Sarah sempre ajudava Mary com os preparativos do casamento depois dos ensaios. Enquanto terminavam de escolher os arranjos de mesa, a amiga percebeu que Sarah não estava nada bem. Ela parecia triste e distante. Mary sabia que ela passava por uma crise financeira e possuía dívidas com a faculdade de fisioterapia a qual era sua paixão e faltava pouco para se formar. Sarah sempre foi uma mulher independente, morava sozinha, pagava a própria faculdade, trabalhava em uma famosa clínica da cidade como estagiária. Mas todos sabiam que estavam demitindo vários funcionários por causa do momento econômico que o país estava enfrentando. Ela ouvia rumores de que seu nome estava na lista dos próximos a serem dispensados.
— O que está acontecendo? Você parece muito preocupada — Mary perguntou enquanto organizavam algumas flores. Sarah ainda demorou um instante para responder: — Acho que vou precisar voltar a morar com meus pais — respondeu com voz de choro. — As coisas não vão nada bem? Mary deu um passo, abraçando sua amiga. Se tinha algo de que Sarah se orgulhava, era de sua independência. Voltar para a casa de sua família significava, para ela, o fracasso total de sua vida. — O senhor Cláudio me avisou ontem que o meu aluguel vai aumentar. — Ah, pense positivo: pelo menos você tem para onde ir. Sarah, seus pais sonham com isso, que você volte a morar com eles. — Eu sei, mas eles também estão muito apertados, meu pai acabou de negociar um barco. Eles pretendem fazer uma viagem para comemorar as bodas de prata. Como Mary se tratava de uma romântica incurável, ela suspirou, admirada com os planos dos pais de Sarah. — Que gracinha... Isso é tão romântico! — Pois é. Não é justo que eu atrapalhe os planos deles com minhas despesas. Você sabe como estão preocupados comigo, já até pensaram em vender o barco para me ajudar. Mary, eu não quero isso! — A voz de Sarah saiu em um tom de desespero. — Mas vai dar tudo certo, amiga. Você irá se formar logo e vai ser contratada pela melhor clínica do país. Em um desses coquetéis chiques dos quais os médicos participam, você irá conhecer um médico lindo e rico. Vai se casar com ele, nós vamos viajar pelo mundo inteiro. Você, seu marido rico, eu, Breno e a Sofia, é claro. Sarah franziu a testa. — Sofia? — perguntou desconfiada. Mary sorriu. — Sim, minha filha — deu uma pausa de propósito, queria assustar sua amiga. — Quando tivermos uma, é claro. Sarah caiu na gargalhada, nitidamente aliviada. Mary sempre sabia uma forma de fazê-la se sentir melhor. Aquelas ideias eram engraçadas e faziam tudo parecer tão fácil. — Ah, é... E se for um menino? — Provocou. Mary respondeu rapidamente, como se já estivesse na ponta de sua língua. — Breno Júnior! As duas fizeram careta e começaram a rir juntas. Concordavam que Breno Junior não era uma boa escolha. — Esta foi péssima. — Verdade, amiga, é horrível. Mas o que importa é que você será a madrinha de todos os meus filhos. Sarah ficou preocupada. — Todos, quantos filhos vocês pretendem ter? — Breno quer pelo menos um time de futebol! Mary era divertida, estava nítido seu esforço para tentar fazer a amiga se sentir melhor. A vida de Mary era estável. Seus pais eram empresários e donos da maior rede de enlatados do país. Ela se formou em administração e estava atuando na empresa dos seus pais. As duas se conheciam desde a infância, haviam estudado juntas até concluírem o ensino médio. Breno surgiu, interrompendo o momento. Sarah sentiu alívio, não queria mais falar sobre aquele assunto. — Antony acabou de mandar um print da confirmação do voo dele — falou, mostrando a tela de seu celular. Sarah ficou nitidamente inquieta, no fundo tinha esperanças de que ele não aparecesse, afinal, em todos os ensaios ele teve imprevistos. — Bem que ele podia trazer a tal Lara como acompanhante, facilitaria as coisas para mim — resmungou de forma antipática, se virando de costas. Mary a olhou imediatamente. — Ah, Sarah, não vai começar com sua implicância, já falei mil vezes que Antony e Lara não têm nada juntos, ele mesmo desmentiu essa fofoca. Breno também não se conteve: — Eu tenho certeza de uma coisa, quando Antony estiver aqui, você vai conhecê-lo melhor. E garanto que vai mudar sua opinião. Sarah segurou um botão de rosa e levou até o nariz apenas para disfarçar o quanto discordava de seu amigo. — Eu já o conheço, Antony não passa de mais um desses jogadores em busca de fama, status e dinheiro. E, a propósito, seu ego continua tão grande quanto na época da escola. Ao terminar, ela jogou a rosa sobre a mesa, se sentindo triunfante. Mary esbravejou com sua amiga: — Não seja injusta, Sarah. Breno também insistiu: — O Antony daquela época não tem nada a ver com o homem que meu primo se tornou… — Não é o que eu vejo nas redes sociais. Mas enfim, logo a cerimônia do casamento de vocês terá um fim, e isso tudo irá passar. O Antony de vocês "Senhor perfeitinho"— ela fez um beiço enorme ao dizer isso — irá retornar de onde veio e sumir de vez tão rápido que nem vou notar. — Eu não compreendo o porquê de tanto ressentimento com meu primo, Sarah. Ela olhou para o lustre, tentando desviar o olhar. — Não há nenhum ressentimento, só não gosto de pessoas como ele. E como se aquela frase tivesse sido ensaiada, Mary e Breno disseram ao mesmo tempo: — E como ele é afinal? Então, o casal se entreolhou, achando engraçado o fato de terem dito aquilo juntos. E Sarah se sentiu pressionada, a ponto de não saber o que dizer. Apenas ficou mais uma vez irritada por seus amigos ficarem ao lado de Antony. Então, foi até a mesa onde estavam suas coisas e pegou sua mochila. Quando voltou aos seus amigos, indagou: — Querem saber se uma coisa? Preciso ir para casa, tomar um bom banho e descansar… tchau… Falou, abrindo a porta e saindo. Nem ela mesma entendia o motivo de qualquer assunto relacionado a Antony lhe deixar contrariada. Sabia que não se tratava de ciúmes, como Mary já havia dito. Mas não podia negar que talvez algumas questões pessoais do passado fossem as principais responsáveis por tanto ranço. Após a saída de Sarah, Breno e Mary continuaram se entreolhando e, após um tempo, caíram na risada. Mary foi a primeira a falar: — Isso ainda não terá fim. Breno completou, convicto: — Talvez seja uma mistura de amor e ódio. * Sarah voltou para seu apartamento ainda irritada. Maryene sabia muito bem que ela nutria profunda antipatia por Antony e ainda insistia naqueles comentários. Ela jogou a mochila no sofá, bufando, e foi até a cozinha, colocou água para ferver, sabia que um bom chá cairia bem para relaxar. A fim de se esquecer daquela última conversa com seus amigos, recolheu as correspondências debaixo da porta. Seu semblante não foi dos melhores quando abriu cada uma. O preço das contas de água, luz e gás estava muito alto. Então, se jogou no sofá, completamente aflita e preocupada. Não sabia o que faria da sua vida. Sempre foi independente e dona de si mesma. Há exatamente quatro anos, havia saído da casa de seus pais em meio aos prantos de sua mãe. Eles nunca se conformaram com sua saída, na verdade, não precisava mesmo ter ido embora, sempre se relacionou bem com eles. Seus pais tinham boas condições de ajudá-la, apenas não poderiam lhe dar muitos luxos, mas com certeza não lhe faltaria nada. Porém, Sarah queria mais. Sentia uma necessidade de criar asas, ser livre e dona de sua própria vida. Lembrou que no último sábado seus pais a visitaram em seu apartamento. Depois de uma minuciosa inspeção de Meire sob o olhar de repreensão de Tonny, seu pai. Meire exigiu que Sarah voltasse para casa, pois, segundo ela, aquele apartamento era pequeno demais e nada aconchegante. Também reclamou da localidade, somente porque havia passado na TV uma notícia sobre um arrombamento a um apartamento próximo dali. Essa preocupação toda era coisa de mãe. Então, apenas ignorou. Mas agora precisava decidir se continuaria com o aperto financeiro ou engolia seu orgulho e voltava para casa de seus pais. Sabia que lá seria sempre bem recebida e eles ficariam muito contentes. Após respirar fundo, decidiu deixar a nostalgia de lado. Precisava de um bom banho, descansaria um pouco e, mais tarde, daria continuidade a seu trabalho de pesquisa da faculdade. Estava empenhada naquilo há meses, era o que amava fazer, se enfiar nos livros e estudar. Se dedicava ao máximo, desejava. Se formar e atuar neste campo de pesquisas. Sabia que era boa nisso, só precisava de uma oportunidade. * Faltavam poucas horas para o início da cerimônia. Sarah acabava de chegar do salão de beleza. Estava furiosa, pois havia marcado horário, mas o responsável pelo estabelecimento havia passado outra cliente em sua frente, uma mais frequentadora do ambiente que ela. Não pôde fazer nada, caso ela não esperasse, não conseguiria dar um jeito em seu cabelo sozinha. No entanto, toda a espera havia valido a pena, afinal, seu cabelo havia ficado maravilhoso. Fizeram um penteado moderno, jogando seus longos cabelos para o lado em uma cascata de cachos. Sua maquiagem era marcante, definindo bem seus grandes olhos verdes. Não gostava muito de se maquiar, raramente passava um rímel ou um brilho labial. Mary sempre insistia para experimentar seus cosméticos e maquiagens, mas ela nunca se interessou. Porém, havia decidido que no dia do casamento de sua amiga estaria impecável, por isso escolheu cada detalhe. Já que precisaria estar diante de Antony e da mídia local, não iria se sentir inferior. Ele certamente seria o assunto da cidade e corria risco de sair em algum noticiário, então nada poderia dar errado. O seu vestido estava em cima do sofá. Enfim, ela respirou fundo. Seus nervos estavam à flor da pele. Antes de ir para o quarto, ela se distraiu em frente a uma fotografia na estante. Trata-se de uma imagem sua de quando ainda usava aqueles aparelhos horríveis. Sarah se aproximou, pegou o porta retrato e se recordou de uma cena da sua adolescência . Aos 16 anos… "Sarah observava os rapazes na quadra da escola que estavam treinando para um campeonato importante. Entre eles estava Antony, com seus cabelos escuros encharcados de suor. Ele fazia altos dribles, deixando todos vidrados com seu talento. Algumas garotas estavam na arquibancada, torcendo e se oferecendo com todo o seu líbido adolescente. Os garotos estavam tão empolgados com as belas moças que não notaram a presença de Sarah. Mas talvez assim fosse melhor. Muitas das vezes ela queria mesmo era ser invisível, preferia continuar no anonimato. De repente, uma pancada forte lhe atingiu. Antony havia chutado a bola, lançando-a para fora, acertando-o em cheio. Sarah se desequilibrou e caiu no chão, seus óculos voaram para longe e ainda teve seu cotovelo arranhado, mas o leve ferimento não era tão doloroso quanto ver todos ao redor a observando e rindo daquela cena, havia se tornado o centro das atenções. Ainda no chão, suja e ferida, percebeu que era o próprio Antony quem corria em sua direção. A cena pareceu acontecer em câmera lenta. Seus cabelos balançavam na medida em que ele corria, enquanto seus olhos verdes brilhavam como duas esmeraldas se destacando em contraste com o sol. Quando se aproximou, Antony a ignorou por completo, parecia simplesmente não enxergá-la. Ele recolheu a bola e voltou ao campo rapidamente. Um semblante de decepção se formou no rosto da jovem de cabelos cacheados e um par de olhos também verdes. Sarah limpou sua roupa dando tapinhas a fim de expulsar a poeira enquanto procurava por seus óculos, então o colocou de volta no rosto, sentindo um leve ardor no cotovelo direito. — Babaca! Podia pelo menos ter pedido desculpa!— exclamou, bufando." Por este motivo, ninguém lhe convenceria de que Antony Sillve não passava de um metido. Mas ela sabia muito bem que jamais a entenderiam, principalmente seus fãs como Mary, Breno e toda sua família. Até mesmo seus próprios pais o admiravam. No outro dia, Tonny, seu pai, estava assistindo a um comentário esportivo na TV, quando o jornalista criticou Antony. Seu pai logo reagiu e saiu em defesa do "Senhor Perfeitinho". Por isso, sabia que esta era uma batalha difícil de vencer. Ela respirou fundo e foi para seu quarto, se aprontar para não se atrasar ainda mais.As ruas ao redor da igreja matriz estavam cobertas de carros. Afinal, estava se casando a única filha de um dos maiores empresários da cidade. Sarah havia pedido um carro pelo aplicativo de celular. Quando o carro estacionou, ainda estava se sentindo insegura, talvez tivessem exagerado em sua maquiagem ou seu vestido fosse extremamente sensual. Escolheu um Fraga azul-turquesa longo que possuía um longo rachado até o joelho esquerdo que revelava suas sandálias de saltos exageradamente altos que haviam sido escolhas de Mary. Antes de descer do veículo, percebeu que o motorista lhe observava com um sorriso admirador no rosto. Tinha notado que, ao longo da viagem, ele não parava de lhe olhar pelo retrovisor do meio do carro, e nem ao menos se esforçava para disfarçar. O que estava deixando bastante desconfortável, pois não estava acostumada com tal admiração masculina. Quando desceu do carro, não foi diferente, os olhos do motorista ainda estavam sobre ela, então respirou fundo, criando
As mãos dele ainda continuavam ali, tocando sua cintura e roçando levemente suas costas, e Sarah não conseguia entender como um toque tão simples era capaz de deixá-la tão atordoada. Que Antony era bonito, não podia negar, sempre foi. Mas naquele tempo da escola, ainda não tinha um corpo tão atlético cheio de músculos, também sabia que a voz dele não era tão grave e máscula como agora, talvez estivesse apenas impressionada. Então, respirou fundo e tentou sorrir quando o jornalista pediu mais uma fotografia. — Antony, você poderia se aproximar um pouco mais? Ambos se entreolharam, Antony parecia confortável com a situação, e também era nítido que percebeu o quanto ela estava tensa. Sarah acenou com um gesto de cabeça, não tinha como negar, seria muito indelicado, e já que haviam chegado até ali, precisava se esforçar, assim logo tudo acabaria. Então ele a puxou de leve, seus corpos se uniram, ela pode sentir o cheiro que ele exalava, era algo semelhante ao conforto do couro, amadeira
— Alguém precisando de uma carona?— Anthony falou sorrindo. Ela ficou mais irritada por ele ficar lindo sorrindo. No entanto, fingiu de desentendida. — Entre no carro, por favor — Antony pediu. E mesmo usando um tom de voz gentil desta vez, Sarah não estava disposta a entrar naquele carro de forma alguma. Então, simplesmente ignorou e deu alguns passos à frente, caminhando devagar, enquanto tornava a teclar no seu telefone. Precisava de um Uber. Notando que ela o ignorava, seguiu com o carro. — Prometi a Mary que a levaria. Sarah nem olhou para trás e disse: — Tudo bem se eu não for, afinal, você é ótimo com mentiras. Antony sabia que tinha vacilado contando aquela mentira, mas tinha um bom motivo e precisava dizer isso a ela. — Sarah! — chamou novamente.— Por favor— repetiu. Ela não se conteve, parou onde estava e riu ao se lembrar. — Então quer dizer que somos quase irmãos?— falou com tom de voz irônico. Ele também parou o carro bem ao seu lado. Antony olhou timidamen
A festa parecia bastante animada. Aquele era um espaço ao ar livre e rodeado de árvores. Logo na entrada tinha uma fonte de água com uma maravilhosa cascata. Trata-se de um ambiente semelhante aos belos jardins típicos dos castelos europeus. No centro do gramado, uma banda cantava ao vivo muitas músicas animadas e vários casais se esbaldaram na pista de dança, se divertindo. Os noivos faziam o cumprimento de mesa em mesa e estavam radiantes com a felicidade estampada em seus rostos. Mary caminhava segurando a barra do vestido longo por onde passava, sempre atenciosa com seus convidados. Antony conduziu Sarah de braços dados, acreditando ter finalmente conseguido uma trégua. Quando, na verdade, ela pensava em se livrar dele o mais breve possível, Ele a apresentou a todos os seus amigos e familiares. Caminharam até uma das mesas, onde os pais dos noivos estavam acomodados. Clara, a mãe de Mary, era uma mulher fina e elegante, sempre tratava Sarah como se fosse um membro da família. Re
A dança terminou e todos os convidados aplaudiram e assobiaram, empolgados com o belo espetáculo assistido. Naquele instante, a orquestra se despediu, afastando-se do palco sob os aplausos de todos, e uma enorme cortina de fumaça preencheu o ambiente. A voz de um dos mais famosos DJs da cidade invadiu o palco, levando os convidados ao delírio com seu som eletrônico dançante. Já era noite, e várias luzes coloridas enfeitavam a pista de dança quando todos começaram a pular, se divertindo com o show. Após dançarem algumas músicas, Sarah se sentiu exausta, havia ultrapassado toda a sua cota daquela noite, precisava se sentar, pois os seus pés estavam doendo. Gentilmente, se despediu, percebendo a decepção no semblante de Antony, que provavelmente não havia desistido de sua conquista. Mary abandonou o marido e acompanhou sua amiga. — Vou com você, Sarah. Acho que preciso de uma bebida. — Eu também estou com muita sede — disse, apoiando-se em seus ombros — Meus pés estão me matando. As
Quando finalmente Antony largou Sarah, ela precisou de alguns minutos para se recompor. Há muito tempo não era beijada assim, há muito tempo mesmo! Se recuperar estava sendo difícil, seu corpo simplesmente não lhe obedecia, sentia o sangue pulsar em cada parte de suas veias, era como se estivesse completamente embriagada, seu cérebro não associava nada naquele momento. Apenas conseguiu ficar sóbria quando ele a soltou lentamente. No entanto, ainda estavam próximos, as mãos dele permaneciam em sua cintura, segurando firme, e um belo par de olhos verdes lhe observavam de forma intensa, sem desviar o foco nem sequer por um instante. Quando Antony sorriu e revelou seus dentes perfeitos, ela pôde sentir um alívio por ele manifestar alguma reação que quebrasse aquele momento tenso que se instaurou. Só então perceberam que estavam sozinhos ali naquele momento. Seus amigos e a inconveniente Keytte haviam desaparecido. Por isso, Antony parecia tão satisfeito, enfim conseguiu se livrar daquela m
Antony estacionou bem próximo à praia do Aurora, que apesar de estar vazia naquela noite, se tratava de um dos mais belos pontos turísticos da cidade. Segurando sua mão, ele a conduziu até a areia enquanto carregava uma garrafa com uma das mãos e duas taças entre os dedos com a outra. O clima estava perfeito, ela sentia a brisa do mar brincar com seus cabelos. Seu penteado já havia se desprendido, mas também não se importava nem um pouco. A lua brilhava naquela imensidão negra do céu estrelado. Se livraram de seus calçados enquanto caminhavam, enfiando os pés na areia. Ele dobrou suas calças até os joelhos, também se livrou do terno, da gravata e agora usava apenas sua blusa de baixo que estava desabotoada, exibindo seu físico perfeito. Antony estava à vontade saltando as ondas que se quebravam na orla, ele sorria em completa alegria. — Isso é muito bom! — gritou em voz alta. Sarah, no entanto, permanecia tímida, mas estava satisfeita, apenas observando-o tão natural, demonstrand
Antony ficou confuso, não havia entendido o motivo de Sarah mudar tão repentinamente. Ambos estavam curtindo o momento, ela estava completamente rendida, eram adultos, desejavam um ao outro, mas de repente ela o rejeitou. Sarah se levantou bastante agitada, talvez envergonhada também, pois não conseguia encarar enquanto usava a desculpa de estar à procura de suas sandálias. O vento continuava balançando os seus cabelos, cobrindo o seu rosto e escondendo sua expressão. — Sarah, o que houve, eu fiz algo errado? — ele perguntou angustiado. Ela o ignorou, sentia muita vergonha, afinal não sabia o que lhe dizer. Antony não iria entender que transar com ele seria a experiência mais incrível de sua vida, porém a mais dolorosa, pois não se veriam mais. Ele se levantou e foi até ela. — Sarah, por favor me diga, o que aconteceu? A segurou delicadamente pelo antebraço. Ela parou naquele momento e respirou fundo. — Eu não estou pronta. Então, Antony também respirou fundo e soltou o ar. —