Antony ficou confuso, não havia entendido o motivo de Sarah mudar tão repentinamente. Ambos estavam curtindo o momento, ela estava completamente rendida, eram adultos, desejavam um ao outro, mas de repente ela o rejeitou. Sarah se levantou bastante agitada, talvez envergonhada também, pois não conseguia encarar enquanto usava a desculpa de estar à procura de suas sandálias. O vento continuava balançando os seus cabelos, cobrindo o seu rosto e escondendo sua expressão. — Sarah, o que houve, eu fiz algo errado? — ele perguntou angustiado. Ela o ignorou, sentia muita vergonha, afinal não sabia o que lhe dizer. Antony não iria entender que transar com ele seria a experiência mais incrível de sua vida, porém a mais dolorosa, pois não se veriam mais. Ele se levantou e foi até ela. — Sarah, por favor me diga, o que aconteceu? A segurou delicadamente pelo antebraço. Ela parou naquele momento e respirou fundo. — Eu não estou pronta. Então, Antony também respirou fundo e soltou o ar. —
Já era domingo à tarde e Sarah apenas se levantou porque seu celular apitou por várias vezes. Pensou que talvez pudesse ser ele, Antony, que tivesse conseguido seu número com Breno, mas as mensagens eram todas de Mary, que insistia em falar com ela, mas ignorou sua amiga. Precisavam de tempo para conversarem, tinham muito assunto para colocarem em dia e naquela manhã queriam dormir e descansar. Já era tarde quando despertou. Ainda com dificuldade de abrir os olhos por causa da claridade, esticou os braços e finalmente conseguiu pegar seu telefone. A decepção foi notória em sua expressão, novamente todas as mensagens que tinha em seu telefone eram de Mary e não de Antony. Era compreensível, pois ela mesma havia deixado claro que tudo tinha acabado. Já sua amiga estava enlouquecida de curiosidade para saber o que havia acontecido entre eles. Então, resolveu atendê-la: Ligação On — BOA TARDE, donzela! Me desculpe, mas eu precisava saber de tudo. Estou te ligando há horas, você faz ide
Aquela era a voz dele, Antony Sillve. Sarah tinha certeza. Não havia como se esquecer. Seu tom era alegre, provavelmente naquele instante estava sorrindo, revelando aquelas covinhas nas bochechas. Ela foi tomada por uma mistura de sentimentos, não desejava vê-lo, se lembrou de que não estava nada apresentável, sua aparência não era das melhores, depois de trabalhar em pé por quase dezoito horas servindo mesas, não tinha como estar melhor. Muitas das vezes ela ajudava até mesmo na cozinha do bufê, como nesta manhã, e sabia que o cheiro de gordura misturado com flores e café ainda estava impregnado em suas roupas, afinal Maryene não lhe deixou nem ao menos passar em casa para tomar um banho e se trocar. Seu cabelo era a pior parte, ela se sentia como o solzinho da Rihappy, todo desgrenhado. O desespero foi tomando conta de seu peito, Antony não podia lhe ver assim, ela não se parecia nada com a madrinha bela e elegante daquele dia do casamento, agora estava pálida, devia ter emagrecido
Quando chegou até o seu carro, Sarah se recusou a olhar para trás. Sabia que ele estava lhe seguindo, mas não fazia ideia do que ele queria. Amaldiçoou mil vezes por nunca colocar suas chaves de forma acessível, sempre as jogava de qualquer maneira dentro da bolsa. Agora precisava vasculhar cada bolso, e estava muito aflita, pois sabia que ele estava se aproximando. — Droga... Droga, onde coloquei estas chaves? — sussurrou para si mesma. — Sarah! Ela o ignorou mais uma vez. Conseguiu encontrar as chaves e abriu o carro, mas sentiu a mão dele tocar seu braço, impedindo-a de entrar. — Sarah, por que você está me ignorando? — Ele perguntou, um pouco nervoso. Ela o encarou com uma expressão séria. Afinal, que direito ele tinha de segurá-la? Mas agora sabia que não tinha como fugir daquela conversa. Antony continuou: — Acho que precisamos conversar. Sarah bufou, depois abaixou a cabeça, recusando-se a encará-lo, o que o deixou ainda mais irritado. — Será que você pode, pelo menos
Quando Sarah chegou em casa, lembrou-se de que era o aniversário de casamento de seus pais. Eles estavam em um almoço romântico, seu pai havia cozinhado, Tonny era um homem romântico e várias vezes Sarah desejou encontrar alguém que lhe tratasse com tanto amor, como ele tratava sua mãe. — Oi, minha filha! — Sua mãe lhe saudou com um lindo sorriso. Ela se aproximou e beijou seus pais. — Sente-se, Sarinha, almoce com a gente, hoje é o nosso aniversário — Tonny disse, lhe mostrando a cadeira vazia, esbanjando um sorriso de felicidade. Ela se lembrou de que desde manhã não tinha comido nada, mas também não existia apetite. Como se alimentaria enquanto o mundo estava caindo em sua cabeça? Precisava mesmo de um bom banho e descansar um pouco. Abraçou os pais, felicitando-os pelo dia tão especial. — Não estou com fome, papai — ela respondeu, tentando esconder ao máximo sua tristeza. Meire lhe encarou com uma expressão preocupada. — Minha filha, você está muito magra, parece que não te
Ver o pôr do sol sentada naquele barco sozinha parecia deprimente. Já fazia algum tempo que Sarah havia chegado. Sentou-se ali bem na proa à espera do tal técnico. Seus fones de ouvido tocavam alto o som de Life after you - Doughtry. Era impossível não refletir sobre toda burrada que havia feito, ter dispensado Antony daquela forma, por causa de seus medos idiotas, quando na verdade o amava de uma forma que chegava a sufocá-la. Além do mais, ele disse que não tinha lhe esquecido e era bem provável que estivesse ali por sua causa. "Life after you - Doughtry. I must've been high to say you and I. Weren't meant to be and just wasting my time. Oh, por que did I ever doubt you? (TRADUÇÃO) Eu deveria estar bêbado para dizer que você e eu não fomos feitos um para o outro, e só estou perdendo o meu tempo. Oh, por que eu duvidei de você?" Felizmente, a canção foi interrompida por uma ligação de Mary, ela queria saber sobre a conversa que Sarah teve com Antony. Ligação On — Eu não acr
Antony tinha seu retorno marcado logo pela manhã, ela o acompanhou até o aeroporto.Enquanto aguardavam o embarque, passaram em uma cafeteria. Decidiram não se apressar com o que seria no futuro ou sofrer com a distância que os separavam, mas iriam aproveitar cada segundo sempre que estivessem juntos, mas ainda não tinham uma data para se verem novamente.Bem ali, na cafeteria, havia uma jovem que atendia as mesas e olhava para Antony o tempo todo. Sarah logo desconfiou que se tratasse de algum tipo de fã, até aí tudo bem, sabia que precisaria se acostumar, pois para Antony aquilo era normal. Mas os olhos da jovem tinham algo diferente, não se tratava apenas de uma admiração de fã. Era uma moça, cerca de vinte anos, tinha pele clara e cabelos ruivos presos de forma impecável em um rabo, seus olhos verdes pareciam queimar cada vez que se virava para Antony. Após cochichar com outra jovem de pele negra e cabelos encaracolados que também estava uniformizada igualmente, ela se aproximou c
Naquela semana, Sarah assistiu com seu pai um jogo de futebol em que Antony estava jogando. Foi uma experiência nova, vê-lo ali em campo mostrando o seu talento era algo maravilhoso, afinal agora ele se tratava do seu namorado. Depois do jogo, passaram muito tempo conversando por vídeo chamada, Sarah havia percebido que ele deixou sua barba crescer um pouco, o que lhe deixava mais lindo do que nunca. Mas aquela ligação não era o suficiente, sentiam falta do contato físico, afinal já tinha se passado duas semanas e a agenda de Antony era complicada, até então, ele não havia conseguido uma folga para se verem e isto era uma agonia sem fim para ambos.Após se despedirem naquele dia não se falaram mais. Ela trabalhou no bufê até altas horas da madrugada e por isso dormia naquele momento em um sono profundo. Quando abriu os olhos, Sarah não acreditou na imagem que viu bem à sua frente. Ele estava sentado em uma poltrona completamente à vontade, em seu quarto. Havia se barbeado, e usava um