Seus cabelos como chocolate esparramado sobre o travesseiro, sua perna dobrada com o lençol cobrindo parcialmente sua nudez.
Só de observá-la me sinto quente de novo, o calor se espalhando e se alojando em meu membro que volta a ficar rijo na ânsia de tomá-la novamente.
Controlar os desejos escuros do lobo foi uma tarefa árdua. Tudo o que ele mais queria era marcá-la, mas o lado humano se sobressaiu à fera e consegui conter o chamado da besta.
Ela ainda tem chance, ainda poderá seguir uma vida “normal”. Se tivesse seguido meus instintos e mordido seu lindo pescoço lânguido, nunca poderia ir embora e ela viveria em constante perigo ao lado do lobo.
Vesti as calças molhadas com dificuldade. Tudo o que queria era voltar para cama e me deleitar em seus braços, mas depois de senti-la por completo, não sei por quanto tempo mais pos
LavíniaDespertei quando os raios de sol tocaram meu rosto, entrando pela cortina aberta do meu quarto. Peguei o travesseiro e cobri os meus olhos da claridade.Queria ficar na cama para sempre, fingir que vovó estava na loja de cristais e que tudo estava bem. Soltando um suspiro joguei o travesseiro longe.Prometi a ela que ia ser forte. Sei que ela está em um lugar bonito e que está feliz. Pensar nisso torna a dor em meu peito quase suportável. Sento-me na cama sentindo os músculos protestarem com o movimento, a lembrança da noite anterior inundando minha mente.Jesus! Não acredito que o seduzi tão descaradamente. Entreguei-me sem nenhum pudor. Nossos corpos entrelaçados na cama, emaranhado nos lençóis, em uma dança lenta e erótica que me fez esquecer tudo, inclusive o meu nome.Balançando a cabeça, enrolei-me no lençol e fui a
Três anos depoisNikólasOs sons da noite se misturavam na floresta escura, o cheiro dos vampiros invadiram minhas narinas me fazendo rugir e correr em direção ao odor fétido.Não era o homem. Era o lobo, a fera assassina, pronta para estraçalhar os malditos sanguessugas.Parei no meio da clareira farejando o ar, eles estavam por toda a parte.Em poucos segundos estava cercado. A adrenalina correu em minhas veias, o desejo de sangue queimando com ácido dentro de mim. Estava pronto, preparado, quando o primeiro atacou. Meus dentes cravaram em sua pele ao lado esquerdo de seu dorso arrancando um punhado de carne.Os outros trocaram um breve olhar entre si, enquanto mostrava os dentes com um rugido que mais parecia uma risada amarga.Eles atacaram simultaneamente, caindo sobre meu corpo lupino como um bando de abutres.A luta se tornou sangrenta devido às suas mordida
NikólasMeus olhos se abriram subitamente olhando com curiosidade ao redor. Sentei na cama de madeira rústica e senti os músculos doloridos, fazendo-me trincar os dentes. Parecia que tinha entrado em uma máquina do tempo. O fogão de barro, assim como a mesa contendo uma jarra do mesmo material. Sobre o fogo descansava uma panela com um cheiro fabuloso. Só não tanto quanto o cheiro de gardênias que inundavam o pequeno ambiente.As lembranças eram desconexas e não tinha certeza do que era real ou não.Meu coração bateu rápido em meu peito que temi que fosse saltar pela boca quando ela entrou na gruta. Seus olhos negros se fixaram em meu rosto e seus lábios se curvaram em um pequeno sorriso.— Bom dia dorminhoco — cumprimentou, me deixando completamente mudo. Seus cabelos estavam mais curtos, na altura dos ombros, seu corpo ganhou ainda mais
LavíniaLongo tempo depois, percebi que ele não iria voltar para a gruta e sai a sua procura.Ele estava sentado em uma pedra perto do rio, seus cabelos molhados assim como sua roupa. O que indicava que tentou fugir por ali, mas a barreira cercava todo o perímetro e devia estar se sentindo frustrado, além de molhado. Seus cabelos estavam mais longos e espessos do que antes, seu rosto marcado pela barba longa, como se não tivesse cortado por um longo tempo. Ainda assim, Nikólas era o homem mais lindo que já vi, talvez tenha a ver com o chamado, mas só de olhá-lo me roubava o fôlego.Caminhei vagarosamente e me sentei na pedra ao seu lado. Seu corpo endureceu e fechou as mãos em punho. Soltei um suspiro e olhei para o rio de águas cristalinas.— Quando vovó morreu, ela me deixou um baú cheio de diários e relíquias sagradas dos meus ancestra
LavíniaDespertei com um corpo pesado sobre o meu e uma mão quente ao redor do meu pescoço.— Se eu fosse lobo, você estaria morta! — Sou surpreendida, pelos olhos cinzentos de Nikólas fixos em meu rosto.—Bom, ainda bem que você não é. Apesar de o homem parecer mais assustador que o lobo — refutei, mantendo meus olhos nos seus.Nikólas deslizou os dedos pela minha clavícula, fazendo um arrepio percorrer minha pele.— Ainda precisa de um par de mãos extras? — questionou, deslizando a outra mão por minha coxa nua. Fazendo-me arregalar os olhos e engolir em seco.— Pensei que não lembrava quando estava na forma de lobo.— Eu disse, tenho apenas flashes e, confesso que tenho um bem interessante da noite de ontem. — Deslizou o o nariz pelo meu pescoço, antes de serpentear a língua p
LavíniaEntreguei os diários que falavam sobre a licantropia para Nikólas que foi absorvido pela leitura. Sabia como ele estava se sentindo, porque também fiquei assim, quando comecei a ler os diários de gerações a gerações; até chegar a minha mão. A última da minha linhagem; a última descendente de Archon.O deixei envolvido com a leitura e saí da gruta.A água do rio reluzia com os raios do sol e me senti tentada a mergulhar. Soltei o vestido no chão e entrei no rio, nadando ao redor, sentindo meu corpo relaxar. A temperatura da água estava tão maravilhosa que perdi a noção do tempo.Nadar me ajudava a pensar. Depois das últimas horas nos braços de Nikólas estava pensando em encontrar uma forma de ajudá-lo com o lobo. Enquanto mergulhava e nadava ao redor, tive uma ideia, não sab
LavíniaFiz um círculo espalhando velas ao redor. Nikólas afastou a mesa de barro e me surpreendi pela força do homem.O que eu poderia esperar, os lobos precisam ser fortes para lutar contra os vampiros. Ele a levou para o outro lado da gruta como se pesasse quase nada.Terminei de arrumar as velas e apontei para o centro do círculo.— Você confia em mim? — questionei me sentando com as pernas cruzadas embaixo do corpo, fora do círculo de velas.Ele arqueou a sobrancelha, mas se sentou no espaço indicado.— Considerando que você me sequestrou e me mantém cativo em uma barreira de proteção mágica. Acredito que deveria responder que não... — gracejou com um pequeno sorriso. — Mas confio em você.— Você parecia estar gostando de seu “cativeiro” agora a pouco, não o ouvi recl
NikólasO cheiro acre de sangue invadiu minhas narinas, minhas pálpebras se abriram e cambaleei confuso. Minha visão estava diferente, foi quando percebi que estava vendo através dos olhos do lobo, de dentro do meu eu, de sete anos.Sem nenhum controle, meu corpo lupino se moveu farejando o ar em direção ao cheiro. Sabia que precisava ver, mas ao mesmo tempo não queria. Porque sabia o que iria encontrar.Caminhei pelo corredor até o quarto de meus pais. Foi quando vi o lobo negro na cama, suas garras como navalhas afiadas pingavam sangue, antes de golpear novamente o pescoço de mamãe. O meu eu lupino rosnou e saltou sobre o lobo negro, mordendo sua pata esquerda. Ele (eu) não éramos fortes o bastante e com apenas um golpe o lobo negro me jogou longe.Levantei em minhas patas e o lobo cuspiu o pedaço de carne que arrancou do lobo negro que se moveu até parar