Quando chegamos ao limiar da floresta, não havia nenhum sinal dos vampiros.
— E agora? Qual é plano? — perguntou Hector.
— Preciso encontrar Lavínia, sei que vai parecer loucura, mas o lobo sabe onde ela está, posso senti-lo gritando em minha mente. A marca não somente liga nossa morte, como também nossa vida. Quando estive na gruta com Lavínia, ela me disse que sou o lobo. Que somos a mesma pessoa e, que a chave para conseguir ter acesso às lembranças e memórias dele, eu precisava aceitar que somos o mesmo. Precisava abraçar o meu lado lupino, tenho que fazer isso agora e descobrir o que ele está tentando me dizer.
— Tem razão, isso é loucura. O lobo é uma parte de nós, mas não somos os mesmos. Ele é uma fera assassina e nós humanos — disse Adônis com uma carranca.
NikólasDe volta em meu corpo, me deparei com os olhos arregalados de meus irmãos, seus rostos pasmos de surpresa.— O que foi? — questionei, levantando-me.— Só por curiosidade, estava falando com Lavínia, na sua mente? — interrogou Eros.Pelas expressões em suas faces, não precisava perguntar se estava falando em voz alta.— Sim, ela está na floresta sombria, mas alguma coisa a chamou e me empurrou de sua mente — contei, coçando o queixo pensativo. Seja qual for a entidade que tinha surgido tão de repente, senti o que Lavínia estava sentindo e fui arrebatado pela sensação de paz que a percorreu e isso me tranquilizou.— Preciso ir salvá-la, o mago maldito dos infernos, irá sugar a sua essência em seu aniversário. Tenho até amanhã para encontrar a entrada da floresta e chega
Nikólas— Essa floresta não está parecendo muito assustadora — indagou Eros quando uma borboleta com asas coloridas pousou em seu ombro.O sol raiava sobre as nossas cabeças, as árvores com as folhas verdes balançavam com o vento, trazendo uma brisa refrescante. As flores tão belas se estendiam por todo o caminho, que resplandeciam com a luminosidade dos raios do sol.Realmente, não parecia em nada com o que imaginava. Peguei o mapa em um dos diários no ancestral de Lavínia, descrevendo com precisão de detalhes o local onde estava a sua entrada coberta pelas raízes das árvores secas, indicando o caminho até a tumba de Archon.— Não se engane pelas aparências, mantenham os olhos abertos e atentos a qualquer sinal de perigo — orientei, enquanto percorremos a trilha nos embrenhando no coração da floresta.
LavíniaMeu coração bateu descontrolado em meu peito, quando Magnus entrou no círculo e empurrou um cálice dourado em minha direção.— Beba — ele ordenou. Engoli em seco e segurei o cálice com as mãos trêmulas.— O que é isso? — questionei com desconfiança.— Beba-o agora! — demandou novamente. Com uma força sobre-humana controlei o ímpeto de jogar o líquido em seu rosto.Não queria beber aquele negócio, apesar de minha barriga roncar audivelmente com o cheiro delicioso de morangos misturados com algum aroma levemente adocicado. Desde o líquido contendo a magia da cura, nem mesmo um copo de água me foi oferecido.Apesar de cada osso do meu corpo me mandar não tomar, acabei seguindo o fluxo até o momento certo de agir e sorvi um pequeno gole.
NikólasVoltei a forma humana e a segurei em meus braços. A mutação de lobo para humano aconteceu de forma tão simples e natural, com apenas o meu desejo de segurá-la contra o meu corpo e ampará-la. Somos o mesmo ser, ela disse e estava certa.Lavínia ergueu a mão com dificuldade e acalentou meu rosto, sua face transfigurada pela dor. Segurei com a minha e beijei sua palma. Sentindo a pulsação diminuir o seu ritmo a cada segundo.— Sinto muito, não sabia que o líquido do cálice era o sangue dele, se soubesse nunca teria bebido — ela murmurou com a voz tão baixa que precisei me curvar para ouvi-la. — O que irá acontecer com você? — ela questionou, apesar da dor, vi a preocupação em seu rosto. Infelizmente não sabia como aliviar o seu tormento. Isso nunca tinha acontecido antes, não que eu tives
NikólasA viagem até a grande Ilha onde meus ancestrais fundaram a aldeia para os homens e mulheres da minha raça. Foi feita em um silêncio carregado. Nos rostos dos meus irmãos, transmitia a mesma sede de vingança que queimava em meu interior. A presença de Lavínia ao meu lado era um sopro refrescante para o tormento de minha alma, conforme o barco se aproximava da costa.Assim que aportamos no porto, fomos recebidos pelos muros enormes que foram erguidos por toda a extensão para proteger o povo de um ataque de vampiro.Eu sabia mais do que isso. Esse muro não era para proteger as pessoas que moravam ali, mas sim, para aprisioná-las dentro das paredes de pedra, impedindo-as de ver o mundo e ter a chance de encontrarem sua companheira, mantendo-as assim prisioneiras do meu avô.Segundo meu pai, a lei do alfa era uma ordem indiscutível, seguido por geraç&otild
LavíniaTentar segurar Nikólas era um caso perdido e ele saltou sobre o tio, mas sua passagem é bloqueada por um dos homens que nos guiaram até ali. A fúria de Nikólas é tão intensa que senti vibrar dentro de mim através da ligação que nos unia.Logo o salão se tornou um misto de socos e grunhidos animalescos. Quando mais guardas cruzaram as portas, os irmãos se embrenharam em uma luta de vida ou morte. Me movi em direção a briga pronta para ajudá-los.— Já chega! — bramou Cibele, sua voz ecoando pelas paredes de pedra. Tão poderosa que fiquei paralisada no lugar, seu comando bloqueando meus movimentos, assim como dos homens que cessaram a luta imediatamente.Os olhos de Dionísio se arregalaram em choque e surpresa.— Isso é impossível.Cibele deslizou pelo chão com a gr
NikólasA vitória contra Dionísio foi como um sopro de vida para as pessoas da aldeia. As mulheres lobas que foram subjugadas, obrigadas a ficarem em forma animal pelas correntes de prata, estavam tão agradecidas pela ajuda de Cibele que se tornaram sua sombra.As mulheres estavam a quase três anos, aprisionadas pela vontade de Dionísio. Segundo elas, o meu avô tinha sido morto pelo meu tio de forma traiçoeira. Não sentia pena pela morte do velho, só sentia não ter sido eu a matar o maldito e pelo tempo de terror que essas pessoas tiveram que passar com a liderança do novo alfa.Segundo apuramos em reuniões com o povo, o velho apesar de ser um filho da puta assassino, ele seguia as leis que foram impostas por seus ancestrais. O que não aconteceu quando Dionísio assumiu o comando.Ele criou um trono no grande salão e exigiu ser tratado como
Capa: Tinker arte designerEstá é uma obra completamente fictícia. Nomes, personagem, lugares e acontecimentos são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.Todos os direitos reservados.São proibidos o armazenamento ou a reprodução de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer meios–tangíveis ou intangíveis– sem o consentimento escrito da autora.A violação dos direitos autorais é crime estabelecido ne lei nº. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código penal.*******************************PrólogoHá milhares de anos quando as estrelas se alinharam pela primeira vez em um raro evento visto pelo homem. Um mago observava na porta da sua tenda, montada nas brumas da floresta. Em suas m&