A vitória contra Dionísio foi como um sopro de vida para as pessoas da aldeia. As mulheres lobas que foram subjugadas, obrigadas a ficarem em forma animal pelas correntes de prata, estavam tão agradecidas pela ajuda de Cibele que se tornaram sua sombra.
As mulheres estavam a quase três anos, aprisionadas pela vontade de Dionísio. Segundo elas, o meu avô tinha sido morto pelo meu tio de forma traiçoeira. Não sentia pena pela morte do velho, só sentia não ter sido eu a matar o maldito e pelo tempo de terror que essas pessoas tiveram que passar com a liderança do novo alfa.
Segundo apuramos em reuniões com o povo, o velho apesar de ser um filho da puta assassino, ele seguia as leis que foram impostas por seus ancestrais. O que não aconteceu quando Dionísio assumiu o comando.
Ele criou um trono no grande salão e exigiu ser tratado como
Capa: Tinker arte designerEstá é uma obra completamente fictícia. Nomes, personagem, lugares e acontecimentos são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.Todos os direitos reservados.São proibidos o armazenamento ou a reprodução de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer meios–tangíveis ou intangíveis– sem o consentimento escrito da autora.A violação dos direitos autorais é crime estabelecido ne lei nº. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código penal.*******************************PrólogoHá milhares de anos quando as estrelas se alinharam pela primeira vez em um raro evento visto pelo homem. Um mago observava na porta da sua tenda, montada nas brumas da floresta. Em suas m&
Dias atuaisLavíniaEstava entediada, muito entediada.Quando decidi ficar em tempo integral na loja de cristais da vovó, nem me passou pela cabeça que permanecer o dia inteiro trabalhando no lugar que mais amava no mundo fosse me deixar profundamente aborrecida.Com o final no ano letivo, poderia ter ido para as montanhas com Jacob e alguns dos alunos da turma, fazendo trilhas e um monte de coisas legais para pessoas aventureiras; o que não era o meu caso.Seria como uma despedida, antes de cada um seguir seu caminho em faculdades diferentes. Por mais que diga a mim mesma que só não fui com eles por não ser “aventureira”, na verdade, não queria passar duas semanas, presa a algumas das pessoas que costumavam chamar minha vó de bruxa na escola. Tudo bem, que ela era peculiar, com sua loja de cristais e ervas, que segundo ela, eram milagrosas.Minha avó Clara n
NikólasNo instante em que abri a porta o cheiro me paralisou. Nada nunca foi tão atrativo antes. Podia sentir mesmo por cima de todo aquele aroma de incenso e velas aromáticas na loja. A fragrância forte e acentuada de gardênias, não tinha nada a ver com as ervas que tinha ali, emanava dela, da garota do outro lado da loja.Quando ela retirou a mecha dos cabelos do rosto e ergueu a cabeça até seus olhos negros quanto a noite mais escura focaram-se nos meus, pude sentir com tamanha intensidade o chamado. Tudo que já tinha ouvido falar, mas jamais imaginei sentir.Meus pés se moveram de forma automática até estar diante dela. Precisava ter certeza de que o que estava sentindo era mesmo real.Com as narinas dilatadas, segurei uma mecha dos cabelos castanhos e inalei o seu cheiro e nada no mundo pareceu tão certo.O lobo que habitava em meu interior, rosnou em a
LavíniaEstava terminando de fechar a loja de cristais quando ouvi o som inconfundível do velho Cadillac da vovó. Herança do vovô que ela amava como se fosse um filho.A nossa casa ficava na parte de cima da loja, precisando apenas contornar o prédio e subir pelas escadas.Esperei ela estacionar na vaga e descer do carro com a bolsa batendo em sua bunda, ao se inclinar e puxar duas sacolas de dentro do automóvel.Vovó podia ter setenta anos, mas ninguém podia dizer isso, ela tinha aparência de no máximo cinquenta e tão forte quanto um touro.Caminhei até e ela e peguei as sacolas de suas mãos.— Obrigada querida. Comprei alguns ingredientes para fazer almôndegas, deve estar faminta — ela disse, encaminhando-se para a parte de trás do prédio, a segui em silêncio e coloquei as sacolas sobre a mesa da cozinha.<
LavíniaNão fazia ideia do que tinha acabado de acontecer.Primeiro; foi o som que saiu da boca de Nikólas, que parecia mais um grunhido de um animal enfurecido.Segundo; foi a forma em que falou com o irmão. O que ele quis dizer com ela é minha? Vovó nos olhava intensamente, seu semblante mostrava que ela finalmente havia compreendido minha ânsia de acompanhá-la essa noite.— Isso explica muita coisa — disse com um suspiro. — O chamado — ela completou me deixando ainda mais confusa.— Podemos esquecer isso e voltar ao assunto que a trouxe aqui? — vociferou Nikólas com os dentes trincados.— Podemos, mas depois temos que conversar sobre isso, meu rapaz. — Seus olhos de águia fixos no homem que permaneceu inabalável pela forma que ela impunha naquele olhar que normalmente me fazia confessar todos os meus pecados, quand
NikólasA ameaça em sua voz me fez entrar em ação. Meus pés se moveram com graça felina, mas antes que conseguisse rasgar o pescoço da mulher, os vampiros se moveram com a mesma velocidade e colocaram-se em frente a ela.Com os sentidos aguçados, meus dedos se fecharam duramente ao redor da garganta de um deles, empurrando minha mão com as unhas em garras no peito do vampiro, sentindo o osso se romper conforme forcei dentro da caixa torácica arrancando o coração do maldito com um grunhido.Vampiros pareciam brotar de todos os lados. Pela visão periférica via meus irmãos lutado a árdua batalha.Grunhindo de raiva, golpeei com as pernas chutando um dos vampiros no estômago.— Nikólas! — O chamado de Hector me fez virar rapidamente e segurar a estaca de madeira afiada, que ele me lançará. Com os insti
LavíniaO doce perfume das madressilvas, misturado com o cheiro dos cravos que se estendiam pelo jardim florido, coberto pelas mais belas flores que já vi.Fechei os olhos e inspirei o ar absorvendo o suave aroma. Abri os braços e ergui a cabeça sentindo os raios do sol em minha pele. Não estava quente, estava perfeito.A brisa refrescante fazia as fragrâncias misturarem-se deixando um cheiro único no ar.Não sabia onde estava, mas não importava; tudo o que sentia era paz. Meu coração tão leve como plumas ao vento.— Venha cá querida! Ajude-me com essas rosas. — O som da voz de vovó me fez abrir os olhos. Ela estava ajoelhada em frente às rosas em um canto do jardim florido.Seus cabelos brancos estavam presos em um coque e sua mão esticada em minha direção com um sorriso. Foi quando me lembrei de que vi
NikólasNão sei por quanto tempo fiquei observando ela em minha cama. Não era momento para isso, mas cada parte do meu corpo ansiava por diminuir o pouco espaço que nos separava e deitar ao seu lado e envolvê-la em meus braços.O sentimento tão intenso, tão primitivo, que precisei me mover para o outro lado do quarto, o mais longe possível e, apertar as mãos em punho controlando o desejo insano de meu lobo de ignorar tudo e fazê-la minha.Alguns segundos depois, ela sentou abruptamente. Os olhos arregalados fixos em uma chave com uma corrente de prata em sua mão.— Não foi um sonho — murmurou para si mesma, antes de erguer a cabeça e saltar para fora da cama, quando me viu escorado na parede do outro lado do quarto.— Não vou machucá-la. — Ergui as mãos ao alto em rendição. Pelo menos, nã