Cap:3
— Não sei... há algo em você que... — Ele parou, bufando, como se tivesse decidido deixar o assunto de lado.
Assim que chegaram ao apartamento, ele ajudou Lavínia a entrar.
— Qualquer coisa, chame sua amiga, amanhã para ajudar com isso — ele disse, referindo-se ao estado claramente alterado dela.
Mas Lavínia, sob o efeito do álcool, se aproximou. Seus olhos brilhavam, e ela tocou o rosto do homem com delicadeza, o polegar deslizando pela linha de sua mandíbula enquanto ele a encarava confuso.
— Talvez você seja a solução, afinal. — Sua voz estava rouca, cheia de uma sensualidade despretensiosa.
Ele permaneceu imóvel por um instante, claramente afetado pelo toque dela, mas afastou-se antes que ela pudesse ir além.
— Você esta com sinais de estar drogada. — ele murmurou analisando.Lavínia riu baixinho, um riso que misturava desdém e provocação, ao mesmo tempo que debruçou sobre seu peito exausta.
— Covarde...— Eu diria que é o contrário. — Ele a segurou quando ela tropeçou, levando-a até o quarto com cuidado.
Ao colocá-la na cama, pensou que ela finalmente descansaria. No entanto, Lavínia agarrou sua mão, puxando-o para mais perto.
— Eu sei quem você é — disse, com um sorriso travesso que o fez franzir o cenho.
— Do que você está falando? — ele perguntou, confuso, mas sem soltar a mão dela.
Antes que pudesse reagir, Lavínia o puxou com força, fazendo-o cair sobre ela. Ele tentou se afastar, mas ela envolveu seu rosto com as mãos, forçando-o a encará-la.
— Agora você não vai a lugar nenhum.
Ele ficou imóvel por um momento, sentindo o calor do corpo dela e o desejo que emanava de seus olhos. Ainda assim, conseguiu se conter, apoiando-se na cama para não ceder.
— Você não faz ideia do que está dizendo — murmurou, os olhos queimando com um misto de frustração e atração.
Ela apenas sorriu, como se estivesse no controle. E, por um instante, ele tentou a reconhecer ate seus lábios e encontrarem e seus pensamentos se perderem.
Quando Zen abriu os olhos, o sol já estava se pondo. Ele pulou da cama, olhando para Lavínia, que ainda dormia profundamente, sem esboçar nenhuma reação. Ele passou a mão pelos cabelos, incrédulo com o que havia acontecido. Ficou ainda mais perplexo ao verificar as horas, soltando um suspiro pesado de preocupação.
— Estou ferrado... — sussurrou, encarando a tela do celular.
Recolheu suas roupas e se vestiu rapidamente. Antes de sair, avistou um envelope no chão, próximo à porta de entrada. A amiga de Lavínia havia passado seu pagamento por debaixo da porta. Ele sorriu de forma irônica enquanto olhava ao redor.
— Queria ver a sua cara... dona arrogante — murmurou, pegando uma caneta e escrevendo uma breve nota. Deixou-a sobre a mesa da cozinha, ao lado de um copo de água e uma jarra, sabendo que isso a atrairia depois da noite intensa e da provável ressaca com que ela acordaria.
Zen saiu do quarto quase como se estivesse fugindo, enquanto tentava, repetidamente, ligar para alguém. Cada vez que a ligação era rejeitada, ele ficava mais tenso.
— Por Deus! — exclamou ao entrar no elevador, passando por uma senhora que o observava incrédula, como se tivesse visto algo assustador.
Cap: 4Ele chegou em casa em menos de vinte minutos, jogando o celular sobre a cômoda antes de seguir para o banheiro, onde tomou um banho rápido. Ao sair, encontrou seu pai com o celular em mãos.— Ah... ele vai te atender agora — avisou o pai, falando com a pessoa do outro lado da linha.— O que está fazendo? — Zen perguntou, pegando o celular abruptamente, como se estivesse escondendo algo.— Não é nada, só atendi porque você estava no banho. É uma ligação importante. Não sabia que você tinha tentado uma vaga em uma empresa tão prestigiada. Melhor continuar a conversa! — pediu o pai, cheio de expectativas.Zen o encarou surpreso e atendeu a ligação.— Alô, senhor Zen Obedon? — perguntou uma voz masculina.— Sim... — respondeu Zen, com insegurança na voz, enquanto seu pai o observava ansioso.— Estou ligando para parabenizá-lo. Você foi selecionado para a entrevista na Alpha Corp Advogados — anunciou o homem, fazendo Zen franzir o cenho.— Como assim? Eu não me inscrevi para nenhuma
Cap: 5— Minha aliança? — murmurou ela, analisando a peça de ouro com um diamante legítimo. Em seguida, encarou a cama com medo e suspirou aliviada. Não havia ninguém ali.Ela queria acreditar que tudo havia sido um sonho. Não poderia ter passado a noite com um estranho, de jeito nenhum. Suas mãos tremiam de medo enquanto ela analisava tudo ao redor. Não encontrava nada que comprovasse o que acontecera. Foi até a sala, esperando encontrar algum indicio. Apesar da dor de cabeça latejante, notou que um dos porta-retratos, com uma foto dela e de sua amiga Zara, estava faltando.— Então eu realmente fiz isso! — resmungou, tapando a boca com as mãos ao mesmo tempo que se perguntava porque a sua foto tinha sido levada por aquele estranho.Ela Seguiu até a cozinha e, ao ver um copo com água e um bilhete embaixo dele junto de um envelope, leu a nota: "Você com certeza deve precisar desse dinheiro mais do que eu."*— Ah! Desgraçado! — exclamou Lavínia, amassando o envelope. — O que ele pensa qu
— Bom... agora é melhor não, mas não precisava mentir. Sua mãe sabe que você já é uma mulher adulta e pode fazer o que quiser. Vamos concordar: uma carrasca nos negócios, que pode derrubar qualquer rival, não precisa do freio da mamãe só porque dormiu com um cara lindo de morrer, né?— Você sabe que minha mãe me criou com costumes tradicionais. Aquilo foi um acidente! Desde que terminei com meu antigo marido, não toquei mais em nenhum homem, e, por um deslize, fiz algo idiota! — ela asseverou, ainda constrangida.— Espera... tem muita coisa estranha. Você sempre diz que já tinha terminado há muito tempo, mas, três meses atrás, você teve um aborto. Como isso é possível se não ficou com nenhum homem? — Zara perguntou, petrificada.— Como é isso? — perguntou uma voz atrás delas. As duas congelaram, o estômago de Lavínia revirou, e tudo que ela queria era correr para o banheiro... ou simplesmente matar Zara. Após meses escondendo esse segredo de todos, sua amiga acabara de jogá-la na cova.
Cap. 7: Caminhos ligadosLavínia fixou seu olhar no homem em meio à surpresa e se agachou, tentando se esconder rapidamente após reconhecer que era o mesmo da noite passada.— O que está fazendo, senhorita? — o motorista da ambulância perguntou.— Ele está vindo? Ele não pode me ver! — ela rangeu entre os dentes.— Na verdade, ele está pedindo aos carros para se afastarem. — ele disse com o olhar fixo no rapaz.Então Lavínia se levantou e avistou Zen já a alguns metros, batendo na lateral de cada carro, avisando para abrirem caminho. O trânsito estava caótico, os carros buzinando freneticamente. A sirene da ambulância cortava o ar, um som estridente que ecoava pelas ruas. O motorista finalmente pôde seguir viagem enquanto Lavínia observava Zen até passar por ele, mas ele não tinha visto que ela estava na ambulância.Assim que chegaram ao hospital, houve tempo do pai de Lavínia ser atendido e finalmente estar fora de risco de vida. Naquele momento, ela estava sentada na recepção, pres
Cap. 8: a chefa vira funcionário?— Bom dia a todos! — começou Samuel a discursar. — Sejam bem-vindos à Alpha Corp Advogados, uma das empresas mais prestigiadas. Como vocês sabem esse prestígio não é de graça, e temos critérios rigorosos. Por isso, as avaliações já começam no momento em que vocês entram na empresa. — Ele comentou, encarando Zen, que se mantinha com postura ereta e séria, demonstrando indiferença. — Por isso, o candidato Zen Obedon pode se aproximar, por favor. — Ele chamou, sem saber qual dos candidatos era. Então, Lavínia viu o mesmo rapaz dar um passo à frente e percebeu que ele seria desclassificado.— Sim? — Zen disse ao passar na frente de todos, seguindo de forma despreocupada. A maioria já estava segurando o riso, sabendo qual seria o resultado.— Bom… você se atrasou… — Samuel arrastou a voz quando viu Lavínia dando pulos silenciosos com a mão estendida, balançando o dedo negativamente. — Você sabe que há punições para quem se atrasa. Tenha cuidado… neste mome
Cap. 9: Gato e Rato.Lavínia ficou constrangida por ter se alterado, em seguida se sentou sorrindo desconcertada e pedindo desculpas a todos, ao mesmo tempo que Zen continuava concentrado em seus papéis.— Se ela o ajudar, ele não vai passar no teste. — Samuel respondeu os observando com atenção.— Ele está fazendo sozinho sem nem prestar atenção nela, só não sei o que está acontecendo, ela claramente está desconfortável e irritada.— Relaxa, quando tudo isso acabar eu te conto, você vai ficar surpreso com a fofoca. — Zara sussurrou para Samuel.— O que está acontecendo? Lavínia deveria estar aqui na frente. — um dos homens pergunta impaciente se levantando junto com mais outros dois que demonstram indignação.— Senhores, vocês podem conversar lá fora se tiverem alguma dúvida, eu posso fiscalizar enquanto vocês resolvem qualquer problema. — o chefe de RH avisou então eles saíram imediatamente, mal perceberam seu olhar sombrio em direção a Lavínia e Zen.Quando saíram, Zara inventou um
10: por que ele não consegue emprego?Lavínia hesitou por um momento, franzindo o cenho. Uma ligação daquele homem era realmente algo muito inusitado.— Alpha Corp advogados…— Dispenso formalidades. — ela ouviu a voz ríspida, mas calma do outro lado da linha. — Boa noite, senhora Bayer.— Boa noite, senhor Romanov. — ela respondeu sem vontade.— Estive pensando em sua empresa alguns dias. Vocês têm ido bem, mas soube que está buscando parcerias nos negócios. Eu gostaria de poder conversar com você e pensar em uma forma de nos unirmos. Podemos ser uma potência inabalável.— O senhor sempre rejeitou a parceria de negócios. Me lembro que alguns anos atrás você até mesmo humilhou a nossa empresa, dizendo que não iríamos evoluir e que não éramos bons advogados. Sei que crescemos além do esperado, mas ainda não é motivo para querer uma parceria, mesmo que estejamos avançando para ser uma empresa de advocacia de excelência.— Você está certa, meu contato não é em vão. Na verdade, soube que
Cap. 11: Respira e finge.Ela foi obrigatoriamente levada para a sala de reunião e, assim que todos se acomodaram em suas cadeiras, ela se pôs de pé em frente a todos com um olhar rígido.— Somos uma rede de advogados e, como vocês sabem, a empresa Romanov, mesmo sendo uma das que está no topo da economia do país, deu indícios de que também pode ter algum trabalho ilegal. E vocês todos sabem, então não entendo o motivo de estarem causando toda essa comoção. O que vocês querem? Que futuramente, quando tudo isso cair na mídia, continuemos os mesmos? Estamos avançando sem os Romanov, mas se fizermos parte e carregarmos uma associação como essa, seremos destruídos junto com essa empresa um dia! — ela asseverou, e foram as últimas palavras ouvidas naquela sala. Então, se retirou seguindo para seu escritório. Ainda assim, um dos acionistas bateu à sua porta.— Entre! — ela avisou.— Senhora Bayer, ainda temos uma dúvida sobre essa questão. O senhor Romanov ligou para mim, então eu pedi para