Fiz um círculo espalhando velas ao redor. Nikólas afastou a mesa de barro e me surpreendi pela força do homem.
O que eu poderia esperar, os lobos precisam ser fortes para lutar contra os vampiros. Ele a levou para o outro lado da gruta como se pesasse quase nada.
Terminei de arrumar as velas e apontei para o centro do círculo.
— Você confia em mim? — questionei me sentando com as pernas cruzadas embaixo do corpo, fora do círculo de velas.
Ele arqueou a sobrancelha, mas se sentou no espaço indicado.
— Considerando que você me sequestrou e me mantém cativo em uma barreira de proteção mágica. Acredito que deveria responder que não... — gracejou com um pequeno sorriso. — Mas confio em você.
— Você parecia estar gostando de seu “cativeiro” agora a pouco, não o ouvi recl
NikólasO cheiro acre de sangue invadiu minhas narinas, minhas pálpebras se abriram e cambaleei confuso. Minha visão estava diferente, foi quando percebi que estava vendo através dos olhos do lobo, de dentro do meu eu, de sete anos.Sem nenhum controle, meu corpo lupino se moveu farejando o ar em direção ao cheiro. Sabia que precisava ver, mas ao mesmo tempo não queria. Porque sabia o que iria encontrar.Caminhei pelo corredor até o quarto de meus pais. Foi quando vi o lobo negro na cama, suas garras como navalhas afiadas pingavam sangue, antes de golpear novamente o pescoço de mamãe. O meu eu lupino rosnou e saltou sobre o lobo negro, mordendo sua pata esquerda. Ele (eu) não éramos fortes o bastante e com apenas um golpe o lobo negro me jogou longe.Levantei em minhas patas e o lobo cuspiu o pedaço de carne que arrancou do lobo negro que se moveu até parar
NikólasDeliciei-me com o gosto de seus lábios macios como seda e me afoguei na doçura de seus beijos, empurrando as lembranças para longe. Foquei-me no momento e aproveitei que tomei o controle do lobo e me permiti desfrutar do calor de seus braços. Amanhã será um novo dia.Suas mãos deslizaram pelo meu peito nu e segurei sua cintura, passando a mão por sua pele, o calor se espalhou lentamente, nos envolvendo em uma chama ardente. O fogo cresceu em meu interior quando seus lábios ocuparam o lugar de suas mãos. Um rugido saiu de meus lábios quando seus joelhos se dobraram encostando ao chão e os dedos ágeis me ajudaram a me livrar da calça molhada.Meu pau saltou diante de seus olhos.Lavínia mordeu o lábio e envolveu a mão em meu membro movimentando para cima e para baixo. Somente a visão dela, ali ajoelhada, me masturban
Nikólas— Está pronto? — questionou Lavínia quando paramos em frente ao portão de minha casa onde meus irmãos estavam me esperando. Meu coração bateu forte contra minha caixa torácica ao farejar o cheiro de Eros. A culpa comprimiu meu peito, ao lembrar que o machuquei e ainda fui embora sem me desculpar.Assim que Lavínia abriu as barreiras que me prendiam ao redor da gruta, pude me conectar com Cibele. Ouvi-la em minha mente depois de tanto tempo, foi um alívio que não imaginei sentir.Sempre achei a invasão de Cibele irritante demais, mas depois de passar tanto tempo sem ouvir a voz de minha irmãzinha, percebi o quanto senti falta disso. Pedi a ela que reunisse meus irmãos e me esperassem na casa, levantei um muro ao redor de minha mente, para que ela não espiasse o que se passava no meu interior.O que tinha a conversar era um assunto
NikólasSentir a magia era uma coisa, agora ver Lavínia fazendo isso, era outra bem diferente.Ela parecia iluminar a sala como se seu corpo se acendesse em tons vibrantes e vivos. Os olhos assombrados de Eros se refletiam nos meus irmãos, que pareciam, assim como eu, extasiados com o poder que fluía de dentro dela, girando ao redor deles até estarem completamente absorvidos pela magia.Era incrível, surpreendente e, a coisa mais linda que já vi.Estava hipnotizado, vendo as marcas grotescas de garras se tornarem três linhas finas percorrer a sua face.Quando ela se afastou, Eros colocou a mão na bochecha com o olhar incrédulo.— O quê? — questionou, mas sua pergunta se perdeu no ar quando Lavínia oscilou em seus pés e Eros mal teve tempo de esticar os braços e segurá-la, antes dela desmaiar.— Eu não fiz n
LavíniaDespertei desorientada. Sentei e fui surpreendida por uma forte tontura, tudo pareceu girar e precisei fechar os olhos duramente sentindo a bílis subir em minha garganta.Já desmaiei algumas vezes depois de gastar muita energia, mas nunca me senti assim, como se minha cabeça fosse um balão prestes a explodir.— Beba isso, vai se sentir melhor. — Meus olhos se abriram subitamente, com a voz estranha soando muito próxima. Levantei de um salto e minhas pernas fraquejaram e o estranho segurou meu braço, antes que eu caísse.— Calma, não queremos que se machuque — indagou, empurrando um copo com água em minha direção.— Onde estou? Quem é você? — gaguejei, olhando ao redor.Estava em uma sala subterrânea, as paredes de pedra e o ar úmido do lugar me fez lembrar um mausoléu. Como fui par
NikólasQuando chegamos ao limiar da floresta, não havia nenhum sinal dos vampiros.— E agora? Qual é plano? — perguntou Hector.— Preciso encontrar Lavínia, sei que vai parecer loucura, mas o lobo sabe onde ela está, posso senti-lo gritando em minha mente. A marca não somente liga nossa morte, como também nossa vida. Quando estive na gruta com Lavínia, ela me disse que sou o lobo. Que somos a mesma pessoa e, que a chave para conseguir ter acesso às lembranças e memórias dele, eu precisava aceitar que somos o mesmo. Precisava abraçar o meu lado lupino, tenho que fazer isso agora e descobrir o que ele está tentando me dizer.— Tem razão, isso é loucura. O lobo é uma parte de nós, mas não somos os mesmos. Ele é uma fera assassina e nós humanos — disse Adônis com uma carranca.
NikólasDe volta em meu corpo, me deparei com os olhos arregalados de meus irmãos, seus rostos pasmos de surpresa.— O que foi? — questionei, levantando-me.— Só por curiosidade, estava falando com Lavínia, na sua mente? — interrogou Eros.Pelas expressões em suas faces, não precisava perguntar se estava falando em voz alta.— Sim, ela está na floresta sombria, mas alguma coisa a chamou e me empurrou de sua mente — contei, coçando o queixo pensativo. Seja qual for a entidade que tinha surgido tão de repente, senti o que Lavínia estava sentindo e fui arrebatado pela sensação de paz que a percorreu e isso me tranquilizou.— Preciso ir salvá-la, o mago maldito dos infernos, irá sugar a sua essência em seu aniversário. Tenho até amanhã para encontrar a entrada da floresta e chega
Nikólas— Essa floresta não está parecendo muito assustadora — indagou Eros quando uma borboleta com asas coloridas pousou em seu ombro.O sol raiava sobre as nossas cabeças, as árvores com as folhas verdes balançavam com o vento, trazendo uma brisa refrescante. As flores tão belas se estendiam por todo o caminho, que resplandeciam com a luminosidade dos raios do sol.Realmente, não parecia em nada com o que imaginava. Peguei o mapa em um dos diários no ancestral de Lavínia, descrevendo com precisão de detalhes o local onde estava a sua entrada coberta pelas raízes das árvores secas, indicando o caminho até a tumba de Archon.— Não se engane pelas aparências, mantenham os olhos abertos e atentos a qualquer sinal de perigo — orientei, enquanto percorremos a trilha nos embrenhando no coração da floresta.