Despertei com um corpo pesado sobre o meu e uma mão quente ao redor do meu pescoço.
— Se eu fosse lobo, você estaria morta! — Sou surpreendida, pelos olhos cinzentos de Nikólas fixos em meu rosto.
—Bom, ainda bem que você não é. Apesar de o homem parecer mais assustador que o lobo — refutei, mantendo meus olhos nos seus.
Nikólas deslizou os dedos pela minha clavícula, fazendo um arrepio percorrer minha pele.
— Ainda precisa de um par de mãos extras? — questionou, deslizando a outra mão por minha coxa nua. Fazendo-me arregalar os olhos e engolir em seco.
— Pensei que não lembrava quando estava na forma de lobo.
— Eu disse, tenho apenas flashes e, confesso que tenho um bem interessante da noite de ontem. — Deslizou o o nariz pelo meu pescoço, antes de serpentear a língua p
LavíniaEntreguei os diários que falavam sobre a licantropia para Nikólas que foi absorvido pela leitura. Sabia como ele estava se sentindo, porque também fiquei assim, quando comecei a ler os diários de gerações a gerações; até chegar a minha mão. A última da minha linhagem; a última descendente de Archon.O deixei envolvido com a leitura e saí da gruta.A água do rio reluzia com os raios do sol e me senti tentada a mergulhar. Soltei o vestido no chão e entrei no rio, nadando ao redor, sentindo meu corpo relaxar. A temperatura da água estava tão maravilhosa que perdi a noção do tempo.Nadar me ajudava a pensar. Depois das últimas horas nos braços de Nikólas estava pensando em encontrar uma forma de ajudá-lo com o lobo. Enquanto mergulhava e nadava ao redor, tive uma ideia, não sab
LavíniaFiz um círculo espalhando velas ao redor. Nikólas afastou a mesa de barro e me surpreendi pela força do homem.O que eu poderia esperar, os lobos precisam ser fortes para lutar contra os vampiros. Ele a levou para o outro lado da gruta como se pesasse quase nada.Terminei de arrumar as velas e apontei para o centro do círculo.— Você confia em mim? — questionei me sentando com as pernas cruzadas embaixo do corpo, fora do círculo de velas.Ele arqueou a sobrancelha, mas se sentou no espaço indicado.— Considerando que você me sequestrou e me mantém cativo em uma barreira de proteção mágica. Acredito que deveria responder que não... — gracejou com um pequeno sorriso. — Mas confio em você.— Você parecia estar gostando de seu “cativeiro” agora a pouco, não o ouvi recl
NikólasO cheiro acre de sangue invadiu minhas narinas, minhas pálpebras se abriram e cambaleei confuso. Minha visão estava diferente, foi quando percebi que estava vendo através dos olhos do lobo, de dentro do meu eu, de sete anos.Sem nenhum controle, meu corpo lupino se moveu farejando o ar em direção ao cheiro. Sabia que precisava ver, mas ao mesmo tempo não queria. Porque sabia o que iria encontrar.Caminhei pelo corredor até o quarto de meus pais. Foi quando vi o lobo negro na cama, suas garras como navalhas afiadas pingavam sangue, antes de golpear novamente o pescoço de mamãe. O meu eu lupino rosnou e saltou sobre o lobo negro, mordendo sua pata esquerda. Ele (eu) não éramos fortes o bastante e com apenas um golpe o lobo negro me jogou longe.Levantei em minhas patas e o lobo cuspiu o pedaço de carne que arrancou do lobo negro que se moveu até parar
NikólasDeliciei-me com o gosto de seus lábios macios como seda e me afoguei na doçura de seus beijos, empurrando as lembranças para longe. Foquei-me no momento e aproveitei que tomei o controle do lobo e me permiti desfrutar do calor de seus braços. Amanhã será um novo dia.Suas mãos deslizaram pelo meu peito nu e segurei sua cintura, passando a mão por sua pele, o calor se espalhou lentamente, nos envolvendo em uma chama ardente. O fogo cresceu em meu interior quando seus lábios ocuparam o lugar de suas mãos. Um rugido saiu de meus lábios quando seus joelhos se dobraram encostando ao chão e os dedos ágeis me ajudaram a me livrar da calça molhada.Meu pau saltou diante de seus olhos.Lavínia mordeu o lábio e envolveu a mão em meu membro movimentando para cima e para baixo. Somente a visão dela, ali ajoelhada, me masturban
Nikólas— Está pronto? — questionou Lavínia quando paramos em frente ao portão de minha casa onde meus irmãos estavam me esperando. Meu coração bateu forte contra minha caixa torácica ao farejar o cheiro de Eros. A culpa comprimiu meu peito, ao lembrar que o machuquei e ainda fui embora sem me desculpar.Assim que Lavínia abriu as barreiras que me prendiam ao redor da gruta, pude me conectar com Cibele. Ouvi-la em minha mente depois de tanto tempo, foi um alívio que não imaginei sentir.Sempre achei a invasão de Cibele irritante demais, mas depois de passar tanto tempo sem ouvir a voz de minha irmãzinha, percebi o quanto senti falta disso. Pedi a ela que reunisse meus irmãos e me esperassem na casa, levantei um muro ao redor de minha mente, para que ela não espiasse o que se passava no meu interior.O que tinha a conversar era um assunto
NikólasSentir a magia era uma coisa, agora ver Lavínia fazendo isso, era outra bem diferente.Ela parecia iluminar a sala como se seu corpo se acendesse em tons vibrantes e vivos. Os olhos assombrados de Eros se refletiam nos meus irmãos, que pareciam, assim como eu, extasiados com o poder que fluía de dentro dela, girando ao redor deles até estarem completamente absorvidos pela magia.Era incrível, surpreendente e, a coisa mais linda que já vi.Estava hipnotizado, vendo as marcas grotescas de garras se tornarem três linhas finas percorrer a sua face.Quando ela se afastou, Eros colocou a mão na bochecha com o olhar incrédulo.— O quê? — questionou, mas sua pergunta se perdeu no ar quando Lavínia oscilou em seus pés e Eros mal teve tempo de esticar os braços e segurá-la, antes dela desmaiar.— Eu não fiz n
LavíniaDespertei desorientada. Sentei e fui surpreendida por uma forte tontura, tudo pareceu girar e precisei fechar os olhos duramente sentindo a bílis subir em minha garganta.Já desmaiei algumas vezes depois de gastar muita energia, mas nunca me senti assim, como se minha cabeça fosse um balão prestes a explodir.— Beba isso, vai se sentir melhor. — Meus olhos se abriram subitamente, com a voz estranha soando muito próxima. Levantei de um salto e minhas pernas fraquejaram e o estranho segurou meu braço, antes que eu caísse.— Calma, não queremos que se machuque — indagou, empurrando um copo com água em minha direção.— Onde estou? Quem é você? — gaguejei, olhando ao redor.Estava em uma sala subterrânea, as paredes de pedra e o ar úmido do lugar me fez lembrar um mausoléu. Como fui par
NikólasQuando chegamos ao limiar da floresta, não havia nenhum sinal dos vampiros.— E agora? Qual é plano? — perguntou Hector.— Preciso encontrar Lavínia, sei que vai parecer loucura, mas o lobo sabe onde ela está, posso senti-lo gritando em minha mente. A marca não somente liga nossa morte, como também nossa vida. Quando estive na gruta com Lavínia, ela me disse que sou o lobo. Que somos a mesma pessoa e, que a chave para conseguir ter acesso às lembranças e memórias dele, eu precisava aceitar que somos o mesmo. Precisava abraçar o meu lado lupino, tenho que fazer isso agora e descobrir o que ele está tentando me dizer.— Tem razão, isso é loucura. O lobo é uma parte de nós, mas não somos os mesmos. Ele é uma fera assassina e nós humanos — disse Adônis com uma carranca.