Um novo rumo
Eu, que pensava que nunca iria mudar e que jamais obteria sucesso em alguma área da minha vida, comecei a pensar em alternativas, coisas que eu poderia fazer para ocupar minha mente para desviar minha atenção para outros assuntos que não fosse meu marido e as mulheres.
Comecei a procurar emprego, já no novo endereço, enviei alguns currículos pela net e logo fui chamada para uma seleção, o mercado de trabalho estava aquecido, por isso não demorou muito.Fui chamada em duas entrevistas, porém uma era longe e a outra era perto, escolhi a mais próxima de casa.No dia da entrevista tinha uma fila enorme e todos eram para a mesma vaga, eu não me intimidei, pois se eu passasse bem, se não, seria uma experiência no currículo.Passei, fui bem, eu não estava acreditando, eu fiquei pasma, ao voltar pra casFrustraçõesE lá estava eu, numa fase da vida que nunca tinha experimentado. O trabalho.Eu estava realmente gostando de tudo isso, conheci pessoas que faziam parte agora do meu ciclo social, e apesar de não confiar em ninguém, eu me entregava espontaneamente e totalmente aos relacionamentos, isso pelo fato de ainda ser aquela pessoa ingênua que não conhecia nada sobre a vida, todas as experiências de amizades que tive anteriormente tinha sido dilacerada feito manteiga na panela quente, que apesar de ter virado líquido tinha deixado vestígios dolorosos.Enquanto eu desconfiava de todos e todas em certas circunstâncias, em outras eu fechava totalmente os olhos e me deixava levar por um simples "vem comigo”?Aos poucos fui pegando conhecimento ao trabalho, esse era meu primeiro emprego oficial, isso é, de carteira assinada, eu simplesmente
A gravidezTentei controlar meus pensamentos em prol da minha filha.Levei a notícia para o trabalho e com falsidade, ou não, muitos me deram os parabéns.Eu finalmente tinha aceitado que teria um bebê em minha vida, e que tudo de agora em diante mudaria drasticamente.No trabalho eu passava muito mal, uma gravidez não é uma doença, mas, eu me sentia muito mal, sonolenta, cansada e mal conseguia respirar.Tinha algumas pessoas que mal falava comigo, se incomodou com o tratamento diferenciado que eu tinha na empresa. Por estar muito mal, ficava pouco nas cabines de cobrança, e uma dessas pessoas veio até a mim e disse."Acorda menina, gravidez não é doença, vá trabalhar".Eu já estava muito irritada, porém me senti muito fraca para dar uma resposta à altura de sua ignorância, apenas deixe
O partoEu tinha planejado tudo, faria um chá de bebê no sétimo mês e em seguida compraria a saída da maternidade, teria minha bebê de parto normal pois, sempre foi o meu desejo.Fomos pegos de surpresa com essa notícia triste, nenhum de nós esperávamos que acontecesse algo do tipo, por isso não estávamos prevenidos.Não tinha absolutamente nada de enxoval, a não ser o berço e o bebê conforto que comprei pela internet.Já era quase cinco horas da tarde quando meu obstetra praticamente me obrigou a ir para o hospital, antes que alguma de nós duas morrêssemos.Nesse momento não consegui pensar em tirar um tempinho para comprar a saída, muitos pensamentos borbulhavam em minha cabeça, eu não queria que nada de ruim acontecesse com minha bebê, eu daria minha vida pela dela,
Dias de angústiaEu via minha filha naquela incubadora e não consigo expressar o que sentia, só sei que era uma dor invisível acompanhada de uma angústia muito forte.Eu olhava aquela pele quase transparente, mostrando cada veia do seu corpo, seus olhinhos não abriam, eu tocava suas mãozinhas com muito medo de machucá-la, era muito sensível.Cada toque em seu corpinho sensível me sentia mais fortemente vinculada aquele pedacinho de gente.As enfermeiras as vezes me chamavam a atenção para que eu a tocasse, pois, esse toque por mais pequeno que seja era grandemente fundamental para seu desenvolvimento.Meu coração disparava, eu começava a chorar e minha pressão subia, passava mal, precisava ser atendida.O pediatra presente chegou a brincar "Temos mais uma mamãe chorona?".Sim, eu era muito cho
Uma nova históriaEstávamos transbordando de alegria por ter nossa filhotinha em casa. O papai gravava cada movimento, cada banho, cada sorriso. Nós esquecemos até algum tempo de todos os problemas.Parecia mesmo que eu nunca mais seria a mesma.Meu marido havia comprado uma casa maior para ter mais conforto, afinal agora tínhamos uma bebê, um novo membro da família.Ele chegou certa vez e disse que tinha ido com a corretora ver a casa, sozinhos os dois.Eu comecei a refletir e isso não saia da minha cabeça.Os dois juntos, sozinhos, uma mulher incrível, magra e bonita. Minha mente começou a criar várias cenas que eu não gostava.Será que ele pegou nas mãos macias dela? Será que ele sentiu o perfume dela? Será que ele sorriu pra ela? Ao invés de ficar feliz e perguntar.Deu certo?
ConfusaEu acreditava que finalmente minha vida tinha mudado e que enfim eu podia ser feliz com uma família perfeita que eu tinha.Porém, não passou muito tempo e comecei a ter pesadelos e cada um pior que outro.Quando acordava aquilo ficava martelando na minha cabeça e o pesadelo se tornava real.Cheguei a sonhar que meu marido beijava outra mulher na minha frente e até tinham relações sexuais, eu via tudo, gritava e ele não me ouvia, não me dava importância, as vezes eu conseguia ver o rosto da mulher, mas as vezes só via o dele, eu sentia uma vontade intensa de morrer.Em um desses pesadelos eu corri na direção dele com uma faca e o esfaqueava freneticamente, sem parar, mas a pele dele parecia uma borracha, porém, sangrava, eu via o sangue esguichar, mas ele nem se mexia, eu me sentia frustrada e gritava loucamente,
O assaltoPela milésima vez, estava eu decidida que nunca mais procuraria um médico para questões psicológicas, mas infelizmente não temos o controle de tudo.Procurei coisas para fazer, qualquer coisa mesmo.Queria definitivamente esquecer desse caso, queria simplesmente viver como um ser humano comum.Comecei a vender Avon, Natura, Demillus, primeiro essas três.Investi tudo o possível nesses catálogos, comecei a divulgar e logo começou a aparecer pessoas procurando, o mais procurado era Avon, tinha várias revistas, então sempre que alguém pedia a revista tinha de sobra.Comprei placas de divulgação e coloquei no portão, isso chamou mais a atenção de vários clientes e, o que eu não esperava era que, chamaria a atenção de pessoas mal-intencionadas também.
VisitaEm meio a tantos acontecimentos, comecei a me isolar, ficar mais dentro de casa, alguns dias nem a porta de casa eu abria, só levantava para alimentar minha filha que agora tinha 2 aninhos, e voltava para cama.Tentava não ser uma pessoa insuportável, mas não estava sob meu controle, meu marido chegava eu reclamava de tudo, da vida, do lugar, da casa, enfim, tudo estava ruim, eu não sei como ele me aguentava, pois eu era muito chata.Agora nós visitamos minha sogra pelo menos uma vez por mês, pois ela sente falta da netinha dela.Quando chegávamos na casa dela, meu marido ia para o quarto as vezes para arrumar o computador, ou para tocar violão com o irmão dele, eu ficava na sala assistindo TV com minha sogra e minha filha ficava sempre junto de nós, não existia assunto para discutirmos.Eu não sei se era fruto da minha