me puxando mais ainda para seu corpo.
— É só seguir meu comando baby.
As batidas de The Weeknd - Earned It nos faz girar pela pista e quando vejo estou dançando sozinha com Peter enquanto as pessoas nos assistem à nossa volta.
Peter segura minha cintura e a minha coxa, me fazendo jogar a cabeça para trás segurando em seu braço. Nunca me senti tão sexy.
Dançamos como se só estivéssemos nós dois ali e quando a música termina ficamos parados com os narizes colados e o coração acelerado, até que saímos do nosso transe quando uma Lena muito animada chega ao nosso lado.
— Vocês arrasaram. Maninho será que você pode deixar algo para que eu seja a melhor na família?! E Vick, você estava esplêndida.
— Acho que está na hora de irmos Lena.
— A não Peter. A festa está ótima.
— Na verdade, eu estou cansada Lena.
O que é verdade, mas também quero ir embora antes que faça algo que possa me arrepender. Não que eu vá me arrepender se acabar beijando o Peter, mas não quero confundir as coisas e estragar minha amizade com a Lena e nem com nenhum dos seus irmãos caso isso aconteça. Eu posso muito bem está vendo coisas onde não tem, posso está projetando em minha mente aquilo que eu gostaria que fosse verdade, afinal, esse é Peter Snow, quem em sã consciência não se pegaria imaginando como seria a doçura daqueles lábios, já eu… bem, eu não sou ninguém. E, se eu acabar confundindo tudo, as coisas vão ficar uma merda só.
— Mas Vick, eu te trouxe aqui para nos divertir e quem sabe você achar um gatinho que te faça finalmente…
— Lena!
Ela não falará da minha virgindade para os irmãos.
— O que Vick? Você precisa dar esse próximo passo, Vicktória.
Meu Deus! Preciso de um buraco para me enfiar.
— Precisamos mesmo ir Lena, e pare de constranger a Vicktória. Você às vezes não tem filtro.
— Você que é antiquado Peter.
— Ah! Irmã, tem coisas que é melhor você não saber. Melhor pensar assim.
Ele fala baixo e acho que ela não ouviu, mas fiquei curiosa para saber que coisas são essas.
Peter se adianta à nossa frente, fico um pouco para trás com Lena. Ainda estamos perto da pista de dança e a música segue alta, as pessoas continuam dançando, quando sinto uma mão em minha bunda e um corpo próximo ao meu.
Sem pensar duas vezes seguro a mão invasora e desconhecida virando seus dedos para trás girando em meus saltos e dando graças pela enorme fenda em meu vestido que facilita tudo quando subo meu joelho de encontro a virilha do idiota que veio me alisar, esmagando as joias da família, fazendo-o urrar de dor e se encolher no chão.
— VAI PASSAR A MÃO NA BUNDA DA SUA MÃE.
Grito para o idiota que pede desculpa ainda no chão e as pessoas ficam abismadas me olhando até que outro rapaz vem em minha direção e já vejo problemas.
Merda! Só o que faltava era esse outro vir tomar as dores do amigo. Preparo-me para o que está por vir quando o rapaz para a alguns passos me olhando assustado e então sinto, mais do que vejo o motivo da sua desistência ao virar-me para trás, observo um Peter raivoso, que está quase colado a mim, em toda sua magnitude, no que parece estar ainda mais alto, olhando ferozmente para o indivíduo à minha frente, trincando os dentes e cerrando punhos.
— Toque nela mais uma vez e garanto que não terá médico que remende seus ossos.
Suas palavras saem duras e altas o suficiente para que todos ouçam. Nunca pensei em vê-lo tão bravo.
Ele olha para Lena e ainda bravo fala: — Eu disse que está na hora de irmos.
— Está bem! Eu não prevejo o tempo, o bruxo aqui é você. Caralho Vick, pelo visto você continua lutando.
Não digo nada! apenas sigo o senhor ranzinza que segura a minha mão, segue me puxando para pegar meu casaco e minha bolsa ajudando a me vestir, mas sem dizer nenhuma palavra.
Será que ele está com raiva porque causei confusão? Ele não precisava ter ido me defender, eu mesma teria resolvido.
Rainer se junta a gente ainda segurando a mão da loira parando bem ao nosso lado.
— O que aconteceu?
— Estamos indo Rainer. Você volta conosco ou fica?
Peter está mesmo com raiva, tento tirar minha mão da dele e parece enfurece-lo ainda mais, então resolvo ficar quieta.
— Tenho planos, irmão. Vejo vocês amanhã no almoço.
Raiff já está na nossa frente e vejo que não está com a morena que fez seis meses em Stanford.
No carro seguimos calados para casa e estou começando a me sentir mal. Peter está de olhos fechados com a cabeça jogada para trás ainda com as mãos fechadas e não sei o que fazer para mudar essa situação. Até Lena está calada, estou pensando seriamente em pegar minhas malas e voltar para Chicago. Eu bem que não queria ir a essa festa, sabia estar boa demais para ser verdade. O carro para e todos nos preparamos para descer quando Peter segura minha mão.
O que foi? Será que ele pedirá para eu vá embora?
Vicktória Quinn— Posso falar com você Vicktória?Antes que eu fale algo Lena segura a mão de Raiff e se despede.— Vejo vocês amanhã. Vem Raiff. — E assim os dois se vão ficando apenas Peter e eu.— Vamos dar uma volta na praia?Só segurei sua mão e seguimos para uma área da casa que ainda não conheço, seguindo um caminho que nos leva a um pequeno portão onde tem uns batentes que seguem até a areia.Paro assim que chegamos ao último degrau e olho para meus pés. Peter acompanha o meu olhar e sorrir de lado abaixando-se logo em seguida, com seus dedos hábeis ele desamarra as tiras de minhas sandálias tirando-as, antes de fazer o mesmo com seus sapatos, deixando-os no degrau assim como minha bolsa.— Vem! vamos dar uma volta prometo que não vamos muito longe, se
Vicktória QuinnApós contar para Lena mais ou menos o que aconteceu e de ver minha amiga batendo palminhas como uma criança quando recebe presente de Natal, descemos para nos juntar aos demais que já estão na área da piscina.— Olha só… elas chegaram! — Rainer como sempre com suas gracinhas.Procuro com meu olhar varrendo todo ambiente e não vejo Peter em lugar nenhum. Será que ele ainda está dormindo?— Onde está o Peter? — Pergunta Lena e agradeço mentalmente por minha amiga ser tão perceptiva.— Seu irmão recebeu uma ligação urgente de Nova York e teve que voar às pressas para lá, querida.Voar! Ele já foi? Fico triste com a possibilidade de não mais vê-lo.— O que aconteceu de tão grave, para que e
Peter Snow— Philip, eu preciso saber como esse incêndio se deu início.— Estamos trabalhando nisso Sr. Snow.— Trabalhando nisso e até agora não tem nenhuma resposta?! Só sei que minha empresa por pouco não foi totalmente incinerada.— O Bruce e a equipe dele estão trazendo os últimos relatórios, mas parece que tudo aconteceu na sala dos servidores.— Como essa pessoa entrou na sala dos servidores? Essa sala é restrita, apenas três pessoas têm acesso à mesma. Além do código para acessar a empresa, também precisa de um código específico para entrar na sala dos servidores.— Sr. Snow, o senhor sabe que eu estava fora essa semana, então não sei dizer quem teve acesso. Os registros foram apagados, estou tentando restaurar, mas está difícil; as
Peter SnowQuando meu pai me deserdou e me largou ele cortou todos os laços comigo e assim eu mantive. Não quero vê-lo nem mesmo para saber seus motivos. Recebi o sobrenome Snow e tento diariamente honrá-lo, pois se hoje sou alguém, pelo menos por fora é graças a quem me deu esse nome.Poucas vezes vou até meus pais, mas sempre vou quando é aniversário ou alguma data comemorativa como foi o caso desse final de semana. É o aniversário de casamento dos meus pais e eu deveria estar lá com eles, mas por ironia do destino, no único final de semana que eu estava me sentindo bem estando lá, fui obrigado a voltar às pressas.O motivo de querer ter ficado lá? Um anjo. Uma menina doce e em simultâneo, desafiadora. Uma menina mulher que fez meu mundo parar em apenas fitar o seu olhar. Uma jovem dos olhos azuis cristalinos, da fa
Peter SnowUma batida em minha porta me faz levantar a cabeça e olhar para ver quem é quando Lauren adentra com Bruce e Walter em seu encalço.— Sr. Snow, estamos com o relatório pronto.— E então?— O incêndio como suspeitávamos foi sim criminoso.— E quem foi que entrou aqui na minha empresa?— Aí que está. Não conseguimos descobrir nada. Já que todas as câmeras não funcionaram por todo o tempo de sua estadia. Os dados de acesso à sala do servidor também não ajudam.— Inferno. — Esmurro minha mesa ficando de pé. — Como pode isso Bruce, eu pago o sistema de segurança que me disseram ser top de linha, o melhor e quando preciso do mesmo nada funciona.— Walter fez uma busca nas câmeras da redondeza para ver se pegava algo suspeito.
Peter SnowChego em casa e vou direto para meu quarto, seguindo para o banheiro onde tiro toda a minha roupa, mas antes, busco o cheiro de Vicktória em minha blusa. Após passar o dia com ela, seu cheiro praticamente sumiu, mas fechando meus olhos ainda posso senti-lo.Sigo para o chuveiro onde ligo os jatos de água ajustando a temperatura, fico ali parado apenas deixando que a água lave todo esse dia. Meu corpo está dolorido e cada músculo em mim, está em protesto, louco por um descanso.Lavo meus cabelos, me ensaboando todo e fico pensando, revisando tudo em minha mente, vendo se não deixei passar algo que possa me levar a esse infeliz.Desligo os jatos de água quando me dou por satisfeito e buscando uma toalha aquecida seco meu corpo antes de sair para o closet, onde visto apenas uma calça de moletom e sigo para cozinha onde Dadi está fazen
Peter Snow— Qual é gente, vocês sabem muito bem que essas coisas não se apagam, só precisa saber onde e como procurar. — Ela falou como se todos soubessem dessa informação, sendo que a nerd da computação é ela— Aposto que minha super-mega-hiper-nerd e genial amiga sabe um jeitinho de encontrar esse vilão.— Não disse que seria fácil e não sou tudo isso Lena, mas essas coisas sempre deixam rastros. A pessoa pensa que apaga tudo, muitos vão e ainda apagam o backup pensando que resolveu tudo, mas sempre tem o backup do backup, claro que dá mais um tantinho de trabalho, mas impossível não é não.— O técnico do meu chefe de segurança disse mais ou menos isso, meu técnico também está procurando.— Seu técnico n&atil
Peter Snow— Peter filho, você acha mesmo que possamos está em perigo?— Sim mãe. Creio que até Vicktória possa estar.— Você viu a foto que saiu na mídia de vocês dois?— Mal tive tempo para comer hoje Lena. — Não contarei para ela que, na verdade, eu já vi e passei um bom tempo apreciando.— Então, irmão você precisa ver. Vocês ficam tão bem juntos maninho.— Não começa Lena.— Cara, se não quer garanto que tem quem queira.Fecho meus punhos e encaro Rainer. Se ele estiver mesmo cogitando essa possibilidade, acabo com sua raça.— Que pena mano, ela não está interessada. Você não faz o tipo dela. — Fala Lena e ainda estou encarando Rainer pronto para fazê-lo voar se for preciso.