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Capítulo 2: De frente com o perigo - 1

/Caleb's POV/

Fiquei mais tempo naquele lugar do que eu queria, subindo e descendo diversas escadas, e ainda não achei algo que preste. As únicas coisas que eu encontro são pinturas velhas pelos corredores, um campo de treinamento vazio… até encontro algumas espadas, mas elas não têm nada de especial. Além disso, sinto como se alguém me observasse e estivesse me seguindo, mas, toda vez que olho em volta, eu só vejo o corredor vazio e escuro! A única coisa diferente que enxergo são grandes estátuas velhas de anjas guerreiras.

Ah, tudo deve ser imaginação minha. Eu tive um dia bem cheio, então deve ser só o cansaço. Só falta uma sala para eu verificar; se ainda não achar nada, vou embora.

Me aproximo da grande e pesada porta fechada e a empurro com força para abri-la. No momento em que entro na sala, me deparo com algo brilhante! É uma espada banhada em ouro puro que está apoiada ao lado de um trono vazio.

Eu posso sentir uma poderosa magia fluindo sobre ela; isso explica o motivo de seu forte brilho. Finalmente encontrei alguma coisa de alto valor.

Confesso que estou um pouco surpreso, pois este local é muito antigo e esta espada está em ótimas condições. Sem falar que ela está totalmente sem proteção, e não aparenta ter armadilhas ao redor.

Ah, pare de perder tempo, Caleb! Pegue logo isso e saia daqui!

Obedeço a meus pensamentos e me aproximo, tentando agarrar a espada, percebendo que ela é bem mais pesada do que eu imaginava. Mas isso não pode me deter, eu tenho que levar isso comigo!

Então, como eu não estava conseguindo segurar a espada firmemente, eu decido arrastá-la, já que é o único jeito que eu pensei para trazê-la comigo. Com isso, consigo sair daquele saguão, voltando aos corredores.

Eu fico muito feliz e estava pronto para sair dali com a espada em mãos, mas algo me impede…

De repente, sinto um grande impacto contra mim, que me fez largar a espada e me jogou para longe dela! Foi tão rápido que eu nem sei o que aconteceu direito, e nem quem foi o responsável por aquilo, mas isso prova que eu não estou sozinho naquele lugar.

Eu não consigo ver nada direito, principalmente pelo fato de que a única coisa que ilumina um pouco o lugar é a espada que, no momento, está longe de mim. Mas ainda posso escutar barulhos de algo ou alguém se aproximando, além do barulho de uma armadura! Seja o que for, está vindo em minha direção.

De repente, a espada, que é o único objeto que eu consigo ver naquela escuridão, pareceu que foi pega por alguém que continua a se aproximar!

Argh, não dá para lutar contra alguém que não consigo enxergar, tenho que sair daqui rápido.

Portanto, imediatamente uso a manopla para me teletransportar para outro salão aleatório. Eu tinha que despistar aquela coisa para conseguir sair daqui…

Enquanto corro, sei que, seja lá quem estava me perseguindo, ainda tem uma espada poderosa em suas mãos. Não obstante, o maior problema chegou quando eu fiquei totalmente sem saída: eu entrei num lugar que não há mais para onde ir! Eu não tenho pra onde correr, e me teletransportar para o outro lado pode ser arriscado pois não sei o que irei encontrar. Merda!

— Ah, é apenas você — escuto uma voz familiar, mas ainda fico com certo desespero.

Volto a escutar passos de algo se aproximando, até que enfim posso ver que é o mesmo garoto yarén que vi hoje pela tarde, e aqueles quatro lobos de novo. Isso me deixa bem aliviado, mas também confuso e um pouco irritado.

— Então foi você que me atacou e estava me perseguindo com aquela droga de espada? — questiono, frustrado.

— Quê?! Não — ele nega. — Olha, melhor eu explicar para você lá fora, ela não vai gostar de ter você aqui nem mais um segundo.

— Ela? — fico ainda mais confuso. — Ela quem?

Todavia, o garoto apenas ignora minha pergunta, agarrando meu braço e me arrastando para fora daquele palácio.

No momento em que saímos do local, o portão principal se fecha quase que imediatamente, sem que nenhum de nós tocasse nele! O-O que era aquela coisa?

— Agora pode me explicar o que está acontecendo? — puxo meu próprio braço o fazendo me largar. — O que era aquela coisa que me perseguia?

— Era a Sarah— o garoto dá de ombros.

— Aquele bicho ainda tem nome? — eu falo de forma totalmente indignada.

— Ela não é um bicho! — ele me corrige. — É uma valquíria.

— Valquíria? — Acho que já ouvi alguma coisa sobre, mas elas não deveriam estar extintas?

O jovem yarén revira os olhos e respira fundo antes de começar explicar:

— Vamos dizer que são anjas guerreiras. Elas são muito poderosas, seja em força física ou mágica, além de serem o único ser da terra a terem o poder da reencarnação.

— Reencarnação?

— São elas que vão decidir quem vai poder renascer e ter uma nova vida ou quem só vai ficar no submundo mesmo. Eu tenho que explicar tudo? — ele bufa. — Apesar disso, elas não são imortais, mas também não são mortais.

— Não mortal e não imortal? — fico ainda mais confuso.

— Elas são eternas. Elas continuam a viver enquanto a magia existir. É meio complicado. E, para te confundir mais, elas podem ser mortas. Me disseram que isso aconteceu numa guerra contra o Império Wromor muitos anos atrás… Sarah foi a única que conseguiu sobreviver. 

— Ah, bem… — eu não sei direito o que dizer. — De qualquer forma ela iria me matar! Por quê?! Isso não iria trazer as outras de vol… — O jovem me interrompe.

— Você ainda pergunta? — agora ele parece indignado. — Você literalmente invadiu o palácio dela e tentou roubar algo!

— Roubar, não! Prefiro o termo adquirir — o corrijo. — Além disso, como sabia que eu estava lá?

— Não sabia — ele dá de ombros. — Apenas estava nas redondezas e escutei uma movimentação estranha vindo de lá e vim verificar. Sarah me falou que algum mortal foi burro o suficiente para invadir o palácio e eu só falei que resolveria.

Ele acaba de me chamar de burro? Argh! Tanto faz… bem, eu tive sorte que foi ele que me encontrou primeiro, e não ela…

(Continua...)

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