Vicktória Quinn
O quarto que foi reservado para mim, fica quase no final do corredor e tem uma vista linda para o Jardim.
— Que linda essa vista!
— Linda é a vista do quarto do Peter, é aquela última porta, o quarto tem vista tanto para o Jardim como para a Praia. O meu quarto fica antes desse e tem vista para o Jardim.
— Essa casa é linda.
— Só a casa é?
— Lena!
— O quê? Pensa que não percebi?
— Não sei sobre o que você está falando Lena.
— Eu ia adorar.
Olho para ela que agora está sentada na minha cama.
— Sério Lena, não sei sobre o que está falando.
— Vick, eu sempre percebi como você olhava para as fotos do Peter, do que do Raiff e do Rainer quando mostrava algo deles para você, você nunca reagia igual com o Rainer e Raiff. Meu irmão parece um casca-grossa Vick, mas tem um coração lindo. Porém é uma pena já ter sido tão machucado, mas tenho certeza de que uma pessoa certa conseguirá derrubar as barreiras que ele criou para se proteger. — Seus olhos brilham para mim.
— Ele é tão… intimidador.
— Ah! É. Meu irmão tem essa coisa que faz as pessoas baixarem a cabeça para ele, menos eu claro. — Ela sorri.
Organizo minhas roupas com a Lena o tempo todo olhando e dando sua opinião.
— Definitivamente teremos que arrumar algo para você hoje à noite Vick, que mania é essa de praticamente só usar calça. Pensei que essa fase sua já tivesse passado, já sei! Vamos sair, sei de um lugar que tem tudo que precisaremos.
— Lena…
— Nada de Lena. Vem, vamos gastar dinheiro.
— Não sei se você se lembra, mas eu não sou uma Snow. Está lembrada!
— Ei! Sou eu que estou te arrastando para fazer compras.
— Lena, você sabe que não gosto disso. Eu vou, porém pagarei.
— Está bem, como quiser.
Pego minha bolsa e descemos juntas para que ela comunique a nossa saída.
Fico morrendo de vergonha quando ela fala para os irmãos que precisa repaginar meu guarda-roupa, mas meu rosto queima mesmo quando Peter diz em sua voz alta, sexy e rouca que minha roupa está ótima.
Ele gostou do meu jeito?!
Estou vestindo uma calça jeans azul-claro, blusinha branca de manguinhas caídas nos ombros e saltos pretos. Confesso ser quase as mesmas roupas que uso para o trabalho, acho que Lena está certa quando fala em repaginada, mas me senti bonita ao receber o elogio de seu irmão, como se tivesse passado a vida toda esperando por isso.
Na loja Lena me faz provar vários vestidos, shorts, saias, blusas e mais vestidos. Ela parece uma louca botando e tirando roupa. No final, acabo levando um vestidinho que a Lena escolheu e um conjunto de saia e blusa.
**
Quando voltamos para casa, já está de noite e todos já estão à mesa jantando.
— Vick vamos logo jantar também, depois subimos para nos arrumarmos.
Lavamos as mãos e seguimos para a mesa. Sento-me ao lado de Peter e Lena senta-se à minha frente, ainda falando sobre a festa a qual vamos.
— Sabe que meus planos em vir esse final de semana para cá, não foi para ir para festas Lena! — Peter fala carrancudo para a irmã que não se abala com sua cara amarrada.
— Não alterará nada o seu cronograma. Hoje vamos à festa e amanhã como programado comemoramos o aniversário de nossos pais.
— Aniversário?! — Como assim? Por que Lena não me disse nada?
— A Vick, desculpa, eu esqueci de te contar. Amanhã comemoraremos o aniversário de casamento dos meus pais. Afinal, são 35 anos de casados.
— Você deveria ter me falado, Lena. É uma comemoração de família.
— Você é mais que bem-vinda Vick. Não se preocupe querida, estamos muito felizes em tê-la conosco.
Agradeço o carinho e jantamos em meio as gracinhas do Rainer, que a todo momento provoca Peter com algo. Pergunto-me como essa criatura pode ser um advogado? Pelo menos os advogados que já conheci, são todos sérios. Não que eu tenha um vasto conhecimento sobre as pessoas e seus comportamentos.
— Vick em que você trabalha? Lena disse que você é formada em engenharia de computação. — Indaga Raiff.
— Trabalho em uma empresa de informática. A JCW Systems. Meu trabalho é criar roteadores, software, hardware, buscar inovar e sempre trazer algo novo para o mercado.
— Você gosta dessas coisas?
— Gosto. Na verdade, amo. Projetar, programar, construir, testar e manter software e hardware é tudo que sei fazer. Amo criar coisas, inventar, ver até onde a tecnologia pode me levar e o que tanto posso fazer. É sempre um mundo novo, sempre tem algo desconhecido, nunca fica uma coisa repetitiva nem cansativa. É uma área de trabalho onde não se cai na rotina se a pessoa gosta mesmo de novidades.
— Eu não entendo nada disso. Não entendo por que todo ano surge um novo celular se o que comprei a um ano ainda está novinho.
— Já imaginou se não buscássemos sempre melhorar e inovar? Hoje ainda estaríamos usando aquele tijolo como celular. E os computadores, melhor nem pensar em como era os primeiros computadores. Aposto que você ama fazer uma ultrassonografia 3D mais que uma tradicional.
— Verdade. Quanto a isso, só posso agradecer a vocês por estarem sempre inovando. As coisas têm melhorado muito para nós médicos graças a tecnologia.
— Você não tem cara de nerd, Vick. — Fala Rainer e sorrio, pois, é engraçado ele falar isso já que ele também não tem cara de advogado.
— Nem você de advogado. — Respondo arqueando uma sobrancelha.
— Pelo menos eu não sou o único a ter essa opinião. — Murmura Peter ao meu lado e sem perceber estou sorrindo para ele.
— Muito engraçadinho vocês dois. — Rainer faz careta e voltamos a comer rindo com as implicâncias um do outro.
Subo com Lena para nos arrumarmos para a tal balada. Estou cansada, mas quando Lena decide uma coisa é quase impossível alguém fazê-la mudar de ideia.
Quando paro de falar, observo que Peter está me encarando e desvio o olhar no mesmo instante.
Vicktória Quinn Após ela me maquiar, deixa-me no quarto e vai para o dela. Coloco o tal vestido que ela escolheu e me sinto nua com ele. O vestido é vermelho de alcinhas finas, que formam um X nas minhas costas deixando-as totalmente nua. Ele vai até o meio da minha coxa onde tem uma enorme fenda deixando-a toda à mostra. Coloco uma sandália preta que amarra em meus tornozelos, a sandália tem 15cm de salto que, apesar de eu ser acostumada a andar de salto, juro que esse está me dando um certo receio. Pego a pequena bolsa e confiro meus documentos, dinheiro e um batom. Respiro fundo e acho que peguei tudo. Dou uma última olhada no grande espelho de corpo todo que tem no quarto e nem me reconheço. Estou até sentindo um friozinho na barriga. Borrifo um pouco do meu perfume, pego minha jaqueta de couro preta e decido descer. Que Deus me ajude! No corredor quase trombo com Peter que vem saindo do seu qua
Vicktória QuinnLena, Riff e Rainer já desceram, então Peter sai e estende a mão para mim, seguro-a, e com cuidado coloco meu pé para fora, assim que estou na vertical ao seu lado, um brilho de Flash praticamente me cega.Oh! merda. Ele é Peter Snow, é claro que a mídia o cerca.Sem soltar minha mão, ele nos guia até os irmãos que já estão mais à frente, sem nem olhar para os lados seguimos para a entrada, onde um homem forte libera as correntes e adentramos o ambiente sem demora.Rainer segue na frente conduzido por uma garçonete que nos leva a uma mesa mais reservada, mas que não fica tão longe da pista de dança.A música está tocando alta e já tem muita gente dançando. Sentamo-nos e após pedirmos e tomarmos nossas bebidas, Lena se levanta me chamando.— Vem
Vicktória Quinn— Posso falar com você Vicktória?Antes que eu fale algo Lena segura a mão de Raiff e se despede.— Vejo vocês amanhã. Vem Raiff. — E assim os dois se vão ficando apenas Peter e eu.— Vamos dar uma volta na praia?Só segurei sua mão e seguimos para uma área da casa que ainda não conheço, seguindo um caminho que nos leva a um pequeno portão onde tem uns batentes que seguem até a areia.Paro assim que chegamos ao último degrau e olho para meus pés. Peter acompanha o meu olhar e sorrir de lado abaixando-se logo em seguida, com seus dedos hábeis ele desamarra as tiras de minhas sandálias tirando-as, antes de fazer o mesmo com seus sapatos, deixando-os no degrau assim como minha bolsa.— Vem! vamos dar uma volta prometo que não vamos muito longe, se
Vicktória QuinnApós contar para Lena mais ou menos o que aconteceu e de ver minha amiga batendo palminhas como uma criança quando recebe presente de Natal, descemos para nos juntar aos demais que já estão na área da piscina.— Olha só… elas chegaram! — Rainer como sempre com suas gracinhas.Procuro com meu olhar varrendo todo ambiente e não vejo Peter em lugar nenhum. Será que ele ainda está dormindo?— Onde está o Peter? — Pergunta Lena e agradeço mentalmente por minha amiga ser tão perceptiva.— Seu irmão recebeu uma ligação urgente de Nova York e teve que voar às pressas para lá, querida.Voar! Ele já foi? Fico triste com a possibilidade de não mais vê-lo.— O que aconteceu de tão grave, para que e
Peter Snow— Philip, eu preciso saber como esse incêndio se deu início.— Estamos trabalhando nisso Sr. Snow.— Trabalhando nisso e até agora não tem nenhuma resposta?! Só sei que minha empresa por pouco não foi totalmente incinerada.— O Bruce e a equipe dele estão trazendo os últimos relatórios, mas parece que tudo aconteceu na sala dos servidores.— Como essa pessoa entrou na sala dos servidores? Essa sala é restrita, apenas três pessoas têm acesso à mesma. Além do código para acessar a empresa, também precisa de um código específico para entrar na sala dos servidores.— Sr. Snow, o senhor sabe que eu estava fora essa semana, então não sei dizer quem teve acesso. Os registros foram apagados, estou tentando restaurar, mas está difícil; as
Peter SnowQuando meu pai me deserdou e me largou ele cortou todos os laços comigo e assim eu mantive. Não quero vê-lo nem mesmo para saber seus motivos. Recebi o sobrenome Snow e tento diariamente honrá-lo, pois se hoje sou alguém, pelo menos por fora é graças a quem me deu esse nome.Poucas vezes vou até meus pais, mas sempre vou quando é aniversário ou alguma data comemorativa como foi o caso desse final de semana. É o aniversário de casamento dos meus pais e eu deveria estar lá com eles, mas por ironia do destino, no único final de semana que eu estava me sentindo bem estando lá, fui obrigado a voltar às pressas.O motivo de querer ter ficado lá? Um anjo. Uma menina doce e em simultâneo, desafiadora. Uma menina mulher que fez meu mundo parar em apenas fitar o seu olhar. Uma jovem dos olhos azuis cristalinos, da fa
Peter SnowUma batida em minha porta me faz levantar a cabeça e olhar para ver quem é quando Lauren adentra com Bruce e Walter em seu encalço.— Sr. Snow, estamos com o relatório pronto.— E então?— O incêndio como suspeitávamos foi sim criminoso.— E quem foi que entrou aqui na minha empresa?— Aí que está. Não conseguimos descobrir nada. Já que todas as câmeras não funcionaram por todo o tempo de sua estadia. Os dados de acesso à sala do servidor também não ajudam.— Inferno. — Esmurro minha mesa ficando de pé. — Como pode isso Bruce, eu pago o sistema de segurança que me disseram ser top de linha, o melhor e quando preciso do mesmo nada funciona.— Walter fez uma busca nas câmeras da redondeza para ver se pegava algo suspeito.
Peter SnowChego em casa e vou direto para meu quarto, seguindo para o banheiro onde tiro toda a minha roupa, mas antes, busco o cheiro de Vicktória em minha blusa. Após passar o dia com ela, seu cheiro praticamente sumiu, mas fechando meus olhos ainda posso senti-lo.Sigo para o chuveiro onde ligo os jatos de água ajustando a temperatura, fico ali parado apenas deixando que a água lave todo esse dia. Meu corpo está dolorido e cada músculo em mim, está em protesto, louco por um descanso.Lavo meus cabelos, me ensaboando todo e fico pensando, revisando tudo em minha mente, vendo se não deixei passar algo que possa me levar a esse infeliz.Desligo os jatos de água quando me dou por satisfeito e buscando uma toalha aquecida seco meu corpo antes de sair para o closet, onde visto apenas uma calça de moletom e sigo para cozinha onde Dadi está fazen