Quando chegou até o seu carro, Sarah se recusou a olhar para trás. Sabia que ele estava lhe seguindo, mas não fazia ideia do que ele queria. Amaldiçoou mil vezes por nunca colocar suas chaves de forma acessível, sempre as jogava de qualquer maneira dentro da bolsa. Agora precisava vasculhar cada bolso, e estava muito aflita, pois sabia que ele estava se aproximando. — Droga... Droga, onde coloquei estas chaves? — sussurrou para si mesma. — Sarah! Ela o ignorou mais uma vez. Conseguiu encontrar as chaves e abriu o carro, mas sentiu a mão dele tocar seu braço, impedindo-a de entrar. — Sarah, por que você está me ignorando? — Ele perguntou, um pouco nervoso. Ela o encarou com uma expressão séria. Afinal, que direito ele tinha de segurá-la? Mas agora sabia que não tinha como fugir daquela conversa. Antony continuou: — Acho que precisamos conversar. Sarah bufou, depois abaixou a cabeça, recusando-se a encará-lo, o que o deixou ainda mais irritado. — Será que você pode, pelo menos
Quando Sarah chegou em casa, lembrou-se de que era o aniversário de casamento de seus pais. Eles estavam em um almoço romântico, seu pai havia cozinhado, Tonny era um homem romântico e várias vezes Sarah desejou encontrar alguém que lhe tratasse com tanto amor, como ele tratava sua mãe. — Oi, minha filha! — Sua mãe lhe saudou com um lindo sorriso. Ela se aproximou e beijou seus pais. — Sente-se, Sarinha, almoce com a gente, hoje é o nosso aniversário — Tonny disse, lhe mostrando a cadeira vazia, esbanjando um sorriso de felicidade. Ela se lembrou de que desde manhã não tinha comido nada, mas também não existia apetite. Como se alimentaria enquanto o mundo estava caindo em sua cabeça? Precisava mesmo de um bom banho e descansar um pouco. Abraçou os pais, felicitando-os pelo dia tão especial. — Não estou com fome, papai — ela respondeu, tentando esconder ao máximo sua tristeza. Meire lhe encarou com uma expressão preocupada. — Minha filha, você está muito magra, parece que não te
Ver o pôr do sol sentada naquele barco sozinha parecia deprimente. Já fazia algum tempo que Sarah havia chegado. Sentou-se ali bem na proa à espera do tal técnico. Seus fones de ouvido tocavam alto o som de Life after you - Doughtry. Era impossível não refletir sobre toda burrada que havia feito, ter dispensado Antony daquela forma, por causa de seus medos idiotas, quando na verdade o amava de uma forma que chegava a sufocá-la. Além do mais, ele disse que não tinha lhe esquecido e era bem provável que estivesse ali por sua causa. "Life after you - Doughtry. I must've been high to say you and I. Weren't meant to be and just wasting my time. Oh, por que did I ever doubt you? (TRADUÇÃO) Eu deveria estar bêbado para dizer que você e eu não fomos feitos um para o outro, e só estou perdendo o meu tempo. Oh, por que eu duvidei de você?" Felizmente, a canção foi interrompida por uma ligação de Mary, ela queria saber sobre a conversa que Sarah teve com Antony. Ligação On — Eu não acr
Antony tinha seu retorno marcado logo pela manhã, ela o acompanhou até o aeroporto.Enquanto aguardavam o embarque, passaram em uma cafeteria. Decidiram não se apressar com o que seria no futuro ou sofrer com a distância que os separavam, mas iriam aproveitar cada segundo sempre que estivessem juntos, mas ainda não tinham uma data para se verem novamente.Bem ali, na cafeteria, havia uma jovem que atendia as mesas e olhava para Antony o tempo todo. Sarah logo desconfiou que se tratasse de algum tipo de fã, até aí tudo bem, sabia que precisaria se acostumar, pois para Antony aquilo era normal. Mas os olhos da jovem tinham algo diferente, não se tratava apenas de uma admiração de fã. Era uma moça, cerca de vinte anos, tinha pele clara e cabelos ruivos presos de forma impecável em um rabo, seus olhos verdes pareciam queimar cada vez que se virava para Antony. Após cochichar com outra jovem de pele negra e cabelos encaracolados que também estava uniformizada igualmente, ela se aproximou c
Naquela semana, Sarah assistiu com seu pai um jogo de futebol em que Antony estava jogando. Foi uma experiência nova, vê-lo ali em campo mostrando o seu talento era algo maravilhoso, afinal agora ele se tratava do seu namorado. Depois do jogo, passaram muito tempo conversando por vídeo chamada, Sarah havia percebido que ele deixou sua barba crescer um pouco, o que lhe deixava mais lindo do que nunca. Mas aquela ligação não era o suficiente, sentiam falta do contato físico, afinal já tinha se passado duas semanas e a agenda de Antony era complicada, até então, ele não havia conseguido uma folga para se verem e isto era uma agonia sem fim para ambos.Após se despedirem naquele dia não se falaram mais. Ela trabalhou no bufê até altas horas da madrugada e por isso dormia naquele momento em um sono profundo. Quando abriu os olhos, Sarah não acreditou na imagem que viu bem à sua frente. Ele estava sentado em uma poltrona completamente à vontade, em seu quarto. Havia se barbeado, e usava um
O dia foi bastante agradável, Sarah e Antony foram ao cinema e assistiram a um filme que tinha acabado de estrear. Ela não conseguiu prestar muita atenção, pois naquele local escuro Antony não fez outra coisa que não fosse beijá-la. E claro, estava adorando. Mais tarde comeram uma pizza e depois seguiram para uma famosa loja de roupas de bebês, a fim de comprar o tal presente que ele tinha sugerido.Assim que entraram, Sarah percebeu que duas moças não tiravam os olhos de seu namorado cochichando o tempo todo uma com a outra. Já conhecia aquela cena.— Você é Antony Silve o jogador? — uma delas perguntou ao se aproximar.— Sou sim — ele respondeu gentilmente.Sarah contou… Um …Dois… Três…Começam os ataques de gritinhos.— Posso tirar uma selfie ?— uma dela pediu já retirando seu aparelho do bolso.— Eu quero um autógrafo também — uma outra jovem que estava no balcão disse se aproximando.Antony ficou preocupado, certamente havia se lembrado do episódio no aeroporto. — Se isso a inco
Quando chegaram à casa de Mary já estava na hora do almoço. Breno preparou um churrasco no espaço gourmet da casa enquanto ela lavava os legumes para salada juntamente com Beth, a senhora que trabalhava em sua casa.Mary recebeu seus amigos radiante de alegria com a visita, desejava tanto vê-los juntos e enfim havia conseguido. Abandonou a cozinha para ir ao seu encontro, enquanto Beth assumiu seu trabalho com a salada completamente sorridente. Mary abraçou sua amiga e cumprimentou Antony com um beijo no rosto, eles lhe entregam o maravilhoso embrulho, uma caixa branca com fitas prateadas deixando ela extasiada.— Um presente !— ela disse suspirando.— Pode tirar esse sorrisinho do rosto, o presente não é para você! — Sarah disse em tom de brincadeira.Mary fez um beicinho fingindo estar decepcionada, mas logo ela estava aos gritos chamando seu marido para compartilharem aquele momento.Em poucos instantes Breno surgiu ainda com seu avental de churrasqueiro enrolado na cintura. Ouviu
Sarah nunca imaginou que algum dia teria um relacionamento a distância. Mas não poderia negar que estava feliz, apesar da falta que tinha de Antony. Ele era um homem maravilhoso, sempre conversavam sobre vários assuntos e às vezes sentiam como se estivessem realmente ao lado um do outro. Conversar por meio de vídeo era bom, mas não estava sendo o suficiente. Queriam se tocar, sentir o calor dos beijos um do outro. Afinal, já haviam se passado um mês desde a última vinda de Antony. Seus treinos estavam puxados e ele lutava para conseguir uma vaga no Nacional. Enquanto não conseguiam se encontrar, continuavam a trocar mensagens na tentativa de diminuir a distância que os separava:Mensagem ON20 de Outubro - 02h:45min"Você sabia que 29 dias é tempo o suficiente para plantar uma Rosa do deserto? Eu conseguiria colhêr uma para você".Sarah tentou entender que papo era aquele de flores. Mas tinha certeza de que era apenas um assunto para não encerrar a conversa. Aquelas mensagens de algu