Vicktória Quinn
— Amiga! Que bom que você chegou. Estava com saudades já. — Sem nem ligar para as pessoas nos olhando, ela me abraça forte e só faço sorrir com seu entusiasmo, pois ela me balança para um lado e para o outro e acabo pulando junto com ela.
— Também estava com saudades, Lena. Você está linda. Tão bronzeada! — Ainda segurando minha mão ela dá uma voltinha mostrando suas costas nuas em sua blusinha frente única, e seu shortinho no meio da coxa. Lena é linda e sabe muito bem usar seus atributos a seu favor. A criatura não liga em abusar de nada. Também, é um arraso de mulher! Em seus plenos 22 anos é praticamente uma modelo de tão linda. Esses Snow podem não ter saído da mesma barriga, mas tenho quase certeza que tem o mesmo sangue.
— Ah! Meu bem, quero aproveitar cada raiozinho de sol enquanto estiver aqui nesse paraíso. Deus, eu amo esse lugar.
Pego minhas malas, mas logo o grandão está ao nosso lado.— Senhorita Quinn — Ele me cumprimenta acenando com a cabeça enquanto o olho.
— Posso levar sua bagagem?
— Vick, esse é o Dereck. Segurança e motorista do Peter. Eu vinha sozinha, mas claro que meu irritante irmão mandou seu cão de guarda atrás de mim. — Ela fala mostrando a língua para Dereck. Sorrio para ela, antes de me voltar para o grandão que parece querer sorrir, e lhe cumprimento.
— Olá Dereck, pode me chamar de Vick e claro, pode sim. — Digo entregando minha mala para o mesmo e Lena passa seu braço em minha cintura, enquanto seguimos o mesmo para o estacionamento.
— Preparada para curtir as suas férias?
— Acho que sim, uma praia acredito ser o que eu precisava mesmo. Obrigada por me convidar.
— Não só praia meu bem, hoje mesmo vamos sair para aproveitar a noite, pegar uns gatinhos e quem sabe…
— Quem sabe o quê? Lena, não sei se estou a fim de balada, você sabe que não sou de festas.
— Por isso mesmo. Sorte sua que tem a mim como amiga, então não se preocupe e você vai sim. Até o Peter está aqui em casa hoje e sabe o quanto é difícil meu irmão sair de Nova York para se juntar a família? Quero arrastar ele também e vamos todos curtir uma noite de balada. Mamãe já deu a maior força.
Peter vai também! Ai Jesusinho. Meu santinho ajuda esse meu pobre coração para ele não parar de bater.
Vamos o caminho todo falando sobre San Diego e as suas belas e exuberantes praias. Minha amiga, na verdade, é quem não para um minuto de falar, vou apenas rindo e confirmando algumas das suas loucuras. O carro logo diminui a velocidade ao se aproximar da enorme casa que fica bem isolada das demais. O muro alto que cerca a propriedade já deixa bem claro que intrusos ali não são bem-vindos.
O grande portão de ferro se abre com a nossa chegada e Dereck habilmente nos conduz por entre Pinheiros, macieiras e uma infinita plantação de copo de leite que nos guia até a enorme mansão que da estrada podemos avistar. O carro para e logo Lena salta para fora quando sua porta é aberta por outro segurança. De onde ele saiu?
Dereck vem para meu lado abrindo minha porta e Lena já agarra minha mão puxando-me em direção a casa.
— Pode deixar que Dereck traz sua mala. Vem, vamos conhecer a casa e os meus homens.
— Seus homens? — Pergunto rindo o que a faz rir mais ainda.
— Eles me irritam, mas eu os amo.
Assim que entramos na sala já encontramos Aretha que vem sorrindo ao meu encontro.
— Vick minha filha, como você está? Seja bem-vinda!
— Oi! Aretha. Estou bem, obrigada por me receber para passar esses dias na sua casa, espero não ser nenhum incômodo.
— Não é incômodo algum. Sinta-se em casa.
Ela me abraça e logo se afasta, mas antes tira uma mecha dos meus cabelos do meu rosto colocando-os atrás da minha orelha. É um gesto tão simples, mas que me mostra tanto carinho que me pego sorrindo para ela, é como se estivesse olhando para minha mãe, acho que preciso visitar ela, faz dois anos que não a vejo, e nunca fiquei tanto tempo assim sem vê-la.
Estou me sentindo carente.
— Seus irmãos estão assistindo ao jogo querida. — Ela fala para Lena dando um passo para trás, mas antes de sair vira-se para mim.
— Vick, seu quarto está preparado, vou pedir para colocarem suas malas no mesmo. Estou muito feliz em recebê-la.
— Mais uma vez, obrigada Aretha.
Sigo Lena que continua me puxando pela mão até chegar à sala de TV onde já podemos ouvir o barulho e palavrões, dito por algum dos irmãos Snow. Lena revira os olhos, mas não para seus passos.
— Olhe os modos meninos, temos visita.
Vejo um dos irmãos pular do sofá e com um sorriso estonteante vir em nossa direção dizendo:
— Eu vi primeiro.
Não entendo nada e olho para minha amiga que encara o irmão que agora reconheço ser o Rainer. O que ele viu primeiro?
— Sou Rainer. O irmão mais lindo, gostoso e sexy da Lena. — Lindo ele é, mas infelizmente para ela o Peter é muito mais lindo.
— Você deve ser a Vick, é um imenso prazer conhecê-la.
Sorrio para o mesmo e quando dou por mim, estou sendo esmagada por músculos, pois ao contrário do que pensava ele não me estende a mão e sim me puxa para um abraço.
— Solta ela, Rainer! — Lena berra e ele me larga.
— É… é um prazer Rainer.
— Oi! Sou Raiff, o gêmeo desse idiota. Não liga para ele não, ele é inofensivo.
— Fale isso de você, florzinha.
— Olá Raiff. É um prazer conhecê-lo. Sou Vicktória, mas pode chamar-me de Vick.
— Você é ainda mais linda do que a Lena falava. Seja bem-vinda a nossa casa Vick e mais uma vez não ligue para o Rainer.
— Obrigada. — Sorrio para ambos. Eles são engraçados.
Ele volta para o jogo empurrando o irmão e trocam olhares um com o outro antes de se sentarem.
— Vem assistir ao jogo conosco Vick.
— Fala sério, meninos! — Lena fala ao meu lado. — Onde está o Peter?
— Aqui.
Ouço a voz rouca e firme bem atrás de mim e já sinto todo o impacto em meu corpo, é como se sua voz tivesse algum poder elétrico, ou sei lá, só sei que cada pelinho do meu corpo está arrepiado e minhas mãos estão suando. Ainda bem que Lena não mais as está segurando.
— Filha!
— Oi! Pai. Onde vocês estavam?
— No escritório, querida. — Ainda estou de costas, mas preciso arranjar forças para me virar.
Me ajuda perninhas, não me deixa passar vergonha.
— Pai, essa é minha amiga Vicktória. Vick, esse é o meu pai Christopher.
— Senhor Snow! — Me viro para cumprimenta-lo tentando não demonstrar meu nervosismo, pois pelo canto do olho posso ver a figura imponente bem ao lado.
Santa Cacilda!
— Seja bem-vinda Vicktória e por favor, me chame de Christopher. — Ele fala comigo e vira-se para os filhos que estão no sofá
— Meninos comportem-se!
Meninos! São todos homens feitos e não meninos. Ele vai até eles e Lena vai até o irmão beijando o seu rosto e fico encantada quando ele sorri de leve para ela. É um sorriso mínimo, mas dá para notar o carinho em seus olhos.
— Peter, essa é a minha amiga Vicktória.
— Senhorita Quinn! — Ele estende a mão para mim, assim que a pego é como se uma corrente de eletricidade corresse pelo meu corpo. Nossos olhos se conectam e não consigo nem mesmo respirar, é como se alguém tivesse me acertado um soco no estômago, pois até minha voz se foi e não sei para onde. Meu Deus! Estou segurando a mão dele. A mão dele…
Calma Vicktória, respira e não pira.
— Ela é ou não é linda!? — Saio do meu estupor com a voz de Lena e seu risinho sapeca. Então lembro-me que não falei nada, ele deve estar me achando uma retardada.
Parabéns, Vicktória! Bela impressão.
— Senhor Snow! — Minha voz mal saiu e acho que estou até corando.
Seus olhos brilham com algum conhecimento e ele sorri. Um lindo sorriso que faz minhas pernas se apertarem e roço minhas coxas uma na outra. Oh! Céus.
— Me chame de Peter. Vicktória.
— Peter!
— Seja bem-vinda. Espero que aproveite a estadia.
— Ei mano, pare de alugar a Vickinha.
Peter lança um olhar duro para Rainer que continua sorrindo enquanto Raiff apenas balança a cabeça.
— Começou! — Fala Lena, mas não sei ao que ela se refere.
— Vem Vick, vou mostrar seu quarto e nos prepararmos para mais tarde. Meninos, às 22hrs. Não esqueçam.
— Lena!
— Não Peter! Não venha com desculpa, você vai e ponto final. Sei que você odeia não está no comando irmão, mas hoje quem dá as ordens sou eu. Você não vai fazer essa desfeita para a Vick não é mesmo!
Por que ela está me colocando no meio? E dizendo isso ela me puxa para fora da sala.
— Vou primeiro mostrar o seu quarto e depois fazemos um tour para você conhecer a casa.
Vicktória QuinnO quarto que foi reservado para mim, fica quase no final do corredor e tem uma vista linda para o Jardim.— Que linda essa vista!— Linda é a vista do quarto do Peter, é aquela última porta, o quarto tem vista tanto para o Jardim como para a Praia. O meu quarto fica antes desse e tem vista para o Jardim.— Essa casa é linda.— Só a casa é?— Lena!— O quê? Pensa que não percebi?— Não sei sobre o que você está falando Lena.— Eu ia adorar.Olho para ela que agora está sentada na minha cama.— Sério Lena, não sei sobre o que está falando.— Vick, eu sempre percebi como você olhava para as fotos do Peter, do que do Raiff e do Rainer quando mostrava algo deles para você, você nunc
Vicktória Quinn Após ela me maquiar, deixa-me no quarto e vai para o dela. Coloco o tal vestido que ela escolheu e me sinto nua com ele. O vestido é vermelho de alcinhas finas, que formam um X nas minhas costas deixando-as totalmente nua. Ele vai até o meio da minha coxa onde tem uma enorme fenda deixando-a toda à mostra. Coloco uma sandália preta que amarra em meus tornozelos, a sandália tem 15cm de salto que, apesar de eu ser acostumada a andar de salto, juro que esse está me dando um certo receio. Pego a pequena bolsa e confiro meus documentos, dinheiro e um batom. Respiro fundo e acho que peguei tudo. Dou uma última olhada no grande espelho de corpo todo que tem no quarto e nem me reconheço. Estou até sentindo um friozinho na barriga. Borrifo um pouco do meu perfume, pego minha jaqueta de couro preta e decido descer. Que Deus me ajude! No corredor quase trombo com Peter que vem saindo do seu qua
Vicktória QuinnLena, Riff e Rainer já desceram, então Peter sai e estende a mão para mim, seguro-a, e com cuidado coloco meu pé para fora, assim que estou na vertical ao seu lado, um brilho de Flash praticamente me cega.Oh! merda. Ele é Peter Snow, é claro que a mídia o cerca.Sem soltar minha mão, ele nos guia até os irmãos que já estão mais à frente, sem nem olhar para os lados seguimos para a entrada, onde um homem forte libera as correntes e adentramos o ambiente sem demora.Rainer segue na frente conduzido por uma garçonete que nos leva a uma mesa mais reservada, mas que não fica tão longe da pista de dança.A música está tocando alta e já tem muita gente dançando. Sentamo-nos e após pedirmos e tomarmos nossas bebidas, Lena se levanta me chamando.— Vem
Vicktória Quinn— Posso falar com você Vicktória?Antes que eu fale algo Lena segura a mão de Raiff e se despede.— Vejo vocês amanhã. Vem Raiff. — E assim os dois se vão ficando apenas Peter e eu.— Vamos dar uma volta na praia?Só segurei sua mão e seguimos para uma área da casa que ainda não conheço, seguindo um caminho que nos leva a um pequeno portão onde tem uns batentes que seguem até a areia.Paro assim que chegamos ao último degrau e olho para meus pés. Peter acompanha o meu olhar e sorrir de lado abaixando-se logo em seguida, com seus dedos hábeis ele desamarra as tiras de minhas sandálias tirando-as, antes de fazer o mesmo com seus sapatos, deixando-os no degrau assim como minha bolsa.— Vem! vamos dar uma volta prometo que não vamos muito longe, se
Vicktória QuinnApós contar para Lena mais ou menos o que aconteceu e de ver minha amiga batendo palminhas como uma criança quando recebe presente de Natal, descemos para nos juntar aos demais que já estão na área da piscina.— Olha só… elas chegaram! — Rainer como sempre com suas gracinhas.Procuro com meu olhar varrendo todo ambiente e não vejo Peter em lugar nenhum. Será que ele ainda está dormindo?— Onde está o Peter? — Pergunta Lena e agradeço mentalmente por minha amiga ser tão perceptiva.— Seu irmão recebeu uma ligação urgente de Nova York e teve que voar às pressas para lá, querida.Voar! Ele já foi? Fico triste com a possibilidade de não mais vê-lo.— O que aconteceu de tão grave, para que e
Peter Snow— Philip, eu preciso saber como esse incêndio se deu início.— Estamos trabalhando nisso Sr. Snow.— Trabalhando nisso e até agora não tem nenhuma resposta?! Só sei que minha empresa por pouco não foi totalmente incinerada.— O Bruce e a equipe dele estão trazendo os últimos relatórios, mas parece que tudo aconteceu na sala dos servidores.— Como essa pessoa entrou na sala dos servidores? Essa sala é restrita, apenas três pessoas têm acesso à mesma. Além do código para acessar a empresa, também precisa de um código específico para entrar na sala dos servidores.— Sr. Snow, o senhor sabe que eu estava fora essa semana, então não sei dizer quem teve acesso. Os registros foram apagados, estou tentando restaurar, mas está difícil; as
Peter SnowQuando meu pai me deserdou e me largou ele cortou todos os laços comigo e assim eu mantive. Não quero vê-lo nem mesmo para saber seus motivos. Recebi o sobrenome Snow e tento diariamente honrá-lo, pois se hoje sou alguém, pelo menos por fora é graças a quem me deu esse nome.Poucas vezes vou até meus pais, mas sempre vou quando é aniversário ou alguma data comemorativa como foi o caso desse final de semana. É o aniversário de casamento dos meus pais e eu deveria estar lá com eles, mas por ironia do destino, no único final de semana que eu estava me sentindo bem estando lá, fui obrigado a voltar às pressas.O motivo de querer ter ficado lá? Um anjo. Uma menina doce e em simultâneo, desafiadora. Uma menina mulher que fez meu mundo parar em apenas fitar o seu olhar. Uma jovem dos olhos azuis cristalinos, da fa
Peter SnowUma batida em minha porta me faz levantar a cabeça e olhar para ver quem é quando Lauren adentra com Bruce e Walter em seu encalço.— Sr. Snow, estamos com o relatório pronto.— E então?— O incêndio como suspeitávamos foi sim criminoso.— E quem foi que entrou aqui na minha empresa?— Aí que está. Não conseguimos descobrir nada. Já que todas as câmeras não funcionaram por todo o tempo de sua estadia. Os dados de acesso à sala do servidor também não ajudam.— Inferno. — Esmurro minha mesa ficando de pé. — Como pode isso Bruce, eu pago o sistema de segurança que me disseram ser top de linha, o melhor e quando preciso do mesmo nada funciona.— Walter fez uma busca nas câmeras da redondeza para ver se pegava algo suspeito.