As ruas ao redor da igreja matriz estavam cobertas de carros. Afinal, estava se casando a única filha de um dos maiores empresários da cidade.
Sarah havia pedido um carro pelo aplicativo de celular. Quando o carro estacionou, ainda estava se sentindo insegura, talvez tivessem exagerado em sua maquiagem ou seu vestido fosse extremamente sensual. Escolheu um Fraga azul-turquesa longo que possuía um longo rachado até o joelho esquerdo que revelava suas sandálias de saltos exageradamente altos que haviam sido escolhas de Mary. Antes de descer do veículo, percebeu que o motorista lhe observava com um sorriso admirador no rosto. Tinha notado que, ao longo da viagem, ele não parava de lhe olhar pelo retrovisor do meio do carro, e nem ao menos se esforçava para disfarçar. O que estava deixando bastante desconfortável, pois não estava acostumada com tal admiração masculina. Quando desceu do carro, não foi diferente, os olhos do motorista ainda estavam sobre ela, então respirou fundo, criando coragem para dar mais um passo. Olhou as horas através do celular, se apavorou quando percebeu que estava muito atrasada. Ficou imaginando como conseguiria encarar a fúria da senhora Eva Beneth. Ela fez uma leve careta. Felizmente, esta seria a última vez que se encontraria com Eva. Caminhou na direção da entrada principal da igreja enquanto guardava o celular em sua elegante bolsa de veludo prata. Quando estava quase chegando à escadaria, por um instante de distração, toda elegância foi se desfazendo na medida em que Sarah se atrapalhou e acabou se desequilibrando. Ela sabia que cair no chão, se espatifando, não seria nada agradável. De repente, sentiu uma mão forte e masculina lhe segurando pela cintura. — Cuidado! — disse ele enquanto a amparava em seus braços. Foi tudo muito rápido. As mãos que lhe seguravam eram fortes e quentes. A nudez de suas costas revelada pelo vestido permitiu sentir o calor daquele toque inesperado. Ela temia encará-lo, aquele que havia lhe socorrido. Não conseguia reconhecer apenas pela voz. Seria o motorista? A ideia lhe deixou mais envergonhada. Após se erguer, Sarah tentou se recompor, temerosa de descobrir de quem eram aquelas mãos. Se não fossem por elas, aquela altura já estaria no chão. Ela retirou uma mecha de cabelo do rosto e se virou a fim de encará-lo, pois precisava agradecê-lo por seu ato heroico de lhe salvar. Ficou em choque quando descobriu de quem se tratava. Jamais imaginaria que pudesse ser ele... Antony Sillve. — Só poderia ser brincadeira…— sussurrou apenas para si. Ele parecia ser mais alto do que nas fotos, moreno de olhos esverdeados, e seus cabelos estavam bem penteados. Ficava elegante com aquele smoking preto, bem diferente dos uniformes de jogadores que costumava usar. Sarah ficou rubra de vergonha e pediu aos céus para que ele não percebesse. Aquela era uma situação um pouco estranha. Assim, refletiu sobre todos os seus planos que pareciam ter sido frustrados. Seu encontro com ele havia sido mais desastroso do que ela imaginava. Não conseguia definir apenas um sentimento naquele momento. Mas sabia que o mais sensato era enfrentar aquele turbilhão de emoções e encará-lo de frente. A voz rouca e grave a tirou de seus pensamentos: — Você deve ser a minha... O restante da frase, Sarah não conseguiu compreender. Era como se tudo parasse naquele instante. O seu coração batia tão depressa e forte em uma arritmia cardíaca. Se ele ao menos parasse de sorrir com aqueles dentes tão perfeitos, talvez facilitasse as coisas. Estava lhe deixando desconcertada. Ou talvez estivesse se divertindo com toda aquela situação, afinal não era todos os dias que ele via uma mulher desequilibrar e quase cair daquele jeito. Então, nervosa, não o deixou completar a frase. — S-i-m... Sou... sua! Ela praguejou mil vezes em sua mente por não ter conseguido dizer a frase sem gaguejar. — Minha? — Antony perguntou em um tom irônico. Naquele instante, ela soube que ele estava colocando um duplo sentido em sua fala. A cada minuto, ficava mais nervosa com toda aquela situação. Não conseguia controlar seu corpo e muito menos sua fala. E o sorriso de Antony revelava duas covinhas nas bochechas, aquelas que ela conhecia bem. Havia sonhado com elas desde que soube que seria a madrinha no casamento ao lado dele. Mas nunca conseguiu entender o motivo daqueles sonhos. — Minha acompanhante, a madrinha! — Ele finalmente lhe ajudou. Ela sabia que precisava colocar a cabeça no lugar urgentemente e parar de agir como uma desorientada. Não poderia continuar assim tão vulnerável. Rápidos flashes vieram em sua mente, as de uma adolescente usando horríveis aparelhos e sendo desprezada como se não existisse, aquela que se sentia inferior a todos. Então soube que ainda estava em tempo e poderia dar a volta por cima. — Sou a madrinha de Mary. Muito obrigada pela... Ajuda... — ela disse, conseguindo se recompor e se afastando das mãos dele. Ajeitou os cabelos novamente, a fim de distrair um pouco e assim poderia evitar olhá-lo nos olhos. — Percebi por causa do vestido. Parece que todas as madrinhas deverão usar esta cor. — Sim, foi Mary quem escolheu esse tom! Assim, se sentiu orgulhosa. Havia conseguido ter um diálogo comum com ele. Apesar de que em sua barriga parecia ter vários dançarinos ao mesmo tempo, em algum passo sincronizado de foxtrot. — Bela escolha. Inclusive, você está muito linda. Prazer, sou Antony Sillve. Então, o viu estender a mão gentilmente. Aquele momento durou cerca de um segundo, mas pareceu uma eternidade. Talvez porque seu corpo não queria obedecê-la. Mas finalmente conseguiu dar uma ordem ao cérebro que devolveu o cumprimento, estendendo-lhe a mão de volta. Olhou rapidamente para não parecer mal-educada. — Sarah Carter. Ele a olhou de volta, desconfiado. Aquilo fez suas pernas estremecerem. Franzindo a sobrancelha, ele ficava mais charmoso ainda. — Tenho a impressão de que eu já te conheço? — Ele fez uma pausa como se tentasse se lembrar de algo. — Mas acho que uma beleza como essa eu jamais esqueceria. Naquele instante, percebeu que estava prendendo o fôlego. — NÃO... Nós não nos conhecemos!— disse rapidamente. Era melhor assim. Ele não se lembraria daquela moça tão insignificante que estudou com ele no passado. Mas o importante era o presente. Agora, Sarah tinha se tornado uma bela mulher, confiante, bem diferente daquela adolescente insegura. Antony não conseguia tirar os olhos dela, mas se ele esperava que caísse aos seus pés, estava completamente enganado. Ela não iria se convencer com seus elogios baratos. Certamente agia sempre assim diante de uma mulher. A voz de Camila, uma das madrinhas, soou vindo da entrada da igreja: — Sarah, você está atrasada...— ela tentou terminar sua frase no mesmo tom de arrogância com que havia começado, mas ao notar a presença de Antony, a patricinha respirou fundo e tentou ser o mais delicada possível.— Olá... Antony. Sarah revirou os olhos, irritada, seria essa a reação das mulheres diante dele? — Acho melhor entrarmos, pois já estamos atrasados... Não é mesmo, Camila? — Sarah sugeriu, um tanto irônica. — Você tem razão, vamos! — concordou ele. Quando finalmente chegaram ao salão principal da igreja. Todos os olhares estavam voltados para eles. Na verdade, o foco principal era ele, o jogador de futebol Antony Sillve. Como já previsto, Eva Beneth fuzilava Sarah com um olhar pelo atraso. Mas foi salva pela celebridade ao seu lado. Eva se aproximou, deslumbrada com o acompanhante de Sarah. Seu sorriso era de orelha a orelha. Ela nem ao menos se deu ao trabalho de disfarçar. Então, era realmente este o efeito que Antony causava nas mulheres. — Antony, é um prazer ter você aqui! — A senhora Eva disse, quase se jogando para cima dele com um tom exageradamente gentil. — O prazer é todo meu. Desculpe pelo atraso, tive problemas com meu voo. Sarah ficou chocada com a senhora Eva, que continuou a sorrir. — Tudo bem. Imprevistos acontecem — disse enquanto piscava para ele. Sarah bufou, incrédula com o que estava vendo. Eva estava paquerando Antony. Bufou novamente, entretanto, percebeu que ao menos ela a deixou em paz. Decidiu ignorá-la também, e felizmente ela precisou sair do salão para atender um chamado em seu ponto eletrônico, e antes de sair abriu um largo sorriso para Antony. Sarah não podia negar que ficava incomodada, afinal, por que todos tinham que se desmanchar diante do "Senhor perfeitinho"? Como naquele momento, ela observava todos ao redor se esforçando para ver Antony. Era visível a admiração que tinham. As mulheres não paravam de cochichar umas com as outras, se derretendo enquanto ele era abraçado por alguns amigos e parentes. Finalmente Eva deu ordem para que todos se colocassem aos postos e entrassem, pois a cerimônia iria começar. Tudo estava incrível. Mary escolheu cada detalhe e tinha bom gosto e requinte. A igreja estava toda decorada com lírios. Um tapete de veludo vermelho dava um charme à decoração. Estava tudo como ela havia planejado, seus convidados a aguardavam ansiosos. Mas o centro das atenções realmente eram Sarah e Antony, o orgulho da família Sillve e daquela cidade inteira. Sarah sentiu seus maiores temores virem à tona quando percebeu toda a atenção voltada para si. Não era nada fácil para ela e os minutos não passavam, temia se desequilibrar e cair ou cometer alguma gafe, além do mais, eram muitos flashes de celulares e câmeras sobre eles, o que não facilitava as coisas. As lembranças de todas as repreensões de Eva vinham em sua mente todo: "Sarah Carter, postura! Assim, você parece estar com vinte toneladas nas costas, Sarah! "Essa menina nunca teve aulas de etiqueta, não é possível!" Rapidamente afastou os pensamentos negativos e abriu seu melhor sorriso na tentativa de parecer mais confiante. Logo percebeu que já estavam no altar, em suas devidas posições. Mary entrou ao som da marcha nupcial tocada por um violinista. Estava linda. Os seus cabelos dourados estavam presos em um coque baixo e sua cabeça estava envolta por uma coroa de princesa bastante delicada de ouro branco cravejada em brilhantes. O seu vestido era maravilhoso, como somente um Vera Wang conseguia. Breno estava radiante de felicidade e, no meio da cerimônia, ele se emocionou ao fazer os seus votos de casamento, se desmanchando em lágrimas, uma cena muito fofa. A felicidade estava estampada no rosto dos noivos. Durante o beijo do casal, Antony foi o primeiro a aplaudir e tornar o momento mais caloroso, em meio aos assobios delirantes dos outros padrinhos e dos convidados. Em meio à euforia, Sarah sentiu um leve arrepio quando Antony se aproximou de seu ouvido. Foi muito rápido, entretanto aquele contato era íntimo demais e o suficiente para que o calor de seus lábios se espalhasse por toda extensão do seu ouvido de uma forma inquietante, causando um turbilhão de sensações. — Eles formam um casal perfeito! Ainda desconcertada por todas as reações de seu corpo com aquela aproximação, ela tentou disfarçar, mas ele notou e gostou de deixá-la naquele tom quase vermelho. — Sim... afinal, eles se amam — foram as únicas palavras que ela conseguiu dizer. Ele sorriu de canto. Sarah praguejou mentalmente mil vezes, percebia que precisava manter distância dele. Antony sempre foi bom naquele jogo de sedução, ela não estava disposta a jogar qualquer jogo que fosse com ele. Ao terminar a cerimônia, Sarah se sentiu mais aliviada. Enfim, tudo havia ocorrido muito bem e agora ela poderia se afastar daquele homem que tanto a incomodava. Sua presença a desconcertava. E a forma como todos o admiravam lhe causava incômodo, parecia algo extremamente exagerado. Ela tentou se afastar dele, mas de repente sentiu uma mão tocar sua cintura com excesso de intimidade. Sarah olhou para a mão dele e, por um instante, não conseguiu reagir como desejava. Planejou abrir a boca para reclamar, mas dois pares de olhos esverdeados se encontraram com os seus. Antes que ela argumentasse qualquer coisa, um jornalista se aproximou. — Posso fotografar vocês?As mãos dele ainda continuavam ali, tocando sua cintura e roçando levemente suas costas, e Sarah não conseguia entender como um toque tão simples era capaz de deixá-la tão atordoada. Que Antony era bonito, não podia negar, sempre foi. Mas naquele tempo da escola, ainda não tinha um corpo tão atlético cheio de músculos, também sabia que a voz dele não era tão grave e máscula como agora, talvez estivesse apenas impressionada. Então, respirou fundo e tentou sorrir quando o jornalista pediu mais uma fotografia. — Antony, você poderia se aproximar um pouco mais? Ambos se entreolharam, Antony parecia confortável com a situação, e também era nítido que percebeu o quanto ela estava tensa. Sarah acenou com um gesto de cabeça, não tinha como negar, seria muito indelicado, e já que haviam chegado até ali, precisava se esforçar, assim logo tudo acabaria. Então ele a puxou de leve, seus corpos se uniram, ela pode sentir o cheiro que ele exalava, era algo semelhante ao conforto do couro, amadeira
— Alguém precisando de uma carona?— Anthony falou sorrindo. Ela ficou mais irritada por ele ficar lindo sorrindo. No entanto, fingiu de desentendida. — Entre no carro, por favor — Antony pediu. E mesmo usando um tom de voz gentil desta vez, Sarah não estava disposta a entrar naquele carro de forma alguma. Então, simplesmente ignorou e deu alguns passos à frente, caminhando devagar, enquanto tornava a teclar no seu telefone. Precisava de um Uber. Notando que ela o ignorava, seguiu com o carro. — Prometi a Mary que a levaria. Sarah nem olhou para trás e disse: — Tudo bem se eu não for, afinal, você é ótimo com mentiras. Antony sabia que tinha vacilado contando aquela mentira, mas tinha um bom motivo e precisava dizer isso a ela. — Sarah! — chamou novamente.— Por favor— repetiu. Ela não se conteve, parou onde estava e riu ao se lembrar. — Então quer dizer que somos quase irmãos?— falou com tom de voz irônico. Ele também parou o carro bem ao seu lado. Antony olhou timidamen
A festa parecia bastante animada. Aquele era um espaço ao ar livre e rodeado de árvores. Logo na entrada tinha uma fonte de água com uma maravilhosa cascata. Trata-se de um ambiente semelhante aos belos jardins típicos dos castelos europeus. No centro do gramado, uma banda cantava ao vivo muitas músicas animadas e vários casais se esbaldaram na pista de dança, se divertindo. Os noivos faziam o cumprimento de mesa em mesa e estavam radiantes com a felicidade estampada em seus rostos. Mary caminhava segurando a barra do vestido longo por onde passava, sempre atenciosa com seus convidados. Antony conduziu Sarah de braços dados, acreditando ter finalmente conseguido uma trégua. Quando, na verdade, ela pensava em se livrar dele o mais breve possível, Ele a apresentou a todos os seus amigos e familiares. Caminharam até uma das mesas, onde os pais dos noivos estavam acomodados. Clara, a mãe de Mary, era uma mulher fina e elegante, sempre tratava Sarah como se fosse um membro da família. Re
A dança terminou e todos os convidados aplaudiram e assobiaram, empolgados com o belo espetáculo assistido. Naquele instante, a orquestra se despediu, afastando-se do palco sob os aplausos de todos, e uma enorme cortina de fumaça preencheu o ambiente. A voz de um dos mais famosos DJs da cidade invadiu o palco, levando os convidados ao delírio com seu som eletrônico dançante. Já era noite, e várias luzes coloridas enfeitavam a pista de dança quando todos começaram a pular, se divertindo com o show. Após dançarem algumas músicas, Sarah se sentiu exausta, havia ultrapassado toda a sua cota daquela noite, precisava se sentar, pois os seus pés estavam doendo. Gentilmente, se despediu, percebendo a decepção no semblante de Antony, que provavelmente não havia desistido de sua conquista. Mary abandonou o marido e acompanhou sua amiga. — Vou com você, Sarah. Acho que preciso de uma bebida. — Eu também estou com muita sede — disse, apoiando-se em seus ombros — Meus pés estão me matando. As
Quando finalmente Antony largou Sarah, ela precisou de alguns minutos para se recompor. Há muito tempo não era beijada assim, há muito tempo mesmo! Se recuperar estava sendo difícil, seu corpo simplesmente não lhe obedecia, sentia o sangue pulsar em cada parte de suas veias, era como se estivesse completamente embriagada, seu cérebro não associava nada naquele momento. Apenas conseguiu ficar sóbria quando ele a soltou lentamente. No entanto, ainda estavam próximos, as mãos dele permaneciam em sua cintura, segurando firme, e um belo par de olhos verdes lhe observavam de forma intensa, sem desviar o foco nem sequer por um instante. Quando Antony sorriu e revelou seus dentes perfeitos, ela pôde sentir um alívio por ele manifestar alguma reação que quebrasse aquele momento tenso que se instaurou. Só então perceberam que estavam sozinhos ali naquele momento. Seus amigos e a inconveniente Keytte haviam desaparecido. Por isso, Antony parecia tão satisfeito, enfim conseguiu se livrar daquela m
Antony estacionou bem próximo à praia do Aurora, que apesar de estar vazia naquela noite, se tratava de um dos mais belos pontos turísticos da cidade. Segurando sua mão, ele a conduziu até a areia enquanto carregava uma garrafa com uma das mãos e duas taças entre os dedos com a outra. O clima estava perfeito, ela sentia a brisa do mar brincar com seus cabelos. Seu penteado já havia se desprendido, mas também não se importava nem um pouco. A lua brilhava naquela imensidão negra do céu estrelado. Se livraram de seus calçados enquanto caminhavam, enfiando os pés na areia. Ele dobrou suas calças até os joelhos, também se livrou do terno, da gravata e agora usava apenas sua blusa de baixo que estava desabotoada, exibindo seu físico perfeito. Antony estava à vontade saltando as ondas que se quebravam na orla, ele sorria em completa alegria. — Isso é muito bom! — gritou em voz alta. Sarah, no entanto, permanecia tímida, mas estava satisfeita, apenas observando-o tão natural, demonstrand
Antony ficou confuso, não havia entendido o motivo de Sarah mudar tão repentinamente. Ambos estavam curtindo o momento, ela estava completamente rendida, eram adultos, desejavam um ao outro, mas de repente ela o rejeitou. Sarah se levantou bastante agitada, talvez envergonhada também, pois não conseguia encarar enquanto usava a desculpa de estar à procura de suas sandálias. O vento continuava balançando os seus cabelos, cobrindo o seu rosto e escondendo sua expressão. — Sarah, o que houve, eu fiz algo errado? — ele perguntou angustiado. Ela o ignorou, sentia muita vergonha, afinal não sabia o que lhe dizer. Antony não iria entender que transar com ele seria a experiência mais incrível de sua vida, porém a mais dolorosa, pois não se veriam mais. Ele se levantou e foi até ela. — Sarah, por favor me diga, o que aconteceu? A segurou delicadamente pelo antebraço. Ela parou naquele momento e respirou fundo. — Eu não estou pronta. Então, Antony também respirou fundo e soltou o ar. —
Já era domingo à tarde e Sarah apenas se levantou porque seu celular apitou por várias vezes. Pensou que talvez pudesse ser ele, Antony, que tivesse conseguido seu número com Breno, mas as mensagens eram todas de Mary, que insistia em falar com ela, mas ignorou sua amiga. Precisavam de tempo para conversarem, tinham muito assunto para colocarem em dia e naquela manhã queriam dormir e descansar. Já era tarde quando despertou. Ainda com dificuldade de abrir os olhos por causa da claridade, esticou os braços e finalmente conseguiu pegar seu telefone. A decepção foi notória em sua expressão, novamente todas as mensagens que tinha em seu telefone eram de Mary e não de Antony. Era compreensível, pois ela mesma havia deixado claro que tudo tinha acabado. Já sua amiga estava enlouquecida de curiosidade para saber o que havia acontecido entre eles. Então, resolveu atendê-la: Ligação On — BOA TARDE, donzela! Me desculpe, mas eu precisava saber de tudo. Estou te ligando há horas, você faz ide