Cedrick tinha catorze anos e, em todos esses anos de vida, conhecia apenas uma existência complicada, apesar de pertencer a uma família poderosa. Agora, mais uma vez, estava preso em seu quarto, cansado das punições de seu pai. Ele passava a vida tentando proteger sua mãe, mesmo sendo rejeitado e desprezado por ela desde a infância. Ela nunca demonstrava compaixão, nem mesmo quando ele era castigado por defendê-la dos ataques do marido.
Após três dias preso sem comida, Cedrick finalmente foi liberado, embora estivesse tão fraco que mal conseguia andar. Todos poderiam imaginar que ele iria direto para a cozinha, mas ele desviou o caminho, indo em direção a um quarto no final do corredor. Ao chegar lá, hesitou antes de girar a maçaneta, como se tivesse medo do que pudesse encontrar. Respirando fundo, bateu suavemente na porta e esperou por uma resposta. Logo ouviu algo sendo arremessado contra a madeira e soltou um suspiro de alívio.
— Herdeiro Romanov, você precisa se alimentar. Seu pai disse que, assim que saísse do quarto, era para levá-lo diretamente à cozinha. Não pode ver a senhora. — A criada segurou o braço de Cedrick, que estava pálido e sem forças, com a cabeça apoiada na porta.
Ele foi então levado à cozinha e, contra a própria vontade, obrigado a se alimentar. Passou o restante da manhã até o anoitecer em seu quarto, deitado na cama e sendo cuidado pelos empregados. Cedrick já havia perdido a conta de quantas vezes fora confinado ali — ao menos três ou quatro vezes por mês, sempre por três dias de isolamento.
Apesar das ordens severas de seu pai de não intervir nas brigas entre ele e sua mãe, Cedrick insistia em defendê-la todas as vezes que era humilhada ou agredida. Sua intervenção resultava em novas punições, a ponto de mal conseguir ficar de pé.
Quando a noite chegou, os empregados vieram buscá-lo, todos com a mesma expressão de insegurança e temor ao encarar o rapaz magro e debilitado.
— Senhor Romanov ordenou que você se arrumasse. Há um jantar especial; ele quer lhe apresentar uma pessoa. — Um dos empregados anunciou, desviando o olhar.
Cedrick percebeu a expressão de desconfiança nos rostos deles e soube, de imediato, que havia algo errado. Os empregados o ajudaram a se arrumar. As roupas que escolheram indicavam que o evento naquela noite seria memorável.
Cedrick foi acompanhado até o salão de jantar. Os outros empregados estavam alinhados ao longo da grande mesa, frente a frente com o senhor Romanov e sua esposa.
— Sente-se. Tenho um anúncio a fazer. — O senhor Romanov ordenou, enquanto Cedrick, confuso, permanecia em silêncio. Apesar de ser seu pai, ele sentia pavor e desprezo pelo homem.
— Não fique chateado comigo. Tudo que ensino é para o seu bem. Precisa entender que não deve defender quem o maltrata. — Comentou, com frieza.
— Eu posso defender minha mãe, quantas vezes for necessário. Eu vou defendê-la. — Cedrick murmurou baixinho.
— Enfim... esta será a nova senhora Romanov. Ela também espera um novo herdeiro Romanov, então você não será filho único. — Declarou, batendo a colher levemente contra a taça para que os empregados servissem a mesa.
— Como assim "nova senhora"? Onde está minha mãe? Você está casado com ela e agora diz que esta mulher é a nova senhora? — Perguntou, a respiração irregular, com medo do que seu pai poderia ter feito à sua mãe.
— Está com medo que eu tenha me livrado dela? Não se preocupe, não vou lhe dar o gostinho de me ver livre.
— E onde ela está? — Insistiu Cedrick, enquanto seu pai sorria, observando uma empregada entrar na sala com uma bandeja.
Cedrick ficou sem reação ao ver que a mulher era sua mãe, vestida como uma empregada. Ela se aproximou, evitando olhar para eles, sem expressão alguma; até mesmo seus olhos pareciam vazios.
— Mãe... — murmurou Cedrick, enquanto ela colocava a bandeja na mesa. Suas mãos trêmulas fizeram com que derrubasse tudo no chão, inclusive a garrafa de vinho.
— Parece que você só me serviu para me dar um filho, não é? — O senhor Romanov murmurou, impaciente, enquanto ela ficava ali, paralisada, apertando os olhos de medo. — Sabe quanto custa essa garrafa de vinho? Como vai pagar? — Perguntou, agora irritado.
— Você me deve muito mais. O valor de uma vida não tem preço, seu desgraçado! — Ela gritou, recebendo um tapa que a fez cair no chão. Cedrick se levantou, empurrando o pai, criando mais um motivo para sua irritação.
— Você nunca vai aprender? Quer morrer!? — Asseverou o pai, esbofeteando Cedrick, que já não tinha forças para enfrentá-lo.
— Querido, por favor... não é o momento de brigar. — A nova senhora Romanov tentou intervir, assustada com a agressividade do homem.
— Eu não sou seu filho. Estou cansado dessa vida. Se quer uma nova mulher, deixe a minha mãe em paz, liberte-a e nos deixe ir embora. — Cedrick suplicou, mas o pai apenas riu.
— Você não vai a lugar algum. Ainda mais sendo meu sucessor. Prepare-se para assumir meu lugar e, para isso, vai precisar abrir mão de defender essa mulher! — Afirmou com firmeza.
— Nem morto. Não vou desprezar minha mãe. Você é a única coisa que eu desprezo. — Cedrick afirmou, resoluto.
— Se não me for útil, em breve terá um destino pior que o dela.
— Vai mandar seus capangas me matarem? Eu não quero suceder o seu posto na máfia, nem herdar suas empresas. Quero que você caia em desgraça... — Sua voz foi interrompida por um tapa, e seu pai hesitou, quase socando-o antes de se controlar.
Senhor Romanov conteve sua raiva, observando a fraqueza do filho, que insistia incansavelmente em defender a mãe, e saiu da sala levando sua nova esposa.
Cedrick ficou sentado no chão, enquanto sua mãe começava a recolher os cacos de vidro.
— Eu te ajudo. — Disse Cedrick, pegando os pedaços de vidro.
— Por que não cuida da sua vida? — Ela perguntou, com a voz cansada.
— Só quero te proteger.
— Proteger? Eu vivo esse inferno por sua causa. Nunca quis ter você. Por que não me deixa em paz? Nunca te amei. Vivo escondendo a verdade: você veio de um abuso, de uma união forçada e humilhante. Ele matou minha família para ficar comigo, enganou minha irmã até levá-la ao suicídio. Ele trouxe ruína à minha família apenas pelo desejo de poder. — Ela falava com desprezo, enquanto Cedrick, chocado, ouvia, incapaz de conter as lágrimas.
— O que está dizendo? — Perguntou, a voz falha, as lágrimas escorrendo.
— Você é um maldito bastardo nascido de um abuso. Desde o dia que nasceu, eu só queria que você morresse. Olhar para você é me lembrar de tudo que passei. — Ela respondeu, com repulsa. — Você nunca será um filho para mim. Então, pare de se colocar no meio. Acha que eu ficaria triste se você morresse? Na verdade, só de pensar nisso, me sinto feliz.
— Chega! — Ele gritou, levando as mãos à cabeça, enquanto o mundo parecia desmoronar ao seu redor.
Desesperado e arrasado, Cedrick passou pela sala onde seu pai o esperava, com uma expressão divertida no rosto.
— Eu não quero nada seu, eu odeio essa família! Nunca mais voltarei a esse lugar! — asseverou Cedrick, e, quando os seguranças tentaram segurá-lo, seu pai fez um sinal para que o deixassem ir.
Ao sair da mansão, Cedrick não fazia ideia do perigo de estar sozinho. Com seu pai sendo um chefe de máfia influente e odiado por muitos, ele se tornava um alvo fácil. Caminhava sem rumo, perdido em pensamentos, até perceber que estava sendo seguido. Em um beco deserto, sentiu uma dor excruciante nas costas, e uma quantidade assustadora de sangue escorreu, enquanto uma voz furiosa murmurava:
— Seu bastardo! Morra! — o homem vociferou.
Logo em seguida, Cedrick ouviu o grito agudo de uma mulher, e o agressor se afastou abruptamente, caindo ao seu lado. A última imagem que ele viu antes de tudo escurecer foi o rosto de uma jovem, que o segurava e tentava mantê-lo acordado.
Após ser socorrido e ficar entre a vida e a morte, Cedrick despertou cinco dias depois, ainda com muitas dores. A única lembrança vívida era o rosto da mulher que o salvara.
Ela nunca mais apareceu, e, ao longo dos dez anos que se passaram, ele passou a considerá-la um "anjo" que o resgatara naquela noite.
Tentando seguir em frente, ele relegou o ataque ao passado, sem nunca entender a razão da violência ou o destino do agressor.
Enquanto isso, a mulher que o salvara também enfrentava as marcas daquele dia fatídico. Nos anos que se seguiram, a vida dela se tornou uma montanha-russa de sorte e azar, mas, recentemente, as ondas de infortúnio pareciam cada vez mais intensas.
Naquela noite, em seu apartamento, ela acordou de repente no chão, com uma dor aguda dilacerando-lhe o abdômen. A dor era tão avassaladora que a impedia de se mover, deixando-a praticamente imóvel. Com esforço, estendeu uma mão trêmula em direção ao celular, que estava ao seu lado, sua única esperança de pedir ajuda.
/ Preciso de ajuda... — ela balbuciou com dificuldade em seguida a ligação foi abruptamente interrompida.
Cinco minutos tortuosos se passaram, uma eternidade para ela, que se sentia cada vez mais fraca e desesperada.
De repente, o barulho ensurdecedor da porta sendo arrombada a tirou de seus devaneios.em razão de segundos ela viu vultos de homens entrando em seu apartamento, reconheceu logo após ser bombeiros e ficou aliviada, mesmo que a situação fosse preocupante, ela não tinha percebido a poça de sangue que tinha se forçado embaixo dela.
O branco do quarto do hospital era ofuscante, contrastando com a visão embaçada de Lavínia. O bip constante do aparelho a lembrava da situação desesperadora que se enfiou. Aos poucos, sua consciência retornava, trazendo consigo a lembrança do acidente e a angústia daqueles momentos. Seus olhos se encontraram com os de sua amiga, que a observava com preocupação.
— Você está bem? — a amiga perguntou, sua voz carregada de emoção. Lavínia tentou sorrir, mas a dor a impediu.
— Por que não me contou? — ela perguntou, a voz carregada de reprovação, e em seguida se virou, demonstrando sua inquietação.
— O que aconteceu? — Lavínia questionou, confusa, tentando entender a gravidade da situação.
— O que aconteceu? Como assim? Porque não contou que estava grávida? porque só vim saber disso quando já estava com três meses de gestação? E ainda pior, quando perdeu o bebê? — sua amiga disse sem cautela, a voz embargada. Lavínia sentiu o chão se abrir sob seus pés. O mundo ao seu redor começou a girar.
— Está dizendo que... — ela não conseguiu completar a frase. A pressão em seu peito aumentou, e seus olhos se fecharam. As lágrimas continuaram a escorrer pelo seu rosto, enquanto ela desmaiava novamente.
Ao abrir os olhos, a escuridão a envolveu como um manto pesado. A dor latejava em suas têmporas, um martelo insistente martelando suas têmporas. A memória da noite anterior, fragmentada e aterrorizante, retornava aos poucos, trazendo consigo a amargura da perda e a angústia da incerteza. A notícia da perda do filho a atingiu como um soco no estômago. A dor física era intensa, mas a emocional a consumia por inteiro. Sentiu-se despedaçada, um quebra-cabeça com peças faltantes.
[...]
— Tenho que sair, desde ontem que meus pais ligam, preciso saber o que está acontecendo. — Lavínia avisou, a voz embargada pela emoção. Sabia que deveria descansar que sua amiga tinha razão, mas uma força interior a impulsionava para fora.
— Não mesmo! Eles que precisam saber o que está acontecendo com você agora! Além do fato de que você não contou realmente o que aconteceu, eu não acredito que você tenha se machucado assim com uma queda. — sua amiga insistiu, os olhos marejados de preocupação.
Lavínia a encarou, a determinação nos olhos. Sabia que sua amiga tinha razão, mas a necessidade de enfrentar seus pais era mais forte.
Respirando fundo, levantou-se da cama, a dor no tornozelo latejando a cada movimento. Vestiu o sobretudo, cobrindo as marcas em seus braços, e saiu do quarto ignorando sua amiga.
Com cada passo, sentia a dor se intensificar, mas ignorava-a. O frio da noite a envolveu como um abraço gélido, Abaixou a cabeça, tentando esconder o rosto pálido e os olhos inchados. Por trás dos óculos escuros, ninguém poderia ver a fragilidade que a consumia, naquele momento ela sentia uma enorme vontade de ver seus pais como uma criança desesperada e sem saída.
Assim que ela entrou no jardim e seguiu ao encontro de seus pais, seu brilho se apagou ao ver suas caras, sua mãe estava emburrada e seu pai com cara de desânimo, ela suspirou pesadamente e parou na frente deles se mantendo forte.
— O que esta acontecendo? — ela perguntou sentindo o peito apertar sem ânimo para mais uma discussão.
Cap.2: O peso de ser.Ela ate pensou que estava acontecendo algo grave com seus pais, mas não era nada preocupante de fato. Elas não estavam muito felizes após ela ter ocultado a decisão sobre a mudança para uma nova cidade e a compra de um novo prédio para onde toda sua empresa seria transferida, todos poderiam pensar que aquela mudança seria para que seu negócio avançasse ainda mais a tornando ainda mais poderosa, mas Lavínia esta preocupada com outras questões mais serias que a fazia perder o sono.A visita a seus pais não durou muito. Bayer suportou com firmeza as reclamações que ouvia deles, constantemente era tudo que ela tinha a receber seja de seus pais ou de outras pessoas parecia que tinha uma carga infida em suas costas a sobrecarregando.— Soube que vai mudar a empresa para um novo prédio mais no centro da cidade. Quando você ia nos contar? — sua mãe perguntou, aborrecida.— Eu já estava planejando fazer isso.— Quando já estivesse se mudando? Seu pai trabalha naquela empr
Cap.3: Sem animo para nada.Tinha tantas pessoas ao redor, dançando e aproveitando a festa, que Lavínia mal encarava a amiga. O espaço em que ela estava parecia envolto em uma aura fria e pouco amigável, afastando até mesmo olhares para não atrair seu mau-humor. — A ignorem! Mesmo que sejamos funcionários dela, hoje é o dia em que podemos curtir sem nos preocupar com a ranzinza nos dando bronca. — sua amiga gritou, tentando quebrar o desconforto dos funcionários. Em poucos segundos, a música estava alta e todos bebiam e se divertiam, exceto Lavínia. Ainda assim, mesmo com todos distraídos, sua intenção de fuga era sempre frustrada, já que sua amiga a impedia. — Você não vai a lugar algum, não antes de ver todos os homens lindos que contratei da companhia de modelos que faz as revistas mensais de advogados campeões. — Como uma empresa que faz revistas sérias pode trabalhar com esse tipo de serviço? — Lavínia protestou, irritada. — É uma indústria famosa de entretenimento e agência
Cap. 4: Desconhecidos e ácidos.Ele se virou por acaso e franziu o cenho ao ver Lavínia vindo em sua direção com um olhar determinado e um sorriso de canto, demonstrando destreza.— Ah... Você está aí? Conseguiu encontrar o quarto rapidamente. Por que não me esperou lá dentro? — ela perguntou sorrindo desconcertada, encarando-o com olhos alarmados, implorando por ajuda, enquanto sua amiga observava curiosa. Lavínia segurou no braço do rapaz ao mesmo tempo em que ele tentava tapar o alto-falante do telefone.— Você ficou maluca? — ele disse baixinho, constrangido.— Só me ajude com isso! — ela pediu em um sussurro ao se aproximar da face dele.— Não é da minha conta, estou ocupado agora! — ele rangeu os dentes tentando a afastar.— Vamos! Estou ansiosa, que bom que aceitou meu convite! — ela disse a última palavra com irritação, puxando-o para o quarto. Zara não entendeu nada, mas deu de ombros e voltou a conversar com o outro rapaz.— O que acha que está fazendo? — ele perguntou em s
Capítulo 5: Após o deslizeQuando Zen abriu os olhos, o sol já estava se pondo. Ele pulou da cama, olhando para Lavínia, que ainda dormia profundamente, sem esboçar nenhuma reação. Ele passou a mão pelos cabelos, incrédulo com o que havia acontecido. Ficou ainda mais perplexo ao verificar as horas, soltando um suspiro pesado de preocupação.— Estou ferrado... — sussurrou, encarando a tela do celular.Recolheu suas roupas e se vestiu rapidamente. Antes de sair, avistou um envelope no chão, próximo à porta de entrada. A amiga de Lavínia havia passado seu pagamento por debaixo da porta. Ele sorriu de forma irônica enquanto olhava ao redor.— Queria ver a sua cara... dona arrogante — murmurou, pegando uma caneta e escrevendo uma breve nota. Deixou-a sobre a mesa da cozinha, ao lado de um copo de água e uma jarra, sabendo que isso a atrairia depois da noite intensa e da provável ressaca com que ela acordaria.Zen saiu do quarto quase como se estivesse fugindo, enquanto tentava, repetidamen
Capítulo 6: Saiam da frente!— O que ela faz aqui? A mamãe não pode sair assim! — Lavínia asseverou, indo se trocar. Rapidamente ficou pronta e seguiu com Zara, como se estivessem indo para um funeral.— Ela está no salão onde aconteceu a festa. Desculpa, Lavínia...As duas hesitaram ao abrir a porta, mas, assim que o fizeram, encontraram a mãe de Lavínia de pé, com uma expressão imparcial.— Quem era aquele homem? — a mãe perguntou, antes mesmo de elas dizerem "bom dia".— É alguém sem importância! — Zara tentou responder.— Não é isso! Ele não é sem importância, ele... nós... — Lavínia balbuciava, sem conseguir responder direito.— Estamos nos conhecendo já faz alguns meses! — ela disse, desconcertada, enquanto Zara a olhava, petrificada.— Você já está em um novo relacionamento? — sua mãe perguntou surpresa. — Pensei que ainda estivesse com aquele desgraçado.— Mas isso já acabou faz tanto tempo... — Lavínia desviou o olhar, balbuciando. — Enfim, eu sinto muito que tenha presenciad
Cap. 7: Caminhos ligadosLavínia fixou seu olhar no homem em meio à surpresa e se agachou, tentando se esconder rapidamente após reconhecer que era o mesmo da noite passada.— O que está fazendo, senhorita? — o motorista da ambulância perguntou.— Ele está vindo? Ele não pode me ver! — ela rangeu entre os dentes.— Na verdade, ele está pedindo aos carros para se afastarem. — ele disse com o olhar fixo no rapaz.Então Lavínia se levantou e avistou Zen já a alguns metros, batendo na lateral de cada carro, avisando para abrirem caminho. O trânsito estava caótico, os carros buzinando freneticamente. A sirene da ambulância cortava o ar, um som estridente que ecoava pelas ruas. O motorista finalmente pôde seguir viagem enquanto Lavínia observava Zen até passar por ele, mas ele não tinha visto que ela estava na ambulância.Assim que chegaram ao hospital, houve tempo do pai de Lavínia ser atendido e finalmente estar fora de risco de vida. Naquele momento, ela estava sentada na recepção, pres
Cap. 8: a chefa vira funcionário?— Bom dia a todos! — começou Samuel a discursar. — Sejam bem-vindos à Alpha Corp Advogados, uma das empresas mais prestigiadas. Como vocês sabem esse prestígio não é de graça, e temos critérios rigorosos. Por isso, as avaliações já começam no momento em que vocês entram na empresa. — Ele comentou, encarando Zen, que se mantinha com postura ereta e séria, demonstrando indiferença. — Por isso, o candidato Zen Obedon pode se aproximar, por favor. — Ele chamou, sem saber qual dos candidatos era. Então, Lavínia viu o mesmo rapaz dar um passo à frente e percebeu que ele seria desclassificado.— Sim? — Zen disse ao passar na frente de todos, seguindo de forma despreocupada. A maioria já estava segurando o riso, sabendo qual seria o resultado.— Bom… você se atrasou… — Samuel arrastou a voz quando viu Lavínia dando pulos silenciosos com a mão estendida, balançando o dedo negativamente. — Você sabe que há punições para quem se atrasa. Tenha cuidado… neste mome
Cap. 9: Gato e Rato.Lavínia ficou constrangida por ter se alterado, em seguida se sentou sorrindo desconcertada e pedindo desculpas a todos, ao mesmo tempo que Zen continuava concentrado em seus papéis.— Se ela o ajudar, ele não vai passar no teste. — Samuel respondeu os observando com atenção.— Ele está fazendo sozinho sem nem prestar atenção nela, só não sei o que está acontecendo, ela claramente está desconfortável e irritada.— Relaxa, quando tudo isso acabar eu te conto, você vai ficar surpreso com a fofoca. — Zara sussurrou para Samuel.— O que está acontecendo? Lavínia deveria estar aqui na frente. — um dos homens pergunta impaciente se levantando junto com mais outros dois que demonstram indignação.— Senhores, vocês podem conversar lá fora se tiverem alguma dúvida, eu posso fiscalizar enquanto vocês resolvem qualquer problema. — o chefe de RH avisou então eles saíram imediatamente, mal perceberam seu olhar sombrio em direção a Lavínia e Zen.Quando saíram, Zara inventou um