Tormenta 1
Quando ele voltou a trabalhar eu ficava sozinha em casa e imaginando com quantas mulheres ele teria contato, quantas meninas lindas ele veria em seu trajeto, e se ele encontraria as antigas amigas dele que eu fiquei sabendo que era apaixonada por ele, minha cabeça ficava perturbada, eu sofria como alguém sofre no final de um relacionamento, ele chegava e me chamava de linda, e me beijava, mas, eu com meus pensamentos já ficava "ARISCA" às vezes nem beijo eu queria, pois, criava na minha mente uma imagem dele conversando com outras mulheres, ou, olhando para algumas delas com pouca roupa, e isso virava realidade na minha cabeça.
Sempre fomos a igreja, mas, eu não prestava atenção no culto, só olhava para ele, pensava que ele poderia estar olhando para outra mulher, aquelas mulheres com trajes colados, algumas com saias curtas que mostrava as quão torneadas
Tormenta 2Certa vez era aniversário dele, fomos até a mãe dele para ela o parabenizar, chegando lá a vizinha o abordou na entrada e deu um abraço nele, eu já fiquei super nervosa, meu rosto sangrava, não senti mais minhas emoções, eu estava estarrecida, não admitia que outra mulher o tocasse, nem encostasse nele, nem entrei na minha sogra, sai andando. Fui para casa de a pé, não me importando com a distância, porém eu não queria ficar em casa, pois, iria fazer besteira a qual poderia me arrepender futuramente, então, decidi, fui direto para igreja, quando acabou o culto ele estava lá, na porta me esperando, eu não queria entrar no carro, ele me puxou e para não dar vexame eu entrei, se tinha uma coisa que eu não gostava era dar vexame, me preocupava muito com o que os outros falassem de mim.Talvez
Pedido de socorroEu já estava numa situação que não tinha vontade de ver ninguém, de conversar com ninguém, eu queria somente o isolamento total.Meu marido já estava tão exaurido que dormia do meu lado, mas não compartilhávamos a mesma cama, nem amigos éramos.Meu ciúme começou a passar dos limites, eu esperava ele sair para visualizar o histórico do computador para saber se ele estava acessando sites pornográficos ou se trocava mensagens com outra mulher.Nessa altura da vida, eu comecei a ter pesadelos, nesses ele estava com outra e me humilhava dizendo que eu não era boa o suficiente para ele, além de má dona de casa eu era péssima na cama, eram realmente desoladores, mas isso tudo era criação da minha imaginação.Hoje eu entendo perfeitamente o que est
Um novo rumoEu, que pensava que nunca iria mudar e que jamais obteria sucesso em alguma área da minha vida, comecei a pensar em alternativas, coisas que eu poderia fazer para ocupar minha mente para desviar minha atenção para outros assuntos que não fosse meu marido e as mulheres.Comecei a procurar emprego, já no novo endereço, enviei alguns currículos pela net e logo fui chamada para uma seleção, o mercado de trabalho estava aquecido, por isso não demorou muito.Fui chamada em duas entrevistas, porém uma era longe e a outra era perto, escolhi a mais próxima de casa.No dia da entrevista tinha uma fila enorme e todos eram para a mesma vaga, eu não me intimidei, pois se eu passasse bem, se não, seria uma experiência no currículo.Passei, fui bem, eu não estava acreditando, eu fiquei pasma, ao voltar pra cas
FrustraçõesE lá estava eu, numa fase da vida que nunca tinha experimentado. O trabalho.Eu estava realmente gostando de tudo isso, conheci pessoas que faziam parte agora do meu ciclo social, e apesar de não confiar em ninguém, eu me entregava espontaneamente e totalmente aos relacionamentos, isso pelo fato de ainda ser aquela pessoa ingênua que não conhecia nada sobre a vida, todas as experiências de amizades que tive anteriormente tinha sido dilacerada feito manteiga na panela quente, que apesar de ter virado líquido tinha deixado vestígios dolorosos.Enquanto eu desconfiava de todos e todas em certas circunstâncias, em outras eu fechava totalmente os olhos e me deixava levar por um simples "vem comigo”?Aos poucos fui pegando conhecimento ao trabalho, esse era meu primeiro emprego oficial, isso é, de carteira assinada, eu simplesmente
A gravidezTentei controlar meus pensamentos em prol da minha filha.Levei a notícia para o trabalho e com falsidade, ou não, muitos me deram os parabéns.Eu finalmente tinha aceitado que teria um bebê em minha vida, e que tudo de agora em diante mudaria drasticamente.No trabalho eu passava muito mal, uma gravidez não é uma doença, mas, eu me sentia muito mal, sonolenta, cansada e mal conseguia respirar.Tinha algumas pessoas que mal falava comigo, se incomodou com o tratamento diferenciado que eu tinha na empresa. Por estar muito mal, ficava pouco nas cabines de cobrança, e uma dessas pessoas veio até a mim e disse."Acorda menina, gravidez não é doença, vá trabalhar".Eu já estava muito irritada, porém me senti muito fraca para dar uma resposta à altura de sua ignorância, apenas deixe
O partoEu tinha planejado tudo, faria um chá de bebê no sétimo mês e em seguida compraria a saída da maternidade, teria minha bebê de parto normal pois, sempre foi o meu desejo.Fomos pegos de surpresa com essa notícia triste, nenhum de nós esperávamos que acontecesse algo do tipo, por isso não estávamos prevenidos.Não tinha absolutamente nada de enxoval, a não ser o berço e o bebê conforto que comprei pela internet.Já era quase cinco horas da tarde quando meu obstetra praticamente me obrigou a ir para o hospital, antes que alguma de nós duas morrêssemos.Nesse momento não consegui pensar em tirar um tempinho para comprar a saída, muitos pensamentos borbulhavam em minha cabeça, eu não queria que nada de ruim acontecesse com minha bebê, eu daria minha vida pela dela,
Dias de angústiaEu via minha filha naquela incubadora e não consigo expressar o que sentia, só sei que era uma dor invisível acompanhada de uma angústia muito forte.Eu olhava aquela pele quase transparente, mostrando cada veia do seu corpo, seus olhinhos não abriam, eu tocava suas mãozinhas com muito medo de machucá-la, era muito sensível.Cada toque em seu corpinho sensível me sentia mais fortemente vinculada aquele pedacinho de gente.As enfermeiras as vezes me chamavam a atenção para que eu a tocasse, pois, esse toque por mais pequeno que seja era grandemente fundamental para seu desenvolvimento.Meu coração disparava, eu começava a chorar e minha pressão subia, passava mal, precisava ser atendida.O pediatra presente chegou a brincar "Temos mais uma mamãe chorona?".Sim, eu era muito cho
Uma nova históriaEstávamos transbordando de alegria por ter nossa filhotinha em casa. O papai gravava cada movimento, cada banho, cada sorriso. Nós esquecemos até algum tempo de todos os problemas.Parecia mesmo que eu nunca mais seria a mesma.Meu marido havia comprado uma casa maior para ter mais conforto, afinal agora tínhamos uma bebê, um novo membro da família.Ele chegou certa vez e disse que tinha ido com a corretora ver a casa, sozinhos os dois.Eu comecei a refletir e isso não saia da minha cabeça.Os dois juntos, sozinhos, uma mulher incrível, magra e bonita. Minha mente começou a criar várias cenas que eu não gostava.Será que ele pegou nas mãos macias dela? Será que ele sentiu o perfume dela? Será que ele sorriu pra ela? Ao invés de ficar feliz e perguntar.Deu certo?