4 anos depois…— Mamãe eu peguei uma fozinha pá você — o pequeno garotinho falou entregando uma margarida nas mãos de Sarah.Antony olhou para ela e ambos respiraram fundo de alegria. Gael era um menino extremente carinhoso, ainda era impossível acreditar que alguém poderia fazer mal a uma criança tão amável, ainda mais uma mãe. Por causa dos traumas que viveu, ainda estava com um atraso na fala. Há dois anos, eles haviam adotado o pequeno. Gael tinha sido levado para um abrigo desde que foi encontrado em situação de abandono e maus tratos, a própria mãe o espancava frequentemente, o que deixou sérias marcas pelo seu corpo e alguns traumas que estavam sendo tratados com muito amor.A ideia de adotar o pequeno veio no dia em que assistiram pela TV a reportagem sobre toda maldade que ele sofreu. Naquele tempo Gael tinha apenas dois aninhos e foram os próprios policiais que o resgataram que perceberam a paixão do garoto por futebol mesmo tão pequeno. Sarah e Antony ao verem aquelas image
Depois do ocorrido no barco, seus amigos voltaram ao normal, sem brigas e desentendimentos. A única coisa que não era nada normal era a quantidade de notícias fake que estavam se espalhando pelas redes sociais a fim de atacar Antony. Já tinham explicado o ocorrido com Gael e esclarecido aquela mentira absurda. No outro dia divulgaram que Antony estava em falência financeira e agora mais esta:A ESPOSA DE ANTONY SILLVE AFIRMA QUE PAROU O TRATAMENTO PARA ENGRAVIDAR APÓS DESCOBRIREM A INFERTILIDADE DO EX-JOGADOR.Não paravam de chegar mensagens de apoio, pois muitos acreditavam naquelas mentiras. Antony estava chateado como sempre, e com toda razão, e Sarah não sabia mais o que fazer.— Isso é um absurdo. Alguém precisa deter essa pessoa que está tentando difamar Antony — ela falou com indignação.Haviam pedido Mônica para estar presente, ela os ajudava com as investigações já que trabalhava no ramo das notícias.— Eu concordo com Antony quando ele acusa o Estevam. Aquele cara é capaz de
Sarah olhou em seu relógio de pulso e viu que passava das nove, estava aflita, desejando que aquele ensaio infernal de casamento terminasse logo. Havia trabalhado a madrugada inteira no bufê da senhora Rose Marrie em pé, servindo mesas. Por isso, estava tão exausta. Aquele era o ensaio de casamento de sua melhor amiga, Maryene, e Sarah era uma das madrinhas. Aceitou o convite apenas pelo fato de serem quase irmãs, mas sempre soube que sua amiga não pouparia grana e luxo, e para isso ela contratou como cerimonialista Eva Beneth, a mais requisitada do momento. Desde o início, Sarah não conseguia se sair nada bem com a senhora Beneth. Ela até se esforçava para fazer tudo certinho, mas tinha dificuldades, pois delicadeza não era o seu forte, além de não estar acostumada com todas aquelas regras de etiqueta, o que despertava uma certa implicância da parte de Eva, que nunca estava satisfeita com o seu desempenho e não poupava esforços para demonstrar sua antipatia, como neste exato moment
Sarah sempre ajudava Mary com os preparativos do casamento depois dos ensaios. Enquanto terminavam de escolher os arranjos de mesa, a amiga percebeu que Sarah não estava nada bem. Ela parecia triste e distante. Mary sabia que ela passava por uma crise financeira e possuía dívidas com a faculdade de fisioterapia a qual era sua paixão e faltava pouco para se formar. Sarah sempre foi uma mulher independente, morava sozinha, pagava a própria faculdade, trabalhava em uma famosa clínica da cidade como estagiária. Mas todos sabiam que estavam demitindo vários funcionários por causa do momento econômico que o país estava enfrentando. Ela ouvia rumores de que seu nome estava na lista dos próximos a serem dispensados. — O que está acontecendo? Você parece muito preocupada — Mary perguntou enquanto organizavam algumas flores. Sarah ainda demorou um instante para responder: — Acho que vou precisar voltar a morar com meus pais — respondeu com voz de choro. — As coisas não vão nada bem? Mary
As ruas ao redor da igreja matriz estavam cobertas de carros. Afinal, estava se casando a única filha de um dos maiores empresários da cidade. Sarah havia pedido um carro pelo aplicativo de celular. Quando o carro estacionou, ainda estava se sentindo insegura, talvez tivessem exagerado em sua maquiagem ou seu vestido fosse extremamente sensual. Escolheu um Fraga azul-turquesa longo que possuía um longo rachado até o joelho esquerdo que revelava suas sandálias de saltos exageradamente altos que haviam sido escolhas de Mary. Antes de descer do veículo, percebeu que o motorista lhe observava com um sorriso admirador no rosto. Tinha notado que, ao longo da viagem, ele não parava de lhe olhar pelo retrovisor do meio do carro, e nem ao menos se esforçava para disfarçar. O que estava deixando bastante desconfortável, pois não estava acostumada com tal admiração masculina. Quando desceu do carro, não foi diferente, os olhos do motorista ainda estavam sobre ela, então respirou fundo, criando
As mãos dele ainda continuavam ali, tocando sua cintura e roçando levemente suas costas, e Sarah não conseguia entender como um toque tão simples era capaz de deixá-la tão atordoada. Que Antony era bonito, não podia negar, sempre foi. Mas naquele tempo da escola, ainda não tinha um corpo tão atlético cheio de músculos, também sabia que a voz dele não era tão grave e máscula como agora, talvez estivesse apenas impressionada. Então, respirou fundo e tentou sorrir quando o jornalista pediu mais uma fotografia. — Antony, você poderia se aproximar um pouco mais? Ambos se entreolharam, Antony parecia confortável com a situação, e também era nítido que percebeu o quanto ela estava tensa. Sarah acenou com um gesto de cabeça, não tinha como negar, seria muito indelicado, e já que haviam chegado até ali, precisava se esforçar, assim logo tudo acabaria. Então ele a puxou de leve, seus corpos se uniram, ela pode sentir o cheiro que ele exalava, era algo semelhante ao conforto do couro, amadeira
— Alguém precisando de uma carona?— Anthony falou sorrindo. Ela ficou mais irritada por ele ficar lindo sorrindo. No entanto, fingiu de desentendida. — Entre no carro, por favor — Antony pediu. E mesmo usando um tom de voz gentil desta vez, Sarah não estava disposta a entrar naquele carro de forma alguma. Então, simplesmente ignorou e deu alguns passos à frente, caminhando devagar, enquanto tornava a teclar no seu telefone. Precisava de um Uber. Notando que ela o ignorava, seguiu com o carro. — Prometi a Mary que a levaria. Sarah nem olhou para trás e disse: — Tudo bem se eu não for, afinal, você é ótimo com mentiras. Antony sabia que tinha vacilado contando aquela mentira, mas tinha um bom motivo e precisava dizer isso a ela. — Sarah! — chamou novamente.— Por favor— repetiu. Ela não se conteve, parou onde estava e riu ao se lembrar. — Então quer dizer que somos quase irmãos?— falou com tom de voz irônico. Ele também parou o carro bem ao seu lado. Antony olhou timidamen
A festa parecia bastante animada. Aquele era um espaço ao ar livre e rodeado de árvores. Logo na entrada tinha uma fonte de água com uma maravilhosa cascata. Trata-se de um ambiente semelhante aos belos jardins típicos dos castelos europeus. No centro do gramado, uma banda cantava ao vivo muitas músicas animadas e vários casais se esbaldaram na pista de dança, se divertindo. Os noivos faziam o cumprimento de mesa em mesa e estavam radiantes com a felicidade estampada em seus rostos. Mary caminhava segurando a barra do vestido longo por onde passava, sempre atenciosa com seus convidados. Antony conduziu Sarah de braços dados, acreditando ter finalmente conseguido uma trégua. Quando, na verdade, ela pensava em se livrar dele o mais breve possível, Ele a apresentou a todos os seus amigos e familiares. Caminharam até uma das mesas, onde os pais dos noivos estavam acomodados. Clara, a mãe de Mary, era uma mulher fina e elegante, sempre tratava Sarah como se fosse um membro da família. Re