Primeira tentativa de suicídio
Os pensamentos começaram a ficar repetitivos em minha cabeça, tudo se transformou em um enorme paredão em minha vida, me tornei uma pessoa sólida, fria e sem prazeres.
Eu pensava do porque ele tinha me trocado, será que não fui boa o bastante? Será que faltaram beijos e abraços?
Só o que eu concluía era que eu era uma garota muito sonsa, fui passada para trás por mérito próprio, pois não merecia ser amada, não sabia nem o que era amor, porque alguém se interessaria por mim?
Ninguém jamais outrora iria me querer, e depois de ele espalhar para todos o boato de que eu teria ficado com todos da rua, inclusive os casados, minha vida jamais seguiria em diante, jamais alguém viria me propor um relacionamento.
Porque eu continuaria a viver? Porque eu continuaria minha vida sem graça e com minha vida sem graça e sem sentido, na minha opinião ir à igreja não sentira, já que eu ia obrigada pelos meus pais, não sentia mais prazer em tocar nenhum instrumento, eu era obrigada a ensinar a música para as garotas, já que elas não tinham culpa de nada.
Em meio tantos pensamentos sórdidos e dolorosos, me surgiu a ideia mais macabra de todas, se eu não tinha prazer em fazer nada que eu fazia, já que ninguém jamais me proporia um relacionamento, já que não existia vínculo fraternal que me segurasse em apoio e em vida, terminaria tudo. Foi em meio a tantos pensamentos que tive uma ideia...
Muitas vezes eu cuidava da mercearia do meu pai, e lá ele vendia chumbinho e álcool perfumado, resolvi tomar esse veneno misturado com o álcool, no intuito de acelerar o processo da morte, não sei se foi a melhor ou a pior decisão da minha vida, só sei que era a única opção que me ocorria no momento.
Comecei a ficar tonta e sentir vontade de vomitar e defecar em simultâneo, isso eu estava na mercearia sozinha. Só sei que quando voltei num ‘flash’ de consciência ouvia muita gente em minha volta orando, e minha mãe chorando, eu já não estava na mercearia, alguém tinha me levado para outro lugar que eu não sabia onde era, ouvi minha mãe orar e pedir a Deus por minha vida, mas as vozes desvaneciam, não conseguia ouvir uma frase completa.
Depois decidiram me levar para o hospital, ouvia sussurros de homens pegando algo pesado, mas meu corpo estava totalmente adormecido, não sentia meu corpo, me senti leve, naquele momento eu não compreendia se eu estava no colo, era como se meu espírito estivesse fora do corpo.
O caminho do hospital foi estranho, eu não sentia nada, mas às vezes me dava uns ‘flashes’ de consciência e olhava para o motorista, ele me olhava com cara de preocupação, mas eu não entendia nada, não conseguia raciocinar, não sabia o que estava acontecendo, era como se minha vida tivesse sido apagada. Era o que eu realmente queria, mas infelizmente, logo recuperei meus pesadelos.
Chegando ao hospital, eu fui levada até o médico, não me lembro como, foi quando tive um desses ‘flashes’ e ouvi o médico dizer "deixa ela subir sozinha" eu tentei, porém, por mais esforço que eu fazia meu corpo não respondia nenhum dos meus reflexos, até que apaguei de novo, só acordei no outro dia com o médico me dando alta. Até hoje não sei se o médico soube o que tinha acontecido, mas, não fiz exames nenhum e não sei o que me deram, se me deram.
Fui levantar da cama do hospital, ainda me sentia meio tonta, quase cai novamente, mas me mantive de pé. O médico sumiu, não via nenhuma enfermeira, não tinha ninguém na recepção, não me perguntaram como eu me sentia, então eu segui em direção a saída, sentia fortes dores no estômago e minhas pernas tremiam, mas eu não tinha outra opção, tinha que ir embora.
Lá fora eu não via ninguém conhecido, ficava pensando onde estaria minha mãe, para onde eu iria, então o que me restava era esperar.
Sentei na porta do hospital e esperei minha mãe chegar.
Esse foi o primeiro de muitos surtos que tive...
Continuei minha vida atormentada por pensamentos turbulentos e dolorosos, volta e meia minha mãe me pegava sentada sobre meus joelhos chorando, mas, não dizia porque, só chorava.
mizades dilaceradasEu era uma menina muito pacata, muito "sonsa", não tinha facilidade nenhuma em fazer amizades, eu não tinha segurança o bastante para fazer amigos, tinha vergonha de mim. Porém, na igreja tinha uma menina com a mesma idade que eu, nos encontrávamos sempre aos domingos de manhã, então acabamos nos tornando colegas, isso mesmo, colegas, pois eu não acreditava em amizades, então eu e essa colega conversávamos sempre, trocávamos confidencias e com frequência uma dormia na casa da outra.Aos 15 anos minha colega começou a trabalhar em uma casa de família, isso não mudou nosso relacionamento, só mudou porque ela tinha pouco tempo para ficar comigo, só encontrávamos aos Domingos, ainda assim somente na igreja.Esse relacionamento estava com a data do final já escrita e eu não sabi
Suicídio ou fugaQuando eu tinha 16 anos já estava muito triste não mais por perder o namorado e sim por fracassar na minha tentativa de suicídio, sim, por minha única colega não ter acreditado em mim, sim, por um homem safado ter me difamado, sim, por vários motivos, eu já não pensava mais em meu ex, para mim a página dele virara, porém, fiquei com muitas sequelas desse triste fim.Minha cabeça já não era mais a mesma, eu vivia pelos cantos e na maioria das vezes chorando.Já não via saída em minha vida, não via motivos para viver. (Clichê)Às vezes pessoas me diziam “coisas ruins acontecem o tempo todo com muitas pessoas e nem eles decidem morrer, é a vida que segue”. Era chato ouvir isso, já que eu não queria ouvir nada, muito menos sermões que n
Alternativa ou desistênciaDepois de todos esses acontecimentos, já com dezessete anos, minha mãe já não sabia o que fazer e sem sombras de dúvidas já estava cansada de tanta luta para tentar me ajudar.Eu tinha desmaios frequentes e ânsias, vivia em cima das árvores quase o tempo todo, inclusive tinha um mangueiro que virou minha segunda casa, não me sentia bem em ficar com minha família, nada fazia sentido para mim, inclusive as conversas, eu tentava o máximo ficar distante de todos, da minha mãe por não me compreender, e ficar apoiando meu pai em coisas que eu não aprovava, do meu pai por sentir nojo dele e muita raiva.Minha mãe me obrigava ir para igreja com eles, mas não era o que eu queria, eu só queria que todos me deixassem em paz, mas ela dizia que se fossemos para igreja Deus poderia fazer um milagre em minha vi
O início da mudançaQuando completei meus 18 anos fiquei feliz, pois já era de maior, porém triste por ninguém ter lembrado, mas aconteceu algo que mudaria minha vida para sempre.Minha irmã mais velha foi convidada para uma festa de debutante e não queria ir sozinha, então, ela me convidou, e eu convidei a Gilda, assim fomos todas penetras, rs.A festa rolava tudo tranquilo, eu lá no meu canto, descabelada como sempre, com meu sobrinho no colo, e todos se divertindo. Logo começou passar alguns slides no telão e todo mundo se juntou para assistir, foi aí que eu vi ele, nossos olhares se encontraram e eu perdi a concentração dos ‘slides’ e mantive o foco nele, aquelas avançadas de olhares me deixou inquieta, chamei uma amiga e fomos ao banheiro retocar a maquiagem e arrumar o cabelo, afinal eu não tinha me arrumado, pois n&
SurpresasNós firmamos o nosso relacionamento, afinal já estávamos noivos, agora era contagem regressiva para o grande dia.Eu... como sempre, nada sentia, não estava ansiosa, não me empolgava com nada. Minha irmã sempre eufórica, você tem que planejar a festa, arrumar o vestido de noiva, ela estava muito mais empolgada do que eu.Eu seguia uma vida normal, como se nada tivesse acontecendo, ia para a escola e as garotas sempre empolgadas, diziam. E aí, muito ansiosa? Eu dizia, não muito.Me tornei uma garota fria, sem sentimento, sem emoção, vivia por viver, era como se já estivesse morta, só esperando a hora de ser enterrada, não sentia remorso de nada, nem saudade eu sentia, porém, como eu conseguira um namorado eu gostava de ligar para ele ocasionalmente para ocupar meu tempo, e dar satisfação, para ele nã
O grande diaO dia que toda garota sonhaDepois de um ano e nove meses de namoro nos casamos, a festa foi toda organizada por amigos dele, eu só fui escolher o vestido e a cor da decoração, não participei de nada, não porque não podia, mas, porque eu não dava tanta importância, eu não acreditava em nada, na minha cabeça tudo aquilo era um sonho que acabaria logo.A amiga dele que doou a decoração foi decorar e eu nem vi nada, não participei, acho que eu fui a noiva mais sonsa do mundo, e eu sempre acreditei nisso, acreditava que eu não merecia nada daquilo, pois, era uma fracassada e não merecia nada.Marquei o salão de cabeleireiro, enfim algo que só eu poderia fazer, porém, na minha despedida uma moça da igreja se prontificou a fazer meu cabelo de graça, eu nos meus pensamentos curtos
Tormenta 1 Quando ele voltou a trabalhar eu ficava sozinha em casa e imaginando com quantas mulheres ele teria contato, quantas meninas lindas ele veria em seu trajeto, e se ele encontraria as antigas amigas dele que eu fiquei sabendo que era apaixonada por ele, minha cabeça ficava perturbada, eu sofria como alguém sofre no final de um relacionamento, ele chegava e me chamava de linda, e me beijava, mas, eu com meus pensamentos já ficava "ARISCA" às vezes nem beijo eu queria, pois, criava na minha mente uma imagem dele conversando com outras mulheres, ou, olhando para algumas delas com pouca roupa, e isso virava realidade na minha cabeça.Sempre fomos a igreja, mas, eu não prestava atenção no culto, só olhava para ele, pensava que ele poderia estar olhando para outra mulher, aquelas mulheres com trajes colados, algumas com saias curtas que mostrava as quão torneadas
Tormenta 2Certa vez era aniversário dele, fomos até a mãe dele para ela o parabenizar, chegando lá a vizinha o abordou na entrada e deu um abraço nele, eu já fiquei super nervosa, meu rosto sangrava, não senti mais minhas emoções, eu estava estarrecida, não admitia que outra mulher o tocasse, nem encostasse nele, nem entrei na minha sogra, sai andando. Fui para casa de a pé, não me importando com a distância, porém eu não queria ficar em casa, pois, iria fazer besteira a qual poderia me arrepender futuramente, então, decidi, fui direto para igreja, quando acabou o culto ele estava lá, na porta me esperando, eu não queria entrar no carro, ele me puxou e para não dar vexame eu entrei, se tinha uma coisa que eu não gostava era dar vexame, me preocupava muito com o que os outros falassem de mim.Talvez