Capítulo 04

Vicktória Quinn

Após ela me maquiar, deixa-me no quarto e vai para o dela. Coloco o tal vestido que ela escolheu e me sinto nua com ele. O vestido é vermelho de alcinhas finas, que formam um X nas minhas costas deixando-as totalmente nua. Ele vai até o meio da minha coxa onde tem uma enorme fenda deixando-a toda à mostra. Coloco uma sandália preta que amarra em meus tornozelos, a sandália tem 15 cm de salto que, apesar de eu ser acostumada a andar de salto, juro que esse está me dando um certo receio.

Pego a pequena bolsa e confiro meus documentos, dinheiro e um batom. Respiro fundo e acho que peguei tudo. Dou uma última olhada no grande espelho de corpo todo que tem no quarto e nem me reconheço. Estou até sentindo um friozinho na barriga.

Borrifo um pouco do meu perfume, pego minha jaqueta de couro preta e decido descer. 

Que Deus me ajude!

No corredor quase trombo com Peter que vem saindo do seu quarto, e fico feito boba olhando e babando na perfeição de homem à minha frente. Ele está todo de preto, um pecado ambulante. O homem não é gostoso normal não, sua calça jeans preta, marca bem suas coxas musculosas e a camiseta em gola V, deixa seu pescoço à mostra, onde dá para ver um pouquinho dos pelos de seu peito à mostra. Passo a língua em meus lábios, pois minha vontade é lamber ele todinho. Para completar a perfeição ele ainda colocou um blazer Preto por cima, deixando-o com aquele ar sério e intocável que faz com que todas queiram tocar.

Ele me olha dos pés à cabeça e nem ligo, pois, estou fazendo o mesmo descaradamente. Só deixo de encará-lo quando ele se aproxima, colocando uma mecha dos meus cabelos atrás da minha orelha e sussurra em meu ouvido: — Você está linda Vicktória. — Juro que senti ele fungar em meu pescoço e um arrepio tomou conta do meu corpo todo.

— Vo… Você também está lindo. — Ótimo. Gaguejando?! Era só o que me faltava para ficar mais patética.

— Vamos? — Ele me estende o braço, no qual entrelaço ao meu, feliz agradeço dando pulinhos por dentro e sorrindo feito uma boba. 

Estou parecendo adolescente apaixonada!

Mais também, tenho certeza de que vocês também estariam se estivessem no meu lugar. Chegar pertinho de Peter Snow, poder sentir o cheiro gostoso de seu perfume misturado ao seu cheiro de homem, tocar em seu braço quente e forte, receber aquele sorriso estonteante… com esse homem vou até para lua!

Não sou como a Lena, cheia de sorrisos e com uma alegria contagiante, sou mais calma e reservada, chegando algumas vezes a ser chamada de marrenta por não estar sorrindo para todo mundo, também sou muito envergonhada, por isso prefiro ficar sempre na minha, mas não sei por que, mudo completamente meu jeito de ser quando estou perto desse homem. Eu nem me reconheço.

Quando descemos as escadas todos estão sentados e nos olham de olhos arregalados. Rainer faz uma careta e Lena… Essa está com um sorriso de orelha a orelha, o que me deixa com as bochechas queimando.

— Aqui estamos Lena! — Fala Peter e não sei onde me enfiar. Sem querer, mas precisando muito me desprender dele, largo seu braço quando Lena vem até mim e me faz girar em meus pés, para que todos possam apreciar meu modelito. Ao fazer isso, ouço um xingamento de Peter, que já se afastou e está próximo de Raiff.

— Você está linda Vick. — Fala Aretha e o Sr. Christopher confirma suas palavras me deixando mais ainda desconcertada.

— Obrigada — É só o que sei falar.

Como já estamos todos prontos, nos despedimos do casal e saímos juntos com Rainer o tempo todo reclamando, que eu preciso ficar ao seu lado, pois ele está carente, o que nos faz rir de sua cara pidona.

Fico de boca aberta ao me deparar com uma limusine parada na porta com o Dereck ao seu lado nos aguardando.

Olho para Lena, quando Raiff assobia e olha para Peter balançando a cabeça em confirmação. 

Meu Deus! Isso é coisa dele.

— Entra logo Rainer, se não quiser ir a pé. — Peter resmunga para Rainer que o olha e faz careta e reclamando entra.

— Desse jeito como poderei competir. Você já é o MacGyver e agora isso irmão!

— Para de falar, merda e entra logo, florzinha.

— A florzinha já entrou. Não me confunda não irmão. Sou o outro gêmeo, o mais gostoso.

Lena empurra Rainer entrando junto com ele, e ainda estou feito uma boba, olhando embasbacada para a enorme limusine a minha frente.

— Srta. Quinn! — Peter estende sua mão a qual eu seguro e então entro sentando-me no banco de frente para Lena, que está com os irmãos um de cada lado. Peter vem e se posiciona ao meu lado quando Dereck fecha a porta, não demora o carro já está em movimento.

— Já andou de limusine antes, Vicktória? — Pergunta Peter com sua voz rouca e sexy ao meu lado.

— Já. Mas não era assim tão grande e luxuosa. — Respondo segurando minha pequena bolsa, como se ela fosse um bote salva-vidas.

— Gosta de dançar Vick? — Pergunta Raiff, faço uma pequena careta.

— Nunca fui de festa, tirando minha formatura onde dei alguns passos com meu pai, e de algumas vezes que Lena me arrastava por nosso quarto, fazendo-me acompanhar ela, eu nunca dancei, dancei de verdade se é que me entende.

Esses dois anos que estou em Chicago meu tempo todo tem sido trabalhar, estudar e treinar. Meu pai às vezes até reclama por eu não sair, e quando disse ao mesmo que estava vindo passar esses dias com a Lena, ele quase solta fogos. Pois, segundo ele, eu preciso sair mais e não seguir o seu jeito de viver para o trabalho.

O caminho para a tal balada é tranquilo e logo a limusine para o que faz o frio em minha barriga só aumentar.

Sinto um toque quente em minha mão, olho um pouco mais para cima para ver o olhar de Peter sobre mim, ele sorri de lado e acaricia minha mão com o polegar dizendo:

— Tente relaxar, respire fundo e apenas faça cara de paisagem, não ligue para o que ouvir.

Como assim, não ligar para o que ouvir?

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