Três anos depois
Hoje, eu não sei dizer se alcancei o grande futuro, mas estou me sentindo tão feliz que não poderia reclamar nem dizer que não era isso que eu queria.
Continuei escrevendo pois, reconheci que na escrita eu poderia desabafar, ajudar pessoas que passam pelo mesmo problema que eu e acreditam não ter nenhuma saída. Desde que iniciei na escrita, muitas pessoas me procuram para dar entrevistas e esclarecer dúvidas sobre a depressão.
Eu sempre digo que não sou expert, mas encontrei uma forma de lidar com meu problema sem ter vontade de me matar o tempo todo e sem prejudicar a vida dos meus familiares e amigos, principalmente das pessoas que me amam e estão à minha volta todo o tempo.
Tive uma segunda filha que tem uma história incrível também. Ela nos trouxe tanta alegria que hoje só de ver ela debruçada na cama assistindo peppa pig no celular, mesmo eu sabendo que não é bom para crianças, eu sorrio feito uma boba.
Meu nome é Janaína Bianconi, tenho 29 anos, sou morena de cabelos longos e encaracolados, preto. Tenho olhos grandes, redondos e castanhos. Casada desde 2006 com Michael Klein, que tem se mostrado um grande e fiel companheiro e foi a chave de mudança da minha vida. Ele tem 34 anos. Trabalhador, porte elegante, alto, alguns quilinhos a mais, nada que me fizesse gostar menos dele, afinal gordura não dita caráter. Ele tem cabelos castanhos claros, olhos pequenos cor de mel, usa óculos desde criança. É simpático, lindo e carinhoso. Fruto do nosso casamento temos uma filha linda chamada Raquel Bianconi Klein de 4 anos. Ela é morena clara, cabelos curtos ondulados e castanhos, olhos redondos e expressivos. Desde que Raquel nasceu nossa vida se transformou, ela deu um novo rumo à nossa vida.Quero contar a vocês minha história de superação. Não qualquer superaç&atild
Os AbusosPor mais que eu não soubesse o que significava depressão eu já carregava essa doença, só depois de adulta aprendendo mais sobre isso, pesquisando, assistindo os noticiários, percebi que eu sofrera abuso, e que, precisava de ajuda para superar esse trauma, e após ser diagnosticada com Depressão Maior, que é a mais severa, eu passei a entender tudo mais profundamente.Eu tinha sintomas que hoje sei que era típico da depressão, mas, não tinha apoio, ninguém em minha casa sabia lidar com isso, e muitas vezes que desmaiava eu era criticada por minhas irmãs, dizendo que estava com frescura.Eu sempre fui uma menina doce, silenciosa, tímida enfim muito quieta, observava meu pai, surrando minhas irmãs com pedaço de pau, pedaços de borracha, eu me mantinha num canto, tremia de medo, não queria sofr
Desilusão amorosaQuando completei treze anos fiquei mais mulher e mais atraente, e assim aumentaram a perseguições dos garotos.Minha irmã alguns anos mais velha do que eu, acabara de terminar um relacionamento, como ela disse, só queria fazer um teste, terminando para ver se ele corria atrás dela, porém ela sempre o traia, então quando ela terminou, ele não se importou e seguiu, mas, ela não esquecera, porém, ele já tinha "desencanado".Ele era muito amigo do meu primo que morava com a gente, então através do meu primo ele me enviou um bilhete pedindo em namoro, fiquei tão feliz, pois era a primeira pessoa em toda minha vida que demonstrou interesse em minha pessoa, mas, eu era muito ingênua e deficiente intelectualmente então aceitei na mesma hora, sem pensar nas consequências, mas, minha irmã n&ati
Primeira tentativa de suicídioOs pensamentos começaram a ficar repetitivos em minha cabeça, tudo se transformou em um enorme paredão em minha vida, me tornei uma pessoa sólida, fria e sem prazeres.Eu pensava do porque ele tinha me trocado, será que não fui boa o bastante? Será que faltaram beijos e abraços?Só o que eu concluía era que eu era uma garota muito sonsa, fui passada para trás por mérito próprio, pois não merecia ser amada, não sabia nem o que era amor, porque alguém se interessaria por mim?Ninguém jamais outrora iria me querer, e depois de ele espalhar para todos o boato de que eu teria ficado com todos da rua, inclusive os casados, minha vida jamais seguiria em diante, jamais alguém viria me propor um relacionamento.Porque eu continuaria a viver? Porque eu continuaria
mizades dilaceradasEu era uma menina muito pacata, muito "sonsa", não tinha facilidade nenhuma em fazer amizades, eu não tinha segurança o bastante para fazer amigos, tinha vergonha de mim. Porém, na igreja tinha uma menina com a mesma idade que eu, nos encontrávamos sempre aos domingos de manhã, então acabamos nos tornando colegas, isso mesmo, colegas, pois eu não acreditava em amizades, então eu e essa colega conversávamos sempre, trocávamos confidencias e com frequência uma dormia na casa da outra.Aos 15 anos minha colega começou a trabalhar em uma casa de família, isso não mudou nosso relacionamento, só mudou porque ela tinha pouco tempo para ficar comigo, só encontrávamos aos Domingos, ainda assim somente na igreja.Esse relacionamento estava com a data do final já escrita e eu não sabi
Suicídio ou fugaQuando eu tinha 16 anos já estava muito triste não mais por perder o namorado e sim por fracassar na minha tentativa de suicídio, sim, por minha única colega não ter acreditado em mim, sim, por um homem safado ter me difamado, sim, por vários motivos, eu já não pensava mais em meu ex, para mim a página dele virara, porém, fiquei com muitas sequelas desse triste fim.Minha cabeça já não era mais a mesma, eu vivia pelos cantos e na maioria das vezes chorando.Já não via saída em minha vida, não via motivos para viver. (Clichê)Às vezes pessoas me diziam “coisas ruins acontecem o tempo todo com muitas pessoas e nem eles decidem morrer, é a vida que segue”. Era chato ouvir isso, já que eu não queria ouvir nada, muito menos sermões que n
Alternativa ou desistênciaDepois de todos esses acontecimentos, já com dezessete anos, minha mãe já não sabia o que fazer e sem sombras de dúvidas já estava cansada de tanta luta para tentar me ajudar.Eu tinha desmaios frequentes e ânsias, vivia em cima das árvores quase o tempo todo, inclusive tinha um mangueiro que virou minha segunda casa, não me sentia bem em ficar com minha família, nada fazia sentido para mim, inclusive as conversas, eu tentava o máximo ficar distante de todos, da minha mãe por não me compreender, e ficar apoiando meu pai em coisas que eu não aprovava, do meu pai por sentir nojo dele e muita raiva.Minha mãe me obrigava ir para igreja com eles, mas não era o que eu queria, eu só queria que todos me deixassem em paz, mas ela dizia que se fossemos para igreja Deus poderia fazer um milagre em minha vi
O início da mudançaQuando completei meus 18 anos fiquei feliz, pois já era de maior, porém triste por ninguém ter lembrado, mas aconteceu algo que mudaria minha vida para sempre.Minha irmã mais velha foi convidada para uma festa de debutante e não queria ir sozinha, então, ela me convidou, e eu convidei a Gilda, assim fomos todas penetras, rs.A festa rolava tudo tranquilo, eu lá no meu canto, descabelada como sempre, com meu sobrinho no colo, e todos se divertindo. Logo começou passar alguns slides no telão e todo mundo se juntou para assistir, foi aí que eu vi ele, nossos olhares se encontraram e eu perdi a concentração dos ‘slides’ e mantive o foco nele, aquelas avançadas de olhares me deixou inquieta, chamei uma amiga e fomos ao banheiro retocar a maquiagem e arrumar o cabelo, afinal eu não tinha me arrumado, pois n&