Desilusão amorosa
Quando completei treze anos fiquei mais mulher e mais atraente, e assim aumentaram a perseguições dos garotos.Minha irmã alguns anos mais velha do que eu, acabara de terminar um relacionamento, como ela disse, só queria fazer um teste, terminando para ver se ele corria atrás dela, porém ela sempre o traia, então quando ela terminou, ele não se importou e seguiu, mas, ela não esquecera, porém, ele já tinha "desencanado".
Ele era muito amigo do meu primo que morava com a gente, então através do meu primo ele me enviou um bilhete pedindo em namoro, fiquei tão feliz, pois era a primeira pessoa em toda minha vida que demonstrou interesse em minha pessoa, mas, eu era muito ingênua e deficiente intelectualmente então aceitei na mesma hora, sem pensar nas consequências, mas, minha irmã não gostou nada disso, começou a me perseguir e fazia coisas para me prejudicar com minha mãe que me batia o tempo todo por causa dela, e ai de mim se contasse para minha mãe que ela estava namorando dois caras em simultâneo, e que nenhum deles eram da igreja. Minha mãe era confidente dela e jamais acreditaria em uma palavra minha, pois ela tinha feito a cabeça da minha mãe contra mim, então tudo o que eu dissesse ela acreditava que eu estava tentando se vingar da minha irmã.
Meus pais também não aceitaram muito a ideia de eu começar a namorar, pois, eu era muito nova e, para eles, se namorar tem que casar, então o meu "namorado" veio até eles e pediu para namorar comigo, assim, com toda formalidade, e como meus pais prezavam a tradição, acharam bonita atitude dele e acabaram deixando, com recomendações, só namoraria na frente deles e buscar a confirmação de Deus antes.
Ele trabalhava em São Paulo, então íamos namorar basicamente por cartas, esse foi mais um dos motivos de meus pais terem deixado, pois, não teríamos tempo de criar vínculos afetivos, e minha mãe pensava que a relação corpo a corpo levava ao sexo, e isso era terminantemente proibido antes do casamento.
Namoramos um ano por cartas, foi tudo lindo, cartas de amor, muitos elogios, quando ele veio no final do ano nos visitar foi muita felicidade, eu acreditava que estava feliz, ele veio em minha casa e ficava o tempo todo conversando com meu pai, minha mãe matou até uma galinha caipira para o agradar, só porque ele estava fazendo de tudo que eles queriam, eram muito conservadores, não me deixava sozinha com ele nem por um minuto.
No ano seguinte ele me mandou uma carta que me machucou um pouco, dizendo:"Fiquei com uma garota, fui um tolo, não significou nada, mas me perdoe".
Eu, ingênua, acreditei na sinceridade e honestidade dele, respondi, perdoando e esqueci disso. Assim foi mais um ano, escrevíamos uma carta por mês.
Quando eu já tinha meus quinze anos, ele chegou de São Paulo e não veio me visitar, achei um tanto estranho, mas acreditei que fora por força maior.
Porém, um dia desses eu estava cuidando da mercearia do meu pai e ele chegou, nervoso e muito ansioso, eu não sabia o que estava acontecendo.
Ele quebrou o gelo dizendo, "Estou sabendo que você ficou com todos os garotos dessa rua" eu imediatamente respondi, "ESTA LOUCO?", ai ele disse “está tudo acabado e não tem conversa.”Fiquei atônita, pois, fui pega de surpresa, ele pegou a moto e saiu acelerando muito, foi aí que eu percebi o que acontecera ali, eu era muito lenta para perceber as coisas, eu comecei a chorar sem parar, parei o primeiro garoto que passava na rua e pedi para chamá-lo, ele veio, mas estava irredutível, eu pedi que ele me perdoasse mesmo não tendo feito nada, eu me humilhei para ele, até de joelhos eu fiquei.Foi quando ele disse, "eu já estou com outra garota", e prefiro ela, meu chão se abriu, imediatamente quis morrer, ele ainda disse "já faz um ano que estou com ela".
Foi aí que minha ficha caiu, era a mesma garota com quem ele tinha me traído. Depois disso, meus pesadelos não foram só do meu pai, tinha vontade de morrer o tempo inteiro, não tinha mais alegria de viver, meu mundo escurecera, não conseguia enxergar nenhuma saída para minha tristeza além da morte.
Primeira tentativa de suicídioOs pensamentos começaram a ficar repetitivos em minha cabeça, tudo se transformou em um enorme paredão em minha vida, me tornei uma pessoa sólida, fria e sem prazeres.Eu pensava do porque ele tinha me trocado, será que não fui boa o bastante? Será que faltaram beijos e abraços?Só o que eu concluía era que eu era uma garota muito sonsa, fui passada para trás por mérito próprio, pois não merecia ser amada, não sabia nem o que era amor, porque alguém se interessaria por mim?Ninguém jamais outrora iria me querer, e depois de ele espalhar para todos o boato de que eu teria ficado com todos da rua, inclusive os casados, minha vida jamais seguiria em diante, jamais alguém viria me propor um relacionamento.Porque eu continuaria a viver? Porque eu continuaria
mizades dilaceradasEu era uma menina muito pacata, muito "sonsa", não tinha facilidade nenhuma em fazer amizades, eu não tinha segurança o bastante para fazer amigos, tinha vergonha de mim. Porém, na igreja tinha uma menina com a mesma idade que eu, nos encontrávamos sempre aos domingos de manhã, então acabamos nos tornando colegas, isso mesmo, colegas, pois eu não acreditava em amizades, então eu e essa colega conversávamos sempre, trocávamos confidencias e com frequência uma dormia na casa da outra.Aos 15 anos minha colega começou a trabalhar em uma casa de família, isso não mudou nosso relacionamento, só mudou porque ela tinha pouco tempo para ficar comigo, só encontrávamos aos Domingos, ainda assim somente na igreja.Esse relacionamento estava com a data do final já escrita e eu não sabi
Suicídio ou fugaQuando eu tinha 16 anos já estava muito triste não mais por perder o namorado e sim por fracassar na minha tentativa de suicídio, sim, por minha única colega não ter acreditado em mim, sim, por um homem safado ter me difamado, sim, por vários motivos, eu já não pensava mais em meu ex, para mim a página dele virara, porém, fiquei com muitas sequelas desse triste fim.Minha cabeça já não era mais a mesma, eu vivia pelos cantos e na maioria das vezes chorando.Já não via saída em minha vida, não via motivos para viver. (Clichê)Às vezes pessoas me diziam “coisas ruins acontecem o tempo todo com muitas pessoas e nem eles decidem morrer, é a vida que segue”. Era chato ouvir isso, já que eu não queria ouvir nada, muito menos sermões que n
Alternativa ou desistênciaDepois de todos esses acontecimentos, já com dezessete anos, minha mãe já não sabia o que fazer e sem sombras de dúvidas já estava cansada de tanta luta para tentar me ajudar.Eu tinha desmaios frequentes e ânsias, vivia em cima das árvores quase o tempo todo, inclusive tinha um mangueiro que virou minha segunda casa, não me sentia bem em ficar com minha família, nada fazia sentido para mim, inclusive as conversas, eu tentava o máximo ficar distante de todos, da minha mãe por não me compreender, e ficar apoiando meu pai em coisas que eu não aprovava, do meu pai por sentir nojo dele e muita raiva.Minha mãe me obrigava ir para igreja com eles, mas não era o que eu queria, eu só queria que todos me deixassem em paz, mas ela dizia que se fossemos para igreja Deus poderia fazer um milagre em minha vi
O início da mudançaQuando completei meus 18 anos fiquei feliz, pois já era de maior, porém triste por ninguém ter lembrado, mas aconteceu algo que mudaria minha vida para sempre.Minha irmã mais velha foi convidada para uma festa de debutante e não queria ir sozinha, então, ela me convidou, e eu convidei a Gilda, assim fomos todas penetras, rs.A festa rolava tudo tranquilo, eu lá no meu canto, descabelada como sempre, com meu sobrinho no colo, e todos se divertindo. Logo começou passar alguns slides no telão e todo mundo se juntou para assistir, foi aí que eu vi ele, nossos olhares se encontraram e eu perdi a concentração dos ‘slides’ e mantive o foco nele, aquelas avançadas de olhares me deixou inquieta, chamei uma amiga e fomos ao banheiro retocar a maquiagem e arrumar o cabelo, afinal eu não tinha me arrumado, pois n&
SurpresasNós firmamos o nosso relacionamento, afinal já estávamos noivos, agora era contagem regressiva para o grande dia.Eu... como sempre, nada sentia, não estava ansiosa, não me empolgava com nada. Minha irmã sempre eufórica, você tem que planejar a festa, arrumar o vestido de noiva, ela estava muito mais empolgada do que eu.Eu seguia uma vida normal, como se nada tivesse acontecendo, ia para a escola e as garotas sempre empolgadas, diziam. E aí, muito ansiosa? Eu dizia, não muito.Me tornei uma garota fria, sem sentimento, sem emoção, vivia por viver, era como se já estivesse morta, só esperando a hora de ser enterrada, não sentia remorso de nada, nem saudade eu sentia, porém, como eu conseguira um namorado eu gostava de ligar para ele ocasionalmente para ocupar meu tempo, e dar satisfação, para ele nã
O grande diaO dia que toda garota sonhaDepois de um ano e nove meses de namoro nos casamos, a festa foi toda organizada por amigos dele, eu só fui escolher o vestido e a cor da decoração, não participei de nada, não porque não podia, mas, porque eu não dava tanta importância, eu não acreditava em nada, na minha cabeça tudo aquilo era um sonho que acabaria logo.A amiga dele que doou a decoração foi decorar e eu nem vi nada, não participei, acho que eu fui a noiva mais sonsa do mundo, e eu sempre acreditei nisso, acreditava que eu não merecia nada daquilo, pois, era uma fracassada e não merecia nada.Marquei o salão de cabeleireiro, enfim algo que só eu poderia fazer, porém, na minha despedida uma moça da igreja se prontificou a fazer meu cabelo de graça, eu nos meus pensamentos curtos
Tormenta 1 Quando ele voltou a trabalhar eu ficava sozinha em casa e imaginando com quantas mulheres ele teria contato, quantas meninas lindas ele veria em seu trajeto, e se ele encontraria as antigas amigas dele que eu fiquei sabendo que era apaixonada por ele, minha cabeça ficava perturbada, eu sofria como alguém sofre no final de um relacionamento, ele chegava e me chamava de linda, e me beijava, mas, eu com meus pensamentos já ficava "ARISCA" às vezes nem beijo eu queria, pois, criava na minha mente uma imagem dele conversando com outras mulheres, ou, olhando para algumas delas com pouca roupa, e isso virava realidade na minha cabeça.Sempre fomos a igreja, mas, eu não prestava atenção no culto, só olhava para ele, pensava que ele poderia estar olhando para outra mulher, aquelas mulheres com trajes colados, algumas com saias curtas que mostrava as quão torneadas