O doce perfume das madressilvas, misturado com o cheiro dos cravos que se estendiam pelo jardim florido, coberto pelas mais belas flores que já vi.
Fechei os olhos e inspirei o ar absorvendo o suave aroma. Abri os braços e ergui a cabeça sentindo os raios do sol em minha pele. Não estava quente, estava perfeito.
A brisa refrescante fazia as fragrâncias misturarem-se deixando um cheiro único no ar.
Não sabia onde estava, mas não importava; tudo o que sentia era paz. Meu coração tão leve como plumas ao vento.
— Venha cá querida! Ajude-me com essas rosas. — O som da voz de vovó me fez abrir os olhos. Ela estava ajoelhada em frente às rosas em um canto do jardim florido.
Seus cabelos brancos estavam presos em um coque e sua mão esticada em minha direção com um sorriso. Foi quando me lembrei de que vi
NikólasNão sei por quanto tempo fiquei observando ela em minha cama. Não era momento para isso, mas cada parte do meu corpo ansiava por diminuir o pouco espaço que nos separava e deitar ao seu lado e envolvê-la em meus braços.O sentimento tão intenso, tão primitivo, que precisei me mover para o outro lado do quarto, o mais longe possível e, apertar as mãos em punho controlando o desejo insano de meu lobo de ignorar tudo e fazê-la minha.Alguns segundos depois, ela sentou abruptamente. Os olhos arregalados fixos em uma chave com uma corrente de prata em sua mão.— Não foi um sonho — murmurou para si mesma, antes de erguer a cabeça e saltar para fora da cama, quando me viu escorado na parede do outro lado do quarto.— Não vou machucá-la. — Ergui as mãos ao alto em rendição. Pelo menos, nã
NikólasDeveria deixá-la seguir seu caminho, ela estará mais segura, ela é forte e sabe se cuidar. Fiquei debatendo comigo mesmo enquanto via seu carro desaparecer na estrada.— Foda-se. — praguejei baixinho e peguei as chaves da moto.Ela disse que iria descobrir a verdade, não sei o que ela quis dizer, mas não importa, já tinha decidido. Lavínia não ia ficar sozinha, nem que ficasse escondido observando nas sombras até conseguir matar a maldita bruxa que sumiu magicamente no meio da batalha; cadela medrosa.A segui a uma distância segura e fiquei como disse; observando nas sombras quando ela contornou a loja de cristais em direção a parte detrás ao deduzi ser a entrada para o apartamento no andar de cima.“Ela precisa de você” — murmurou Cibele em minha mente, me fazendo rugir.“É sério?
NikólasPermaneci ao seu lado por um longo tempo enquanto ela lia o que estava escrito no caderno. Se eu fosse intrometido como Cibele, estaria espiando as páginas, para saber o que estava escrito ali. Lavínia estava tão concentrada na leitura, que nem percebeu quando levantei e entrei na casa.Procurei nos armários até encontrar o que procurava. Depois preparei um sanduíche, não sabia do que ela gostava, mas suspeitava que estivesse com fome e mesmo que não, ela precisava se alimentar.Servi um copo de leite e levei junto em uma bandeja que encontrei para a sacada.Ela havia colocado o pé embaixo do corpo, mudando de posição, mas seus olhos permaneciam colados nas páginas amarelas. Não queria interromper, mas o lado protetor estava ativado e o lobo estava inquieto. O macho alfa precisava assegurar que ela estivesse confortável.— Prepar
NikólasOs lábios que ela me ofereceu sedutoramente; tomei com os meus de forma exigente. Lavínia correspondeu com a mesma urgência, sua língua habilidosamente dançando com a minha, fazendo-me grunhir e a fera ronronar em completo abandono, com o gosto inebriante e o cheiro intoxicante provocado pela sua excitação.Meu sangue imediatamente começou a ferver. Deslizei a mão até tocar o broto do seu mamilo, tão suave quanto pêssego. Senti a boca salivar na ânsia de provar da fruta mais suculenta.Ela inclinou o quadril e arqueou o pescoço quando meus dentes rasparam na pele sensível. De alguma forma, apesar da banheira pequena, consegui me mover até suas pernas torneadas envolver ao redor da minha cintura, me colocando entre elas. Suas mãos deslizaram por baixo de minha camisa, o toque de seus dedos em minha pele acendeu ainda mais a chama ar
NikólasSeus cabelos como chocolate esparramado sobre o travesseiro, sua perna dobrada com o lençol cobrindo parcialmente sua nudez.Só de observá-la me sinto quente de novo, o calor se espalhando e se alojando em meu membro que volta a ficar rijo na ânsia de tomá-la novamente.Controlar os desejos escuros do lobo foi uma tarefa árdua. Tudo o que ele mais queria era marcá-la, mas o lado humano se sobressaiu à fera e consegui conter o chamado da besta.Ela ainda tem chance, ainda poderá seguir uma vida “normal”. Se tivesse seguido meus instintos e mordido seu lindo pescoço lânguido, nunca poderia ir embora e ela viveria em constante perigo ao lado do lobo.Vesti as calças molhadas com dificuldade. Tudo o que queria era voltar para cama e me deleitar em seus braços, mas depois de senti-la por completo, não sei por quanto tempo mais pos
LavíniaDespertei quando os raios de sol tocaram meu rosto, entrando pela cortina aberta do meu quarto. Peguei o travesseiro e cobri os meus olhos da claridade.Queria ficar na cama para sempre, fingir que vovó estava na loja de cristais e que tudo estava bem. Soltando um suspiro joguei o travesseiro longe.Prometi a ela que ia ser forte. Sei que ela está em um lugar bonito e que está feliz. Pensar nisso torna a dor em meu peito quase suportável. Sento-me na cama sentindo os músculos protestarem com o movimento, a lembrança da noite anterior inundando minha mente.Jesus! Não acredito que o seduzi tão descaradamente. Entreguei-me sem nenhum pudor. Nossos corpos entrelaçados na cama, emaranhado nos lençóis, em uma dança lenta e erótica que me fez esquecer tudo, inclusive o meu nome.Balançando a cabeça, enrolei-me no lençol e fui a
Três anos depoisNikólasOs sons da noite se misturavam na floresta escura, o cheiro dos vampiros invadiram minhas narinas me fazendo rugir e correr em direção ao odor fétido.Não era o homem. Era o lobo, a fera assassina, pronta para estraçalhar os malditos sanguessugas.Parei no meio da clareira farejando o ar, eles estavam por toda a parte.Em poucos segundos estava cercado. A adrenalina correu em minhas veias, o desejo de sangue queimando com ácido dentro de mim. Estava pronto, preparado, quando o primeiro atacou. Meus dentes cravaram em sua pele ao lado esquerdo de seu dorso arrancando um punhado de carne.Os outros trocaram um breve olhar entre si, enquanto mostrava os dentes com um rugido que mais parecia uma risada amarga.Eles atacaram simultaneamente, caindo sobre meu corpo lupino como um bando de abutres.A luta se tornou sangrenta devido às suas mordida
NikólasMeus olhos se abriram subitamente olhando com curiosidade ao redor. Sentei na cama de madeira rústica e senti os músculos doloridos, fazendo-me trincar os dentes. Parecia que tinha entrado em uma máquina do tempo. O fogão de barro, assim como a mesa contendo uma jarra do mesmo material. Sobre o fogo descansava uma panela com um cheiro fabuloso. Só não tanto quanto o cheiro de gardênias que inundavam o pequeno ambiente.As lembranças eram desconexas e não tinha certeza do que era real ou não.Meu coração bateu rápido em meu peito que temi que fosse saltar pela boca quando ela entrou na gruta. Seus olhos negros se fixaram em meu rosto e seus lábios se curvaram em um pequeno sorriso.— Bom dia dorminhoco — cumprimentou, me deixando completamente mudo. Seus cabelos estavam mais curtos, na altura dos ombros, seu corpo ganhou ainda mais