Cap. 11: Respira e finge.Ela foi obrigatoriamente levada para a sala de reunião e, assim que todos se acomodaram em suas cadeiras, ela se pôs de pé em frente a todos com um olhar rígido.— Somos uma rede de advogados e, como vocês sabem, a empresa Romanov, mesmo sendo uma das que está no topo da economia do país, deu indícios de que também pode ter algum trabalho ilegal. E vocês todos sabem, então não entendo o motivo de estarem causando toda essa comoção. O que vocês querem? Que futuramente, quando tudo isso cair na mídia, continuemos os mesmos? Estamos avançando sem os Romanov, mas se fizermos parte e carregarmos uma associação como essa, seremos destruídos junto com essa empresa um dia! — ela asseverou, e foram as últimas palavras ouvidas naquela sala. Então, se retirou seguindo para seu escritório. Ainda assim, um dos acionistas bateu à sua porta.— Entre! — ela avisou.— Senhora Bayer, ainda temos uma dúvida sobre essa questão. O senhor Romanov ligou para mim, então eu pedi para
Cap. 12: antipatia por você.O chefe de RH apenas observou Bayer sem dizer muito. Continuou organizando os papéis e, após guardá-los na gaveta de forma despreocupada, permaneceu em silêncio enquanto ela esperava ansiosa por uma resposta.— Estou desatualizado do assunto. O que você está querendo, senhora Bayer? — perguntou, calmo e sereno, como se ela tivesse chegado de forma amigável.— Você sabe como eu prezo por cada contratação. O que pensou que estava fazendo ao aprovar alguém que eu não permitiria entrar na empresa? — questionou, irritada.— Não sei do que está falando — respondeu ele, confuso.— O funcionário Zen Obedon, isso te diz algo?— Ah... Ele não é um dos seus funcionários, realmente. Zen Obedon vai trabalhar na área de saúde mental, sabe? Desde que entrei nessa empresa, há três anos, tenho percebido que os funcionários estão sob uma carga de trabalho e uma pressão psicológica altíssimas vindo da sua parte. Horas extras, casos exaustivos e raras folgas. A Alpha Corp Adv
Cap. 13: Relacionamento secreto.— Me empresta a chave do seu carro, eu preciso levá-la a um hospital. — ele pediu com um olhar de súplica. — Ele me contou que você falhou, essa foi a primeira falha depois de anos, mas ele não tolera falhas, você sabe. E agora está desobedecendo... O que foi? Foi com essa mulher que você passou a noite? — E se for? — ele perguntou, irritado. — Ela já lhe trouxe problemas e agora está fazendo de novo, mesmo que de forma inconsciente. — ele avisou, entregando a chave a Zen. — Eu não vou fugir, vou enfrentar o problema que arrumei. — Boa sorte. Você sabe que eu tento te ajudar o máximo que consigo, mas já não tenho controle dessa situação. Você tem sido descuidado, não posso me meter em coisas de família. — ele disse, em seguida se virando e indo embora.Zen colocou Lavínia deitada no banco de trás e seguiu para o hospital, suspirando pesadamente várias vezes, demonstrando preocupação. Quando finalmente chegou ao hospital, ela foi atendida, enquanto
Cap. 14: Interessado na sua vida.— Lavínia sempre foi uma mulher muito difícil de lidar, então era de se esperar que ela escondesse seu relacionamento para que seus pais não interferissem. Ela deve gostar muito de você. — comentou o médico. — Ela pensa que está protegendo as pessoas quando esconde as coisas e, por isso, pode não ter te contado sobre o que aconteceu há dois meses. Ela estava cheia de machucados, e estava óbvio que tinha sido agredida por alguém a ponto de perder a criança, mas ela diz que tinha caído. — Queda? — ele perguntou, com uma aura sombria se apossando de seu semblante. — Enfim... ela perdeu a criança ainda no primeiro trimestre, estava para fazer três meses. Faz dois meses, e ela não teve os devidos cuidados ou veio ao hospital para fazer exames. Agora que ela está aqui, posso fazer isso, e se não for muito incômodo, conto com sua ajuda para o bem-estar dela. — o médico pediu apreensivo. — Você é próximo dela? — Zen perguntou, desconfiado. — Sou um amigo
Cap. 15: quem te puniu?— Não estou dizendo nada, chegamos. Apesar de você estar exausta, ainda temos que trabalhar mais tarde — ele avisou, sua voz carregada de um cansaço que contrastava com a tensão crescente entre eles. Enquanto ela abria a porta do carro, um sorriso irônico curvou seus lábios.— Boa sorte para você. Eu não preciso me preocupar com isso. Apenas vá. Você não precisa descansar e devolver esse carro que está acima das suas expectativas de vida? E só para avisar, já vai dar nove horas — ela disse com uma arrogância que beirava a crueldade, virando-lhe as costas com desprezo.Ele observou-a se afastar, a figura esguia desaparecendo no portal do prédio.“Quem olha até pensa que ela é alguma coisa, além de uma mulher que monta nas costas de sua amiga rica” pensou, e um amargo sorriso curvando seus lábios. Antes que pudesse dar partida, a porta do carro se abriu e três homens entraram, sentando-se nos bancos de trás. A calma com que o fizeram era mais aterrorizante que q
Cap. 16: De pé mesmo morrendo.— Desculpem o atraso! — ele avisou, entrando na sala com uma postura confiante. Seus olhos varreram o grupo de estagiários, analisando-os com um olhar calculista.— Soube que ainda vão separar a sala para ele, certo? — Samuel perguntou a Zara, seu tom de voz carregado de uma curiosidade que beirava o sarcasmo.— Sim, ele ainda está em avaliação, então vai estar junto com todos, mas... com uma orientadora diferente, a Cintia! — Zara respondeu, um sorriso malicioso curvando seus lábios.— A... a deusa do RH? — Samuel perguntou, fingindo surpresa.— Exatamente, Zen vai dividir mesa com ela, ela vai lhe dar as orientações diretamente e o garoto já entrou na Alpha Corp de pé direito porque vai estar do lado da mulher mais cobiçada da empresa, depois de Lavínia, é claro. — Zara suspirou, fingindo pesar.— Cintia está abaixo de você também. — comentou Samuel com indiferença, caminhando em direção ao centro da sala. — Não precisamos nos apresentar de novo, meu
Juntos, eles começaram a carregar as pilhas de arquivos, o silêncio entre eles mais pesado que o próprio papel. A cada movimento, a dor de Zen se intensificava, mas ele a ignorava, focado em ajudar Lavínia.Eles seguiram em silêncio, dessa vez ela não implicou com ele. Percebeu que ele estava bem diferente de hoje cedo, até notou uma discreta inchação na lateral dos olhos. Aquele olhar de desdém havia sido substituído por um de cansaço, quase de resignação.Já estavam na última pilha quando ele soltou um gemido baixo ao colocá-la no chão.— Até que para alguém que é jovem você está bem fora de forma, — ela comentou, o analisando com mais atenção. Mas ele nem mesmo a respondeu, suava frio e várias vezes suspirava pesado, tentando disfarçar a dor que o consumia.— Já deu a hora, está na hora de ir, certo? — ele perguntou com a voz firme, mas um tremor o denunciava.— Sim. — ela respondeu, ainda o observando. Quando ele se virou para sair, ela percebeu uma mancha vermelha discreta se for
Cap. 18: Para que você não escute.— O que você faz aqui? — ele perguntou, abrindo os olhos com dificuldade. A mão de Lavínia, macia e quente, o fez estremecer. Ela parecia tão frágil e, ao mesmo tempo tão forte, cuidando dele como uma mãe. Seus olhos, grandes e expressivos, transbordavam de compaixão.— Como você chegou a esse estado? Você estava bem ainda essa manhã. — ela perguntou, sua voz baixa para não perturbar o silêncio daquela noite.Ele piscou lentamente, tentando focar os olhos doloridos. A luz fraca da lua filtrava pelas cortinas rasgadas, iluminando apenas um canto do quarto. O ar estava carregado de um leve cheiro de sangue e desinfetante. — O que pensa que está fazendo? E se alguém te ver? — ele murmurou a voz rouca.— Isso importa agora? Eu vou te ajudar a trocar essas ataduras e fazer um curativo. Na verdade, é melhor eu te levar a um hospital, isso está muito sério. O que aconteceu com você? — ela perguntou, tentando desenrolar as ataduras que envolviam seu braço.E