4: Desconhecidos e ácidos.

Cap: 4

— Não estou tentando te atingir, afinal eu não disse nada alem da verdade, deixa eu pensar... — ele murmurou, olhando ao redor com desinteresse, fingindo estar impressionado. — Pelo que eu ouvi, sua amiga fez essa festa para você, e agora você está nesse quarto de luxo... E... — Ele parou de falar ao ver o porta-retrato de formatura com Zara e Lavínia de alguns anos atrás. — Ah... você é a amiga pobre da amiga rica, que pode usufruir das festas e do apartamento de luxo dela. — deduziu ao mesmo tempo que fixou seu olha no retrato antigo de Lavínia por alguns segundos como se tivesse vendo algo familiar.

— Ah... — Lavínia perdeu as palavras, encarando-o surpresa. — É exatamente isso. Então não pense que estou desesperada, estou apenas querendo fugir disso e ir embora. — Ela disse, gaguejando, fazendo-o rir.

— Pelo que ouvi... A forma como ela falava, você deve ser bem amarga, a ponto de ela preparar uma festa com vários homens para te seduzir. — Ele debochou mais uma vez, deixando-a irritada.

— Então você recebeu dinheiro para me perseguir? Como se já não bastasse os que já tenho que afastar. — Ela resmungou, desviando o olhar, enquanto ele sorriu de forma maldosa, inclinando-se e aproximando o rosto do dela, encarando-a nos olhos.

— Era isso que você queria? Que eu fosse um desses caras que te perseguiria como um louco por causa de uma beleza? Quanto mais olho, mais acho fútil, se quer minha opinião sincera, senhorita.

— Como se atreve? — Ela asseverou, erguendo a mão contra ele, mas ele segurou seu pulso antes de ser atingido.

— Está machucando meu pulso! — Ela protestou, enquanto ele mantinha os olhos fixos nos dela.

— Você tentou levantar a mão contra mim. Ninguém faz isso mais de uma vez e... — Ele asseverou entre os dentes, sem completar.

— Lavínia, está tudo bem? — Ela ouviu Zara perguntar do outro lado da porta.

— Tudo bem, eu vou sair! — Ele asseverou, soltando-a, mas Lavínia o empurrou contra a parede novamente, fazendo um barulho pesado que fez Zara pular para trás com os olhos esbugalhados.

— Como assim? — Zara sorriu sem graça, pensando que estava acontecendo algo entre eles.

— Sua amiga já está bem ocupada. Por que não vamos beber um pouco? — O rapaz perguntou a Zara.

— Eu estou bem. Não vamos sair do quarto esta noite! A festa já acabou para mim! — Lavínia avisou, ao mesmo tempo que o pressionava contra a parede com as duas mãos apoiadas em seu tórax, enquanto ele, instintivamente, mantinha a mão sobre a cintura dela, observando-a agora, analisando seu desespero e suas ações involuntárias.

— Estou aqui no corredor, se precisar de algo! — Zara avisou, empolgada.

— Tudo bem... Eu aviso se precisar de algo. — Ela balbuciou, mordendo o lábio superior em meio ao desespero.

— Ela acreditou? — Ela se perguntou, com a respiração irregular, mal percebendo seus dedos agora fundos sobre a camisa dele.

— Com certeza, ela acreditou. — Ele murmurou com a voz apertada, tentando se controlar.

— Céus... Que bom! — Ela murmurou baixinho, suspirando ao encostar a testa no tórax dele, que arregalou os olhos, confuso, mantendo-se ereto enquanto prendia a respiração. Em seguida, ela ergueu o rosto, encarando-o. Seus olhos brilhavam em desafio, enquanto sentia as mãos firmes em sua cintura.

— Eu sou desinteressante? — Ela perguntou, quando ele desceu o olhar, encontrando o dela e percebendo as faíscas. As palavras dele sumiram.

— Já posso sair agora? — Ele perguntou, prendendo a respiração ao sentir o perfume adocicado dela, que o inebriava, fazendo o calor subir por seu corpo. Ele soltou rapidamente sua cintura ao perceber onde suas mãos estavam.

— Eu disse que não ia sair esta noite, nem eu e nem você... — Ela disse com a voz calma e suave como uma melodia, invadindo os tímpanos dele. Ele acabou cedendo quando ela ficou na ponta dos pés, alcançou seus lábios e soltou um gemido abafado ao sentir os dedos dela se afundarem em sua pele com força.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo