Cap: 163Se passaram três meses com bastante dificuldade. A gestação de Lavínia estava cada vez mais complicada. Foram os meses mais difíceis para Cedrick e também para Ronald, médico e amigo de Lavínia. Ambos estavam exaustos e com olheiras, resultado das várias recaídas que ela teve e dos inícios de abortos.— Se prepare para o que pode acontecer. — Ronald o avisou apreensivo.— Eu não vou me preparar, porque eu não vou perder nenhuma delas. Você vai se certificar disso, certo?— Quantas vezes ela vai aguentar segurar a criança? E por quanto tempo ela vai resistir? Ela não vai conseguir! Você tem que escolher. Se seguir com essa gestação, pode perder as duas! — Ronald asseverou.— Não estou pronto... Falta tão pouco para ela completar sete meses... Elas estão indo bem! Por favor... Não desista delas. Lavínia vai acordar... Ela não vai carregar mais um peso desses.— Como médico, só estou zelando pelo bem-estar dela. Se não tiver essa agora, vocês ainda podem ter outra. Vocês podem t
Cap:1— Surpresa! — Zara gritou com mais duas moças que estavam a acompanhando, Lavínia deu um pulo da mesa de seu escritório quase derrubando os documentos.Ela levantou os olhos das pilhas de papéis espalhadas pela mesa de seu escritório. Zara, sua melhor amiga e uma força da natureza, estava parada à porta, com um sorriso que parecia iluminar a sala inteira. Lavínia, por outro lado, estava longe de refletir aquele entusiasmo. Seu rosto estava cansado, os olhos semicerrados denunciando noites de sono insuficiente e trabalho em excesso.— O que foi agora, Zara? — Lavínia suspirou, largando a caneta sobre a mesa.— Você precisa de uma pausa, e eu tenho a solução perfeita! — Zara anunciou, caminhando até ela e puxando-a pela mão antes que Lavínia tivesse chance de protestar.— para onde quer me levar? — Lavínia perguntou enquanto era arrastada para o elevador.— segredo, mas acredite que onde vamos te levar, você vai se divertir, você precisa fazer coisas que te deixe mais feliz, ultima
Cap:2— Estou. Pode ir embora — respondeu Lavínia, tentando manter a firmeza na voz, mas o álcool a deixava vulnerável.O homem entrou mais um passo. — Eu só queria te dizer... você é incrível. E linda. — Ele tocou o braço dela, mas Lavínia recuou, incomodada.— Sai daqui! — ela ordenou, mas sua voz saiu menos firme do que gostaria.O modelo ignorou, aproximando-se ainda mais a analisando como se fosse um pedaço de carne. — Sei quem você é, fiquei surpreso quando me disseram que a festa seria para você, fiquei animado para te conhecer, sou um grande admirador seu. — ele confessou enquanto ela recuava.— Podemos conversar la fora, o que acha? — ela sugeriu apenas para ganhar tempo.— mas ate onde sei você veio aqui para se divertir, porque esta se fazendo de difícil se pagou todos esses homens para vir aqui? — ele disse a encostando contra a parede aproximando seu rosto do dela que ficou sem reação.Lavínia não tinha forças para o empurrar, e ele parecia uma montanha de músculos, mesm
Cap:3— Não sei... há algo em você que... — Ele parou, bufando, como se tivesse decidido deixar o assunto de lado.Assim que chegaram ao apartamento, ele ajudou Lavínia a entrar.— Qualquer coisa, chame sua amiga, amanhã para ajudar com isso — ele disse, referindo-se ao estado claramente alterado dela.Mas Lavínia, sob o efeito do álcool, se aproximou. Seus olhos brilhavam, e ela tocou o rosto do homem com delicadeza, o polegar deslizando pela linha de sua mandíbula enquanto ele a encarava confuso.— Talvez você seja a solução, afinal. — Sua voz estava rouca, cheia de uma sensualidade despretensiosa.Ele permaneceu imóvel por um instante, claramente afetado pelo toque dela, mas afastou-se antes que ela pudesse ir além. — Você esta com sinais de estar drogada. — ele murmurou analisando.Lavínia riu baixinho, um riso que misturava desdém e provocação, ao mesmo tempo que debruçou sobre seu peito exausta. — Covarde...— Eu diria que é o contrário. — Ele a segurou quando ela tropeçou, lev
Cap: 4Ele chegou em casa em menos de vinte minutos, jogando o celular sobre a cômoda antes de seguir para o banheiro, onde tomou um banho rápido. Ao sair, encontrou seu pai com o celular em mãos.— Ah... ele vai te atender agora — avisou o pai, falando com a pessoa do outro lado da linha.— O que está fazendo? — Zen perguntou, pegando o celular abruptamente, como se estivesse escondendo algo.— Não é nada, só atendi porque você estava no banho. É uma ligação importante. Não sabia que você tinha tentado uma vaga em uma empresa tão prestigiada. Melhor continuar a conversa! — pediu o pai, cheio de expectativas.Zen o encarou surpreso e atendeu a ligação.— Alô, senhor Zen Obedon? — perguntou uma voz masculina.— Sim... — respondeu Zen, com insegurança na voz, enquanto seu pai o observava ansioso.— Estou ligando para parabenizá-lo. Você foi selecionado para a entrevista na Alpha Corp Advogados — anunciou o homem, fazendo Zen franzir o cenho.— Como assim? Eu não me inscrevi para nenhuma
Cap: 5— Minha aliança? — murmurou ela, analisando a peça de ouro com um diamante legítimo. Em seguida, encarou a cama com medo e suspirou aliviada. Não havia ninguém ali.Ela queria acreditar que tudo havia sido um sonho. Não poderia ter passado a noite com um estranho, de jeito nenhum. Suas mãos tremiam de medo enquanto ela analisava tudo ao redor. Não encontrava nada que comprovasse o que acontecera. Foi até a sala, esperando encontrar algum indicio. Apesar da dor de cabeça latejante, notou que um dos porta-retratos, com uma foto dela e de sua amiga Zara, estava faltando.— Então eu realmente fiz isso! — resmungou, tapando a boca com as mãos ao mesmo tempo que se perguntava porque a sua foto tinha sido levada por aquele estranho.Ela Seguiu até a cozinha e, ao ver um copo com água e um bilhete embaixo dele junto de um envelope, leu a nota: "Você com certeza deve precisar desse dinheiro mais do que eu."*— Ah! Desgraçado! — exclamou Lavínia, amassando o envelope. — O que ele pensa qu
— Bom... agora é melhor não, mas não precisava mentir. Sua mãe sabe que você já é uma mulher adulta e pode fazer o que quiser. Vamos concordar: uma carrasca nos negócios, que pode derrubar qualquer rival, não precisa do freio da mamãe só porque dormiu com um cara lindo de morrer, né?— Você sabe que minha mãe me criou com costumes tradicionais. Aquilo foi um acidente! Desde que terminei com meu antigo marido, não toquei mais em nenhum homem, e, por um deslize, fiz algo idiota! — ela asseverou, ainda constrangida.— Espera... tem muita coisa estranha. Você sempre diz que já tinha terminado há muito tempo, mas, três meses atrás, você teve um aborto. Como isso é possível se não ficou com nenhum homem? — Zara perguntou, petrificada.— Como é isso? — perguntou uma voz atrás delas. As duas congelaram, o estômago de Lavínia revirou, e tudo que ela queria era correr para o banheiro... ou simplesmente matar Zara. Após meses escondendo esse segredo de todos, sua amiga acabara de jogá-la na cova.
Cap. 7: Caminhos ligadosLavínia fixou seu olhar no homem em meio à surpresa e se agachou, tentando se esconder rapidamente após reconhecer que era o mesmo da noite passada.— O que está fazendo, senhorita? — o motorista da ambulância perguntou.— Ele está vindo? Ele não pode me ver! — ela rangeu entre os dentes.— Na verdade, ele está pedindo aos carros para se afastarem. — ele disse com o olhar fixo no rapaz.Então Lavínia se levantou e avistou Zen já a alguns metros, batendo na lateral de cada carro, avisando para abrirem caminho. O trânsito estava caótico, os carros buzinando freneticamente. A sirene da ambulância cortava o ar, um som estridente que ecoava pelas ruas. O motorista finalmente pôde seguir viagem enquanto Lavínia observava Zen até passar por ele, mas ele não tinha visto que ela estava na ambulância.Assim que chegaram ao hospital, houve tempo do pai de Lavínia ser atendido e finalmente estar fora de risco de vida. Naquele momento, ela estava sentada na recepção, pres