Cap.2: O peso de ser.
Ela ate pensou que estava acontecendo algo grave com seus pais, mas não era nada preocupante de fato. Elas não estavam muito felizes após ela ter ocultado a decisão sobre a mudança para uma nova cidade e a compra de um novo prédio para onde toda sua empresa seria transferida, todos poderiam pensar que aquela mudança seria para que seu negócio avançasse ainda mais a tornando ainda mais poderosa, mas Lavínia esta preocupada com outras questões mais serias que a fazia perder o sono.
A visita a seus pais não durou muito. Bayer suportou com firmeza as reclamações que ouvia deles, constantemente era tudo que ela tinha a receber seja de seus pais ou de outras pessoas parecia que tinha uma carga infida em suas costas a sobrecarregando.
— Soube que vai mudar a empresa para um novo prédio mais no centro da cidade. Quando você ia nos contar? — sua mãe perguntou, aborrecida.
— Eu já estava planejando fazer isso.
— Quando já estivesse se mudando? Seu pai trabalha naquela empresa, você sabe que ele não pode ir para tão longe de mim! Você sempre foi uma menina tão compreensiva. Desde que começou essa empresa de advocacia justamente naquele local, era para que pudéssemos ficar perto. Mas agora parece que só pensa no dinheiro que pode ganhar! — sua mãe berrava, histérica.
— Mãe... o pai não precisa trabalhar! Além disso, eu disse que vocês vão se mudar comigo! — ela tentou explicar com a voz firme, mas parecia que seu mal-estar aumentava. Suas mãos tremiam, e parecia que não conseguiria se manter de pé.
— Você pensa que pode fazer tudo? Você não é super-homem e não deveria fazer tudo apenas para conseguir dinheiro. Você já não tem o suficiente? É só com isso que se importa agora? Mal conseguimos ver você, isso tudo vale a pena?
— Sim! Vale! Se acha que é por causa do dinheiro, então é! — ela afirmou, sentindo-se ainda mais fraca. Ela segurou as lágrimas e recuou, saindo de cena.
Ela entrou no carro e dirigiu, virando a esquina antes de se sentir ainda mais fraca. Tomou um analgésico e relaxou a cabeça no banco, com o ar-condicionado ligado, enquanto as lágrimas deslizavam por seu rosto e sua mão descansava sobre a barriga.
Ela voltou para casa após um período de turbulência, encontrando conforto e acolhimento em sua mesa de trabalho. Era ali, entre papéis e livros, que ela sentia uma paz reconfortante, a toda vez que se sentia sobrecarregada com outras coisas, era a compulsão pelo trabalho que lhe dava escape.
Em dois meses, uma das maiores empresas de advocacia estaria se mudando para o centro da cidade, ocupando um dos mais imponentes edifícios empresariais.
A mudança trazia consigo um misto de ansiedade e esperança, ela nunca pensou em se mudar, mas a situação já estava a levando o limite e precisava se afastar.
Ela já estava cansada das constantes ameaças e presentes desagradáveis e o ultimo ainda estava no canto da sala com um mascara aterrorizante e um bilhete que dizia, é assim que você se parece, vamos assinar o acordo ou você não terá paz.
Mas a rotina intensa e as demandas do novo negócio exigiam todo o seu tempo e energia. Apesar das dificuldades, ela encontrava alegria em cada conquista.
Mas as coisas ainda não estavam completas ate que ela fosse a festa organizada pela amiga mesmo que contra a sua vontade.
— Hoje terá uma festa íntima só para as mulheres da empresa, com direito a modelos tops no quarto ao lado do seu novo apartamento. Tudo que você precisa é de uma festa desse tipo para se animar. Vamos sair da rotina chata, você precisa sair da lei um pouco.
— Ela está louca? — Lavínia quase berrou, sentada em sua mesa de trabalho, e logo se sentou envergonhada. Em seguida, um dos seus funcionários entrou trazendo alguns relatórios.
— Senhora Bayer, aqui estão os relatórios. O escritório de advocacia está recebendo mais um feedback ruim sobre... sobre seu pai. Ele perdeu mais um caso. São cinco casos perdidos, e isso está começando a afetar nosso escritório. Você tem que fazer algo.
— Como assim, fazer algo? — ela perguntou, levantando-se e encarando a moça, que se encolheu, temerosa. Lavínia tinha uma aura forte com a autoridade que possuía.
— Estamos nos mudando para o novo escritório em breve, e isso pode afetar a fama da Alpha Corp Advogados. Todos os outros advogados estão de acordo que seu pai está velho e cansado demais para esse trabalho. Você sabe como é difícil lutar pelos direitos trabalhistas e assédios no trabalho. As cinco vítimas acabaram saindo perdendo. Somos uma empresa justa, que lida com casos assim e sempre vence, mas seu pai...
— Não diga mais nada! Apenas saia! — Lavínia ordenou irredutível, e em segundos, os relatórios estavam na mesa e sua sala, vazia.
Ela analisou cada documento com preocupação. Após isso, se sentou, voltando ao trabalho. Ignorou o convite da sua amiga, ainda pensando na entrevista de novos funcionários que seria no dia seguinte, à tarde.
Sua estratégia era ficar ali em seu escritório e evitar a tal festa, mas, quando sua amiga queria, simplesmente fazia as coisas acontecerem. E foi assim que Lavínia foi arrastada de seu escritório até a festa na suíte de luxo ao lado de seu quarto, que mais parecia um grande salão de festas.
— Eu não vou entrar ai! — ela asseverou tentando recuar, mas antes que pudesse dá um passo a trás ela foi arrastada por mais duas mulheres que vieram ajudar Zara.
Cap.3: Sem animo para nada.Tinha tantas pessoas ao redor, dançando e aproveitando a festa, que Lavínia mal encarava a amiga. O espaço em que ela estava parecia envolto em uma aura fria e pouco amigável, afastando até mesmo olhares para não atrair seu mau-humor. — A ignorem! Mesmo que sejamos funcionários dela, hoje é o dia em que podemos curtir sem nos preocupar com a ranzinza nos dando bronca. — sua amiga gritou, tentando quebrar o desconforto dos funcionários. Em poucos segundos, a música estava alta e todos bebiam e se divertiam, exceto Lavínia. Ainda assim, mesmo com todos distraídos, sua intenção de fuga era sempre frustrada, já que sua amiga a impedia. — Você não vai a lugar algum, não antes de ver todos os homens lindos que contratei da companhia de modelos que faz as revistas mensais de advogados campeões. — Como uma empresa que faz revistas sérias pode trabalhar com esse tipo de serviço? — Lavínia protestou, irritada. — É uma indústria famosa de entretenimento e agência
Cap. 4: Desconhecidos e ácidos.Ele se virou por acaso e franziu o cenho ao ver Lavínia vindo em sua direção com um olhar determinado e um sorriso de canto, demonstrando destreza.— Ah... Você está aí? Conseguiu encontrar o quarto rapidamente. Por que não me esperou lá dentro? — ela perguntou sorrindo desconcertada, encarando-o com olhos alarmados, implorando por ajuda, enquanto sua amiga observava curiosa. Lavínia segurou no braço do rapaz ao mesmo tempo em que ele tentava tapar o alto-falante do telefone.— Você ficou maluca? — ele disse baixinho, constrangido.— Só me ajude com isso! — ela pediu em um sussurro ao se aproximar da face dele.— Não é da minha conta, estou ocupado agora! — ele rangeu os dentes tentando a afastar.— Vamos! Estou ansiosa, que bom que aceitou meu convite! — ela disse a última palavra com irritação, puxando-o para o quarto. Zara não entendeu nada, mas deu de ombros e voltou a conversar com o outro rapaz.— O que acha que está fazendo? — ele perguntou em s
Capítulo 5: Após o deslizeQuando Zen abriu os olhos, o sol já estava se pondo. Ele pulou da cama, olhando para Lavínia, que ainda dormia profundamente, sem esboçar nenhuma reação. Ele passou a mão pelos cabelos, incrédulo com o que havia acontecido. Ficou ainda mais perplexo ao verificar as horas, soltando um suspiro pesado de preocupação.— Estou ferrado... — sussurrou, encarando a tela do celular.Recolheu suas roupas e se vestiu rapidamente. Antes de sair, avistou um envelope no chão, próximo à porta de entrada. A amiga de Lavínia havia passado seu pagamento por debaixo da porta. Ele sorriu de forma irônica enquanto olhava ao redor.— Queria ver a sua cara... dona arrogante — murmurou, pegando uma caneta e escrevendo uma breve nota. Deixou-a sobre a mesa da cozinha, ao lado de um copo de água e uma jarra, sabendo que isso a atrairia depois da noite intensa e da provável ressaca com que ela acordaria.Zen saiu do quarto quase como se estivesse fugindo, enquanto tentava, repetidamen
Capítulo 6: Saiam da frente!— O que ela faz aqui? A mamãe não pode sair assim! — Lavínia asseverou, indo se trocar. Rapidamente ficou pronta e seguiu com Zara, como se estivessem indo para um funeral.— Ela está no salão onde aconteceu a festa. Desculpa, Lavínia...As duas hesitaram ao abrir a porta, mas, assim que o fizeram, encontraram a mãe de Lavínia de pé, com uma expressão imparcial.— Quem era aquele homem? — a mãe perguntou, antes mesmo de elas dizerem "bom dia".— É alguém sem importância! — Zara tentou responder.— Não é isso! Ele não é sem importância, ele... nós... — Lavínia balbuciava, sem conseguir responder direito.— Estamos nos conhecendo já faz alguns meses! — ela disse, desconcertada, enquanto Zara a olhava, petrificada.— Você já está em um novo relacionamento? — sua mãe perguntou surpresa. — Pensei que ainda estivesse com aquele desgraçado.— Mas isso já acabou faz tanto tempo... — Lavínia desviou o olhar, balbuciando. — Enfim, eu sinto muito que tenha presenciad
Cap. 7: Caminhos ligadosLavínia fixou seu olhar no homem em meio à surpresa e se agachou, tentando se esconder rapidamente após reconhecer que era o mesmo da noite passada.— O que está fazendo, senhorita? — o motorista da ambulância perguntou.— Ele está vindo? Ele não pode me ver! — ela rangeu entre os dentes.— Na verdade, ele está pedindo aos carros para se afastarem. — ele disse com o olhar fixo no rapaz.Então Lavínia se levantou e avistou Zen já a alguns metros, batendo na lateral de cada carro, avisando para abrirem caminho. O trânsito estava caótico, os carros buzinando freneticamente. A sirene da ambulância cortava o ar, um som estridente que ecoava pelas ruas. O motorista finalmente pôde seguir viagem enquanto Lavínia observava Zen até passar por ele, mas ele não tinha visto que ela estava na ambulância.Assim que chegaram ao hospital, houve tempo do pai de Lavínia ser atendido e finalmente estar fora de risco de vida. Naquele momento, ela estava sentada na recepção, pres
Cap. 8: a chefa vira funcionário?— Bom dia a todos! — começou Samuel a discursar. — Sejam bem-vindos à Alpha Corp Advogados, uma das empresas mais prestigiadas. Como vocês sabem esse prestígio não é de graça, e temos critérios rigorosos. Por isso, as avaliações já começam no momento em que vocês entram na empresa. — Ele comentou, encarando Zen, que se mantinha com postura ereta e séria, demonstrando indiferença. — Por isso, o candidato Zen Obedon pode se aproximar, por favor. — Ele chamou, sem saber qual dos candidatos era. Então, Lavínia viu o mesmo rapaz dar um passo à frente e percebeu que ele seria desclassificado.— Sim? — Zen disse ao passar na frente de todos, seguindo de forma despreocupada. A maioria já estava segurando o riso, sabendo qual seria o resultado.— Bom… você se atrasou… — Samuel arrastou a voz quando viu Lavínia dando pulos silenciosos com a mão estendida, balançando o dedo negativamente. — Você sabe que há punições para quem se atrasa. Tenha cuidado… neste mome
Cap. 9: Gato e Rato.Lavínia ficou constrangida por ter se alterado, em seguida se sentou sorrindo desconcertada e pedindo desculpas a todos, ao mesmo tempo que Zen continuava concentrado em seus papéis.— Se ela o ajudar, ele não vai passar no teste. — Samuel respondeu os observando com atenção.— Ele está fazendo sozinho sem nem prestar atenção nela, só não sei o que está acontecendo, ela claramente está desconfortável e irritada.— Relaxa, quando tudo isso acabar eu te conto, você vai ficar surpreso com a fofoca. — Zara sussurrou para Samuel.— O que está acontecendo? Lavínia deveria estar aqui na frente. — um dos homens pergunta impaciente se levantando junto com mais outros dois que demonstram indignação.— Senhores, vocês podem conversar lá fora se tiverem alguma dúvida, eu posso fiscalizar enquanto vocês resolvem qualquer problema. — o chefe de RH avisou então eles saíram imediatamente, mal perceberam seu olhar sombrio em direção a Lavínia e Zen.Quando saíram, Zara inventou um
10: por que ele não consegue emprego?Lavínia hesitou por um momento, franzindo o cenho. Uma ligação daquele homem era realmente algo muito inusitado.— Alpha Corp advogados…— Dispenso formalidades. — ela ouviu a voz ríspida, mas calma do outro lado da linha. — Boa noite, senhora Bayer.— Boa noite, senhor Romanov. — ela respondeu sem vontade.— Estive pensando em sua empresa alguns dias. Vocês têm ido bem, mas soube que está buscando parcerias nos negócios. Eu gostaria de poder conversar com você e pensar em uma forma de nos unirmos. Podemos ser uma potência inabalável.— O senhor sempre rejeitou a parceria de negócios. Me lembro que alguns anos atrás você até mesmo humilhou a nossa empresa, dizendo que não iríamos evoluir e que não éramos bons advogados. Sei que crescemos além do esperado, mas ainda não é motivo para querer uma parceria, mesmo que estejamos avançando para ser uma empresa de advocacia de excelência.— Você está certa, meu contato não é em vão. Na verdade, soube que