4: Desconhecidos e ácidos.

Cap: 4

Ele chegou em casa em menos de vinte minutos, jogando o celular sobre a cômoda antes de seguir para o banheiro, onde tomou um banho rápido. Ao sair, encontrou seu pai com o celular em mãos.

— Ah... ele vai te atender agora — avisou o pai, falando com a pessoa do outro lado da linha.

— O que está fazendo? — Zen perguntou, pegando o celular abruptamente, como se estivesse escondendo algo.

— Não é nada, só atendi porque você estava no banho. É uma ligação importante. Não sabia que você tinha tentado uma vaga em uma empresa tão prestigiada. Melhor continuar a conversa! — pediu o pai, cheio de expectativas.

Zen o encarou surpreso e atendeu a ligação.

— Alô, senhor Zen Obedon? — perguntou uma voz masculina.

— Sim... — respondeu Zen, com insegurança na voz, enquanto seu pai o observava ansioso.

— Estou ligando para parabenizá-lo. Você foi selecionado para a entrevista na Alpha Corp Advogados — anunciou o homem, fazendo Zen franzir o cenho.

— Como assim? Eu não me inscrevi para nenhuma vaga — disse, ainda mais inseguro, agora com sua mãe ao lado, também observando a situação.

— Você não é Zen Obedon, filho de Zacarias Obedon? Estuda psicologia e trabalha meio período em uma casa de acolhimento para vítimas de agressão? — perguntou o homem de forma meticulosa, fazendo Zen encarar o telefone com um olhar sombrio, como se estivesse ouvindo algo ameaçador.

— Coloque no viva-voz — pediu sua mãe baixinho, e ele obedeceu.

— Como sabe de tudo isso? — questionou Zen.

— Seu currículo. Você se candidatou à vaga de Saúde Ocupacional. A Alpha Corp Advogados está recrutando um grande número de funcionários para a nova sede, e você foi um dos selecionados. A entrevista será às 14h. Podemos confirmar sua presença? — perguntou o homem.

Seus pais balançavam a cabeça, ansiosos para que ele aceitasse.

— Claro, estarei lá no horário da entrevista — confirmou Zen, desconfiado.

— Pode ser que, desta vez, você consiga um emprego decente. Esses trabalhos temporários que você arruma não são dignos da sua inteligência — comentou seu pai.

Após entrar no quarto, Zen recebeu outra ligação.

— Você está se divertindo com mulheres? Tinha um trabalho a cumprir. O que faz nos seus tempos vagos não me interessa, mas no horário de trabalho, é bom que cumpra as regras — repreendeu uma voz séria e grave.

— Foi um imprevisto... além disso, eu gostaria de tirar uma dúvida... — Zen hesitou. — E se eu arrumar um emprego?

— Até parece — respondeu a voz com tom sarcástico, encerrando a ligação. Zen percebeu que aquela pessoa não havia sido a responsável por indicá-lo para a vaga, o que o deixou ainda mais pensativo.

Enquanto isso, Lavínia se levantou da cama sentindo uma dor de cabeça devastadora. Olhou ao redor, vendo tudo girar suas roupas espalhadas, mas ainda estava em negação. Só despertou quando sentiu seus pés pisarem em algo pequeno. Ao olhar para o chão, viu a aliança.

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