/Caleb's POV/
Eu sou Caleb Ducan, um dos melhores magos exploradores de todo o mundo! O mais habilidoso, o mais charmoso, além do fato de eu ser um prodígio. Certamente, poucos chegam aos meus pés. Meu objetivo atual é espalhar meu nome por todo este mundo, o que não deve ser tão difícil assim; afinal, eu sou incrível, né?
E para ajudar neste meu objetivo como explorador, irei embarcar em uma nova aventura. Desta vez, meu mais novo destino será as terras mágicas e misteriosas de Shiymorán! Um continente rodeado por águas traiçoeiras que fica ao oeste, essas terras foram um lugar muito pouco explorado por conta da natureza extremamente perigosa. Pode ser bobagem, mas já ouvi boatos de que as árvores daquele lugar podem se mover e podem matar qualquer criatura que lhe ofereça ameaça! Não que eu esteja com medo, claro que não! Além do mais, por incrível que pareça há uma grande população humana naquele país que vive em comunhão com a natureza. Então, se eles conseguem sobreviver lá, por que eu não conseguiria?
Portanto, já está decidido: eu irei a Shiymorán. O que será que me aguarda naquela terra?
Antes de partir, leio as poucas informações disponíveis que há sobre aquele continente. Claro que eu não preciso de instruções, nunca precisei e nem vou precisar; isso é uma pequena precaução. Sem falar que não há nada que eu não possa resolver ou derrotar usando minha manopla de ouro mágica, mesmo que eu ainda esteja aprendendo a usá-la.
De qualquer forma, já perdi muito tempo aqui. Não posso falar mais. Vamos começar logo essa aventura.
***
Depois de uma longa viagem de navio pelos mares agitados da região, finalmente chego ao litoral oeste de Shiymorán. Ainda é de manhã, e os raios de sol batem fortes, porém o clima permanece fresco.
O navio me deixa no cais simples do local, que é junto a uma aldeia. O local é bem movimentado, parecendo ser bastante popular, além de ter grande presença comercial, como lojas de acessórios, barracas de comidas e principalmente mercados de peixes.
Acabou por ser um lugar interessante, mas não acho que encontrarei algo do meu interesse aqui. Portanto, acho melhor já me dirigir à região central deste país, que é a capital.
Eu poderia facilmente pagar um carroceiro para me levar a capital, porém eu irei a pé. Pode ser idiotice, mas vai que eu encontre algo de valor no caminho? Afinal, essa é minha missão. Também estou ciente de que será uma grande e longa caminhada, entretanto sinto que valerá a pena.
Com esta decisão, caminho em meio a vila que, no final, acabou por ser menor do que aparentava. Deste modo, logo encontrei e comecei a seguir uma pequena trilha em meio à floresta, seguindo para a direção leste.
***
No final das contas, não valeu a pena. Eu estou andando há horas e estou extremamente cansado. A pior parte é que não achei nada que valesse algo, além de todo esse verde! Argh, seria melhor se eu tivesse pagado um carroceiro… agora já é tarde.
Eu também quero muito ignorar o fato de eu supostamente estar perdido, afinal eu não tinha nenhum mapa nem nada para me guiar. Apesar de que não é como se eu precisasse deles… até penso em usar a habilidade de teletransporte que a manopla me fornece, mas sem saber para onde vou é capaz de me perder ainda mais. E sem falar que, não é bom ficar usando esta habilidade assim, pois além dele ficar com uma recarga alta as vezes, o teletransporte é um dos feitiços que mais consome a magia da manopla. E como o objeto não veio com um manual de instruções, não sei se a magia da manopla se renovaria com o tempo, ou se ela fica inútil depois disso. Contudo, prefiro usá-lo só quando realmente necessário.
Todavia, para meu alívio, em alguns minutos consigo avistar no horizonte o que parece ser um grande templo. De certa forma, ele ainda está longe, mas como já tenho uma base acredito que já posso me teletransportar. Sei que falei que só usaria a magia quando necessário, ou seja, agora.
Ativo minha manopla, passando a me concentrar o máximo possível para usar o feitiço de teletransporte. Em um simples piscar de olhos, eu já estou bem mais próximo daquele templo.
Ao chegar mais perto daquele santuário, observo como ele foi construído. Não é uma construção com tijolos e coisas do tipo como é em meu país: o templo fica entre as árvores. Na verdade, ele é uma grande árvore moldada em um formato de templo! Ah, isso é impressionante.
Bom, é agora que a exploração vai começar! Estou ficando animado.
— TISUKU! — escuto um grito de um homem vindo do fundo do bosque. A voz soa desesperada e assustada.
Argh! Merda, tinha que ter algo para me atrapalhar. Será que vale a pena ajudar? Quer dizer, vou voltar quase todo o caminho que percorri. Que estressante.
Apesar de que, pensando por outro lado, se eu o ajudar poderei receber uma recompensa… Ok, talvez valha a pena.
Sem pensar duas vezes, dou meia-volta e saio correndo o mais rápido que eu posso em direção aos pedidos de ajuda, adentrando a floresta novamente.
Aliás, o que pode ter assustado tanto esse cara? Quer dizer, claro que os animais daqui podem ser muito perigosos, e, como disse antes, até as plantas podem ser mortais, mas… Ah, quer saber? Não ligo, afinal não vai ser nada que eu não possa enfrentar.
***
Consigo alcançar o indivíduo que pedia socorro antes que fosse tarde, porém não chego agindo, mas sim observando a situação e como ele se encontrava. Dessarte, permaneço atrás de uma árvore e alguns arbustos, escondido e longe da vista do inimigo, e logo avisto um homem adulto nativo da região que possui alguns ferimentos leves e está cercado por quatro grandes e fortes lobos de pelagem negra.
Eu realmente quero tirar o cara de lá e acabar logo com aquilo para voltar à minha exploração, mas agir assim sem pensar seria uma tremenda idiotice. Além do mais, estou em menor número. Sem falar que esses lobos são de Shiymorán, então não iria duvidar se eles demonstrassem algum poder mágico em uma luta. Afinal, não posso esquecer que este país é o mais rico em magia de todo o planeta e isso acaba por afetar até mesmo os animais, então até um mísero inseto pode possuir um poder.
De repente, sou tirado dos meus pensamentos quando aquele homem volta a gritar, demonstrando todo o medo em seu rosto:
— Por favor! Piedade, não queria machucá-lo! Juro, me perdoe.
Por que ele fala como se esses animais pudessem entendê-lo? Grr! É sério que estou desperdiçando meu tempo tentando salvar um louco?
No entanto, não pude deixar de ficar surpreso ao ver que aqueles lobos pararam de se aproximar do rapaz e ficaram o encarando por alguns segundos. Eles realmente o entenderam? Isso é mesmo possível? Ou estão esperando uma ordem ou algo do tipo?
Rapidamente, minha dúvida é respondida, quando escuto a voz de um jovem que vinha de uma área mais ao fundo do bosque:
— Vocês sempre dizem isso. — É um tom de frustração. — Todos dizem isso, e eu estou cheio de todos vocês! O que será que eu fiz para merecer isso?! Eu não pedi pra ser assim!
— Me desculpe, eu… — o homem volta a falar, respondendo a voz do garoto. — Escute, eu tenho uma família me esperando! E, se você me deixar voltar, eu juro que vou falar pros habitantes da aldeia que eles não precisam se preocupar e que…
O dono daquela outra voz o interrompe.
— Primeiro, eu não ligo pra sua família — ele dá um longo suspiro. — Segundo, você é um humano, e humanos como você dificilmente cumprem com suas promessas.
— V-Você… É MESMO UM DEMÔNIO — o homem grita.
— Claro, eu que sou o vilão da história, né? — um leve deboche corre solto em sua fala.
No mesmo instante, um estalar de dedos ecoa pela floresta e imediatamente todos os quatro lobos pulam em cima do homem, mordendo e rasgando sua pele com seus dentes afiados!
O que está acontecendo? De quem é aquela a voz e por que fez aquilo? Argh, esse lugar é de loucos. Eu preciso sair daqui antes que me descubram.
Confesso que eu fiquei um pouco assustado e confuso com tudo aquilo, portanto queria sair dali o mais rápido possível. Mas, no momento em que eu ia começar a correr, acabo pisando no que parece ser um graveto seco! Que por consequência provoca um estalo!
Com certo receio, olho nervosamente para trás, na esperança de que aqueles bichos não tenham escutado. Mas isso foi destruído quando me deparo com eles olhando e rosnando para mim!
Sem pensar duas vezes, saio correndo o mais rápido que eu conseguia, enquanto tento usar minha manopla de novo. Ah, droga! Por que isso não funciona quando eu mais preciso?
Por mais que eu estivesse correndo em velocidade máxima, aqueles lobos me alcançaram em questão de segundos e me cercaram, me deixando sem saída! Todavia, por sorte consigo fazer a manopla funcionar, me teletransportando para mais fundo na floresta.
Adentrar mais a floresta não era o que eu planejava, mas, contanto que eu tenha fugido, está tudo bem.
Acreditava que eu estava longe daqueles animais e que não corria mais riscos, mas logo essa pequena sensação de segurança passou, ao tornar a escutar rosnados e passos lentos se aproximando bem atrás de mim. Me viro imediatamente, ficando assustado ao ver outro lobo! Que ainda era maior que aqueles! Que desgraça, onde fui me enfiar?!
Desesperadamente tento dar um tiro mágico naquela criatura com a manopla, que acaba passando um pouco longe do meu alvo. E então, antes que eu possa atirar de forma mais certeira, o lobo simplesmente pula em cima de mim, conseguindo me derrubar sem dificuldade! Ele coloca seu peso sobre mim, o que me impede de me mover.
É sério que vou morrer assim? Nem para ser uma morte honrada, ou digna…?
A essa altura eu já aceitei que vou morrer, mas, para minha surpresa, em nenhum momento aquele lobo fazia menção de me atacar.
De repente, o silêncio que havia à nossa volta é quebrado quando os quatro lobos que me seguiam antes se aproximam! Argh! Só pode estar de palhaçada, sério que ele só estava esperando para me matar em grupo?
Nesse nível, não acho que eu possa fazer muito a não ser esperar ser atacado, ou quem sabe um deles abra uma abertura para que eu possa fugir…
No entanto, o maior dos lobos apenas sai de cima de mim, se afastando um pouco, o que me deixa muito confuso. O que está acontecendo agora?
Porém, essas perguntas foram respondidas quando aquele lobo maior se transforma em um jovem garoto de cabelos marrons, olhos castanhos, pele clara, de estatura média e de vestes em um estilo oriental que são, de certa forma, elegantes. Mas, ao mesmo tempo, o menino possui pequenos aspectos de um lobo! Como suas orelhas felpudas e sua longa cauda! Meu Deus, ele é um yarén!
Os yarén, ou também chamados de ahito em alguns países, são criaturas híbridas consideradas imortais e com total sintonia com a magia deste mundo. Acredita-se que eles também possam possuir alguma ligação ou origem com o mundo espiritual, mas nada é certo. Essa raça, por algum motivo que desconheço, evita civilizações e normalmente mora em suas próprias tribos no meio da floresta onde o homem não alcança. Eles também podem se transformar nos animais cujas características carregam e com certeza devem possuir muitos outros poderes!
Por ficarem afastados de nós humanos, não sabemos muito sobre eles. Então, se eu conseguir descobrir mais sobre esse garoto, provavelmente entrarei pra história!
Será que ele deixaria eu me aproximar?
Volto meus olhos ao garoto, que se espreguiça ao voltar a sua forma original, enquanto mexe suas orelhas e cauda. Ao tornar a olhar para mim, percebe enfim que eu o encarava.
— O que você está olhando?! — ele arqueia uma sobrancelha.
Agora que eu me toquei que estava o encarando o tempo todo! Ah, que se dane! Afinal eu nunca tinha visto um yarén pessoalmente!
— Você é um yarén! — não pude evitar uma certa empolgação.
Na minha cidade, Ostya, até que tem alguns livros falando sobre os ahito. Mas, como disse antes, muitos acabam sendo bem vagos pela falta de informação, e tem muitas raças que ainda não foram vistas por humanos. De qualquer forma, eu sempre quis ver um yarén! Era uma das minhas metas.
— E daí? — ele inclina a cabeça. — Tem algum problema?
— N-Não! É só que… — começo a falar, mas ele me interrompe.
— Esquece! Mas escuta… você é da cidade de Ostya, não é? Então o que faz aqui?
— C-Como você sabe que eu sou… — eu iria perguntar, mas o garoto me interrompe mais uma vez.
— Seu cheiro entrega — ele cruza os braços. — Agora me responde.
— Ah, bem — coço a cabeça nervosamente. — Eu vim aqui para explorar e conhecer.
— Essa resposta já era bem óbvia — ele dá de ombros. — Mas o que eu quis dizer foi… O que faz andando aqui, no meio do nada?
Ah!? Então, quer dizer que ele não sabe que era eu quem tinha visto ele atacar aquele cara? Bem, na verdade ele não atacou, mas mandou atacar! De qualquer forma, se eu citar aquele homem, certamente ele irá se tocar e me matar também.
— Ah, eu estou perdido — dou um sorriso sem graça.
Isso não era uma completa mentira, já que eu realmente não sei mais para que lado ir pra poder sair desta floresta.
— Um explorador perdido? — ele parece desconfiado. Mas o garoto só respira fundo, continuando a falar: — Tudo bem, vou te levar a uma das aldeias da capital, a mais próxima.
Apenas assinto com a cabeça enquanto ele dá as costas, começando a andar enquanto eu o sigo. Nós andamos por poucos minutos, saindo da floresta fechada, logo avistando uma aldeia não tão distante de onde estamos.
— Ali está — escuto o yarén falar.
— Bem, obrigado — eu me viro para agradecer. Entretanto, ele já havia sumido. Provavelmente entrou na floresta novamente; eles realmente não gostam de civilizações.
Preferi me concentrar no que farei dali em diante. Está quase anoitecendo e eu não fiz nada de produtivo, quero pelo menos explorar um lugar que seja! Aquele templo de antes… sinceramente nem sei mais como chegar nele! Afe.
Argh! Eu não fiz nada que preste, só fiquei caminhando e tentando não morrer. Acho melhor eu ir até um hotel para me hospedar.
Eu realmente iria fazer o que meus pensamentos diziam, mas desisto de toda essa ideia ao conseguir ver que há um palácio que não aparenta ser tão distante dessa aldeia. Eu tenho que ir lá! O sol está se pondo, mas não é isso que vai me impedir, tenho que aproveitar ao máximo todas as oportunidades. Então, não! Não posso deixar isso para amanhã.
Na sequência, vou em direção a aquele palácio sem pensar duas vezes.
No final, ele acabou por ser um pouquinho mais longe do que eu pensava, mas não ia ser uma pequena distância que iria me impedir, né? Afinal, eu sou Caleb Ducan, e nada pode me parar.
Quando finalmente chego em frente ao palácio, percebo o quão grande ele é, além do fato de estar fundido com as grandes árvores a sua volta. Uau! É realmente bonito, e aparenta ser bem antigo, então chuto que seja difícil alguém morar ali.
A porta principal de entrada está fechada, mas não trancada. Dessarte, eu entro, me deparando com um salão totalmente escuro! As únicas coisas que iluminam ali dentro são os últimos raios de sol que, além de passar pela porta, também passam pelas janelas e por algumas rachaduras nas paredes.
No centro do saguão também dá para enxergar uma fonte dourada, porém inativa. Não há nada de especial ali, então apenas começo a andar pelo local mal iluminado na esperança de encontrar algo raro ou valioso. Aquilo é um palácio antigo, tem que ter algo.
***
(Continua...)
/Caleb's POV/ Fiquei mais tempo naquele lugar do que eu queria, subindo e descendo diversas escadas, e ainda não achei algo que preste. As únicas coisas que eu encontro são pinturas velhas pelos corredores, um campo de treinamento vazio… até encontro algumas espadas, mas elas não têm nada de especial. Além disso, sinto como se alguém me observasse e estivesse me seguindo, mas, toda vez que olho em volta, eu só vejo o corredor vazio e escuro! A única coisa diferente que enxergo são grandes estátuas velhas de anjas guerreiras. Ah, tudo deve ser imaginação minha. Eu tive um dia bem cheio, então deve ser só o cansaço. Só falta uma sala para eu verificar; se ainda não achar nada, vou embora. Me aproximo da grande e pesada porta fechada e a empurro com força para abri-la. No momento em que entro na sala, me deparo com algo brilhante! É uma espada banhada em ouro puro que está apoiada ao lado de um trono vazio. Eu posso sentir uma poderosa magia fluindo sobr
— Enfim, mudando de assunto. E se eu te pedir um favor? — pergunto nervosamente. — Você não sabe mais pra que lado fica a vila, né? — ele deduz. Apenas respondo que sim com a cabeça, fazendo com que o garoto revirasse os olhos, soltando um logo suspiro. — Se vira! Eu não vou voltar para lá. — Argh! Qual o problema? Pelo menos me fala onde tem um hotel que eu possa me hospedar — peço. — A essa hora da noite, eu duvido que algum hotel irá te atender. — Como assim? — fico confuso e preocupado. — Meio que tem um horário limite aqui na capital, e depois desse horário da noite os hotéis não recebem mais hóspedes. Por algum motivo funciona assim, a não ser que você volte para o litoral oeste. Ugh! Realmente quero evitar usar o teletransporte de novo, afinal, usei ele hoje mais que o necessário. Mas, esse parece ser um caso que não tenho muita escolha. Aliás, vai ser melhor usá-lo do que andar a noite toda para chegar ao litora
/Caleb's POV/Depois de um tempo chego à aldeia de tyvet, uma das principais da capital. Contudo, planejo procurar um local para me alimentar ou talvez já busque um hotel para pousar. Afinal, quero ficar na região, então não posso cometer o mesmo erro de ontem.Já tenho tudo planejado, entretanto, antes que eu pudesse realizar qualquer coisa, sou interrompido;— Ibwa! Neo bōken-sha!Me deparo com um grupo de três rapazes que não pareciam ser muito mais velhos que eu, cujos se aproximavam de mim, o que me deixa sem reação já que não sabia o que falam ou o que querem.— Anata w* dekiru bāngzhù wǒmen? — um deles continuou a falar, mas não sabia o que responder, não estou entendendo nada.Por outro lado, nenhum deles parece ser um monge, então certamente não tem nada a ver com os objetos que adquiri.Por conta da barreira de idiomas, um silencio ficou en
E-Espere, ele está morto? Merda, essa não era minha intenção. Devo ter exagerado um pouco na potência do feitiço. Argh! Sou expulso dos meus próprios pensamentos quando de repente, sinto um forte golpe no meu estômago! Sendo forte o suficiente para me fazer cambalear e cair sentado no chão. Além disso, logo sinto um forte soco em meu rosto, fazendo-me cuspir um pouco de sangue. Além de sentir a ponta de uma lâmina encostado em meu pescoço, e diversos gritos no dialeto de Shiymorán que certamente devem ser ameaças. — Puff! — o ahito resmunga. — Garotos, apenas acabem logo com isso — O escuto dizer. E antes mesmo que aqueles homens me matassem, os quatro animais obedeceram a ordem e atacaram os dois rapazes ferozmente, rasgando suas carnes e os devorando ainda vivos! Deixando-os da mesma maneira que sua vítima anterior. Por alguns segundos, fico com receio que eu também fosse um alvo, mas eles parecem só me ignorar, o que me deixa mais aliviado. —
/Caleb’s POV/ Eu fiquei alguns dias na região da capital de Shiymorán, um total de uma semana, e em cada dia tentei explorar ao máximo cada lugar da floresta, na tentativa de encontrar outros templos com coisas valiosas. Afinal, eu vim aqui para isso. Porém, infelizmente acabei por nãoos encontrar. Quer dizer, eu encontrei diversos templos e palácios, mas nenhum que estivesse ou pelo menos aparentasse estar abandonado. Em todos os que avistei havia monges, entre outras pessoas ricas, que pareciam habitá-los. Claro que ainda foi um pouco tentador tentar invadi-los, mas eu não sou um ladrão. Mas, por outro lado, apesar de não conseguir nada valioso, eu pelo menos consegui avistar criaturas que nunca pensei em ver, como ossnapits, que são uma espécie de lagarto gigante da região. Eles são seres carnívoros e até ferozes quando se trata de suas presas, mas por algum motivo são dóceis com seres humanos.
Enquanto Leyla vai se preparar, eu fico a esperando em uma praça que ficava na região de classe alta do reino. Acabo por ficar ali algumas horas, até que eu a vejo se aproximando novamente. Dessa vez ela não está mais com seu vestido chique; ela usa algo mais casual e despojado e carrega uma mochila nas costas — Podemos ir? — questionei.Eu já estava impaciente de tanto esperar. — Necessito resolver algo antes — ela me responde — Vamos, por aqui. Eu a sigo até a saída da praça, entrando num território de mansões que ficava próximo ao palácio da família real. De repente, a garota simplesmente entra em uma casa nobre, indo a uns dos saguões da mansão onde ela se aproxima de uma garota que está sentada em uma poltrona lendo um livro, completamente encapuzada, o que me impediu de ver o seu rosto. Quem é ela? E por que dela estar desse jeito? — Não me digas que tu vais viajar com esse ruivinho de novo? — a menina resmunga. —
/Leyla'sPOV/ Fazíamos o caminho de volta para a residência do garoto ahito, Jack. Devo confessar que me sinto, e estou, afadigada. Quero dizer, já estava um pouco cansada antes, desde que chegamos aqui emShiymorán. Afinal, foi uma viagem deveras fadigosa. Mas eu estivera tão animada de estar em um ambiente diferente, que não me importei. Não que não esteja feliz agora, porém o cansaço está vencendo-me. — Está muito longe? — inquiro. — Não — Jack me responde — Por quê? — Por nada — dou um longo suspiro. Permanecemos andando pelo que acredito que foram três minutos, e era como se minhas pernas fossem quebrar a qualquer instante. Definitivamente, não estou tão acostumada a andar longas distâncias. Com isso, finalmente me pronunciei: — Ah, necessito descansar, nem que seja um pouco — resmunguei — Deveria ter vindo com sapatos mais confortáveis, — aproximo-me de uma
/Leyla’s POV/ Não pude ter o deleite de ficar em Shiymorán por muito mais tempo. Já havia ficado no país por três dias, que, em minha opinião, passaram muito rápido. Tinha que voltar a Allanor, ou meus pais, ou qualquer pessoa, poderia suspeitar de algo. Portanto, cá estava eu de volta a este reino, que me parece mais uma prisão. De qualquer forma, não me apetece deslembrar-me de Shiymorán. Muito pelo contrário, até combinei com o Caleb de que irei retornar logo mais. — Leyla — uma voz amigável e familiar soou atrás de mim. — Por onde estiveste? Virei-me para trás pra ver quem me chamava. Foi quando me deparei com uma garota jovem e alta, que possuía cabelos longos e negros e olhos azuis. Suas vestes eram chiques e elegantes, típico das pessoas ricas de Allanor. Seu nome era Eri, da família Scarpellini. Assim como eu, Eri também pertencia a uma família rica e muito influente neste reino, além do fato de também possuir magia. — Estive a tua pro