— Enfim, mudando de assunto. E se eu te pedir um favor? — pergunto nervosamente.
— Você não sabe mais pra que lado fica a vila, né? — ele deduz.
Apenas respondo que sim com a cabeça, fazendo com que o garoto revirasse os olhos, soltando um logo suspiro.
— Se vira! Eu não vou voltar para lá.
— Argh! Qual o problema? Pelo menos me fala onde tem um hotel que eu possa me hospedar — peço.
— A essa hora da noite, eu duvido que algum hotel irá te atender.
— Como assim? — fico confuso e preocupado.
— Meio que tem um horário limite aqui na capital, e depois desse horário da noite os hotéis não recebem mais hóspedes. Por algum motivo funciona assim, a não ser que você volte para o litoral oeste.
Ugh! Realmente quero evitar usar o teletransporte de novo, afinal, usei ele hoje mais que o necessário. Mas, esse parece ser um caso que não tenho muita escolha. Aliás, vai ser melhor usá-lo do que andar a noite toda para chegar ao litoral.
— Acho que não tenho escolhas — resmungo.
O yarén não parece querer falar algo a mais e faz até a menção de ir embora, portanto, apenas reativo minha manopla usando o feitiço mais uma vez, me teletransportando para a aldeia do litoral o oeste.
Assim como o garoto-lobo havia dito, o local ainda está movimento, claro que á menos pessoas comparado a hoje de manhã, mas para uma vila pequena ainda é um grande movimento.
Enfim vou a uma barraca de comida que ainda está aberta, para me alimentar. E logo depois consigo achar um hotel que me hospedasse, então não demoro para ir ao meu quarto para poder descansar, afinal, se quero ser um pouco produtivo amanhã, preciso acordar mais cedo.
***
Já é outro dia e eu acordo bem cedo para poder voltar a capital o quanto antes. Diferente de ontem, desta vez não serei idiota de ir andando e nem pagarei um carroceiro para me levar, pois como estou sozinho e já estive em alguns lugares da capital, posso simplesmente usar a translocação.
Pago a noite em que fiquei no hotel e termino de me preparar, por seguinte, reativo minha manopla e uso o feitiço de teleporte, fazendo com que em um piscar de olhos eu apareça em frente a um templo. Eu tinha visto este local ontem, no qual iria explora-lo se eu não tivesse sido interrompido pelos pedidos de ajuda daquele homem que foi morto pelo yarén.
Mas, nada irá me distrair desta vez; minha aventura será retomada aqui.
Sem mais delongas, entro no templo e percebo que o local aparenta estar quase vazio. Quero dizer, ele não está totalmente vazio, ainda á alguns monges no ambiente, porém não está tão cheio quanto eu esperava, não estou reclamando, afinal, isso será bom para mim.
***
Pela primeira vez desde que cheguei em Shiymorán, encontrei diversos objetos valiosos e outros que até possuam magia; na verdade, seria a segunda vez, afinal, a espada que vi no palácio daquela valquíria certamente valeria milhões.
E como ambiente está tranquilo, posso me dar o luxo de relaxar um pouco, afinal, não estou tendo tanto trabalho em pegar aquilo que quero e passar despercebido pelos monges. Está sendo bem fácil.
Já se passou um bom tempo, mas ainda não consegui explorar todo o templo, já que tem muitos saguões em que não consegui passar por conta dos monges. De qualquer forma, consegui vários itens, e os coloquei em uma mochila que trouxe.
— DODUG! — De repente, um grito furioso chama minha atenção.
Me viro para verificar e me deparo com um monge que aponta para mim, enquanto outros começaram a correr em minha direção! Ok, acho que já fiquei aqui tempo suficiente, está na hora ir.
Reativo minha manopla no mesmo segundo e uso o feitiço de teleporte antes que eles me alcançassem. No entanto, ao invés de reaparecer fora do templo, acabo me teletransportando para um saguão aleatório ainda dentro dele! Ah, que merda!
Isso não deveria acontecer, o que houve? Será que esse lugar possui alguma barreira que interferiu meu poder? Ou... Ah, sei lá! Só que alguma coisa deve ter redirecionado o feitiço, pois se eu sei para onde estou indo, isso não deveria acontecer.
Por outro, aparento estar longe do radar daqueles monges, então posso aproveitar e olhar mais esse salão antes de ir.
Entretanto, percebo que este saguão, diferentes dos outros deste templo, estava todo empoeirado e parece que ninguém entra aqui a anos. Sem falar que, a porta está trancada. Ele foi simplesmente bloqueado e certamente esquecido, por quê? E não parece ter nada super poderoso ou valioso para eles trancarem e nunca mais mexerem, afinal, só a diversas estantes de livros velhos e empoeirados.
Acabo pegando um dos livros na esperança de achar algo interessante, quem sabe um novo feitiço que eu possa fazer com a manopla; porém, mesmo que tenha isso no livro, não conseguiria ler de qualquer forma, pois tudo estava no idioma de Shiymorán. Que saco.
Bom, acho que não têm nada demais aqui a não ser essas coisas velhas. Talvez, eu só deva tentar me transcolar de novo e caso eu tenha sorte para dessa vez, conseguirei sair do templo.
Eu estava reativando minha manopla preste a usar o feitiço, quando de repente avisto algo que estranhamente me chama a atenção, o que me fez interromper o teletransporte e me aproximar do tal objeto.
Assim percebo que o objeto é apenas um quadro, muito belo por sinal. E de todas as coisas aqui, esse quadro parecia ser o mais preservado. Ele parece ser uma representação de um grupo de valquírias lutando contra um inimigo poderoso para defender as terras de Shiymorán, e ao fundo dava para ver alguns humanos que pareciam torcer por elas ou adora-las. De qualquer forma, dá para notar que esses seres são extremamente respeitados por aqui.
E ao lado desse quadro das valquírias, havia outro, só que estava em péssimas condições chegando a estar rasgando em algumas partes. Não sei dizer se isso se deve ao fato dele ser muito antigo, ou se as pessoas só não se deram ao trabalho de ter cuidado com o objeto. Mas, ainda dava para ver que sua imagem retratava uma yarén que estava cercada por outros da mesma espécie, e julgando pelo mono que eles a olhavam, ela parecia ser uma espécie de líder.
Hmm... Isso chega a ser interessante. Quer dizer, será que antigamente era uma yarén que governada Shiymorán?
— Tā bìxū gakkabda — a voz de um dos monges chama minha atenção.
Dava para ouvir eles se locomovendo em frente ao salão que eu estava, talvez ainda estejam me procurando. Acho meio improvável que eles entrem aqui, porém, não devo arriscar. Tenho que sair daqui rápido.
No mesmo instante, reativo minha manopla e uso a mágica de teleporte. E por sorte, dessa vez acabo por reaparecer fora do templo, o que não é exatamente meu plano... Quero dizer, queria sim sair, no entanto, eu queria me translocar para a aldeia, mas já é alguma coisa.
E para evitar ter que usar o feitiço de novo, acho melhor seguir a viagem a pé.
(Continua...)
/Caleb's POV/Depois de um tempo chego à aldeia de tyvet, uma das principais da capital. Contudo, planejo procurar um local para me alimentar ou talvez já busque um hotel para pousar. Afinal, quero ficar na região, então não posso cometer o mesmo erro de ontem.Já tenho tudo planejado, entretanto, antes que eu pudesse realizar qualquer coisa, sou interrompido;— Ibwa! Neo bōken-sha!Me deparo com um grupo de três rapazes que não pareciam ser muito mais velhos que eu, cujos se aproximavam de mim, o que me deixa sem reação já que não sabia o que falam ou o que querem.— Anata w* dekiru bāngzhù wǒmen? — um deles continuou a falar, mas não sabia o que responder, não estou entendendo nada.Por outro lado, nenhum deles parece ser um monge, então certamente não tem nada a ver com os objetos que adquiri.Por conta da barreira de idiomas, um silencio ficou en
E-Espere, ele está morto? Merda, essa não era minha intenção. Devo ter exagerado um pouco na potência do feitiço. Argh! Sou expulso dos meus próprios pensamentos quando de repente, sinto um forte golpe no meu estômago! Sendo forte o suficiente para me fazer cambalear e cair sentado no chão. Além disso, logo sinto um forte soco em meu rosto, fazendo-me cuspir um pouco de sangue. Além de sentir a ponta de uma lâmina encostado em meu pescoço, e diversos gritos no dialeto de Shiymorán que certamente devem ser ameaças. — Puff! — o ahito resmunga. — Garotos, apenas acabem logo com isso — O escuto dizer. E antes mesmo que aqueles homens me matassem, os quatro animais obedeceram a ordem e atacaram os dois rapazes ferozmente, rasgando suas carnes e os devorando ainda vivos! Deixando-os da mesma maneira que sua vítima anterior. Por alguns segundos, fico com receio que eu também fosse um alvo, mas eles parecem só me ignorar, o que me deixa mais aliviado. —
/Caleb’s POV/ Eu fiquei alguns dias na região da capital de Shiymorán, um total de uma semana, e em cada dia tentei explorar ao máximo cada lugar da floresta, na tentativa de encontrar outros templos com coisas valiosas. Afinal, eu vim aqui para isso. Porém, infelizmente acabei por nãoos encontrar. Quer dizer, eu encontrei diversos templos e palácios, mas nenhum que estivesse ou pelo menos aparentasse estar abandonado. Em todos os que avistei havia monges, entre outras pessoas ricas, que pareciam habitá-los. Claro que ainda foi um pouco tentador tentar invadi-los, mas eu não sou um ladrão. Mas, por outro lado, apesar de não conseguir nada valioso, eu pelo menos consegui avistar criaturas que nunca pensei em ver, como ossnapits, que são uma espécie de lagarto gigante da região. Eles são seres carnívoros e até ferozes quando se trata de suas presas, mas por algum motivo são dóceis com seres humanos.
Enquanto Leyla vai se preparar, eu fico a esperando em uma praça que ficava na região de classe alta do reino. Acabo por ficar ali algumas horas, até que eu a vejo se aproximando novamente. Dessa vez ela não está mais com seu vestido chique; ela usa algo mais casual e despojado e carrega uma mochila nas costas — Podemos ir? — questionei.Eu já estava impaciente de tanto esperar. — Necessito resolver algo antes — ela me responde — Vamos, por aqui. Eu a sigo até a saída da praça, entrando num território de mansões que ficava próximo ao palácio da família real. De repente, a garota simplesmente entra em uma casa nobre, indo a uns dos saguões da mansão onde ela se aproxima de uma garota que está sentada em uma poltrona lendo um livro, completamente encapuzada, o que me impediu de ver o seu rosto. Quem é ela? E por que dela estar desse jeito? — Não me digas que tu vais viajar com esse ruivinho de novo? — a menina resmunga. —
/Leyla'sPOV/ Fazíamos o caminho de volta para a residência do garoto ahito, Jack. Devo confessar que me sinto, e estou, afadigada. Quero dizer, já estava um pouco cansada antes, desde que chegamos aqui emShiymorán. Afinal, foi uma viagem deveras fadigosa. Mas eu estivera tão animada de estar em um ambiente diferente, que não me importei. Não que não esteja feliz agora, porém o cansaço está vencendo-me. — Está muito longe? — inquiro. — Não — Jack me responde — Por quê? — Por nada — dou um longo suspiro. Permanecemos andando pelo que acredito que foram três minutos, e era como se minhas pernas fossem quebrar a qualquer instante. Definitivamente, não estou tão acostumada a andar longas distâncias. Com isso, finalmente me pronunciei: — Ah, necessito descansar, nem que seja um pouco — resmunguei — Deveria ter vindo com sapatos mais confortáveis, — aproximo-me de uma
/Leyla’s POV/ Não pude ter o deleite de ficar em Shiymorán por muito mais tempo. Já havia ficado no país por três dias, que, em minha opinião, passaram muito rápido. Tinha que voltar a Allanor, ou meus pais, ou qualquer pessoa, poderia suspeitar de algo. Portanto, cá estava eu de volta a este reino, que me parece mais uma prisão. De qualquer forma, não me apetece deslembrar-me de Shiymorán. Muito pelo contrário, até combinei com o Caleb de que irei retornar logo mais. — Leyla — uma voz amigável e familiar soou atrás de mim. — Por onde estiveste? Virei-me para trás pra ver quem me chamava. Foi quando me deparei com uma garota jovem e alta, que possuía cabelos longos e negros e olhos azuis. Suas vestes eram chiques e elegantes, típico das pessoas ricas de Allanor. Seu nome era Eri, da família Scarpellini. Assim como eu, Eri também pertencia a uma família rica e muito influente neste reino, além do fato de também possuir magia. — Estive a tua pro
Após a resposta seca da garota de capuz, um pequeno silêncio ficou entre nós por alguns segundos, deixando o clima meio desconfortável até que o ruivo o encerrou com um resmungo: — Puff, tudo bem. Vou dar um jeito — ele deu as costas. — Vamos logo. Por alguns minutos não perdemos a embarcação, e o explorador arranjou um modo de a garota Yonara viajar conosco. Afe, francamente, espero que ela não interrompa nossos planos. *** Depois de uma longa e até mesmo cansativa viagem, chegamos às encostas oeste do continente. Era mais ou menos meio-dia e estávamos com muita fome, portanto nos alimentamos em uma das barracas de comida que havia por ali no litoral. Apesar de boa parte dos nomes dos pratos estarem escritos com o dialeto de Shiymorán, também havia muitos com nosso idioma, e foram esses que escolhemos. <
Ela nos lança um olhar sério e um tanto intimidador, até que paira seus olhos em Caleb, fazendo uma leve expressão zangada. — Foi você! — a valquíria diz, ainda o encarando. — Esse garoto mortal invadiu meu palácio, e ainda tentou roubar minha espada — a valquíria expressa grande ira em sua voz. — Esse mortal merece uma punição. Que será… a morte! Rapidamente, a valquíria retira sua espada da bainha empunhando-a e fazendo um movimento rápido e poderoso, enquanto avança para cima do jovem explorador na menção de executar um golpe mortal! — Sarah, espere! — antes que fosse tarde demais, Jack se posiciona a frente do ruivo, ficando entre eles. Por sorte, a guerreira interrompe sua ação a tempo, antes de atingir o yarén, deixando a espada a pequenos centímetros de seu pescoço. — Saia da minha frente, garoto! — ordena a valquíria, porém Jack não move um músculo. — Por que está defendendo esse mero humano? <