Meu nome é Janaína Bianconi, tenho 29 anos, sou morena de cabelos longos e encaracolados, preto. Tenho olhos grandes, redondos e castanhos. Casada desde 2006 com Michael Klein, que tem se mostrado um grande e fiel companheiro e foi a chave de mudança da minha vida. Ele tem 34 anos. Trabalhador, porte elegante, alto, alguns quilinhos a mais, nada que me fizesse gostar menos dele, afinal gordura não dita caráter. Ele tem cabelos castanhos claros, olhos pequenos cor de mel, usa óculos desde criança. É simpático, lindo e carinhoso. Fruto do nosso casamento temos uma filha linda chamada Raquel Bianconi Klein de 4 anos. Ela é morena clara, cabelos curtos ondulados e castanhos, olhos redondos e expressivos. Desde que Raquel nasceu nossa vida se transformou, ela deu um novo rumo à nossa vida.
Quero contar a vocês minha história de superação. Não qualquer superação por morte de alguém ou por tristeza de algum objetivo não alcançado. A SUPERAÇÃO que eu luto desde criança e não havia conseguido até agora, no momento em que escrevo essa história.
Quero inspirar os leitores a conhecer minha história e saber que para tudo existe saída, mesmo quando todo o caminho é tenebroso e parece que o único fim é o fundo do poço. Confesso que já estive em um lugar em que considerava ser o fundo do poço, mas alguém me deu a mão, me regatou com amor e paciência.
A luta é contínua, não existem milagres ou um estalo de dedos que faça tudo desaparecer como num passe de mágica, mas existe saída. O importante é nunca desistir e nunca parar de lutar.
Minha história começa quando ainda era menina. Eu sempre fui aquela garota que ninguém queria como amiga, e que abaixava a cabeça sempre que alguém falasse. Que ficava com as bochechas rosadas quando alguém elogiava! Sofri bullying na escola, não sabia o que era isso, mas agora compreendo tudo o que eu passava, e sei diferenciar brincadeira de bullying.
Sofri abusos do meu pai quando tinha oito para nove anos, fiquei com traumas por isso. Ainda fui perseguida até os onze anos por ele, eu não sabia o que era abuso, só ficava com aquilo na cabeça, depois de velha. Mais ainda depois de casada passei a entender que aquilo era abuso infantil.
Meu primeiro relacionamento foi aos treze anos, um namoro conturbado. Ele era ex da minha irmã, o que complicou mais ainda, porém, dentro de todas as tradições da família, ele fez tudo direito (para meus pais), mas tive minha primeira desilusão amorosa aos quinze anos com esse futuro esposo que agradava a todos. Me decepcionei grandemente e quis morrer, então tentei meu primeiro suicídio. Eu não sabia o quanto isso mudaria minha vida, e que demônios me perseguiriam o resto da minha vida.
Foi assim que começou minha longa e dolorosa vida turbulenta, até um momento de dar um ponto final, foi difícil, porém, nada é impossível, e vencer é para todos aqueles que lutam sem desistir, que tenha persistência e vontade. E se estou aqui contando minha história, acredito ser uma vencedora.
Adquiri depressão severa com distúrbios psicóticos, e depois tive em meu histórico muitas tentativas de suicídios, muitas brigas, revoltas, choros e muitas consultas sem sucesso a psicólogos variados.
Até encontrar uma psicóloga que enfim percebeu que meu problema era grave e me encaminhou para o psiquiatra, me indicando um conhecido dela, me garantindo que ele solucionaria meu problema.
Começamos um tratamento com psiquiatra, o que não é um final feliz, mas que resolve a vida de muitas pessoas e, acreditem, eu encontrei felicidade onde acreditava não mais existir, consegui enfim viver.
Bom, muitos julgam que depressão é frescura, outros pensam que é a falta de Deus, alguns acreditam que essa doença nem exista, eu mesmo encarei muitas dessas pessoas ao longo da minha vida me dizendo que eu tinha que buscar a Deus, que eu tinha que reagir. Ninguém que não passa por isso, não consegue entender o que é realmente a depressão, e somente nos sentimos a vontade para falar sobre isso com o profissional da área, isto é, se a pessoa se sentir à vontade de procurar um profissional, pois somente ele compreenderá de fato a situação.
Quando conheci Michael, eu não sabia ainda da doença. Tornei a vida dele um inferno, em alguns momentos eu me sentia capaz de mata-lo, e como não conseguia fazer isso, tentei tirar minha própria vida, e após várias tentativas de suicídio, ele me convenceu a procurar ajuda.
Meu casamento já estava por um fio, Michael, era um homem paciente e compreensivo, por isso, enfrentou com muita luta, os problemas e conseguiu me ajudar, fazendo com que assim ajudasse a si próprio, pois depois de algum tempo de ciúmes doentio, críticas, ofensas e julgamentos infundados, ele apresentou alguns sintomas de depressão também, nós procuramos ajuda psicológica, juntos, em apenas duas consultas ele já decidiu que seria mais forte do que eu para poder me ajudar, deu alguns “tapas na cara”, e recuperou-se.
Enquanto eu tirava sua paz, ele se mantinha com a cabeça no lugar, me apoiava e me levava nas consultas. Gastava fortuna com os remédios que fossem necessários, ele só se importava em me ver bem.
Enquanto eu fazia vários tratamentos, ou tentativas de tratamento, fiquei grávida da minha primeira filha, Raquel foi um presente de Deus e uma resposta dos anjos ao meu tratamento, já que depois do seu nascimento, nossa vida mudou completamente. Não brigávamos mais com a mesma frequência de sempre, apesar de ainda não estar curada completamente. Raquel foi a parte mais importante da minha recuperação.
Alguma sombra do mal, quis tirá-la de mim, porém as forças maiores, decidiram que ela viveria e traria muita alegria em nossas vidas.
Apesar de tudo parecer normal, em algumas de minhas crises psicóticas eu tentava tirar minha vida, sem sucesso. Com o auxílio de Michael, eu conseguia continuar aqui, nessa vida, nesse plano, e com o auxílio dos anjos, conseguimos levar nossa vida tranquilamente, não somos perfeitos, não somos melhores que ninguém, mas alguém forte e poderoso, nos proporcionou uma vida tranquila e sem dor.
Caro leitor se prepare para ler a história mais triste e inspiradora da sua vida.
Se tem algum problema psicológico, quero deixar claro que esta história possui altos gatilhos emocionais sobre o suicídio.
Os AbusosPor mais que eu não soubesse o que significava depressão eu já carregava essa doença, só depois de adulta aprendendo mais sobre isso, pesquisando, assistindo os noticiários, percebi que eu sofrera abuso, e que, precisava de ajuda para superar esse trauma, e após ser diagnosticada com Depressão Maior, que é a mais severa, eu passei a entender tudo mais profundamente.Eu tinha sintomas que hoje sei que era típico da depressão, mas, não tinha apoio, ninguém em minha casa sabia lidar com isso, e muitas vezes que desmaiava eu era criticada por minhas irmãs, dizendo que estava com frescura.Eu sempre fui uma menina doce, silenciosa, tímida enfim muito quieta, observava meu pai, surrando minhas irmãs com pedaço de pau, pedaços de borracha, eu me mantinha num canto, tremia de medo, não queria sofr
Desilusão amorosaQuando completei treze anos fiquei mais mulher e mais atraente, e assim aumentaram a perseguições dos garotos.Minha irmã alguns anos mais velha do que eu, acabara de terminar um relacionamento, como ela disse, só queria fazer um teste, terminando para ver se ele corria atrás dela, porém ela sempre o traia, então quando ela terminou, ele não se importou e seguiu, mas, ela não esquecera, porém, ele já tinha "desencanado".Ele era muito amigo do meu primo que morava com a gente, então através do meu primo ele me enviou um bilhete pedindo em namoro, fiquei tão feliz, pois era a primeira pessoa em toda minha vida que demonstrou interesse em minha pessoa, mas, eu era muito ingênua e deficiente intelectualmente então aceitei na mesma hora, sem pensar nas consequências, mas, minha irmã n&ati
Primeira tentativa de suicídioOs pensamentos começaram a ficar repetitivos em minha cabeça, tudo se transformou em um enorme paredão em minha vida, me tornei uma pessoa sólida, fria e sem prazeres.Eu pensava do porque ele tinha me trocado, será que não fui boa o bastante? Será que faltaram beijos e abraços?Só o que eu concluía era que eu era uma garota muito sonsa, fui passada para trás por mérito próprio, pois não merecia ser amada, não sabia nem o que era amor, porque alguém se interessaria por mim?Ninguém jamais outrora iria me querer, e depois de ele espalhar para todos o boato de que eu teria ficado com todos da rua, inclusive os casados, minha vida jamais seguiria em diante, jamais alguém viria me propor um relacionamento.Porque eu continuaria a viver? Porque eu continuaria
mizades dilaceradasEu era uma menina muito pacata, muito "sonsa", não tinha facilidade nenhuma em fazer amizades, eu não tinha segurança o bastante para fazer amigos, tinha vergonha de mim. Porém, na igreja tinha uma menina com a mesma idade que eu, nos encontrávamos sempre aos domingos de manhã, então acabamos nos tornando colegas, isso mesmo, colegas, pois eu não acreditava em amizades, então eu e essa colega conversávamos sempre, trocávamos confidencias e com frequência uma dormia na casa da outra.Aos 15 anos minha colega começou a trabalhar em uma casa de família, isso não mudou nosso relacionamento, só mudou porque ela tinha pouco tempo para ficar comigo, só encontrávamos aos Domingos, ainda assim somente na igreja.Esse relacionamento estava com a data do final já escrita e eu não sabi
Suicídio ou fugaQuando eu tinha 16 anos já estava muito triste não mais por perder o namorado e sim por fracassar na minha tentativa de suicídio, sim, por minha única colega não ter acreditado em mim, sim, por um homem safado ter me difamado, sim, por vários motivos, eu já não pensava mais em meu ex, para mim a página dele virara, porém, fiquei com muitas sequelas desse triste fim.Minha cabeça já não era mais a mesma, eu vivia pelos cantos e na maioria das vezes chorando.Já não via saída em minha vida, não via motivos para viver. (Clichê)Às vezes pessoas me diziam “coisas ruins acontecem o tempo todo com muitas pessoas e nem eles decidem morrer, é a vida que segue”. Era chato ouvir isso, já que eu não queria ouvir nada, muito menos sermões que n
Alternativa ou desistênciaDepois de todos esses acontecimentos, já com dezessete anos, minha mãe já não sabia o que fazer e sem sombras de dúvidas já estava cansada de tanta luta para tentar me ajudar.Eu tinha desmaios frequentes e ânsias, vivia em cima das árvores quase o tempo todo, inclusive tinha um mangueiro que virou minha segunda casa, não me sentia bem em ficar com minha família, nada fazia sentido para mim, inclusive as conversas, eu tentava o máximo ficar distante de todos, da minha mãe por não me compreender, e ficar apoiando meu pai em coisas que eu não aprovava, do meu pai por sentir nojo dele e muita raiva.Minha mãe me obrigava ir para igreja com eles, mas não era o que eu queria, eu só queria que todos me deixassem em paz, mas ela dizia que se fossemos para igreja Deus poderia fazer um milagre em minha vi
O início da mudançaQuando completei meus 18 anos fiquei feliz, pois já era de maior, porém triste por ninguém ter lembrado, mas aconteceu algo que mudaria minha vida para sempre.Minha irmã mais velha foi convidada para uma festa de debutante e não queria ir sozinha, então, ela me convidou, e eu convidei a Gilda, assim fomos todas penetras, rs.A festa rolava tudo tranquilo, eu lá no meu canto, descabelada como sempre, com meu sobrinho no colo, e todos se divertindo. Logo começou passar alguns slides no telão e todo mundo se juntou para assistir, foi aí que eu vi ele, nossos olhares se encontraram e eu perdi a concentração dos ‘slides’ e mantive o foco nele, aquelas avançadas de olhares me deixou inquieta, chamei uma amiga e fomos ao banheiro retocar a maquiagem e arrumar o cabelo, afinal eu não tinha me arrumado, pois n&
SurpresasNós firmamos o nosso relacionamento, afinal já estávamos noivos, agora era contagem regressiva para o grande dia.Eu... como sempre, nada sentia, não estava ansiosa, não me empolgava com nada. Minha irmã sempre eufórica, você tem que planejar a festa, arrumar o vestido de noiva, ela estava muito mais empolgada do que eu.Eu seguia uma vida normal, como se nada tivesse acontecendo, ia para a escola e as garotas sempre empolgadas, diziam. E aí, muito ansiosa? Eu dizia, não muito.Me tornei uma garota fria, sem sentimento, sem emoção, vivia por viver, era como se já estivesse morta, só esperando a hora de ser enterrada, não sentia remorso de nada, nem saudade eu sentia, porém, como eu conseguira um namorado eu gostava de ligar para ele ocasionalmente para ocupar meu tempo, e dar satisfação, para ele nã